Brigas e algo mais

No outro dia

Embora tenha demorado para dormir, Harry foi cedo para o escritório. Ele tem muita coisa a analisar e quanto antes começar, melhor. A despeito de saber que será muito mais difícil salvar as empresas sem demissões; ele de alguma forma se sente aliviado, Harry também não gostaria de privar várias famílias de seu sustento. Mesmo sendo considerado um gênio das finanças, prático e sem coração por muitos, ele nunca se sentiu bem em tomar atitudes extremas. Infelizmente não são todos os donos de empresas que pensam como Alvo Dumbledore, a maioria deles quer apenas salvar seu patrimônio custe o que custar, e cabe a Harry Potter fazer o trabalho sujo

Ele passa a manhã inteira lendo os relatórios de lucros e prejuízos da fábrica. Harry percebe que se não fosse a injeção de capital de Snape, as Indústrias Dumbledore já teriam ido a falência há vários anos, ele percebe também que as coisas começaram a ir mal um pouco depois da morte de seus pais. Qualquer outra pessoa menos experiente não perceberia os sinais. Mas Harry não é um gênio das finanças a toa, não foi difícil pra ele perceber que Alvo estava indo por um caminho que afundaria as empresas mais cedo ou mais tarde

Harry não pode deixar de pensar que isso talvez seja reflexo da morte de seus pais. Ele se lembra o quanto Alvo e seu pai eram ligados, o quanto ele sofreu com a tragédia que abalou a família

O moreno sacode o cabelo e tenta não pensar nisso. É hora de trabalhar

Ele está abrindo os arquivos do computador quando ouve alguém bater na porta

Entre – Harry fala curioso. Embora ele saiba que a sua presença na empresa deve estar causando um certo burburinho, Harry achou que demoraria um pouco mais antes que alguém tivesse coragem de checar com os próprios olhos

Desculpe incomodar, senhor Potter (uma morena muito bonita, apesar dos cabelos cheios, entra) eu sou Hermione Granger e cuido dos assuntos jurídicos da empresa. Vim aqui me colocar a sua disposição

Muito prazer, senhorita Granger (Harry fala e sorri), por favor, sente-se (ele fala e puxa uma cadeira para que a mulher se acomode)

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Lá fora, Gina Weasley anda de um lado para outro xingando mentalmente a sua amiga. Advogada da empresa, pois sim! Ela entrou lá única e exclusivamente para checar se o senhor Potter é realmente tudo aquilo que as outras funcionárias andam falando... Garota assanhada! Gina pensa, mas não consegue deixar de sorrir. Hermione Granger é a sua melhor amiga, muito antes que Gina começasse a trabalhar nas empresas Dumbledore. No entanto, a despeito da amizade, Gina sabe que Hermione nunca entendeu bem a animosidade gratuita que Gina Weasley tinha contra Harry Potter

Meia hora depois, Hermione sai da sala com um sorriso luminoso nos lábios – eu volto amanhã, Harry. Qualquer coisa pode me ligar.

Harry! Gina pensa exacerbada. Harry! Em meia hora, ela já é toda sorrisos e chama ele de Harry?

A ruiva mal espera Harry fechar a porta e arrasta Hermione até sua sala – Muito bem, conte tudo! (Gina fala asperamente)

Gina... Gina... Gina (Hermione fala sorrindo) você me falou que ele era arrogante, prepotente, sem coração, mas esqueceu de falar que é um pedaço de mau caminho!

Credo Hermione, que termo mais adolescente! (Gina fala contendo o riso. Ela olha para a amiga e fala usando um tom sério) Quem diria que a advogada tão séria teria uma paixonite instantânea pelo chefe!

Claro que não, Gina! (Hermione sorri) Mas isso não significa que eu não posso olhar... E como vale a pena olhar! Você não pode negar que ele é um homem lindo

Não sei não... (Gina fala com desdém) eu pessoalmente não gosto muito de homens de óculos... E aquele cabelo que parece que não é penteado há anos?

