Black, Chuck Black.



Tarde de domingo, os alunos de Hogwarts aproveitavam seu tempo livre para ir até os jardins do castelo a fim de clarear a mente e esquecer por poucas horas as enormes pilhas de deveres que os esperavam em seus Salões Comunais. Era um dia especialmente claro, o mês havia sido perturbadoramente chuvoso e nublado, o que deixava os estudantes ainda mais empolgados, com a liberdade de finalmente ter o que fazer fora do castelo.


          Gabrielle DeLarge era uma aluna sextanista da Grifinória, tinha longos e repicados cabelos castanhos, da mesma cor de seus grandes olhos, sua pele era branca, e corava facilmente quando ficava envergonhada. Gostava de ler, escrever e desenhar, e diferente da maioria dos alunos de Hogwarts, gostava de todas as matérias, principalmente as mais difíceis, adorando tomar desafios, só pela certeza de poder superá-los.

          Não gostava do pessoal da Sonserina, que pela rixa entre as casas, faziam questão de infernizá-la o quanto pudessem a cada vez que cruzassem nos corredores, o que havia se tornado um problema para Gabrielle, fazendo a garota acumular várias visitas à sala do Diretor, acusada de duelos ilegais e azarações fortes demais e nada amigáveis, como diria Madame Pomfrey.

         Seu gênio era forte, mas raramente se manifestava de forma violenta se você não fosse da Sonserina, do contrário, era melhor decorar um punhado de contra-azarações antes de lhe dizer algo envolvendo as palavras Nerd, ou trouxa.

          Gabrielle se encontrava, naquele mesmo dia, sentada à beira do Lago Negro, num canto de grama particularmente verde, já que seu carvalho preferido estava ocupado por calouros da Lufa-Lufa. Espalhara seus livros pela grama e fazia um rascunho bem feito do lago, mantendo sua atenção no desenho, só desviando o olhar quando ouvia alguém duelando por perto, na cautela de não ser pega desprevenida por algum feitiço.

          Sentia-se bem, sentia-se calma, em casa, como só fazia em Hogwarts. Fechou os olhos por um instante, sentindo a leve brisa, ouvindo os risos dos outros alunos, e acabou por se deixar levar pelo cansaço dos deveres, se deitando de costas com um suspiro.

          

   - Hey, não me lembro de ter pedido uma peruca. – Disse uma voz masculina por trás de Gabrielle.

          A garota se virou rapidamente, pondo-se sentada novamente. Arqueou as sobrancelhas num susto repentino, tomada por uma breve onda de vergonha ao ver o garoto perto de si.

          
         - Desculpe... Não te vi aí.

          O garoto sorriu, emanando um ar de superioridade incrível, arqueando uma das sobrancelhas, deixando o sorriso de deboche brincar nos lábios como se fizesse isso o tempo todo.

          - Sou meio distraída.

         
  E depressa, a garota começou a juntar suas coisas para procurar outro lugar pra se sentar.


          - Não tem importância, pode ficar. Está difícil conseguir um bom lugar por aqui.

        
Gabrielle desviou o olhar de seu Hogwarts, uma história, até o rosto do garoto.

         Ele era simplesmente... Lindo. Não era um lindo comum, era um lindo clássico. Seus cabelos eram castanhos e lisos, os olhos acinzentados e cheios de malícia, os lábios bem moldados, e a pele branca e delicada. O rapaz vestia um uniforme de Hogwarts de primeira mão, extremamente bem passado, e usava um cachecol vermelho no pescoço, e luvas pretas de couro extremamente caras nas mãos.

          Seu porte era atlético, alto, forte, e irritantemente misterioso, tinha sempre um inconfundível ar de superioridade, queixo erguido, orgulhoso, e nunca tirava duas coisas: Cachecóis do pescoço, e garotas de seu encalço. Suas duas coisas favoritas.

          Sua fama não era boa no castelo, vivia sendo chamado à sala do Diretor, e era incrivelmente cretino, chegando a sugerir à Dumbledore que comprasse uma cadeira mais confortável para suas conversas, e amando cada segundo da incredulidade das pessoas com seus comentários ácidos.

