Reflexão
Harry estava atordoado. Será que ele ouvira direito? Tinha a séria impressão que sim. E em embora fosse confuso – e obviamente preocupante – Harry decidiu que o melhor que tinha a fazer era não se preocupar com aquilo no momento.
No momento.
Agora ele tinha um plano a traçar, e esperava sinceramente que aquele professor não estivesse fazendo parte de um complô muito maior.
CAPÍTULO 6 – REFLEXÃO
- Vejo que trouxeram um acompanhante – observou Frederich, ao pôr os olhos no “Harry”.
- Sim – “Harry” respondeu.
- Estranho – Lavalle o examinou – você me lembra muito uma pessoa...
- Deve ser só impressão – Hermione interveio.
- É – concordou Rony.
- Mas e então – perguntou Derose – descobriram alguma coisa?
- Voldemort vai duelar com Draco depois de amanhã, como eu imaginei que fosse – explicou Harry – concordo com ele, quando ele disse que não teve alternativa ao falar para Voldemort o que ele deveria fazer para vencer – ele apontou para o “Harry” – mas ainda temos alguma chance, não temos?
- Sim – disse Brandon que, como sempre, parecia ter a resposta para a pergunta que dominava a cabeça de Harry naquele momento. Harry se esforçava para bloquear aquela idéia, mesmo assim não teve certeza se os Especialistas já haviam notado que aquele professor e Harry eram a mesma pessoa – nos resta aquela última opção, que seria atrasar Voldemort e tirar a posse da Varinha de Draco.
- Então nós temos que agir logo – disse Hermione.
- E temos que arranjar um local mais seguro que este para pensar – disse “Harry” – Voldemort virá me procurar de qualquer jeito.
E irá matá-lo de qualquer forma – pensou Harry – o que iria acontecer com ele se “Harry” morresse? Essa era uma pergunta que não poderia ficar muito mais tempo sem resposta.
- Bem pensado – disse Derose – quando se trata de Voldemort, nenhuma precaução é excesso.
- Mas que “lugar seguro” poderia ser esse? – indagou Hermione.
- Hum, hum – Brandon pigarreou – acho que conheço esse lugar!
- E onde fica? – todos perguntaram.
- 40°Norte, 28°Leste – ele respondeu simplesmente.
Os outros levaram algum tempo para digerir a informação.
- A sua casa? – perguntou Rony.
- Claro – ele disse como se fosse a mais óbvia das coisas – você nem imagina o que eu tenho lá dentro para exigir tamanha proteção!
- Esperem! – disse Frederich - eu acho melhor que eu leve algumas das minhas coisas para lá também. Só Deus sabe o que ele irá fazer dos meus inventos quando aparecer aqui e não encontrar ninguém!
- É mesmo? – perguntou Brandon, em tom de desafio.
- É – desafiou Lavalle, rindo logo em seguida – brincadeirinha.
- Então vamos! – Brandon sorriu.
A brisa salgada invadiu mais uma vez as narinas de Harry, quando eles desaparataram na mesma praia de meses antes, a diferença é que agora estava caindo uma fina garoa gelada e incomum, e a praia estava vazia. Os efeitos da Polissuco já começavam a passar, mas Harry não deu importância. Já havia denunciado a sua identidade para o “Harry” e ele pareceu não fazer muito caso, na verdade, parecia mais com uma criança perdida no parque de diversões. Isso deixava Harry intrigado.
- Vamos logo! – Brandon reclamava para Frederich, que havia insistido em trazer a sua máquina e vários diários seus.
- Isso é uma máquina do tempo! Não uma simples sacola de compras! – cuspiu Frederich – talvez se você me ajudasse a carregar...
Ainda bem que não havia ninguém na praia ou na fonte para ver aquelas sete pessoas carregando o que mais parecia ser um disco voador. Quando entraram na mansão, Brandon soltou o aparelho no chão com tanta displicência que Frederich reclamou novamente.
- Espero que haja um lugar seguro para eu instalar essa máquina!
