Should I go back? I feel alone
5# - “Should I go back? I feel alone and tired”
…
‘Receio que tenha notícias ruins para você, meu jovem..’
James encarou-o, nervoso. No canto do olho, notou que a professora limpava um lágrima com o dedo, isso não melhorou sua situação, obviamente.
‘O-o que houve?’ ele perguntou, num sussurro quase que inaudível.
‘Seus pais foram mandados para o St. Mungus. Estão em estado grave.’
‘Por que!?’ James levantou-se da cadeira, com os olhso cheios de lágrimas. ‘O que aconteceu com eles?’ perguntou, soluçando.
‘Eles foram atacados por Comensais da Morte, que são seguidores do bruxo das Trevas que anda atacando a todos agora. Bem, ele resolveu acabar com todos os bruxos de famílias nobres e puras que não quisessem se juntar a ele.’ Explicou o prof. Dumbledore, mantendo sua voz o mais calma possível, para tentar acalmar o rapaz, que continuava a chorar.
‘Aquele miserável! Eu vou acab---!’
‘Potter, não se preocupe com Voldemort agora e sim com seus pais. Você vai para o hospital agora.’
O rapaz concordou, timidamente, endireitando os óculos.
‘Boa sorte, meu caro. Estarei aguardando notícias.’ Dumbledore sorriu e só isso já foi o bastante para dar esperança ao jovem que via toda sua vida passando na frente dos olhos enquanto era encaminhado para a chaminé pela professora. Ele iria pela Rede de Flu, que era mais rápida, já que não era permitido aparatar dentro do perímetro da escola.
…
No Salão Comunal da Grifinória, os Marotos, Skye, Lilly e Mabel estavam sentados em poltronas, preocupados com James, que for a chamado por McGonagall. Mas isso já fazia muito tempo, o que preocupava os jovens ainda mais.
‘Cara, sério. O que será que houve?’ disse Sirius, nervoso. Afinal, James era seu melhor amigo e, com a guerra e tudo mais, estava preocupado que algo tivesse acontecido com os pais dele, que o acolheram em sua casa quando Sirius resolveu sair da Mansão Black.
‘Não foi nada demais, vai ficar tudo bem…’ murmurou Remus, quase que como um mantra. Ele repetiu isso algumas vezes antes de receber olhares de reprovação e parar. Moony também gostava muito dos pais de James e dividia a mesma preocupação de Padfoot. Quando ele foi visitar o a Mansão Potter pela primeira vez, ele foi incrivelmente bem recebido pela sra. Potter, que era uma mulher chique, pomposa e educada, mas muito simples. Gostava que conversar e adorava trouxas. A primeira coisa que James disse ao apresentar o amigo a mãe foi: “Mãe, esse é o Remus Lupin, mas a gente chama ele de Moony porque ele é um lobisomem!” Ela foi tão boa com ele. Não se impotava com o fato dele ser lobisomem, desde que ele não se tranfosmasse no meio da sala. E o sr. Potter era um cara extraordinário. Incrivelmente inteligente e culto, ele adorava fazer piadas e se divertia com as histórias dos Marotos. Gostava muito de Quadribol e tinha muito orgulho do filho e de seus amigos, que acolhera como filhos em seu coração. Assim como a esposa.
De qualquer modo, aquela noite estava sendo muito tensa e preocupante para eles, principalmente porque James ainda estava fora e ninguém dava nenhuma irnformação.
…
No café da manhã do dia seguinte, Remus e Sirius nem queriam saber de comer. Eles foram direto para o fim do Salão Principal para interrogar McGonagall sobre o desaparecimento do amigo.
‘Professora, a senhora--?’
‘Senhores Lupin e Black, se estão aqui por causa do Potter, receio que fui instruída a não dar nenhuma informação.’ Disse ela, simplesmente. Sirius revoltou-se.
‘James é meu melhor amigo! Ele não dormiu na Torre ontem e eu exijo saber o quê diabos está acontecendo!’ gritou ele, chamando a atenção das pessoas ao redor.
‘Pelo amor de Merlin, Black, quer uma dentenção?’ disse a professora, começando a se irritar com a situação.
‘Não! Eu quero que a senhora me diga ONDE ESTÁ O JAMES!’
Prof. Dumbledore, que ainda não havia chegado ao Salão, neste momento deu um tapinha no ombro de Sirius.
‘Me acompanhem, jovens, e parem de importunar a pobre Minerva.. Um dia ela vai acabar surtando e acabando com todos vocês..’ dizia ele, enquanto encaminhava os jovens à sua sala.
‘Então..?’
