O pequeno Weasley

Depois do incidente, Harry tentou encontrar a ruiva. Não que ele quisesse pedir desculpas ou algo do tipo, digamos que o que ele queria realmente era ver como ela iria encará-lo depois daquele beijo.

Mas ele não a vê pelo resto do dia, parece que Gina Weasley evaporou das empresas Dumbledore. Os dias passam e Harry não a vê pelo resto da semana também. Ela mandou as fichas dos funcionários que Harry havia pedido através de um estagiário que avisou que a ruiva havia ido visitar as linhas de produção e faria isso durante toda a semana. Não é preciso ser muito inteligente pra perceber que ela está evitando encará-lo

Mas você vai ter que me enfrentar mais cedo ou mais tarde, Weasley. E eu quero ver se você vai continuar com sua arrogância... Harry pensa consigo mesmo enquanto sorri

Este encontro se daria mais cedo do que Harry imaginava ou que Gina pretendia!

Já passa a muito das seis. Harry, após um dia exaustivo, dirige-se ao estacionamento para pegar seu carro. Embora Hagrid tenha se colocado a sua disposição, Harry gosta de dirigir. Além disso, ele prefere que o motorista fique na mansão para alguma emergência com Dumbledore ou no caso de Minerva precisar do carro.

Ele está prestes a caminhar até seu carro, quando ouve alguém praguejar. Harry vira-se e vê uma figura ruiva ao lado de um carro que há dez anos já seria considerado extremamente velho

Harry esboça um sorriso e começa a caminhar em sua direção

Vamos carrinho, não faz isso comigo! (Gina fala para a velha máquina) Por favor... Nós já tivemos tantos momentos juntos, você não vai fazer isso agora (ela fala enquanto tenta ligar o carro mais uma vez)

Tudo bem! (Ela fala agora de forma ríspida) Quem manda aqui sou eu! Funciona carro maldito!

Acho que se você continuar tratando ele desta forma, o carro vai ficar ofendido – Harry fala de forma divertida.

Ah não! Gina reconhece a voz e geme internamente. Era só o que me faltava. De todas as pessoas que poderiam estar aqui, tinha que ser justamente este poço de arrogância

Chega pra lá (Harry fala enquanto se abaixa e começa a mexer no motor. Isso dura alguns minutos, então ele olha pra Gina) acho que você vai precisar arranjar outro meio de transporte por enquanto.

Gina suspira – Muito bem, senhor mecânico, me diga algo que eu já não tenha descoberto sozinha! Droga! (ela fala desanimada) Ele tinha que me deixar na mão justo hoje! Eu preciso ir logo pra casa...

Não seja por isso, meu carro está ali – Harry olha pra ela e fala. É um impulso ele sabe, mas Harry também sabe que é uma ótima oportunidade de descobrir algo sobre Gina Weasley

O que? – Gina fala sem acreditar

Você tem outra idéia? – Harry fala divertido e vangloriando-se internamente pela oportunidade que ele não pretende desperdiçar

De onde você vem, tem uma coisa chamada táxi? – a ruiva retruca de forma ácida. É claro que ela não iria aceitar um oferecimento assim vindo de Harry Potter

Ora, vamos (Harry insiste, usando sua melhor cara de bom moço) já escureceu e vai demorar para um táxi chegar até aqui. Eu estou oferecendo uma carona e uma oferta de paz, afinal querendo ou não a gente vai ter que conviver por um bom tempo...

Gina olha para ele sem saber o que dizer, a última coisa que ela queria era dever um favor ao homem que está na sua frente, mas o adiantado da hora faz com que ela diga – tudo bem... Eu aceito a carona.

E a oferta de paz? – Harry fala sorrindo

Vamos ver... – Gina diz enquanto ambos se dirigem ao carro de Harry

Onde você mora? – Harry pergunta depois que a ruiva se acomoda

Vá pela estrada principal por oito quarteirões, depois vire à direita. Não é tão longe assim (a ruiva fala) dá até pra ir a pé

Nem pensar! (Harry interrompe) Mesmo que eu tivesse louco pra deixar, Alvo me mataria e Minerva terminaria o serviço se ainda sobrasse algo (ele olha pra ela) por falar nisso, Alvo está sentindo a sua falta. Ele disse que você costuma jantar lá pelo menos duas vezes por semana

Eu fiquei meio enrolada estes dias... – Gina fala sem encará-lo. Ela não quer que Harry perceba que estava o evitando

É ali (ela fala mudando de assunto sem que Harry perceba) a segunda casa à direita

Harry vislumbra o sobrado simples. Ele olha ao redor e vê que aquele aparenta ser um bairro calmo, onde residem apenas famílias. Diferente do local que uma golpista escolheria para morar. Ele não pode deixar de pensar.

