Capítulo VII
O buquê da noiva e suas propriedades inexplicáveis
Capítulo 7 – Yammie!
- SIRIUS BLACK! O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! – eu não pude controlar o grito, me igualando a uma menina de sete anos pirracenta.
Mas aquilo era, simplesmente, demais. De todas essa era a pior que Emmeline tinha bolado.
E não adianta dizer que não que eu tenho certeza mais que absoluta que isto tem dedo dela.
Um dedo bem grande e gordo, dela.
Por que eu não obedeço aos meus instintos de ‘minta para suas amigas’? Porque, repito, porque eu tenho sempre que ser legal e contar a verdade?
E o papo de ‘mononucleose’ funciona tão bem...
- Vim te dar os parabéns – ele piscou para mim, sorrindo e saindo completamente de dentro do bolo. – Hm, glacê. – agora ele simplesmente usava o dedo para experimentar a cobertura.
Ah, MEU DEUS. Será isto que estou tendo agora uma hiperventilação?
- Você não é a melhor coisa que eu ganhei, juro – eu disse, revirando os olhos e me movendo quase involuntariamente para o outro lado da sala.
Ok, sabemos que é mentira.
Sabemos que eu me movi para o outro lado da sala com o maior esforço suportável para sair deste campo de gravidade que me atrai sempre ao Sirius.
- Lene, precisamos conversar. – ele diz. Há, como se fosse fácil conversar com um Sirius semi-nu na casa vazia da Lily.
Ah, droga. Deveria tirar estes pensamentos da cabeça.
Me sentei no banco mais próximo – e se meus próprios pés me traíssem e me jogassem no chão? Não sinto força neles desde o momento em que eu vi esta criatura pulando do bolo – e tentei fazer o máximo para que meu cabelo tampasse o meu rosto, já rubro.
- O que Sirius Black iria, por um acaso, querer comigo? – minha voz soou um pouco trêmula, não passando a segurança que eu gostaria que demonstrasse.
Não pude reparar o olhar de incredulidade – que provavelmente jazia em seu rosto – porque não estava olhando para ele, de qualquer forma.
- Lene, pare com isto, olhe para mim – ele praticamente forçara o meu queixo para cima, a fim de que meus olhos encontrassem com os seus.
Seus olhos azuis funcionavam como um mar de ressaca, para mim. Arrastando tudo para ele, atenção, sanidade e qualquer coisa que atrevesse a encará-los por muito tempo.
Suspirei, talvez esta corrida toda contra Sirius já estivesse me cansando... E muito.
- Você tem dois minutos – soltei o que pareceu um resmungo. E ele sorriu. E aquele sorriso radiante perto do meu rosto não fazia bem algum a meu alto controle, de forma que não pude deixar de sorrir. – E contando.
- Pois eu tenho certeza que você vai querer adiar este tempo – olhos azuis que insistiam em me hipnotizar. O tempo parecia não passar quando eu estava com ele... Ou será que passava rápido demais? Simplesmente não existia o tempo, para mim.
- E o que faz você pens... – não terminei, pois os lábios de Sirius grudaram nos meus de tal forma a me fazer esquecer o que sequer eu queria falar.
Deu um beijo longo e demorado, com os lábios colados nos meus, como em um filme antigo e bobo ou como em quando os personagens dos filmes querem deixar algum gosto de ‘quero mais’ dando só um beijo curto, sorrindo e indo embora.
Mas, bem, Sirius não foi embora.
Depois de me puxar pela cintura para mais perto de si, fui obrigada a enlaçar o seu pescoço com as mãos e a velocidade e a necessidade dele iam aumentando, seus beijos se tornavam mais rápidos, seu toque mais firme, seu corpo mais quente e...
- NÃO ACHARAM QUE IAM COMEMORAR O ANIV... – a voz conseguiu ultrapassar o som da porta se chocando contra a parede, o que me fez pular de susto, aproximadamente para dois metros de distância de Sirius.