‘Ah, sim. Bem…’ o professor pareceu ponderar sobre qual seria a melhor maneira de contar a eles. ‘Sinto ter que informar-lhes, mas os pais do sr. Potter foram atacados por Comensais da Morte, que são- -‘
‘Seguidores do Bruxo das Trevas? É, minha família falava deles..’ disse Sirius. Dumbledore acenou com a cabeça antes de continuar.
‘Exato. Portanto, eles estão internados em estado grave no St. Mungus. O sr. Potter foi levado para lá ontem à noite para ficar com os pais e, infelizmente, não houve melhora no quadro de nenhum dos dois.’
‘Mas eles ainda podem melhorar, né?’ perguntou Sirius, esperançoso.
Remus não falava nada, apenas encarava os sapatos, os cabelos cobrindo o rosto.
‘Não sabemos, sr. Black. Sinto muitíssimo, mas isso só o tempo nos dirá.’
Sirius deixou algumas lágrimas caírem. Ele não era de chorar, mas estava recebendo a notícia de que o mais próximo que tivera de pais amorosos estava por um fio no hospital e ele nem poderia visitá-los, nem nada.
‘Agora os senhores podem voltar para o café da manhã. É a refeição mais importante do dia.’
‘Não! Nós temos que ir para o hospital agora!’ gritou Sirius.
‘Professor, acho que seria bom para James ter companhia enquanto estivesse lá. Sabe, os pais são a única família que ele tem e ele não deveria ficar sozinho..’
‘Certo, mas não vou mandar os dois de uma vez. Sr. Black pode ir e voltar depois do almoço e assim sr. Lupin vai e volta depois do jantar. Espero que os senhores estajam cientes que perderão aulas. Os NEWT estão chegando.’
‘Desculpe, professor, mas o James é mais importante que um exames bestas..’ murmurou Sirius, sentindo-se meio envergonhado.
Assim, ele foi para o st. Mungus, enquando Remus passava o dia todo tentando não se preocupar com o estado dos Potter. Era incrivelmente difícil. Principalmente porque as meninas não paravam de perguntar sobre Sirius e sobre James.
‘Parem, por favor.. Eu já estou com dor de cabeça e as vozes finas de vocês, tagarelando nos meus ouvidos só faz piorar..’ disse ele, irritado, na hora do almoço. O rapaz dava graças a Merlin de poder visitar James depois e não ter que aturar mais isso até o fim do dia.
‘Desculpa, a gente não diz mais nada..’ sussurrou Skye, triste.
‘Olha, desculpa..’ disse ele, percebendo que ela ficara sentida com seu comentário. ‘Eu não quis ser grosso.. É só que esse lance do James está me estressando..’
Skye sorriu.
‘Tudo bem. Eu entendo..’
…
‘Tem certeza que você vai ficar legal?’ perguntou Sirius a James, enquanto se dirigia à Rede de Flu para voltar à escola.
James deu um sorriso mirradinho e acentiu. Ele passara a noite acordado, preocupado com os pais. Estava abalado tanto emocionalmente quanto fisicamente. Tinha olheiras debaixo dos olhos e seus cabelos estavam caídos. Segurava um copo de chá na mão, quase intocado. Não tinha estômago para nada.
‘Você precisa comer alguma coisa. Você precisa ser forte por eles, Prongs..’
James acentiu novamente. Não falava. Na verdade, não falara uma palavra com ninguém desde que chegara na noite anterior.
‘Olha, eu comprei esse sanduíche pra você no café. Come, tá? O Remus deve chegar daqui a pouco, então você não vai ter tempo de jogar fora.’
Dando um abraço no amigo, ele saiu.
James continuou sentado no banco do lado de fora da Unidade de Tratamento Intensivo. Não podia entrar, mas ele se sentia melhor só de estar perto deles.
Remus logo chegou. Abraçou James e sentou-se ao seu lado.
Depois de uns dez minutos, ouviram um ronco incrivelmente alto.
‘Acho que isso foi seu estômago..’ disse Lupin. Os dois deram risadas. James pegou o sanduíche para comer.
…
Dois dias depois, houve uma grande melhora no estado do casal Potter. James ficou muito feliz de poder conversar com eles e de poder relaxar o bastante para voltar para a escola. Ele os visitava dia sim, dia não. E passaria o Natal com eles, no hospital ou, se tivessem sorte, em sua mansão em Godric’s Hollow.
‘Que bom que eles melhoraram, Jay. Toma, eu costurei isso pra eles..’ disse Mabel, dando a James um saquinho com dois lindos cachocóis vermelho/dourados.
‘Vou dar pra eles, obrigado, Mabes.’ E ele ia ficando cada dia mais feliz. Assim como todos os alunos do sétimo ano, com a proximidade do baile.
Sirius, James e Remus tinham arrumado ternos muito bonitos. Black escolhera ir sem gravada porque teria um ar mais despojado e sexy, mas infelizmente Mabel apareceu com uma gravata de seda linda que combinava com o vestido dela, então os planos do maroto foram por água à baixo.
