Sem Potters
Capitulo 1 – Sem Potters
Em uma casa, no vilarejo Godric’s Hollow, morava uma família bruxa. Os famosos Potter.
Tiago Potter o homem da casa. Cabelos pretos arrepiados, olhos esverdeados, sorriso maroto e completamente brincalhão.
Lílian Potter a mulher. Longos cabelos lisos e ruivos flamejantes, lindos olhos verde-vivo, rosto angelical e pele porcelana.
E Harry Tiago Potter, o filho do casal. Um garotinho de um ano, completamente maroto, risonho e feliz. Cabelinhos pretos arrepiados como os do pai, e aqueles olhos esmeralda da mãe.
A família estava aproveitando o dia das bruxas, 31 de outubro, como qualquer um, pelo menos, qualquer bruxo. Comendo doces dos mais variados, bolinhos de caldeirão, varinhas de alcaçuz, sapos de chocolate, feijõezinhos de todos os sabores, entre outros doces deliciosos.
Claro que estavam felizes comendo os doces no sofá. Harry comia enquanto o pai brincava com a varinha fazendo luzes aparecerem. Lilian assistia aos dois sorrindo.
Apesar de sorrirem felizes como qualquer um nessa data, Lilian e Tiago estavam preocupadíssimos. Lord Voldemort, um bruxo das Trevas, dos piores, estava a solta. A guerra acontecia lá fora.
A família Potter queria ajudar, queria poder lutar, mas por causa de uma profecia, Voldemort estava atrás de Harry. Então, se esconderam sob o Feitiço Fidelius, em que o Fiel é Rabicho, ou Pedro Pettigrew, um dos quatro famosos Marotos.
- Harry vai ser um grande apanhador – dizia Tiago animado.
- Tiago, pare de envenenar a mente do menino, ele tem só um ano. Como você já pode estar comentando essas coisas? – disse Lilian, nem um pouco impressionada.
Realmente. Tiago estava sempre dizendo como Harry seria um grande apanhador e grande Maroto. Sirius Black, Almofadinhas e padrinho do menino, concordava plenamente com Tiago, Pontas. Remo Lupin, Aluado, dizia que ele seria um Maroto, mas sempre que via a cara de indignada de Lilian, acrescentava rapidamente que também seria um excelente monitor-chefe.
- Mas é verdade, Lily, minha ruivinha. Ele vai ser um grande apanhador, excelente Maroto, vai ter muitas garotas, tudo que eu fui – dizia olhando o filho com orgulho.
- Resumindo. Galinha, arrogante, prepotente, inútil, peste, irritante, idiota, entre outras várias “qualidades”? – exasperou Lilian.
- Nossa, Foguinho, você ainda se lembra de todos os xingamentos que falava para mim em Hogwarts? Estou impressionado – disse Tiago, rindo.
- Olha aqui, Potter, ele não vai ser nada disso hein! Ele vai ser monitor, estudioso e comportado. Não quero ficar recebendo corujas adoidado porque ele fez um caldeirão explodir – avisou Lilian.
Tiago sorriu antes de dizer:
- Tudo bem.
- Sério? Vai fazer ele se comportar? – disse Lilian incrédula. Como fora tão fácil convencê-lo?
- Mas é claro, Foguinho. Explodir caldeirões é coisa básica. Nunquinha vai receber uma carta assim – falou Tiago e começou a gargalhar da cara que Lilian fizera.
A mulher estava preste a retrucar, vermelha de raiva, mas um barulho na janela chamou a atenção deles.
Enquanto Tiago corria para olhar na janela, Lilian pegou Harry no colo preocupada.
- Lilian, é ele! Vá! Leve Harry com você e fuja! – falou Tiago virando-se apressado para a esposa.
- Não vou deixar você Tiago – falou Lilian, mas não se passava de um sussurro preocupado.
Tiago olhou nos olhos dela implorando, deu um ultimo beijo na esposa, beijou a testa de Harry e suplicou:
- Por favor, vá. Eu vou atrasá-lo, vou ficar bem.
Lilian soluçou antes de sair escada acima. Quando trancou a porta do quarto do filho ainda pode escutar:
- Bombarda!
Voldemort entrou na casa pela porta explodida. Sorria friamente.
- Tiago Potter – falou frio.