          A menina corou ao encontrar o olhar do rapaz, sentindo-se muito desarrumada com sua blusa branca de algodão e sua gravata feminina cor de vinho. Passou as mãos pela saia pregueada preta, tentando parecer organizada, enquanto baixava o olhar para o material novamente.


          - Qual é o seu nome? – Perguntou o estranho.

          - Gabrielle.

          - Bonito nome. – Sorriu o rapaz, deixando à mostra seus brancos e perfeitos dentes.

          - E o seu?

          - Bond, James Bond. – Ele estendeu a mão, fitando os cabelos castanhos da menina caírem pelos ombros com seus olhos acinzentados.

          Gabrielle revirou os olhos, conhecia essa, era uma piada trouxa, muito ruim por sinal.

          - Ótimo, senhor Bond. Prazer. – Apertou sua mão rapidamente.

          - Meu nome é Chuck Black. – ele disse, tirando suas luvas teatralmente devagar, teatralmente entediado.

          - Hm.

          
A garota voltou a atenção a seu desenho, mas ainda atenta aos ruídos à sua volta. Não havia problema algum em dividir o espaço com o estranho, contanto que ele não fosse um pentelho chato e mimado.

         
 - Você desenha bem.

         
Dando um pulinho de susto, a menina olhou para o lado, Chuck se aproximara mais, e espiava o desenho sob seus ombros. Ficou incomodada na facilidade com que ele se socializava, não se lembrando de ter perguntado nada. Vamos Gabi, não seja tão dura com ele. Suspirou.

         
- Que nada, é só um rascunho.

         
Ficava imaginando, achando que Chuck pertencesse à Sonserina, só podia ser, com toda aquela malícia no olhar, e seu jeito irritantemente superior. Deixou seus olhos percorrerem o peito das vestes do garoto, procurando pelo emblema da casa a qual pertencia, mas estava tapada por uma ponta do cachecol vermelho. Não custava nada perguntar.

          
- Você é de que casa? – Mantinha seus olhos no papel, como se não desse importância à resposta. De certo não faria muita diferença, já não gostava dele, e esperava um insulto a qualquer momento.

          
- Grifinória... E você? – Ele ainda a olhava, como se tentasse fisgar seu olhar com os olhos.

          - Grifinória. O engraçado é que nunca te vi por aqui. – Resmungou, finalmente retribuindo o olhar.

          - Não saio muito, prefiro o aconchego da Sala Comunal, ou o dormitório, onde posso fazer o que quiser. Mas hoje decidi curtir o dia. – disse Chuck, sorrindo de lado enquanto passava a mão pelo cabelo distraidamente.

          - Então está explicado. – Forçou um sorriso, amassando o rascunho e jogando ele de lado, acertando Chuck meio que de propósito, após dar de ombros.

         
Chuck pegou a bolotinha amassada em uma das mãos, olhando para Gabrielle.

          
- Você não deveria jogar seu talento fora... – Tomou uma das mãos da garota na sua, colocando o papel amassado dentro dela. – Guarde isso.

         
Gabrielle olhou pra ele, que ainda mantinha sua mão na dela. A garota ia protestar, mas foi impedida por uma série de risadinhas baixas vindas de uma árvore bem próxima.

          Chuck olhou para a direção dos risos, revirando os olhos em seguida, voltou a encarar Gabrielle.

          
- Se eu fosse você, iria até seu fã Clube, as garotas parecem bem empolgadas hoje. – Não pode deixar de rir, havia uma garota ruiva e cheia de sardas do terceiro ano no meio do grupo de cinco garotas, que parecia um pimentão de tanto cochichar e rir com as amigas, soltando pequenas exclamações em intervalos.

          - São apenas garotas. – Ele suspirou como se garotas mais novas o perseguissem o tempo todo, o que devia acontecer mesmo.

         
Gabrielle deu de ombros, odiando cada centímetro de Chuck perto de si, como era metido esse cara. Pensou em ir terminar o dever de História da magia na biblioteca, mas ficaria muito evidente para Chuck de que estava se entediando.