Ele para em frente à casa, Gina está prestes a agradecer pela carona quando eles ouvem um grito vindo de dentro

Ah não... (Gina geme) de novo não... (ela fala e sai do carro apressada)

Como assim, de novo não? Harry pensa. Deve estar acontecendo algo lá dentro, talvez um assalto ou um acidente... Essa louca vai entrar assim?

Quando ele vê que a ruiva já está no portão, sai apressadamente do carro tentando alcançá-la.

Senhorita Weasley, não faça isso (Harry fala tentando impedi-la) você não sabe o que aconteceu lá dentro. Pode ser algo perigoso

Ah, mas eu sei exatamente o que aconteceu lá dentro! – Gina abre a porta decidida,

Harry fica alguns segundos sem saber o que fazer e acaba entrando atrás

CODY ARTHUR WEASLEY! (a ruiva grita) Eu não acredito que você fez de novo!

Harry olha atônito e vê um garotinho ruivo de uns quatro ou cinco anos de idade que segura algo nas mãos. Ao fundo, em cima de uma cadeira, uma senhora aparentando estar apavorada

Desculpa mãe, ele escapou – o garotinho fala com ar de quem sabe que está muito, muito encrencado.

Mãe? Harry pensa enquanto olha repetidas vezes para Gina e para o menino. Ela tem um filho? Ela é casada e eu a beijei... Ele fala para si mesmo, escandalizado. Por isso ela ficou tão revoltada... Por isso ela vem me evitando... Droga! Eu nunca poderia imaginar...

Alheia a tudo, a ruiva ajuda a mulher descer – desculpe mais uma vez, senhora Xavier (ela fala enquanto a mulher desce)

Eu... Eu odeio esse bicho – a senhora Xavier fala ainda tremendo

Gina pega um copo com água e oferece à senhora – não vai acontecer de novo (ela olha para o filho) o Cody vai providenciar para que ele não fuja de novo, não é? (Ela fala duramente para o garotinho)

Vou sim (o menino fala e olha para a senhora) desculpe, senhora Xavier

A mulher termina de tomar a água e balbucia – Eu... Eu preciso ir pra casa

Vou acompanhá-la (Gina fala e olha para o pequeno ruivo) E você comporte-se! (Ela olha para Harry) obrigada pela carona e desculpe a confusão

Se você quiser, eu espero você voltar – Harry fala olhando para o menino

Imagine, é só atravessar a rua (ela olha para o filho) este mocinho sabe se comportar por alguns minutos, ele já arranjou muita confusão hoje

Mesmo assim – Harry fala

Tudo bem, eu prometo que não demoro – Gina fala enquanto acompanha a senhora até a porta

Harry fica sozinho com a criança, o garotinho olha pra ele com curiosidade – você trabalha com a minha mãe? (ele pergunta)

Trabalho (Harry fala meio sem jeito, ele não tem muita experiência com crianças) acho que nós não fomos apresentados, eu sou Harry Potter.

Harry Potter! – O menino fala como quem acaba de conhecer seu astro favorito

Você já ouviu falar de mim? – Harry pergunta meio ressabiado. Se a senhorita Weasley falou algo, não deve ter sido coisa boa. Ele pensa

Ora, claro que sim! (Cody fala radiante) o vovô Dumbie sempre fala de você! Ele dizia que você jogava basquete como ninguém, ele contou que vocês fizeram uma casa na árvore

Harry não pode deixar de sorrir diante da espontaneidade da criança. Neste momento, um pequeno camundongo branco escapa das mãos do menino e corre pra baixo do sofá.

Ah não... (Cody fala desanimado) Hoje minha mãe me mata. Eu não acredito que ele escapou de novo... (o menino fala enquanto se enfia em baixo do sofá e pega o bichinho, triunfante) vem cá Rodolpho, você é muito teimoso. Deste jeito a mamãe vai acabar me fazendo me livrar de você.

Rodolpho? – Harry fala entre espantado e divertido

É (Cody fala) é o nome de um garoto lá da escola... Um garoto que eu não gosto e que parece com um rato

Harry esboça um sorriso ao ver a lógica do garotinho. O menino olha pra ele meio desanimado. – Minha mãe vai me matar... Ela jurou que ia me fazer sumir com ele se ele escapasse outra vez. A senhora Xavier fica apavorada toda vez que isso acontece. Não sei como alguém pode ter medo de um bichinho deste tamanho!

Você pode pedir para o seu pai reforçar a gaiola, (Harry sugere) ele pode colocar outra tranca.

