Mais um susto

Alguns dias se passam e Harry não conseguiu deixar de pensar nas palavras de Sirius. Ele sabe que seu padrinho está certo, ele sabe que deve se reconectar com a sua família e deixar as mágoas e o passado para trás, ele também sabe que ama a sua ruiva de corpo e alma e ama o garotinho também como se fosse seu. Ele já tomou a sua decisão Harry só precisa de mais algum tempo para terminar alguns ajustes, aí sim ele poderá voltar e desta vez definitivamente

A única coisa que Harry ainda não fez foi mandar notícias. Ele não quer ter nenhum tipo de conversa por telefone, Harry sabe que a sua ruiva deve estar magoada e provavelmente também furiosa, mas ele não quer simplesmente ligar para dar notícias esta não é uma conversa para se ter por telefone

Só mais um pouco, ruiva. Ele pensa consigo mesmo. Em breve volto para você...

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Na casa de Dumbledore

Sirius apareceu de repente para filar a boia, da mesma forma que ele fazia quando era um garoto. Minerva perdeu as contas das vezes em que ele aparecia como um cão perdido na hora das refeições, a governanta sabia que ele não tinha um bom relacionamento familiar e sempre esteve mais do que satisfeita em alimentar esta boca faminta

- Você podia leiloar a receita desta torta – Sirius diz entre uma garfada e outra – aí você ficaria milionária e...

- Deixaria Dumbledore pra viajar com um cara legal – Minerva completa sorrindo lembrando da brincadeira que ele sempre fazia – eu devo assumir que você seria este cara legal

- Eu estaria a seu dispor – Sirius também sorri – desde que você fizesse esta torta esporadicamente pra mim, é claro

- Acho que não duraria muito sem Dumbledore para me deixar louca – ela diz com um suspiro

- Nem ele sem você, Minerva – Sirius diz. Ele a encara em silêncio por um instante e a governanta já o conhece bem demais para saber o que se passa

- Mas você não veio aqui apenas para elogiar mais uma vez a minha torta, não é mesmo?

- Na verdade não – Sirius agora assume um ar sério – eu vim pra dizer que estive com Harry. Eu sei que ele precisa de tempo, mas eu precisava ver se o garoto estava bem

- Ele não é mais exatamente um garoto – Minerva diz, mas Sirius sabe que para ela também Harry sempre vai ter um pouco do menino que viveu na mansão por dez anos – como ele está?

- Bem, mas um pouco confuso – ele diz – Harry não lida bem com essa coisa de sentimentos. Deus sabe que ele tem motivos, mas acho que isso logo vai passar...

- Então você diga a seu afilhado – Sirius se vira e vê que Gina está na porta – que o resto da humanidade não tem obrigação nenhuma de esperar sentada até que ele resolva se dignar a dar algum tipo de notícia e que se depender de mim ele pode muito bem ficar onde está – a ruiva termina de dizer e sai antes que Sirius possa falar alguma coisa

Minerva olha para Sirius que lhe assente com a cabeça, a diretora vai atrás da moça enquanto Sirius suspira. Pelo jeito as coisas não vão estar assim tão calmas quando Harry retornar...

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Alguns dias depois

Gina está nas empresas, as coisas estão caminhando melhor do que ela poderia imaginar, Dumbledore aparece uma vez por semana ou duas, mas parece que o velho teimoso finalmente se deu conta dos seus limites e não fica muito tempo, embora ainda faça questão de acompanhar tudo de perto

Ela está se dando melhor do que esperava, afinal como Dumbledore mesmo disse ela estudou para isso e conhece as empresas melhor do que ninguém e ao contrário do que ela pensava os demais acionistas não puseram nenhum empecilho ao fato dela estar tomando conta de tudo

É claro que Gina está caminhando com cautela. Dumbledore a ensinou assim, é melhor conhecer bem o terreno onde pisa antes de tentar qualquer coisa mais arrojada e é assim que vai ser, mas Gina tem planos, muitos planos, ela sabe que é capaz e ela vai fazer a empresa crescer

A ruiva tenta focar nos relatórios, mas de vez em quando a sua mente se volta para Harry Potter. Por mais que ela não queira isso, o homem continua a aparecer em sua mente sem ser convidado

Sim, Gina entendeu a confusão mental que tomou conta do seu amado, mas tudo tem limite e pra ruiva este limite foi atingido quando Harry nem se dignou a dar sequer um telefonema. Não que ela quisesse uma explicação, mas pelo menos notícias, ela pensa consigo mesmo enquanto balança a cabeça para afastar o pensamento

A aparição de Severo Snape exibindo um semblante preocupado em sua porta lhe diz que seus pensamentos em Harry irão ficar para depois...