- Não se preocupe! Espaço é o que não falta! – Brandon foi seguindo por aquele corredor cheio de peças antigas, mas não dobrou para a cozinha. Ao invés disso, seguiu reto até o fim do corredor, onde havia uma única porta inteira branca e tão polida que era quase possível observar o próprio reflexo na madeira – digamos que vocês três – ele apontou para Harry, Rony e Hermione – não conheceram nem meio por cento da minha mansão, porque bem, ela se estende por toda a ilha dois andares abaixo do solo e três acima. Pelo menos aparentemente – ele enunciou essa última parte com um floreio.
Harry não conseguia imaginar algo tão grande, a não ser o castelo de Hogwarts. E esperava com grande ansiedade o que teria atrás daquela porta, pois parecia se algo muito importante.
Então, Brandon tirou do bolso do paletó uma única e minúscula chave.
Uma chave dourada.
Harry quase disse que aquela chave não serviria para aquela fechadura, pois a diferença de tamanho entre elas era gritante, mas achou melhor ficar quieto.
Brandon colocou a minúscula chave no buraco da fechadura e girou. Houve um barulho estranho, e Harry chegou a pensar que a chave havia quebrado.
Quando Brandon abriu a porta, atrás da madeira havia algo surpreendente.
Um corredor.
Branco.
De comprimento infinito.
E em ambas as paredes havia diversas portas, com apenas uns poucos centímetros entre elas.
Brandon foi o primeiro a pôr os pés no corredor.
- E tem mais cinco iguais a esse, não é o máximo?! – ele havia retomado o tom de corretor de seguros.
- É – disse Rony, abobado.
- Venham, seus quartos são por aqui – Brandon seguiu pelo corredor, mas os outros permaneceram do lado de fora, como que temendo levar um choque se pisassem naquele piso branco e brilhante de aparência espacial que forrava o corredor.
Brandon já havia avançado bem uns dez metros quando Harry resolveu segui-lo, antes que sua silhueta fosse ofuscada pelo brilho cegante.
- Espere! – Harry gritou, mas não houve eco. Brandon parou diante de uma porta, pôs a mão na maçaneta dourada e redonda e olhou na direção de Harry, que corria seguido pelos outros.
Apesar da corrida, Harry não estava ofegando, talvez fosse uma das propriedades daquele corredor.
Quando Brandon girou a maçaneta, Harry o seguiu de imediato e teve uma surpresa.
Ao invés de dar de cara com outra porta, ou com uma sala – pois era de se esperar que houvesse uma sala atrás daquela porta, ou outro corredor paralelo ao que estava – Harry se viu em outro corredor idêntico ao primeiro, como se Brandon tivesse acabado de usar a chavinha dourada.
- Mas que p... – nem teve tempo de completar o xingamento, pois Brandon estava novamente a uns doze metros à sua frente. Os passos das seis pessoas que corriam atrás de Brandon não faziam ruído algum, e Brandon também não dizia nada, parecia estar muito concentrado naquilo.
Todo o processo se repetiu mais umas seis vezes, até que finamente Brandon abriu uma porta que dava para uma elegante sala de estar, com uma lareira crepitando, e o aroma de pinho queimando se espalhando pelo ambiente.
As pupilas de Harry demoraram um pouco para se adaptar ao ambiente bem menos iluminado. Quando finalmente elas se adaptaram, todos já estavam acomodados nas poltronas, e Brandon distribuía o que pareceu para Harry panfletos informativos. Ele admirou o dele e notou que na verdade era um mapa para chegar ao seu quarto.
- Vocês devem estar se perguntando o porquê de seus quartos serem tão distantes uns dos outros – explicou Brandon – é para sua segurança. Se por acaso Voldemort encontrar essa ilha, o que eu duvido que ele consiga fazer, será difícil encontrar vocês nesse labirinto. Além disso, se algo der errado, naquelas salas temos tudo que podemos precisar – ele apontou para a porta dupla de mogno, embora do outro lado ela parecesse uma simples porta branca.