- Voldinho, que desprazer em vê-lo na minha casa. Mas vai ser um prazer, mostrar-lhe a saída dela – falou irônico.
- Não tenho tempo para perder com você – falou e apontou a varinha para o moreno – Avada Kedavra!
Tiago Potter foi acertado pelo jato de luz verde. Estava morto antes mesmo do corpo bater no chão. Parecia tudo em câmera lenta.
Voldemort gargalhou. Mal, sinistro, frio.
Avançou lentamente pelos degraus das escadas.
Lilian estava respirando rápido, coração acelerado no quarto de Harry.
- Harry, talvez eu não viva para ficar com você. Me perdoe por isso, mas eu sempre estarei com você, não se esqueça – dizendo isso tirou o medalhão que usava e colocou no pescoço do filho, depois escondendo dentro das vestes.
Era uma fênix dourada, com rubis vermelhos e pequenos na ponta das asas. Ela mexia quando se olhava para ela. A corrente era de ouro puro.
- O amor é a chave – falou num sussurro apressado.
Estranhamente, uma luz vermelha brilhou em volta de Harry, como um escudo.
Lilian depositou o filho no berço e virou-se para a porta, que logo em seguida foi aberta por Voldemort.
- Saía da frente menina. Você não precisa morrer – falou Voldemort apontando a varinha para Lilian. Sem paciência.
- Não, por favor. Me mate, mas não mate Harry – implorou Lilian inutilmente.
- Saía da frente... Não precisa morrer. Saía da frente! – berrou Voldemort impacientemente.
- Tenha piedade, tenha piedade. Mate-me, mas o Harry não, por favor.
Voldemort não tinha chance. Sem se importar a mínima por fazer isso apontou a varinha para a mulher ruiva e disse:
- Avada Kedavra.
O mesmo que acontecera com Tiago, aconteceu com Lilian. Como se fosse em câmera lenta, tombou no chão. Os olhos verde-vivo esbugalhados, a boca aberta pelo grito de agonia que dera antes de morrer, a pele mais branca do que poderia ser possível.
Voldemort olhou a criança no berço. Tinha idade o suficiente para conseguir ficar de pé segurando nas grades e olhar para tudo isso que acontecera.
Harry olhava sem entender nada. Olhava para o homem encapuzado pensando ser seu pai. Mais uma brincadeira dele, a qualquer momento tiraria o capuz e lhe daria um susto.
Mas o homem não tirou, caminhou até ele, a varinha erguida apontada para a testa.
- Todos verão como Lord Voldemort é poderoso. O mais forte bruxo de todos os tempos. E você, um bebezinho fraco e tolo não poderá impedir, não é mesmo Potter?
Mas a voz que cortava o silencio era tão fria, tão assustadora. Harry começou a chorar.
- Detesto choro de criança – falou friamente – AVADA KEDAVRA!
Tudo aconteceu tão rápido. O feitiço fora até Harry, mas ricocheteou em Voldemort, este sumiu como o vento, mas não aparatara. Uma parte da casa explodira por causa de tudo isso, deixando alguns escombros.
O menininho de cabelos pretos arrepiados não sabia o que fazer. O que acontecera? Não entendia.
ooOoo
Sirius Black estava com um péssimo pressentimento na noite das Bruxas.
Pegou rapidamente sua moto voadora para ir visitar os Potter, queria saber como estavam, se estavam bem ou não.
Não demorou muito a chegar, a noite estava escura como breu, ninguém o via no ar. Quando pousou no jardim da casa dos amigos em Godric’s Hollow, não sabia o que fazer. Estava em duvida entre chorar, matar aquele traidor do Rabicho. Mas parecia ter levado uma bofetada na cara.
Correu para a casa, e andou entre os escombros dela. Muita poeira no ar, dificultando sua visão. Mas não precisou dar mais que cinco passos para ver o corpo de seu amigo, Pontas, no chão.
As mãos congeladas em frente ao corpo, como se tivesse tentado impedir que o feitiço o atingisse. A pele extremamente branca, sem vida. Os olhos esverdeados, abertos ao máximo, sem piscar. A boca fechada estava meio azul pelo sangue frio e parado.
Era a visão do inferno para Sirius.
- Pontas! Pontas! Não, não, não! Você não pode ir assim Tiago! – berrava ele. Sacudia os ombros do amigo, como se ele fosse voltar assim.