Ora Gina! (Hermione continua sorrindo) Isso dá um certo charme! Agora falando sério, independente de ser lindo de morrer, Harry Potter é muito simpático e gentil. Nós conversamos como se já nos conhecessémos a muito tempo

Eu não consigo achar um homem que abandona um velho, simpático e gentil – Gina argumenta

Toda história tem dois lados (Hermione fala racionalmente) por que não lhe dá o benefício da dúvida? Todos têm direito a defesa. Ele tem o direito de contar a sua versão

A ruiva olha para a amiga e não responde. Seu lado racional diz que Hermion tem razão, que Harry deveria ter o direito de se explicar. Mas quando Gina pensa no olhar triste de Alvo Dumbledore, nos aniversários e natais que ele esperou em vão por notícias de Harry Potter, ela não consegue deixar de sentir a raiva e o rancor invadir seu coração. Ninguém merece ser tratado assim...Ela pensa, e de abandono ela entende muito bem

Uma batida na porta interrompe seus pensamentos. Anete, uma estagiária que deve ter cerca de dezenove anos, a chama e diz – o senhor Potter está lhe chamando (ela para por um momento como se estivesse em dúvida sobre o que falar), ele parece meio zangado...

Gina suspira e se dirige à sala que outrora fora de Alvo Dumbledore. Ela encontra Harry Potter lendo alguns relatórios e não pode deixar de pensar que Hermione realmente tem razão, a despeito de tudo Harry é um homem muito atraente

Bem senhorita, Weasley (ele fala sério olhando pra ela) eu creio que lhe pedi um levantamento de todos os funcionários da empresa.

Sim, senhor Potter... (Gina assente com a cabeça) O senhor pediu (ela fala lembrando-se que nos primeiros minutos da manhã havia um recado que dizia que Harry Potter estava solicitando a ficha completa de todos os funcionários da empresa, do vice-presidente ao faxineiro, com urgência)

Então por que ele não está na minha mesa ainda? – Harry fala de forma autoritária

Talvez porque o senhor não tenha falado que queria isso para os próximos cinco minutos! – Gina fala exasperada sem acreditar que está sendo repreendida por ele

Eu pensei que a senhorita, sendo tão competente, iria providenciar o mais rápido possível – Harry fala de modo irônico.

Gina se segura para não dar uma resposta à altura enquanto sente seu sangue subir. Quem ele pensa que é?

Pois bem, senhor Potter. Devo dizer que está sendo providenciado, mas o senhor já deve ter conhecimento que nem todos os funcionários trabalham neste prédio. Os formulários foram entregues e serão recolhidos amanhã (ela respira fundo e fala) agora, se o senhor fizer questão eu posso parar as linhas de produção para que eles façam isso imediatamente. Está tudo muito bem, nada que algumas horas paradas vá prejudicar (ela fala de modo irônico e magoado)

Harry respira fundo. Ele tem consciência que a sua atitude foi infantil e anti-profissional, mas esta ruiva lhe tira do sério. Além disso, ele precisa saber quais são as verdadeiras intenções dela e de vez em quando, nada melhor do que provocar uma pessoa para que ela mostre quem realmente é. No entanto o olhar que a ruiva lhe dá mostra que ela não caiu na sua armadilha.

Escute (ele decide mudar de tática e fala olhando para a ruiva) eu não sei por que, mas já percebi que não começamos bem.

Você nem imagina por quê? – Gina olha para ele desafiadoramente

Por favor, deixe que eu continue (Harry fala se esforçando para não se exaltar) eu não estou pedindo que você goste de mim até porque acho que isso seja impossível, mas querendo ou não, temos que trabalhar juntos! Sabe-se lá porque Dumbledore confia em você e eu creio que você quer fazer de tudo para ajudá-lo (ele olha para Gina e vê que ela quer argumentar) não fale nada agora, eu quero terminar. Como eu falei, eu acho que você quer fazer tudo para ajudá-lo e infelizmente isso significa trabalharmos juntos, não importando se você gosta de mim ou não. A senhorita acha que pode fazer isso por ele? Ou será que toda essa sua preocupação é apenas da boca pra fora? Há algum motivo para você se fazer de boazinha e prestativa, senhorita Weasley?

