[1] Um Outro, Outro Dia (R/Hr)

[1] Um Outro, Outro Dia (R/Hr)



Título: Um outro outro dia
Autora: Priscila Louredo
Conteúdo: O dia seguinte ao término da batalha de Hogwarts
Sinopse: A batalha terminou e Voldemort está morto. Mas será fácil voltarem à vida normal? Rony e Hermione poderão enfim preocuparem-se somente com eles mesmos?


Um Outro Outro Dia




Quem disse que uma boa noite de sono ajuda a acalmar os nervos não havia passado por tudo que ela tinha passado, principalmente nos dois últimos dias... Mesmo com a ajuda da poção para dormir sem sonhar que Madame Pomfrey obrigara ela, Rony e Harry a tomar, não se sentia descansada. Nem mesmo satisfeita.

Estava de certa forma, aliviada. Mas tudo era ainda tão recente. O lamento pelos mortos ainda era audível em sua mente, e também em seu coração. Fazia realmente apenas dois dias que saira do Chalé das Conchas e fora até o Gringotes disfarçada de Bellatrix? Pareciam mais que eram anos...

Abriu os olhos com relutância, admirando o cortinado vermelho que cobria o dossel de sua cama. Não imaginava que sentiria tanta saudade assim do seu lugar no dormitório. Ouviu um ressonar na cama ao lado e virou-se ainda sob as cobertas para ver quem estava lhe fazendo companhia. Gina parecia mais pálida do que se lembrava. Não tivera tempo nem mesmo de trocar duas palavras com ela até agora. A amiga devia ter sofrido muito por ficar sem notícias de Harry por tanto tempo... Pelo menos ela estava ao lado de Rony... Oh Meu Deus! Rony! Ela o beijara. Em meio à confusão, ataques de comensais, destruições de horcruxes, ela beijara Rony!

Puxou o travesseiro e tampou a cabeça, escondendo a expressão aterrorizada que fez. Enquanto os acontecimentos da batalha faziam a adrenalina correr apressada por suas veias, não se deixou pensar sobre o assunto, mas agora... Bom, agora eles tinham outros assuntos que precisavam de atenção e ela provavelmente poderia adiar isso por mais algum tempo.

Retirou o travesseiro do rosto e levantou-se, procurando se fazer apresentável, mesmo estando com as mesmas roupas há dias. Sacou a varinha e com um floreio, desamassou as roupas, depois lavou o rosto e arrumou os cabelos e apesar das olheiras ainda evidentes se sentiu um pouco melhor. Qual era o feitiço para acabar com olheiras que Lilá comentara uma vez? Lilá... Mais tarde iria até a ala hospitalar ver como ela estava...

Mais um movimento de varinha em direção à cama e as cobertas e lençóis se esticaram, o travesseiro se afofou e posicionaram-se perfeitos sobre a cama.

Desceu as escadas até o salão comunal, cujo silêncio incomum denunciava que aquele não era um dia normal. Seus passos a levaram escada acima, rumo ao dormitório masculino, como fizera tantas vezes nos anos anteriores. Mas ao contrário de tantas outras vezes, encontrou Rony e Harry já acordados, se vestindo.

- Er... Bom dia. – Ela corou quando seus olhos passaram brevemente pelos do ruivo. – Vim chamá-los para o café.

- Nossa... Não vejo a hora de por minhas mãos num daqueles bolos de caldeirão que só os elfos daqui sabem fazer! – Suspirou Rony sentando-se na cama e abaixando para amarrar os sapatos.

- Não lembro de ver você reclamando da comida da Fleur... – Comentou Harry ajeitando os óculos depois de ter colocado a camiseta.

- Ela cozinha bem. Não tanto quanto minha mãe, é verdade. Mas os bolos daqui são inigualáveis.

Rony terminou de amarrar os cadarços e levantou-se dando um passo em direção à Hermione que estava parada entre as camas dos dois. Percebendo que este iria abraçá-la (ou desejava tanto isso, que estava achando coisas?), mas incerta do que devia fazer, a morena tratou de sentar ao lado de Harry e ralhar, tomando o cuidado de não olhar na direção do ruivo.