Era impossível para qualquer pessoa imaginar o tamanho daquela construção. E Harry tinha, com razão, medo do que pudesse haver detrás de todas aquelas portas. “Se é que existem tantas coisas no mundo para serem guardadas” – ele pensou, lembrando-se dos Museus Smithsonian, que mesmo possuindo o maior complexo de museus do mundo, a maioria deles em Washington, não conseguia expor simultaneamente nem um por cento do seu acervo.
- Bem – disse Brandon, juntando as mãos – acho melhor vocês procurarem os seus quartos e descasarem um pouco, daqui algumas horas vamos servir o jantar – ele fez um sinal para que eles levantassem e saíssem da sala. Em seguida, desapareceu por uma porta ao lado da lareira, deixando os convidados sozinhos.
- Acho melhor irmos – sugeriu Derose – sabe-se lá quanto tempo vamos demorar a encontrar os nossos quartos.
- É verdade – disse Hermione, que foi a primeira a rumar para a porta dupla.
- Vamos indo – disse Lavalle, que foi seguindo com Rony para a porta.
- Sim – disse Harry, que ficou olhando enquanto Frederich fechava a porta atrás de si, carregando a sua invenção. Agora ele estava sozinho com “Harry”.
- Nos vemos no jantar – ele disse para “Harry”, enquanto se dirigia para a porta de mogno.
- Sim – “Harry” respondeu.
Apesar da despedida, os dois cruzaram a porta ao mesmo tempo, e rumaram juntos mais dezessete portas à esquerda, até que desapareceram em portas que ficavam uma de cada lado do corredor.
Como esperado, a porta desembocava em outro corredor idêntico ao primeiro.
Meu Deus – ele pensou – eu ainda morro aqui dentro.
Ele estava certo, essa possibilidade existia, visto que as portas eram idênticas e não havia absolutamente nenhum ponto de referência: só uma imensidão de portas e maçanetas a espaços regulares.
- Oito portas adiante, vire a direita – ele leu o mapa em voz alta, como se tivesse alguém ali que pudesse ajudá-lo.
Ele seguiu as orientações e foi parar – quem diria – em outro corredor exatamente igual a todos os outros. Mas desta vez ele não tinha que andar muito mais, pois a próxima instrução dizia:
- Primeira porta à esquerda – ele girou a maçaneta e entrou – terceira porta à esquerda – ele abriu a última porta e chegou ao seu quarto.
Harry não teve surpresa em constatar que ele era enorme.
Ricamente adornado.
E ao mesmo tempo muito simples e acolhedor.
Havia uma grande cama de aspecto convidativo no centro, cercada por um espesso tapete verde oliva, que contrastava com as cortinas e com a roupa de cama na cor marrom. A cabeceira da cama era negra e havia dois puro-sangue esculpidos em alto relevo nela. O espaldar tinha o formato de várias estrelas cadentes entrelaçadas, e os abajures flutuavam ao lado da cama. Eles não tinham lâmpadas: dentro dos bulbos havia algo parecido com pequenos sóis, que ficavam dançando no ar até o ponto de se tornarem engraçados.
As paredes e o piso do quarto eram brancas como o corredor do lado de fora, mas não havia teto, ao invés disso, havia um céu azul muito profundo, não como o teto enfeitiçado de Hogwarts, aquilo era muito mais real. Alguns passarinhos vieram de lá de cima e voaram ao redor de Harry, antes de seguirem por uma outra porta, que ficava ao lado do armário – como se Harry tivesse alguma coisa para guardar nele.
Ele seguiu na direção por onde foram os passarinhos e notou que aquela sala menor era uma espécie de banheiro. Só que o piso era de uma pedra quente e macia, como se fosse um riacho no verão. Havia até uma pequena macieira pintada na parede, num imenso afresco que ondulava com o vento imaginário. À frente do afresco, havia uma banheira de mármore branco, já cheia d’água.Os passarinhos tomavam banho nela, e piavam freneticamente.
Harry achou por bem despir-se e tomar um banho.