Harry não consegue concluir a frase, o som de uma bofetada estalando interrompe seus pensamentos. Ele leva a mão à face que começa a arder instantaneamente ao mesmo tempo em que olha para Gina. Dá pra ver que ela está realmente furiosa.

Harry olha para ela sem saber o que dizer, a raiva tomando conta de todo o seu ser. A sua vontade é retribuir na mesma moeda, mas Harry Potter nunca seria capaz de agredir uma mulher, mesmo uma mulher que lhe tira do sério. Então, para que ele não a esbofeteie, ele faz a única coisa que é possível fazer no momento...

Simplesmente a beija!

Sim. Ele a beija como uma forma de castigo, como uma forma de aplacar sua raiva e sua frustração diante daquela ruiva petulante que o olha como se ele fosse uma das pragas do Egito.

Mas o que Harry não esperava era a reação dele mesmo ao capturar os lábios rubros. Canela... Ele pensa. Ela tem gosto de canela...Harry nunca poderia imaginar que gostasse tanto deste sabor...

Ele enrosca seus dedos pelos cabelos ruivos macios. Como algodão. Ele pensa. Não... Como seda... Fios de seda...

E o cheiro... Ah... O cheiro de Gina... Algo que Harry não pode precisar direito, um cheiro doce, inebriante... Ele poderia ficar assim por horas

E seria o que ele iria fazer se a ruiva não o empurrasse e olhasse pra ele com expressão furiosa

O que você está fazendo? Você ficou louco! – Ela fala enquanto seus olhos praticamente faíscam de raiva e estarrecimento e algo mais que ele não sabe ainda definir

Nunca mais faça isso!– ela fala enquanto passa a mão nos lábios. Harry pode notar que ela treme ligeiramente enquanto sai da sala

XXXXX

Gina chega a sua sala ainda trêmula de raiva. Como ele pôde se atrever! Ela pensa consigo mesma lutando para controlar as batidas de seu coração. Eu o odeio! Odeio com todas as minhas forças! Homem arrogante, sem coração! Uma pessoa que tem coragem de abandonar alguém como Dumbledore só merece o meu desprezo. Ela pensa enquanto se larga em sua cadeira e fecha os olhos tentando se acalmar.

Péssima idéia! A imagem e as sensações do beijo lhe vêm à mente no mesmo instante

Droga! A ruiva pensa. Ao contrário do que imaginava o beijo, após a repulsa inicial, lhe trouxe sensações que há muito tempo ela não sentia

Arrogante? Sim... Prepotente? Também... Mas como beija este desgraçado!

XXXXX

Em sua sala Harry tenta conter o sorriso que se forma em seus lábios toda vez que se recorda do beijo da ruiva. Metida... Ele pensa. Mas como beija... Sim, porque apesar de tudo ela correspondeu a seu beijo... Ah, como correspondeu!

Ela deve estar me odiando. Ele conclui. Mas querendo ou não temos que trabalhar juntos. Só quero ver como ela vai me encarar daqui pra frente...

NOTA DA AUTORA

Finalmente o capitulo. Desculpem a demora, mas como já havia avisado eu viajei e isso acabou atrapalhando um pouco as minhas postagens.

Espero que tenham gostado, vou fazer o possível pra não enrolar muito com o próximo, o problema é que final de ano é meio complicado no meu trabalho, então se demorar um pouquinho já sabem o motivo

Bjos a todos. Vou ficar esperando os comentários que podem ter certeza fazem uma autora muito feliz

 

 

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