- Francamente, Rony. – Colocou um sorriso tenso no rosto e continuou. – E então? Vamos?

Olhando de um para o outro e lutando contra um desejo insano de gargalhar, Harry perguntou com uma sobrancelha levantada e uma esperança real.

- A Gina já está acordada?

- Não. Quando eu sai ela ainda dormia.

- Então podem ir. Eu os encontro depois.

- Ah, vamos Harry você precisa comer!

Hermione falou e o receio de ficar sozinha com Rony e ter que se lembrar do que fizera era evidente em sua voz. Não que não quisesse lembrar. Aliás, como se lembra de algo que não tem como se esquecer? Beijar Rony era algo sonhado há tanto tempo e em tantas situações que agora que tinha acontecido, tinha medo de ter feito algo errado... Na verdade sabia que estava insegura, e não suportava quando se sentia assim. Gostava de ter tudo sob controle, mas esse era um terreno desconhecido e, portanto incontrolável...

- Eu sei, mas se é pra eu tomar café bancando o castiçal eu prefiro esperar por ela. – Harry disse jocoso.

- Está certo, cara. – Rony concordou e dirigindo-se diretamente para Hermione completou esticando a mão para ela. – Vamos Mione. Se ele agüenta esperar, problema dele. Eu estou com fome e você também precisa se alimentar.

Rolando os olhos, Hermione se levantou, sem aceitar a ajuda de Rony e saiu apressada, escada abaixo e rumo ao salão principal, com o ruivo em seu encalço. Antes que alcançasse o buraco do retrato ele já estava ao seu lado.

- Hermione...

- O que?

- A gente precisa conversar.

- Nossa!

Ao perceber a urgência na voz da garota, Rony percebeu que ela não estava lhe respondendo. Ao olhar na mesma direção que ela, pode ver o porquê da exclamação. Seus olhos piscaram incrédulos. À luz do dia os estragos no castelo eram mais visíveis e impressionantes.

- Inferno Sangrento. –Ele murmurou. – Vamos Mione... Depois do café nós vemos em que poderemos ajudar.

Hermione aceitou de bom grado quando ele passou o braço por seus ombros e guiou-a pelas escadas abaixo, ainda cheias de entulho e manchas de sangue. Passaram sentidos, na sala reservada para a vigília por aqueles que tombaram e aproximaram-se da senhora Weasley que voltara para o lado de seu filho. Fred, se não fosse a palidez acentuada, pareceria apenas estar adormecido, sonhando com algo muito bom... Hermione controlou as lágrimas que afloraram em seus olhos e após abraçar Molly, envolveu Rony em seus braços, consolando-o.

- A senhora conseguiu descansar um pouco, mãe? – Ele perguntou com a cabeça apoiada sobre a de Hermione.

- Consegui sim, meu filho. Gina ficou em meu lugar e madame Pomfrey me deu uma poção...

- E já comeu alguma coisa? – Agora era Hermione quem perguntava.

- Eu não estou com muita fome, querida. – A senhora lhe lançou um olhar carinhoso. – Mas não se preocupem, Fleur me trouxe uma xícara de leite.

- A senhora quer que nós...

- Fiquem tranqüilos. Eu vou ficar bem. Todos nós iremos... um dia... – Com um sorriso que não alcançava os olhos continuou. – Por que não vão tomar o café? Vocês estão tão magros...

Como de costume, Rony e Hermione foram para a mesa da Grifinória. Ela tomando o cuidado de sentar-se de frente para ele e não ao seu lado como ficara evidente que o ruivo queria pela expressão confusa que fez.

- Hermione?

- Que Rony? – E fingindo uma despreocupação que não sentia, continuou sem olhá-lo. – Me passa o suco de abóbora?

- Toma.

Rony esticou a jarra de suco para ela com a expressão muito séria. Era evidente que Hermione estava evitando conversar com ele, só não entendia o porquê. Achava que depois... Bem, depois que haviam se beijado, finalmente, diga-se de passagem, tudo ia ser diferente, mas não era isso que acontecia. Esperou que ela tentasse puxar a jarra e em vez de soltá-la, apenas segurou mais firme, impedindo que ela a tirasse de suas mãos.