Nem bem entrou na banheira e ela começou a espumar, mesmo que não houvessem sais de banho, e a espuma tinha o aroma de chá mate.
Ele saiu da banheira após uma meia hora de molho nela, afinal, era seu primeiro banho decente em meses. Lembrou-se de que não havia toalha, mas qual foi a sua surpresa ao pôr os pés para fora da banheira e constatar que pisava num pequeno monte de toalhas verdes como grama e felpudas.
Harry olhou para os lados, temendo estar sendo observado, quando colocou o roupão branco e voltou para o quarto. E temeu mais ainda ao ver o terno risca de giz impecável sobre sua cama.
Aquilo era um tipo de sala Precisa?
Ou era só mais um pouco da capacidade de Brandon de adivinhar o que ele iria querer?
Harry parou de se fazer perguntas e tomou o terno para si, foi para detrás de um biombo e se trocou. Quando saiu, agora havia uma caixa de lustrosos sapatos pretos no seu número, e abotoaduras douradas e um outro enfeite para a lapela, ao lado de uma gravata marfim.
Ele completou o figurino e resolveu sair do quarto. Mal havia tomado essa decisão e as cortinas se fecharam em volta da cama, os dois sóis se dissolveram no ar. A única iluminação era a luz azulada da lua no teto acima, porém não precisava muito, já que as paredes, o piso e a porta eram brancos e se denunciavam na penumbra. A porta se abrira para que ele saísse, e assim que ele pôs os dois pés para fora do aposento, ela se fechou com um estrépito.
E ele estava novamente no corredor branco-cegante.
Andou alguns metros e parou diante de uma porta idêntica a de onde havia saído. Foi só então que se deu conta. Ele esquecera do mapa. Harry o havia colocado no bolso da calça, que ele havia deixado no banheiro.
Assustado, ele saiu correndo de volta para a porta, mas eram tantas e idênticas que ele não tinha certeza de qual porta era. Tolice. Se não fosse a porta certa, bastava voltar pela mesma porta.
Foi o que ele fez. Encontrou um bom palpite e abriu a porta.
A primeira coisa que ele sentiu foi o vento.
Uma luminosidade quente.
E a textura da areia.
Abriu os olhos. Tamanha foi sua surpresa que ele ficou sem reação.
Era uma das praias mais lindas que Harry já vira. Havia até um pequeno grupo – e Harry ficou extremamente sem graça com isso – de naturistas.
- D-desculpe – ele disse, enquanto desviava o olhar – errei de porta – ele tentava apagar a visão, lembrando-se de Duda vomitando no capacho.
- Não foi nada – respondeu um homem – isso acontece sempre – enquanto suas jovens acompanhantes davam risinhos obscenos.
Harry girou nos calcanhares e viu a porta de uma minúscula cabana por onde devia ter chego. Ele a empurrou e saiu apressado da sala.
Uma já foi – ele pensou – faltam só mais 999 999 999 999.
Ele prosseguiu a esmo pelo corredor, até que encontrou outra porta que julgou favorável.
Ele a abriu e um som irritante saiu dela.
Milhares de relógios, atulhados nas paredes mais altas que Harry já vira, executavam seus tique-taques na mais completa desordem. Não havia nem um oitavo de tempo que estivesse livre de um tique ou de um taque. Parecia uma metralhadora.
Mais que depressa Harry fechou a porta, antes que ficasse surdo.
Foi quando ele abriu a porta adjacente àquela dos relógios, que teve uma surpresa.
Ou não.
Aquela era a sala de visitas. Ele havia chego ao ponto de início.
Até que não foi tão ruim – ele pensou – o problema vai ser voltar com a barriga cheia depois do jantar.
Harry havia se esquecido de como qualquer sala naquele prédio o fazia se sentir muito bem. Ou talvez fosse apenas os corredores que faziam qualquer um se sentir muito mal.
O aroma de mate queimando na lareira o animou. Brandon estava absorto em seus pensamentos, com a cabeça afundada em um livro muito grosso que Harry não havia notado.