Daí me dei conta de algumas coisas:
1. Eu estava sozinha com um Sirius Black semi-nu e um bolo maior do que eu.
2. Tinha uma cambada de marmanjo (leia-se: James, Remus, Peter e Edgar) entrando festejando e gritando no estabelecimento.
3. Se o Remus não parasse de tossir, talvez fosse morrer por asfixia.
De repente, estávamos todos em cima do Remus, tentando bater nele o suficiente para que sobrevivesse, ele ficou vermelho e seus olhos lacrimejaram. Quando estava com uma respiração um tanto normal, virei para trás e dei de cara com um Sirius... vestido.
É decepcionante saber que a primeira coisa que eu notei foi o Sirius vestido, mas infelizmente foi isto mesmo o que aconteceu. De onde haviam surgido aquelas roupas, afinal?
Minha careta passou despercebida, claro. Os meninos estavam mais preocupados em gritar igual a loucos se esmagando no sofá enquanto Sirius se jogou na poltrona, me encarando sem nenhum acanhamento; pensei na minha próxima jogada.
- Gent......
- E AÍ? – Lílian pulou dentro da casa dela, me dando um susto daqueles (que quase me fez cair no chão, de novo) e olhou totalmente desconcertada para o sofá – O QUE DIABOS VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? NÃ...
- LILY! Modos! Nós estávamos aqui o tempo inteiro, dar. – Emmeline disse, simulando uma risada. Só eu percebi, sua descrição.
Pelo menos isto ela fazia.
Encarei Emmeline com o olhar mais ‘fuzilante’ que eu consegui fazer e ela só revirou os olhos. As outras meninas – Héstia e Dorcas – colocaram o rosto para dentro da casa, para ver o que estava acontecendo e também não esconderam a decepção.
Vou matar todas quando estiverem dormindo.
Emmeline e Lílian acabaram por entrar numa discussão com Remus e James sobre o porquê deles não terem sido convidados para a ‘festinha’ e, como notei que logo o assunto chegaria em ‘porque-Sirius-está-aqui’ eu logo tratei de pensar em esconder o bolo gigante, mas ele já não estava mais ali.
Apesar de Sirius ser um tanto insuportável, ele até era prestativo, não?
Sirius sorriu pra mim ao perceber que eu procurava o bolo e, apesar de eu odiar isto, eu murmurei:
- Obrigado.
Ele só piscou o olho para mim e depois foi entrar na discussão do porquê-não-foram-convidados como se ele não estivesse comigo.
- Não reparei que Sirius estava com a gente... – Edgar disse, no seu estado semi-bêbado, falando mais para si mesmo do que para outras pessoas.
- O que prova que a bebida te afetou mais do que a gente queria – resmungou Héstia, pulando no pescoço dele e tascando-lhe um beijo daqueles.
Fui para cozinha e me servi de um pouco de coca-cola (é bom, né?) enquanto voltava a sala para observar qual seria o rumo daquela confusão.
Não pude deixar de notar o olhar penetrante que Sirius direcionava a mim em alguns intervalos da discussão, e não fico feliz de admitir que cada vez que ele fazia isto meu rosto esquentava.
Ah, droga.
A verdade é que eu não podia deixar de pensar nele e em ele vir aqui e em todo o resto. Aquele beijo foi tão apaixonado que de repente eu me lembrava das várias vezes que Sirius estava me rodeando me beijando, me cantando e todo o mais.
Suspirei.
Preciso ir para casa, deitar no meu sofá, refrescar a minha memória e – quem sabe – me afogar na banheira... seria bem plausível.
Agora todo mundo estava realmente compenetrado na discussão, que rodava em torno de algo assim:
Remus: Mas nós também somos amigos dela e temos direito de vir nas festinhas.
Dorcas: Sinto te informar que esta é uma festa para garotas.
Edgar: Então vamos levar a Lene para uma festa de garotos também (cruza os braços).
Héstia: Uma idéia bem inteligente considerando que ele é uma garota.