- Rony...

- Você não acha que a gente tem que conversar?

- Solta o suco, por favor?

- Solto. Assim que me disser por que está evitando conversar comigo.

- Eu não estou evitando nada. Nós estamos conversando nesse exato momento.

O rapaz soltou o suco que ela ainda tentava tirar de suas mãos e cruzou os braços, olhando-a com uma sobrancelha levantada.

- Não faça isso, não combina com você. Talvez comigo, mas nunca com a “incrível” Hermione Granger.

- Isso o que, Rony? Não estou entendendo...

- Não se faça de desentendida. Nós temos que conversar e você sabe disso. E não é só sobre o... bem... o beijo.

- Não?

- Claro que não! – Ele pareceu pensar um pouco e com uma careta continuou. - Bom, é claro que esse é o assunto principal, ou parte dele, mas não é só.

- E sobre o que mais você quer conversar? – Ela espreitou os olhos ao perguntar.

- Sobre o que você vai fazer agora. Por exemplo: você vai pedir pro Quim mandar alguém atrás dos seus pais, ou você mesma pretende procurá-los?

- Meus pais...

- Se você for eu vou com você.

Não era um pedido, nem uma pergunta. Era uma afirmação. Não tinha como evitar, sabia que de agora em diante eles nunca mais se separariam – e se fosse sincera veria que era assim desde que o conhecera na primeira viagem de trem para a escola. Com um leve sorriso, soltou o copo de suco, que ainda nem mesmo provara e pegou na mão que Rony apoiara na mesa.

- Obrigada.

Ele sorriu de volta e voltaram a comer, olhando-se sempre e ainda conversando sobre o que poderiam fazer agora que o pior já tinha passado. Já tinham decidido pedir a ajuda de Schackelbolt para achar seus pais, pois Hermione admitira não conhecer a Austrália o suficiente para encontrá-los e principalmente não sabia que feitiços deveria usar para desfazer o que fizera no impulso antes do início daquela jornada. Enquanto isso ela ficaria na Toca e tentaria convencer McGonagall a deixá-la ao menos fazer os NIEMS e quem sabe se formar.

Ron achara aquilo uma tremenda besteira. Se bem que poder voltar à escola, sem ter que se preocupar com ataques e coisas do tipo poderia ser bem interessante. Mas esse pensamento fugiu como um gato de um cão quando ela o lembrou de que ainda teriam que fazer as lições de casa e as provas, mesmo que fossem considerados heróis da guerra.

Eles estavam numa conversa bastante envolvente sobre se Harry receberia ou não a medalha de Merlin por serviços prestados ao mundo bruxo, quando uma mão tocou bruscamente o ombro de Rony sobressaltando-o.

- Onde está o Harry?

A voz de Gina estava verdadeiramente preocupada e ele se sentiu feliz por não ter mais motivos para impedir uma aproximação de seu amigo e sua irmã. Bom talvez um ou dois, principalmente se envolvessem outro beijo como o que interrompera no ano passado.

- Gina! Bom dia para você também! – Não conseguiu conter o tom de troça e notou que ela procurou se controlar antes de responder:

- Bom dia, para vocês dois!

Ron resmungou algo que soou muito como “tem um humor de cão pela manhã” o que fez Hermione sorrir, e então Gina continuou:

– E o Harry?

- Nós estamos bem sim, nenhum ferimento grave...

Hermione rolou os olhos. Rony sabia ser bem implicante quando queria. Mas sabia como a amiga devia estar se sentindo e correu para ajudá-la.

- Ron - atalhou Hermione, apaziguando - não é hora para isso, concorda?

O ruivo sorriu manso para ela, piscando, e então levantou e voltou-se solenemente para a irmã.