Suspirou pesadamente, engoliu as lagrimas que iam cair e subiu com cuidado, e o mais rápido possível, a escada meio destruída.
Foi diretamente para o quarto de seu afilhado, o que estava mais destruído visto de fora.
Entrou no quarto. Muita poeira se misturando ao ar, por causa de uma parte do telhado que caíra. Tijolos e telhas no chão. Foi tirando tudo de seu caminho, até achar o corpo de sua amiga Lilian.
Branca, parada. Morta.
Mas quase gritou de alegria ao ver o afilhado bem em seu berço. Estava ali olhando para os lados.
- Harry! – foi a única coisa que conseguiu dizer antes de pegá-lo nos braços e lhe dar um enorme abraço.
O garoto não entendia nada do que acontecia, mas abraçara o padrinho feliz por ver alguém ali.
- Padinho – falou naquela voz enrolada.
Sirius saiu do quarto, e estava descendo as escadas, para logo em seguida sair da casa. Tudo com o máximo de cuidado, a casa poderia desmoronar.
Lágrimas desciam pelo seu rosto sem sua permissão. Como isso pudera acontecer com seus amigos? Justo eles? Tão leais, tão engraçados, divertidos, insubstituíveis, tão... Inocentes. Com certeza, não fizeram nada para merecer esse destino.
Voldemort matara Lilian e Tiago a sangue frio. Como Pedro pudera entregar seus amigos de longas datas assim? Como?!
Mas qual foi sua surpresa ao aparecer novamente no jardim dos Potter? Hagrid estava ali.
- Olá, Sirius – disse o meio-gigante numa voz chorosa e rouca.
Almofadinhas franziu o cenho, por que Hagrid estaria ali?
- O que faz aqui, Hagrid? – perguntou confuso.
- Tenho ordens de Dumbledore de retirar o pequeno Harry da casa – falou olhando o garotinho no colo de Sirius. Ele olhava tudo com aqueles olhos verde-vivo que pareciam brilhar na noite.
- Não, Hagrid. Vou ficar com Harry, sou padrinho dele – falou Sirius puxando o afilhado mais para si.
- Mas são ordens de Dumbledore, Sirius – falou num tom mais firme. Uma coisa que o meio-gigante não fazia era desrespeitar Alvo.
Relutante e olhando o afilhado pela ultima vez, entregou-o ao amigo.
- Pode levar minha moto – falou.
- Sua moto voadora Sirius? Mas você adora ela. – disse Hagrid incrédulo.
Era verdade. Uma das coisas que Almofadinhas gostava era voar naquela sua moto.
- Não vou mais precisar dela – falou. Era uma meia-verdade.
- Bem, está bem então. Até outra hora, Sirius – falou Hagrid. Colocou Harry numa pequena bolsa, montou na moto e partiu pelos céus sem olhar para trás.
Sirius não soube quanto tempo ficou olhando o lugar que Hagrid partira. Estava sem seus dois melhores amigos, sem seu afilhado.
O que faria agora? Mas ele sabia exatamente. Aparatou na rua aonde Pedro Pettigrew morava, e ainda pode ver o homem, que era mais rato covarde, andando discretamente pelo meio da rua.
Nenhum carro passava, uma rua calma, um bairro calmo. Algumas crianças caminhavam fantasiadas pela calçada. Conversavam animadas, corriam para pedir doces.
Mas para Sirius isso não importava. Iria matar Rabicho, se alguém ia ver ou não, não ligava.
- PEDRO PETTIGREW! – gritou o mais alto que os pulmões permitiam. Todos que passavam pararam para olhar.
Rabicho olhou com medo para Sirius.
- Sirius! Como você pode? Matar Tiago e Lílian Potter?! – disse Pedro falsamente.
As pessoas em volta, ofegaram. Mas não entendiam nada do que estavam acontecendo. Eram meros trouxas, não bruxos, não sabiam do mundo da magia.
Para Sirius, o de menos agora era que os trouxas ouvissem o que ele ia dizer.
- Ora, mas é claro não é Pedrinho? Com certeza fui eu que entreguei a sangue frio Tiago e Lilian de bandeja para Voldemort? Com certeza fui que entreguei meus melhores amigos e meu afilhado em uma bandeja de prata fina, para o maníaco e louco do cara de cobra, não é mesmo Pedro? Mas é claro que fui eu! – ironizou. O sarcasmo era pesado em seu tom de voz. Mas completou furioso: - VOCÊ SABE BEM QUEM FOI RABICHO! SEU RATO COVARDE! COMO PODE DIZER ONDE ELES ESTAVAM? COMO PODE TRAÍ-LOS DESSA FORMA?