Lílian: Mas você só disse que viria aqui às três da manhã!
(Todos olham).
Peguei minha bolsa, calcei meus sapatos e fui tentar sair pela porta dos fundos, deixando um papel de: Boa noite, obrigado pela festa! Perto do telefone (o objeto mais utilizado na casa depois de, ahn, James) e saí de mansinho pela porta dos fundos.
- Indo a algum lugar, Lene? – Sirius me pegou pelo braço quando eu já estava lá fora prestes a ligar para um taxi vir me buscar.
Afinal, não sou tão discreta como gostaria.
Ou como deveria.
- Para casa? – arqueei a sobrancelha como se isto fosse a resposta mais óbvia e correta possível. E era, na verdade. – Posso? – encarei a mão que me prendia.
- Não – ele abriu seu melhor sorriso maroto e me puxou mais para perto, com seus olhos azuis grudados nos meus.
Eu já devo ter dito umas quinhentas vezes que aqueles olhos são realmente perigosos.
- Sirius, me solta – percebi minha respiração falhar, uma vez que eu realmente apreciaria se ele me soltasse. Eu precisava ir para casa e pensar, pensar e pensar mais. Não é como se eu pudesse aceitar que estou apaixonada com Sirius logo de cara, porque ele consegue ser a criatura mais incrivelmente confusa que eu já conheci.
Mordi o lábio, talvez denunciando o meu nervosismo. Isto era uma droga, sabe. O jeito como ele sabia exatamente o que fazer para derrubar todas as minhas barreiras que eu construí com tanto custo.
- Por que você é incapaz de me dar uma chance? – ele me encarou, agora sério.
- Porque eu já te dei uma chance, Sirius – rebati, e observei sua careta. – Ou você não se lembra dela? Talvez você ache o meu nome logo acima de ‘Anne Sturgess’, porque foi no mesmo dia. Vai lá checar na sua listinha.
Ele pareceu ficar um tanto triste com esta afirmação, e começou a afrouxar seu aperto.
- Desculpe. – lhe disse, apesar da certeza que aquilo era culpa dele e somente dele não pude deixar de perceber que fora um golpe baixo e cruel mencionar isto.
Não que isto não tenha sido baixo e cruel para mim, na época, porque foi. O problema é que isto não me incomoda mais, agora, para ele...
Num piscar de olhos eu percebi.
Talvez ele realmente gostasse de mim, no final das contas. Não é como você ficasse pentelhando a mesma pessoa por tanto tempo sem gostar dela.
Mas... só talvez.
Ele sorriu pra mim mais uma vez: - Quer carona?
E com isto fugimos do assunto que eu tanto queria – agora – encarar. Meu pensamento me trouxera uma necessidade de sanar minhas dúvidas que estava começando a ficar insuportável.
Mas era como mamãe sempre me dizia, quando eu encarava uma situação difícil:
‘Você é uma mulher ou uma couve?’
E sinto te informar, mamãe, que eu continuo a ser uma couve. Uma couve bem grande e gorda.
No carro estava um silêncio horrível.
Ele parecia bem concentrado no volante e, para algum qualquer, ele mostraria uma tranqüilidade totalmente irrevogável.
Mas para mim, que fui obrigada a conviver com aquela coisa por anos, ele estava um tanto abalado.
Apesar dele sempre repetir para si mesmo (e para todo mundo) que ‘Sirius Black não fica abalado’ eu sou obrigada a discordar.
Infelizmente, conheço ele e todos os seus perigos, fraquezas.
Oh, droga, olhe o que eu estou pensando.
Suspirei, o carro acabara de parar de frente para minha casa e Sirius só abriu um sorriso de lado e disse: - Entregue.
- Obrigado, Sirius. Você vai voltar para lá? – perguntei, tentando fazer o assunto render, com a esperança de perceber alguma coisa vinda dele. Qualquer coisa.
- Nunca – e riu. – eles vão ficar muito felizes quando descobrirem que eu raptei a aniversariante – ele girou as chaves – e eu realmente prezo pela minha vida – piscou.