- Ele ainda está no dormitório. Coincidentemente, foi tão amável e tranqüilo quanto você quando nos disse com todas as letras que se era para tomar café bancando o castiçal, preferia esperar para tomar com voc... Ei! Gina! – Vendo os cabelos flamejantes da irmã já sumindo pela porta, Ron voltou a sentar-se de frente para Mione, sorrindo de canto. – Quanta pressa, não?... Acho que eu deveria ir com ela. – Hermione lançou-lhe um olhar significativo, que o fez alargar o sorriso. – Não! Vou ficar por aqui. Nós também temos uma conversa por terminar...

Com um suspiro resignado, ela baixou os olhos para seu prato e concordou.

- Está bem, Rony. Mas podemos continuar “essa” conversa depois?

- Depois?

- É... Não acho que a gente deva conversar sobre... sobre... Ora! Sobre “isso” aqui no meio do salão principal.

- Está certo.

- Está?

- Claro. Assim que eu terminar esse bolinho aqui a gente pode ir para um lugar mais tranqüilo e conversar.

- ‘Ta-tá.

Rony bem que tentou comer o mais rapidamente possível para com isso poder enfim conversar com Hermione – e quem sabe trocar mais um ou dois beijos -, mas nada parecia ajudar. Primeiro foi Lino Jordan que se sentou ao lado deles, visivelmente cansado, dizendo que precisava arrumar um jeito de fazer com que Jorge concordasse em entrar, se alimentar e descansar, coisa que não fazia desde a batalha.

Sem hesitar Rony se levantou e acompanhado de Hermione foi até o campo de quadribol, onde Lino informara que Jorge estava. Convocou sua vassoura com a habilidade de quem já fizera feitiços mais complicados, e após receber um abraço reconfortante da garota, que ficou sentada nas arquibancadas, foi ao encontro de seu irmão, perto dos arcos.

Após algum tempo de uma conversa dolorosamente franca em que Jorge aceitou o apoio do irmão e começou a se conformar com a situação, concordando que deveria descansar um pouco e ver os pais que estavam muito preocupados com ele, Rony pôde enfim voltar para o lado de Hermione que o aguardava com um sorriso triste. Ficaram ainda algum tempo em silêncio, observando Jorge passar por eles com a expressão arrasada, cada um ainda sentindo sua própria dor antes de seguirem de volta para dentro do castelo.

Antes que alcançassem a escadaria, porém, foram chamados por Carlinhos que pediu que eles o ajudassem a levar algumas poções que o professor Slughorn acabara de aprontar, para a ala hospitalar. Sem ter como recusar, adiaram novamente a conversa e aproveitaram para saber do estado de saúde de Lilá, e também Dino Thomas que havia sido atingido por algum feitiço cortante e agora estava repousando duas camas após a colega.

Muito tempo depois do que havia pretendido inicialmente, Rony e Hermione conseguiram chegar em frente ao retrato da Velha Gorda, para alcançarem a paz – e a discrição -, que só a sala comunal da Grifinória seria capaz de proporcionar. Contudo ao chegarem descobriram que o acesso à torre era impossível já que sua ocupante não estava.

- Agora mais essa! Onde aquela velha se meteu?

- Rony!

- Ah, qual é Hermione! Passei a manhã inteira tentando conversar com você, sossegado e tem sempre uma coisa pra atrapalhar...

- Ela não deve demorar...

- Ah, o nobre cavaleiro quer saber onde está a adorável dama do retrato? – A voz de Sir Cadogan surgiu de um dos quadros que ladeava o corredor, chamado a atenção dos dois.

- Quero sim. Você sabe onde ela está?

- Uhm deixe-me ver. – O cavaleiro baixo e atarracado coçou o queixo onde uma barba proeminente aparecia e pareceu lembrar. – Desde que o nobre senhor Longbotton pediu que ela não deixasse ninguém entrar, acho que ela foi descansar no quadro de Lady Florence, que ouvi dizer está oferecendo um chá comemorativo às amigas.

- Espera um minuto! Você está me dizendo que o Neville pediu pra ela não deixar ninguém entrar na torre? – Rony perguntou com um olhar malicioso. – Fico pensando quem estará fazendo companhia pra ele lá dentro.