- N-não sei do que e-está f-falando – gaguejou fracamente.
Sirius sorriu sarcástico.
- Ah, sabe muito bem Pedrinho, sabe muito bem. Você vem passando informações faz mais de um ano para Voldemort não é? E quando Dumbledore disse que havia um traidor na Ordem, ninguém suspeitou de você.
Rabicho de repente ficara furioso.
- Mas é claro que não suspeitaram! Pensavam que o pobre e idiota Pedro Pettigrew era fraco. Tão burro, o Lord das Trevas nunca o aceitaria, não é? Mas você viu Sirius? Viu, não? Não sou tão fraco e idiota como pensavam! – falou Pedro bravo.
Se possível, Sirius sorriu mais ainda, mais ironia.
Pedro apontou a varinha para Sirius. Com um movimento, tudo na rua explodiu.
Alguns trouxas em volta morreram, outros se refugiaram atrás de algo bem a tempo. Mas Pedro arrancara um dedo, e logo depois se transformara em rato para sair correndo para um bueiro próximo.
Com essa, Sirius não pode deixar de gargalhar.
Era tão irônico.
Rabicho, o sempre idiota e burro do grupo, era o espião de Voldemort, o que entregara os Potter para o cara de cobra. Era o que fez com que Tiago e Lilian morressem, com que Harry fosse órfão, com que Voldemort sumisse, pois Harry o matara. O sempre burro e idiota dos Marotos. Era o traidor.
Poderia haver mais ironia?
De repente de sentiu preso em cordas.
- É o Ministério! E você vai para Azkaban, Black! – falou uma voz.
Sirius não se importou em saber quem falara, continuava gargalhando.
Ainda estava rindo horrores quando um dementador chegara e o levou para a prisão dos bruxos.
Ficaria gargalhando da ironia da vida por um bom tempo.
ooOoo
Alvo Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e provavelmente o maior bruxo do mundo, estava caminhando pela Rua dos Alfeneiros.
Um gato sentado ereto e rígido em um muro lhe chamara a atenção.
Andou sem pressa até lá, e quando chegara perto do gato, o cumprimentara alegremente.
- Boa noite, professora Minerva.
O gato de repente, se transformou em uma mulher. Cabelos castanhos, meio grisalhos pela idade, preso num coque alto. Chapéu bruxo, com uma capa.
- Como soube que era eu, Alvo? – perguntou a professora McGogangall, dava aulas de Transfiguração em Hogwarts.
- Ora, minha cara professora. Nunca vi um gato se sentar tão reto – falou alegremente.
O velho diretor sentou-se ao lado da professora no muro.
- Gostaria de um sorvete de limão, Minerva? – perguntou Dumbledore, enquanto conjurava um sorvete de limão na casquinha.
- Não, obrigada, Alvo – falou a professora. Tentou não revirar os olhos, apesar de severa.
Olhou para o diretor que comia alegremente o sorvete.
- Os boatos são verdadeiros, Alvo? – perguntou receosa.
- Sim, minha cara. Os bons e os maus – acrescentou.
Minerva olhou para a grama verde. O silencio era desconfortável.
A professora Minerva McGonagall era irmã da mãe de Tiago Potter, de forma que era tia dele.
Mas como ele e Lílian teriam tido um destino tão cruel? Como poderia acontecer isso com eles? Como sentiria falta de ouvir pelo menos um berro vindo de Lilian para Tiago, aqueles que ela dava no tempo de escola.
Fora professora dos dois, e os tivera como, um dos poucos, amigos-alunos.
Como sentiria falta deles. E o Harry, sendo tia de Tiago, era tia-avó do pequeno Harry. Como ele ficaria?
O vento balançava serenamente as folhas da poucas arvores ali. A grama estava com poucas gotículas de água, da chuva do dia anterior. Os postes de luz brilhavam meio fracamente, sendo que alguns deles estavam queimados.
Silencio.
- E Harry? – perguntou para tirar a duvida de sua cabeça.