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Na casa de Harry Potter

Ele está preparando algo para comer, Harry já esta pensando seriamente em começar a mudar seus negócios. No início não totalmente, mas aos poucos. Ele ainda precisa ver como vai ficar as coisas quando finalmente der notícias

Neste momento, ele ouve o som do seu celular e reconhece a música característica, o toque da sua ruiva

Por um momento ele pensa em não atender, ele não sabe se está pronto para a tal conversa, mas Harry sabe que se não o fizer dificilmente conseguirá acertar as coisas depois

- Oi Gina - ele diz. Harry sabe que se pedir desculpas logo de cara, talvez as suas chances aumentem – estou feliz em ouvir a sua voz, desculpe ter sumido desse jeito, eu fiquei meio perdido...

- Harry! – o tom ríspido da voz dela o interrompe – definitivamente não foi para ouvir desculpas que eu liguei!

E o que ela lhe diz a seguir lhe tira o chão...

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No hospital

Pânico, pânico absoluto é o que define Harry Potter neste momento. Ele não sabe nem dizer como conseguiu dirigir do aeroporto até lá. Ele sabe que se pedisse Hagrid iria buscá-lo, mas neste momento ele sabia que o motorista queria ficar junto do seu patrão e amigo

Harry não sabe direito o que aconteceu. Depois que Gina lhe interrompeu e começou a falar, ele perdeu a noção de tudo quando ouviu a palavra hospital. Ele só conseguiu balbuciar que estava a caminho e desligou sem ouvir mais nada

Neste momento as palavras de Sirius não saem da sua cabeça. Idiota! Ele se recrimina mentalmente mais uma vez. O que você esperava? Que Dumbledore ficasse bem depois de tudo o que aconteceu? Que o fato de você não dar notícias não fosse afetar a saúde dele? Você é um imbecil Harry Potter, o que adianta você ser um gênio da administração se você não consegue ter sequer uma relação humana decente?

Ele estaciona e respira fundo. Harry precisa de um momento, é como se todos os seus fantasmas estivessem de volta. Deus permita que tudo termine bem. Ele reza mentalmente enquanto se dirige à entrada do hospital...

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Enquanto isso

Gina já perdeu as contas de quantas vezes se levantou e sentou naquela sala de espera. Diabo de velho teimoso! Ela fala para si mesma. O que ele tem na cabeça? Ela dá um olhar solidário para Minerva e tem certeza que a governanta tem o mesmo pensamento, ao passo que Hagrid funga uma vez ou outra. Gina sabe que o motorista está se sentindo culpado. Como se alguém pudesse deter Dumbledore. Ela pensa

Ela olha para o relógio pela centésima vez enquanto maldiz o fato do doutor Lupin não aparecer para dar notícias. Embora não seja a sua especialidade Remo fez questão de acompanhar seu paciente devido ao seu coração frágil

Ah Alvo, você vai acabar fazendo todos nós enfartarmos se não tomar jeito. Ela pensa. No entanto seus pensamentos são congelados no exato momento em que ela vê Harry Potter chegar à sala de espera...

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Um pouco antes

Harry respira fundo enquanto entra no hospital. Ele tenta ignorar o bolo crescente em seu estômago e caminha se lembrando do medo que sentiu da última vez que esteve naquele local

Ele chega à sala de espera tentando não encarar ninguém, mas Harry pode sentir o olhar de todos sobre ele. É como se a pergunta muda estivesse no ar. Por que você partiu? Por você retornou agora? Apenas para se despedir, aplacar a sua consciência e nos deixar novamente?