O menino olha pra ele mais desanimado ainda – meu pai não mora com a gente (ele olha pra baixo) eu nunca sei quando ele vai vir

Harry olha meio sem jeito para o pequeno ruivo. O garotinho parece tão perdido que Harry se arrepende por ter tocado no assunto. – Vamos fazer o seguinte... (ele fala para o menino) me deixa dar uma olhadinha na gaiola

O menino pega uma gaiola de tamanho médio e Harry logo vê que as travas estão bem frouxas - Você sabe onde a sua mãe guarda o alicate?

Eu estou economizando pra comprar outra (Cody fala enquanto pega a ferramento), mas ainda demora algum tempo até eu ter dinheiro. Foi o trato que eu fiz com a minha mãe, ela disse que se eu quisesse ter um bichinho eu teria que arcar com todos os cuidados.

Harry ainda tenta argumentar – Mas você não pode pedir pra ela?

Eu bem que falei que você ainda era muito novo pra cuidar de um bichinho (Cody coloca as mãos na cintura e faz uma imitação quase perfeita que arranca um sorriso de Harry) é isso que a minha mãe vai falar se eu pedir dinheiro pra ela (ele olha pra baixo) e se eu pedir para o Dumbie ela me arranca o fígado. Ele já te dá coisas demais (ele imita a mãe de novo)

O moreno tenta apertar um pouco as travas - Isso deve segurar por um tempo, mas não muito. Não sou um especialista nisso...

Neste momento Gina chega. Ela não dá nenhuma bronca no filho, mas seu olhar diz que esta vai ser uma conversa pra mais tarde

Mãe, eu estou com fome – Cody fala tentando desviar o assunto

Gina suspira, a despeito do dia atarefado, a ruiva ainda precisa preparar algo para ela e o filho comerem – eu vou fazer alguma coisa pra gente, meu bem. Espera só um pouquinho

Vai demorar? (O menino fala de modo suplicante) Eu estou com muuuuita fome

Ela olha para Harry – obrigada por tudo (suspira) não vou te prender mais por aqui, até porque tenho que alimentar uma boca faminta (ela olha para o filho)

Harry olha para a ruiva. Dá pra ver no seu semblante que Gina está exausta. Não deve ser fácil... Ele fala com seus botões. Trabalhar na empresa e ainda ter que dar atenção a uma criança. Uma criança que ela cria sozinha. Ele pensa ao se lembrar das palavras do pequeno ruivo

Vamos fazer o seguinte (ele fala num impulso) eu levo vocês pra jantar

Não Potter, imagine... (a ruiva fala meio sem jeito) você já me deu carona

Ah não mãe, o carro de novo! – Cody fala desanimado

É filho, mas amanhã eu chamo o mecânico e ele dá um jeito nisso (Gina olha para o filho) eu faço alguma coisa rapidinho (ela olha para Harry) não precisa se incomodar

Imagine, não é incômodo nenhum (Harry fala) eu também estou com fome. Não que Minerva não tenha deixado alguma coisa pra mim, mas fiquei morrendo de vontade de comer uma pizza

Oba! (Cody grita com os olhinhos brilhando e Gina suspira derrotada. Seu filho é louco por pizza) Por favor, mãe. Podemos...

Tudo bem... (ela concorda ao ver a animação do filho) não dá pra lutar contra dois ao mesmo tempo. Vá trocar de roupa, Cody

O menino olha para a mãe e para as próprias roupas – o que há de errado com essas?

Cody... – Gina fala e lança um olhar que não admite réplicas

Ta bom... – o menino suspira resignado e sobe as escadas de dois em dois degraus

Harry e Gina, agora sozinhos na sala, evitam se olhar ambos meio constrangidos. Ela por ter o moreno dentro de sua casa e ele por começar a ver que a senhorita Weasley está longe de ser tudo o que ele imaginava no início

Harry finalmente quebra o silêncio incômodo – gostei do seu filho... É um garoto esperto

O semblante da ruiva se abre num sorriso. Ela não quer admitir, mas neste momento Harry Potter ganhou muitos pontos com ela

NOTA DA AUTORA

Finalmente o capítulo! Espero que gostem, desde já peço mil desculpas se tiver algum erro de ortografia, concordância, etc e tal. É que eu vou viajar no dia 25 de dezembro e não queria deixar vocês sem capítulo então se eu deixei passar alguma coisa, por favor relevem

Antes que me esqueça, a cena do rato e do carro eu adaptei de um livro que eu li há muito tempo atrás, não vou colocar os créditos porque não tenho a mínima idéia do nome do livro e nem do autor (eu li no século passado, acreditem). Se alguém percebeu alguma semelhança, já foi avisado. Não quero levar a fama pela idéia de outra pessoa

Vou ficando por aqui, desejo a todos vocês um feliz natal e um ano novo cheio de realizações. Que 2011 venha repleto de coisas boas para todos nós

Bjos mil, e façam uma autora feliz deixando uma palavrinha

 

 

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