- Pedi para Hagrid trazê-lo até aqui – falou. Conjurou um pequeno guardanapo, ao qual limpou a boca por ter acabado de comer o sorvete de limão.
- Você tem... Certeza? Confiar a Hagrid uma missão dessas... – começou Minerva incerta.
Ela não era de julgar as pessoas... Cedo demais. Mas conhecia Hagrid a um bom tempo para saber que ele não era exatamente... Delicado. Ou cuidadoso.
- Ah, professora, eu confiaria minha vida a Hagrid – disse Dumbledore calmamente. Aquela feição calma em seu rosto, sempre calmo. Não adiantava se estressar.
- Por que irá trazê-lo para cá, Alvo? Não entendo – falou a professora rapidamente. Gostaria de falar, mas entendia perfeitamente o motivo do menino vir aqui. Entendia. Seus gentis tios trouxas.
- Irei deixá-lo morando com sua família, a única que lhe resta. Seus tios – falou o professor.
- Não pode deixá-lo aqui morando com os tios dele. São os piores trouxas que eu já vi. E o primo dele é realmente ruim, quase chutou um garotinho, pois não conseguira as balas que queria – disse Minerva horrorizada.
- São sua única família – repetiu o diretor calmamente.
Minerva parou um pouco para pensar. Olhou para a grama.
Não se incomodava nem um pouco de criar o sobrinho-neto. Mas se Alvo Dumbledore queria que ele ficasse com os tios, pois bem, não iria questionar, o diretor deveria ter um bom motivo. Estava velho, mas não caquético e gagá.
Entretanto, como se cortou um pouco ouvir da boca do próprio Dumbledore que o garoto só tinha aquela família.
Primeiramente, porque como um garotinho de um ano poderia ter somente aquela (horrorosa) família. Segundamente, porque ela era da família dele. Quer dizer... Tia-avó era família não é? Era tia de Tiago, e certamente tia era parte da família, já que era irmã da mãe. E se era tia, e irmã da mãe, de Tiago e Tiago era o pai de Harry, logo ela era tia-avó, logo era da família.
Suspirou fundo antes de falar.
- Mas qualquer família iria criá-lo com o maior prazer. Não vai haver uma única criança que não saiba seu nome – falou a professora. Ela não queria que Harry ficasse ali, como seria sua vida?
- Por isso mesmo. Famoso antes mesmo de ter dois anos. Nem vai saber o por que de ser famoso. Além disso, vou deixá-lo com sua única família – disse serenamente e num tom que colocava fim aquela discussão.
Ao longe puderam ouvir o som de uma moto. Repentinamente, Hagrid pousara dos céus com uma moto, meio barulhenta, e um embrulhinho de cobertas nas mãos.
- Boa noite, professor Dumbledore. Professora Minerva – cumprimentou quando chegara perto.
O diretor pegou a criança nos braços. Harry dormia serenamente. Caminhou para a casa de numero 4, com Minerva e Hagrid em seus encalços.
Depositou a criança ali na soleira da porta. Tirou das vestes uma carta e colocou em cima do cobertor do bebê. Achariam ali de manhã.
- Agora, só nos resta esperar que Harry fique bem – falou Alvo.
Hagrid soluçava alto enquanto montava novamente na moto para voltar a Hogwarts. O diretor desejou uma boa noite e aparatou, sabe-se lá onde.
Mas Minerva McGonagall ainda deu uma olhadela no bebê.
Igualzinho a Tiago, mas com os olhos da Lilian. É, sempre fora assim.
Lembrava-se da primeira vez que o fora ver...
Como seu sobrinho Tiago estava contente aquele dia, só faltava saltar. Lílian também estava muito feliz, como qualquer mãe, é claro, mas um pouco irritadiça, pois o marido parecia uma criança. Fora no mesmo dia que falaram que Sirius seria o padrinho, então virou festa, pois Tiago não cabia em si de felicidade junto com Sirius. E Remo também estava lá, e Pedro.
Mas Minerva ainda não entendia como Sirius pudera fazer isso. Aquele homem que sempre fora amigo de Tiago. Não um amigo qualquer, o melhor amigo, o conselheiro, o companheiro. Com certeza, ninguém esperava isso.
Suspirou, deu uma última olhada no garoto que dormia.
- Boa sorte, Harry Potter – falou antes de aparatar.
Ele iria precisar. Para a vida inteira.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!