- Oh, não. O nobre cavaleiro entendeu errado. – Afirmou Sir Cadogan enquanto tentava fazer com que seu gordo pônei o esperasse. – Não é o senhor Longbotton quem está lá dentro.

- Não?

- Vamos pra outro lugar, Rony. Não vai dar pra entrar ai mesmo... – Hermione constatou rolando os olhos e tentando puxá-lo de volta às escadas. Mas ele nem mesmo se mexeu e com a curiosidade evidente falou.

- Espera, Mione. Quem está lá dentro, Sir Cadogan?

- Oh, o nobre senhor Potter e a sua dama, a gentil senhorita Weasley. – O cavaleiro observou-o por um momento e depois inquiriu. – Esta não seria sua parenta, seria?

- EU... VOU... MATAR... ELE!

A exclamação furiosa de Rony era pontuada por uma vermelhidão cada vez maior em seu rosto. Mas antes que o ruivo conseguisse apontar a varinha para o pobre e desavisado Sir Cadogan, que não sabia em que enrascada se metera, Hermione segurou-lhe o braço e tentou contê-lo.

- Rony, francamente!

- Francamente o que, Hermione? Você não ouviu? Harry e Gina estão sozinhos lá dentro. SOZINHOS!

- E daí?

- Como assim e daí? Você não lembra como... o que... esses dois sozinhos é um perigo!

- Por que, posso saber? Afinal eles se gostam...

- Exatamente. – Ele cortou. – Eles se gostam até demais pra ficarem sozinhos assim.

- Até uns minutos atrás eu pensei que era isso que você queria. Ficar sozinho comigo. – Hermione falou exasperada, cruzando os braços em frente ao peito.

- É diferente, Mione.

- Ah, é? E eu posso saber por quê? – Perguntou com o olhar cintilando de raiva e a voz aumentando uma oitava, deixando-o sem reação.

- Porque... Bom, porque nós... Somos diferentes, é isso.

- Por quê?

- Porque... Nós já ficamos sozinhos antes e bem... não aconteceu nada...

- E por que você acha que está acontecendo alguma coisa lá dentro?

Hermione perguntou com a sobrancelha levantada, e se assustou ligeiramente quando ele a puxou para dentro de uma das salas vazias do outro lado do corredor, fugindo assim dos olhares curiosos que já estavam despertando, tanto nos ocupantes dos quadros mais próximos, quanto das pessoas que paravam no meio das escadas pra ver a discussão.

- Bom, esses dois não conseguem se segurar... – Disse fechando a porta atrás de si.

- Será que isso não é porque eles se gostam de verdade?

- Eu gosto de você de verdade e nem por isso fico te agarrando...

- Pois deveria.

A resposta rápida o pegou desprevenido. Depois de evitá-lo a manhã inteira não esperava que ela fosse ser tão direta. Mas Rony não deixou que a leve distração atrapalhasse aquele momento.

Com passos decididos se aproximou de Hermione e tocou-lhe o rosto de um jeito tão delicado, que foi impossível para ela não suspirar. Contudo ao vê-lo cada vez mais próximo, seus narizes quase se tocando, ela tentou elaborar algum pensamento coerente, mas não conseguiu, ao contrário as palavras saíram de seus lábios, como se fosse outra pessoa que murmurasse.

- Foi nessa sala que eu ataquei você com aqueles pássaros.

- Então eu preciso providenciar outra recordação pra essa sala...

Carinhosamente tocou os lábios dela com os seus, ainda segurando o rosto delicado. Os olhos se fecharam quase que automaticamente e em seguida Rony sentiu os braços de Hermione se fecharem em volta de seu pescoço. Abraçou-a pela cintura, terminando com qualquer espaço que ainda estivesse entre eles e aproveitando para sentir, com a calma que não pudera da primeira vez, o gosto delicioso daquele beijo. Do beijo deles. Um beijo de amor. De um amor que nascera fazia muito tempo e que aceitava todos os defeitos e todas as qualidades um do outro. Um amor eterno.

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