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“Nobody knows it, but you got a secret smile,
And you use if only for me.”
-Bom dia Sirius – Ela desceu as escadas saltitando, de algum jeito sem perder a elegância natural. Marlene havia nascido para ser realeza. Sirius sorriu-lhe brevemente, voltando a colocar a mesa, esperando mais membros da ordem para tomar café.
O Largo Grimmauld nº 12 estava sendo usado como esconderijo para refugiados da guerra, e os encarregados da proteção dessas pessoas eram Marlene e Sirius.
A garota se sentou no balcão ao lado da pia, ainda de pijama baby-doll e short azul-claros, pegou uma maçã e começou a comer. Sirius observou-a pelo lado do olho e sorriu internamente, satisfeito. Ela não era muito delicada. Era robusta, apetitosa, em seu vocabulário, suculenta.
E ela estava fazendo de propósito.
-Me deve uma massagem nas costas – Anunciou para ela sério, mas ela abriu aquele sorriso. Estava provocando-o deliberadamente. Sorria abertamente por fora.
E sabia que ele sorria também. Aquele sorriso interno, que guardava só para ela.
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-Bom dia Sirius – Ela disse colocando os pratos, enquanto ele entrava na cozinha sonolento, vestindo apenas a calça do pijama e bocejando profundamente. Pego desprevenido, não pôde evitar de literalmente salivar ao fixar o olhar no generoso decote daquela camisola de seda rosa com rendas pretas. Ela olhou-o.
-Se quiser deixar os meus peitos no lugar, eu agradeço – Ele sorriu e alargou o sorriso ao ver que seu sorriso causara o enrijecimento dos seios dela, nos quais seus olhos estavam pregados.
-Pare – Ela pediu constrangida e séria, mas ele sabia que por dentro ela sorria. Aquele sorriso interno, que guardava só para ele.
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-Mas o que...? – Sirius riu quando ela se jogou gargalhando sobre ele, que estava sentado no sofá. Fitaram-se durante alguns instantes, a garota sentada no colo dele, as mãos dele em sua cintura e as dela na nuca do rapaz.
Não precisavam dizer nada. Permaneceram com os olhos grudados o resto da noite, de faces sérias, mas aqueles sorrisos internos. Aqueles que guardavam somente um para o outro.
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-Eu... – Marlene foi fortemente beijada por ele, mas evitou o contato com lágrimas bordando seus olhos.
Havia uma nova refugiada na casa. Uma loira muito atraente, que Marlene flagrara sentada no colo de Sirius na mesa de café.
-Quer se juntar a gente, Leninha? – Ela declarou numa sorridência inocente, sem perceber o sentimento de repugnância de Marlene quanto a aquela cena. Provavelmente a loira nem percebera o que acontecia entre os dois, como se sentiam um pelo outro.
Sirius então foi atrás dela, agarrando seu braço e beijando-a fortemente. Ela se desvencilhou dele e se sentou no chão do corredor que atravessaram na perseguição, chorando.
Sirius sentou-se ao seu lado.
-Eu a estava tirando de perto de mim – A voz dele não exprimia emoção alguma, apática. Ela reconheceu a dor no timbre firme. – E quero que você acredite em mim. – Suspirou – Eu sei que nunca disse isso antes, mas presumi que já soubesse. Eu a amo, Marlene, e quero que acredite em mim - A voz dele nunca dera ultimato tão grande a ela. E os olhos cor de gelo diziam com todas as letras o que ele não se atrevia a verbalizar.
“Ou confia em mim, ou não temos coisa alguma.”
Marlene olhou-o e ele viu aquela faísca nos olhos dela. Viu o sorriso interno dela, apesar das lágrimas e da expressão triste. Então a beijou, segurando seu rosto e sorrindo, sorrindo por dentro. E sabia que ela sorria também. Aquele sorriso que guardavam somente um para o outro.
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Marlene entrou na sala com um sorriso tímido. Sirius abriu o mesmo tipo de sorriso, o que fez Lily e James se entreolharem desconfiados. Eles se ajoelharam diante do bruxo-juiz e ficaram apenas nesses sorrisos. Foram discretos durante toda a cerimônia, e também durante a festa. A ruiva e o moreno se aproximaram dos recém-casados.
-Parabéns, Lene! – Lily abraçou a morena com fervor enquanto o marido congratulava Sirius. – Então, nenhum sorriso aberto, nenhum berro de ‘meu amor’, nem nada? – A ruiva indagou estranhando.
Marlene sorriu e Lily viu a mão de Sirius apertando a dela, sorrindo levemente da mesma forma em seguida. Então ela se afastou com James, que fez uma cara estranha para ela.
-Marlene estava estranha. Nem te respondeu a pergunta – Ele comentou e ela riu.
-Ela respondeu – Garantiu-lhe enquanto ele lhe lançava um olhar desconfiado.
-Mas como se ela nem ao menos abriu a boc... – James parou de falar quando a esposa aperto de leve sua mão. Observou os dedos entrelaçados e sentiu o peito se aquecer e um sorriso leve vir aos lábios, percebendo o que ela queria dizer em seguida com um baque. Observou que o seu sorriso se espelhava nos lábios da ruiva, e também nos olhos verdes.
Beijou-a e sorriu abertamente.
-Não precisam de palavras – Verbalizou seus pensamentos e ela assentiu com a cabeça, guiando-o de volta para a festa, sorridente. Porém, com sorrisos por dentro, aquele sorriso que guardavam somente um para o outro. Porque o amor afinal é silencioso, e se releva, em suma, nos detalhes.
Fim.
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