Ele engole o bolo em sua garganta e se dirige a Minerva não a Gina. Harry não conseguiria ver o olhar recriminatório nos olhos da sua ruiva neste momento

- Como ele está? – ele pergunta depois de cumprimentar a todos com um aceno de cabeça, o máximo que ele consegue no momento

- Não sabemos ainda – Minerva diz – o doutor Lupin está com ele, mas ainda não deram nenhuma notícia

- Foi minha culpa – Hagrid diz com os olhos vermelhos – eu não deveria ter permitido...

- Hagrid – Gina diz interrompendo o motorista, ela evita olhar para Harry Potter, a ruiva sabe que eles têm muito que conversar, mas agora não é hora e nem o momento – Hagrid – a ruiva repete – não foi sua culpa, você sabe disso. Dumbledore não é uma criança embora muitas vezes ele aja como uma, ele sabia o que estava fazendo. Foi uma loucura todos nós sabemos, mas todos nós sabemos que ele é meio louco de vez em quando. De um jeito bom, claro, mas definitivamente louco

- Espere aí – Harry diz, ele está totalmente perdido – o que aconteceu? Dumbledore não enfartou novamente? – ele olha para Gina – você disse...

- Não, Harry – Gina o interrompe – eu não disse quase nada, na verdade assim que você ouviu a palavra hospital você me interrompeu, disse que estava vindo e desligou

Harry fica em silêncio por um momento, talvez buscando algo que possa refutar o que a ruiva disse, mas se ele pensar bem foi exatamente o que aconteceu, ele mal deixou Gina falar. Depois que ela disse sobre o hospital, Harry não conectou mais nada, ele apenas disse que estava vindo e desligou. Na verdade ele não se recorda de nada referente a um enfarto. Então ele diz:

- Alguém, por favor, pode então me esclarecer o que está acontecendo aqui?

E o que ele ouve lhe tira do chão...

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Pouco depois

Harry já tomou todas as xícaras de café que era possível na lanchonete do hospital, um pouco para aguentar a espera, um pouco para digerir tudo o que aconteceu. Ele ainda não acredita que isso tenha sido possível. Quem Dumbledore pensa que é? Ele fala com seus botões. Como alguém na sua situação pode sequer imaginar em fazer algo assim?

Ele está tão absorto em seus pensamentos que não percebe que Gina está a seu lado, ele vê que a ruiva o encara com os olhos tristes enquanto diz:

- Desculpa por ter te assustado tanto, não foi a minha intenção. Eu apenas achei que você gostaria de saber...

- Não se desculpe – ele a interrompe – fui eu quem me desesperei e não deixei você explicar nada. Quando você falou em hospital, eu simplesmente pensei o pior – ele se cala por um momento e a encara – você poderia por favor me explicar o que Dumbledore tem na cabeça?

Apesar da situação Gina se permite sorrir – eu também não sei. Às vezes ele é pior do que o Cody quando estava aprendendo a andar, eu juro que uma vez eu me descuidei por dois minutos e quando eu voltei ele tinha conseguido entalar uma panela na cabeça. Foi o maior sufoco da minha vida, mas se Dumbledore continuar nesse ritmo, ele vai bater o Cody com certeza

- Como ele está? – Harry diz – o Cody...

- Impossível, mas bem – Gina olha para Harry – ele sente a sua falta. Desculpe... – ela diz meio sem jeito – eu não estou dizendo isso para te pressionar nem nada do tipo

- Eu não pensei nisso, Gina – ele a encara – eu sinto falta dele também – Harry para por um momento – e sua, ruiva... Deus, eu sinto a sua falta...

Gina o encara em silêncio, ela também sente horrivelmente a falta dele, mas está magoada demais expressar isso no momento e mesmo que não estivesse o doutor Lupin chega para dar notícias de Dumbledore...

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NOTA DA AUTORA

Mais um capítulo! Desculpem a demora, as explicações continuam as mesmas, só o que eu tenho a dizer é que aos poucos as coisas estão entrando nos eixos.

A fic está quase no final, acho que mais uns dois capítulos e eu finalizo, talvez apenas mais um, vai depender do andamento. Obrigado a todo mundo que ainda aparece por aqui.

Bjos e até o próximo

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