Ele nem perdeu tempo em imaginar por que uma pessoa se daria ao trabalho de ler um livro que ela já sabe o final. Ele estava mais preocupado em imaginar porque uma pessoa ajudaria seu próprio rival a matá-la.
Sentou-se numa poltrona sem que Brandon produzisse qualquer sinal que indicasse ter sentido a aproximação de Harry. Talvez porque ele já havia previsto isso, então não fazia diferença cumprimentar, mas Harry não lembrou disso.
Quando Rony e Hermione entraram, também com vestes de gala – e ao mesmo tempo, para a surpresa de Harry – foi que ele compreendeu, de repente, por que estava se sentindo tão bem ali.
Aquela sala era quase igual ao Salão Comunal da Grifinória, então, aquela árvore no seu quarto só poderia ser a macieira brava d’A Toca.
- É impressionante não é? – Hermione sentou-se ao lado de Harry no sofá de couro marrom. Brandon continuou lendo o seu livro.
- É mesmo – Harry concordou, mesmo sem fazer idéia do que a amiga estava dizendo.
- Quer dizer – Hermione pareceu entender a razão da distração de Harry, então recomeçou – os nossos quartos são sempre equipados com tudo aquilo de que mais gostamos! É como uma imensa sala Precisa!
- É – Harry olhou para a amiga, em seguida esticou o pescoço, tentando ver o que havia de tão interessante naquela leitura de Brandon – só que eu acho que existem certas coisas que essas salas não podem nos dar – ele desviou a atenção do livro de Brandon, e pôs-se a contornar com o indicador os complexos bordados da sua poltrona.
- Verdade – Hermione suspirou – e não são só as Leis de Gamp sobre Transfiguração Elementar...
Rony, que esteve quieto, falou:
- Ora, Harry – ele olhou para o amigo – os três Especialistas estão do nosso lado, o que pode dar errado?
Harry sabia que o seu subconsciente guardava a resposta, mas não quis arriscar nenhum palpite. Preferiu esperar que Rony comesse e melhorasse o seu humor.
Então, simultaneamente, Brandon fechou o livro com um estrépito e a porta se abriu com um clique. Lavalle, Derose e Frederich entraram.
- Acho que agora nós podemos nos sentar – Brandon anunciou, o que foi engraçado, uma vez que eles já estavam sentados.
Foi então que Harry percebeu uma refinada mesa que dividia a sala em duas metades perfeitas; e apesar de distraído, ele tinha certeza de que ela não estava ali quando ele entrou.
Os sete se acomodaram à mesa. Um generoso desperdício, uma vez que só Harry, Rony e Hermione comiam.
- Bom apetite – desejou Brandon, ele estava sentado de costas para a lareira. Acima dela havia uma águia empalhada que parecia prestes a arrancar a cabeça do bruxo com as garras afiadas. Aquilo não era nem um pouco tranqüilizador.
Harry olhou para a comida, mas não precisou servir-se. Conforme ia desejando, as porções apareciam perfeitamente organizadas no seu prato. A refeição parecia estar muito gostosa, se Harry conseguisse sentir o gosto da mesma.
Então, as palavras fugiram da sua boca:
- Onde está o outro professor?
Harry esperou algo como “Pode chamá-lo de Harry, nós sabemos quem ele é” mas então lhe ocorreu a idéia de que os professores não conseguem interpretar o passado, presente ou o futuro de outros professores.
Nenhum deles, com exceção de Harry, Rony e Hermione e talvez Brandon, sabia que Harry e o professor eram a mesma pessoa.
- Bem, acho que ele preferiu ficar um pouco sozinho – disse Derose.
- Sem fome é claro que ele está – disse Lavalle, que havia comido apenas uma garfada de arroz e afastado o prato.
- Eu acho bom que ele não esteja aqui – disse Hermione – pelo menos assim nós podemos discutir a situação com um pouco mais de liberdade.
- O que nós vamos fazer? – Lavalle fez a pergunta fatal.
Todos ficaram em silêncio por um momento, refletindo.