          Uma menina de cabelos cor de mel começou a resmungar um pouco alto demais, e assim como suas colegas, apontar Gabrielle e fazer cara feia.

          
            - Acho que estão incomodadas que eu esteja aqui. Quer que eu saia? – Deu um grande sorriso, achando tudo aquilo muito divertido. Acenou para as garotas, começando a rir.

           - Por favor, não saia. – Chuck fez cara feia, evitando o olhar das meninas. – A ruiva ali tentou me dar uma poção do amor semana passada.

           - Acho que não funcionou, pela sua cara. – Ria baixo, olhando a cara de mau de Chuck, que a fazia ter arrepios, mas não de medo. E se censurou por isso, ele era ridículo.

           - É preciso bem mais do que isso pra me deixar louco por uma garota.

          
Chuck sorriu de lado, deixando seus olhos percorrerem o corpo de Gabrielle descaradamente.

           A menina corou, percebendo por onde os olhos dele andavam, sentiu-se indignada, e com vontade de chutar aquele traseiro bem-vestido. Sentiu algo quente subir pela garganta, se perguntando onde estaria sua varinha. Respirou fundo, não gostava de garotos abusados e pra ser sincera, nunca namorou ninguém, e nem ligava pra isso, tinha que estudar. Arqueou uma sobrancelha bem feita, deixando um sorriso Ah é? Grande coisa. - Digno de Chuck Black - brincar pelo lábios.


            - Por que você não as escreve num pergaminho e manda para essas garotas? Elas vão amar.

           
Chuck riu.

            
            - Você gosta de brincar?

            - Como assim?

           
Ele sorriu, levantando-se de um jeito particularmente... Black. Gabrielle o acompanhou com os olhos, vendo-o ir pra bem perto do grupo de meninas saltitantes, altamente intrigada com Chuck. O garoto se aproximou de uma linda menina loira que passava por ali no momento vestindo o uniforme de quadribol da Corvinal.

            
- Tem namorado? – Ele perguntou, deixando o famoso sorriso de lado reaparecer, mostrando que se olhos pudessem falar, os dele estariam dizendo coisas dignas de levarem um tapa de uma mulher.

            - Não... Por quê? – Ela sorriu timidamente, colocando uma mecha de cabelos loiros platinados atrás das orelhas.

            
Chuck a levou até a árvore onde as garotas estavam, e começou a beijar a garota loira. Poucos segundos depois, eles já estavam nos amassos. Gabrielle viu as meninas saírem correndo, aos prantos, a ponto de chorarem.

            
- Ok, isso foi perturbador... – sussurrou pra si mesma, desviando o olhar do emaranhado de mãos e pernas na árvore.

             
Guardou o material na mochila e levantou-se, já vira o suficiente por hoje. Que sorte quase se deitar num cafajeste, quando tudo o que queria era apenas desenhar...

             Passou pelos dois à caminho do castelo, Chuck sorriu pra ela conforme passava, com as mãos delicadas da jogadora em volta de seu pescoço.

            
 - Te vejo mais tarde. – Moveu os lábios, que se formaram num sorriso cretino.

             - Vá se foder.

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Olá, aqui é a autora, vocês não vão ficar sabendo meu nome, então podem me chamar de Lil' , ou Monster.*-*

Queria dizer que é a primeira fic que escrevo e chego a postar, porque  nunca estava satisfeita com o próprio trabalho, pois é, podemos ter problemas com isso num futuro... xD fã de Harry Potter desde os dez anos (tenho bem mais do que dez agora), sou apaixonada pela saga, li todos os livros e choro quando vendo o trailer do sétimo filme. [ ok, estou exagerando? :P ]
Esta fic me foi inspirada por um jogo de RPG, onde joguei com Dinho (que jogava como Chuck Black) ou seja, créditos pro Dinho, o personagem é todo dele, mas com meu aperfeiçoamento, e minha história. Espero que gostem... Aceito críticas construtivas (L)
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