Eu ia me arrepender tanto disto.
- Não vai me levar até a porta? Seu sem educação. – lutei muito para não morder o meu lábio, Deus sabe como eu lutei para não morder o meu lábio.
- Se você insiste – ele deu os ombros, indiferente. Desligou o carro e desceu, me dando o braço para me acompanhar até a porta.
Eu ri.
- Até que você é uma pessoa decente, Sirius Black – eu disse, sorrindo.
- Não sei se devo considerar isto um elogio – sorriu também, seus olhos grudados no meu.
- Considere – pisquei, logo começando a mexer na bolsa para procurar as minhas chaves. Achei rápido (primeira vez que eu consigo achar as chaves rápido no buraco negro que eu chamo de bolsa) e logo já estava girando-as na porta.
Ele me observou, tentando claramente decifrar o que diabos eu quis fazer quando pedi para ele me acompanhar e nem sequer dei um tchau. Eu podia notar a sua expressão confusa.
‘Você é uma mulher ou uma couve?’
Resposta: Couve.
- Tchau Sirius – me virei para despedir, mas logo já estava com o rosto preso entre suas mãos enquanto ele me beijava, o que me pegou totalmente desprevenia.
Não pude conter o sorriso que se formava em meus lábios, mesmo sem ter noção alguma do porquê estar sorrindo.
Desta vez eu não fiz nada que pudesse pará-lo e não me importei se eu iria ficar tomando sorvete o dia inteiro – ok, eu já passei dessa fase – no outro dia por causa dele.
Tirou uma das mãos do meu rosto e me puxou mais para perto pela cintura, enquanto eu dava um jeito segurá-lo pelas costas, praticamente pendurando nele.
Encostei a minha testa na sua separando de seu beijo por um momento, para falar:
- Sirius Black apaixonado? – e sorri. Não analisei sua expressão, meus olhos ainda estavam fechados, pois não queria abri-los. Hoje seria meu dia do ‘foda-se’. Eu iria olhar para trás e pensar ‘foda-se’ se isto viesse a ser algo ruim. Mas pelo menos eu não iria ficar remoendo como seria, qual seria sua reação.
Sua mão apertou minha cintura mais forte e me segurou contra ele de um jeito que pareceria impossível chegar mais perto, com os corpos colados.
- E quando foi que eu neguei esta idéia? – sua voz era baixa, sussurrada.
Mordi seu lábio inferior, eu já não respondia por nenhum dos meus atos. Ri internamente com a idéia de que a minha vizinha GVC (gorda, velha e chata) deveria estar ligando para o papa para nos exorcizar.
Fora como um estímulo para continuar o beijo, num ritmo totalmente ‘ideal’. Não rápido demais, não devagar demais. Algo apaixonado o suficiente para não querer perder nem um segundo.
Está vendo, mamãe? Não sou uma couve, afinal de contas.
N/A: E AÍ? Gostaram? Eu queria ser a Lene t-o-d-a h-o-r-a, diga-se de passagem. Vou chorar, a minha fic linda está acabando, mimimimimi. Anyways a parte, eu AMEI este capítulo e eu amo esta fic com todo o meu coração, já que ela é aquela que me ensinou a dar continuidade para alguma coisa – porque a criatura que vos fala tem um ENORME problema com finais. Espero que tenham gostado, vou ficar de Luto uma semana depois que ‘Buquê’ acabar. Não esqueçam de visitar as outras fics, elas também precisam de apoio[?].
Beijos,
Chel Prongs.
N/Vanessa: Marlene não é uma couve, ae o/ Onw, trás esse Sirius num bolo de aniversário pra mim no meu aniversário de 18 esse ano, Chel? Daí eu posso comemorar UASUHASUA Adorei o capítulo, tudo de bom gentem. Quero ver todo mundo comentando! Ah man, vou chorar por três dias seguidos quando essa fic linda pra mim acabar. Francamente!
Beijão, Vanessa.
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