- Eu vou até a mansão Malfoy e derroto Draco num duelo antes que Voldemort o faça – disse Harry.
- Não vai ser você que irá derrotá-lo – disse Frederich.
- Mas sim o Harry que estará preso no porão – completou Derose.
- Eu não posso trocar de lugar com o Harry que está agora escutando o “Observatório Potter”? – indagou Harry, a coisa era mais complicada do que ele havia imaginado.
- Não ia ser uma conversa muito animada – disse Rony.
- Além disso, se você encontrasse com si mesmo, ia achar que ficou louco – disse Lavalle.
“Como se isso já não tivesse acontecido”, pensou Harry.
- Temos que encontrar um jeito do Harry que estará preso no porão duelar com Draco antes de Voldemort chegar – Brandon organizou as coisas.
- Isso vai ser complicado – disse Harry – pelo que eu me lembro, quando Rabicho nos tirou do porão, duelamos uns dez minutos antes de Belatrix chamar Voldemort. E dessa vez, ele virá antes mesmo de ser chamado. Matar Draco ele não vai – Harry pensava em voz alta – pois foi por causa dele que foi a Narcisa, e não outro Comensal da Morte que veio ver se eu estava vivo. E isso foi crucial para que eu retornasse ao castelo em relativa segurança.
- O professor lembrou isso a Voldemort – recordou Hermione.
- Não podemos fazer Harry duelar com Voldemort depois dele ter derrotado Malfoy? – sugeriu Rony.
- Não – disse Lavalle.
- Isso obrigaria que eu duelasse com mim mesmo depois – disse Harry – a Varinha passaria de Draco para Voldemort, de Voldemort para mim, e de mim para mim. Seria meio difícil.
- Então não podemos fazer outra coisa senão...
Todos olharam desesperados para Brandon.
- Senão? – perguntou Frederich.
- ...fazer com que Voldemort e o professor nunca tivessem se conhecido.
- Impossível – disse Derose – não há como saber quando eles se conheceram. Quer dizer, a margem de erro é muito grande em relação à data, e ainda não temos tempo para preparar um diagrama.
- Não adianta nem voltar no tempo e fazer o professor mentir para Voldemort – disse Rony – Voldemort é Legilimente.
A conversa estava deixando Harry exausto. Será que não seria possível fazer nada? Será que dessa vez Voldemort triunfaria?
- Por favor! Eu preciso de um pouco de ar!
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AVISO:
No próximo final de semana estarei realizando a segunda etapa do vestibular seriado, portanto não poderei postar o próximo capítulo na sexta, visto que preciso revisar os capítulos que virão depois, e isso exige várias horas de leitura atenciosa. Pretendo postá-lo na segunda-feira, mas nunca se sabe...
NÃO SE PREOCUPEM!
A fic não vai entrar em hiatus. Ela já está escrita até o capítulo 2 da Parte 4, e todos os desfechos já foram esquematizados. Mesmo assim, preciso revisá-los para não cometer nenhuma "gafe" que possa comprometer a narrativa.
AGRADEÇO A COMPREENSÃO DE TODOS, e espero ver muitos votos e comentários. Isso é muito gratificante.
Sem mais delongas, para deixá-los com um gostinho do que está por vir, lhes apresento a prévia do capítulo 7 da Parte 3, "Os Harrys":
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- Eu sei o que você procura – Harry, que estava distraído observando o quarto, assustou-se quando “Harry” o chamou.
[...]
- É o mesmo que você? – perguntou Harry, seguido por um instante de silêncio.
- O que você acha?
- Não tenho certeza se sim – respondeu Harry de imediato – não tenho certeza nem se o conheço – ele acrescentou após hesitar.
[...]
- Então você sabe que você sou eu? – Harry perguntou, admirado e com certa dificuldade para formular uma frase gramaticalmente correta.
[...]
- Sente-se – “Harry” suspirou, afastando-se para o lado no banquinho onde Harry sentou-se – vou lhe explicar, mas deixe suas dúvidas para o fim. É muito provável que você as responda sozinho.
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