…
O dia tinha finalmente chegado! O primeiro e possivelmente último baile de inverno de Hogwarts. Era sábado de manhã e as conversas entre as meninas na mesa do café eram baiscamente sobre técnicas de maquiagem, de penteados e vestidos. Buquês, é claro, eram uma parte muito importante da roupa e elas esperavam que seus pares lembrassem de trazer belos buquês com lindas flores com enfeitiçadas para nunca morrerem.
‘Mal posso esperar! Soube que o prof. Dumbledore contratou uma banda incrível!’ disse uma garota da Lufa-lufa para sua amiga da Grifinória, portanto nossas heroínas não puderam deixar de ouvir.
‘Uma banda? Será que é famosa? Será que são os Beatles?’
‘Mabel, primeiro, os Beatles já terminaram, e segundo, como você espera que o Dumbledore conseguisse trazer os Beatles – banda trouxa – para Hogwarts – escola de bruxaria?’ disse Lilly, esfregando as têmporas. Ela estava muito nervosa. Seria seu primeiro “encontro” com James e a amiga não estava ajudando com as perguntas idiotas.
‘Tá, foi mal sra. Beatlemaníaca.’
‘Não irrite-a, Mabes, ela já tem bastante coisa na cabeça..’ sorriu Skye humildemente, encarando seus cereais.
‘E você aparentemente não tem nada, né? Tá aí, toda avoada..’ começou a amiga hippie.
‘.. ou seria “aluada”?’ continuou Lilly, juntando-se à brincadeira.
‘Ha, ha. Muito engraçado.. Eu já disse que Remus e eu vamos como amigos!’
‘Tá, Skye, você sabe disso, mas ele sabe? Porque eu podia jurar que o ouvi cantarolando “All You Need is Love” hoje de manhã.’ Disse Lilly. ‘Onde será que ele ouviu Beatles?’
‘Bem, eu ouvi dizer que o a família Potter tem centenas de discos trouxas. Aparentemente o sr. Potter adora blues e rock e coisas do gênero… Então deve ter sido na casa de James.’ Comentou Mabel.
‘De qualquer modo, o Remus estava muito felizinho para alguém que vai para o baile “só como amigos”, não acha?’
‘Ain, para com isso, tá? Eu não aguento mais isso!’ exclamou Skye, saindo sem terminar de comer. Voltou dois segundos depois, pegou uma maçã e retirou-se novamente, pisando duro.
Lilly e Mabel ficaram rindo na mesa, chamando a atenção dos colegas ao redor.
…
[N/A: esqueça, por favor, por um minuto que nós estamos nos anos 70. Elas ficaram tão bonitas, não briquem comigo.. ^^ obrigada!]
‘Anda! Eu preciso do banheiro!’gritavam as meninas. Todas espivitadas, correndo pelo dormitório só com as roupas de baixo, segurando vestidos e sapatos e testando penteados para o cabelo.
‘Estou pronta!’ afirmou Skye, sorridente, ao se olhar no espelho. Ela escolhera uma belo vestido azul marinho tomara-que-caia. Era justo até os quadris, onde se soltava elegantemente, dando uma aparência fluida. Prendera os cabelos louros em um coque frouxo, que dava ainda mais fluidez à sua aparência. Nada forte na maquiagem, claro, porque ela não gostava de chamar atenção. E nesta noite em especial, ela decidira usar lentes de contato. Pedira emprestado da mãe um conjunto de diamantes que ficaram lindos nela; um colar simples, de diamantes com ouro branco, brincos pequenos, mas incrivelmente brilhantes e um bracelete que fora de sua tetravó. Ela estava usando também luvas daquelas compridas e, com o bracelete por cima, Skye ficou com uma aparência da realeza.
‘Wooow..!’ disseram as outras meninas, olhando para ela.
‘É assim que você se veste para um encontro “só de amigos”?’ perguntou Mabel, rindo.
‘Imagina nos encontros de verdade..’ riu Lilly, terminando de botar o brinco. Também recebeu “woow” quando anunciou que estava pronta. Ela escolhera um vestido mais curto. Ele era verde-água e terminava na altura do joelho, onde havia um conjunto de ondas e pregas, muito charmoso. Debaixo do busto, para dar ênfase, o vestido tinha um cinto num prateado bem rico. Além do incrivel vestido, ela estava usando scarpins com a ponta redonda, estampados em verdes diferentes e com detalhes em prateado. Brincos e um colar bastante simples. Mas seu cabelo estava maravilhoso! As ondas ruivas caíam delicadas sobre os ombros e suas mechas foram presas atrás num meio-rabo-de-cavalo. Ela jamais ficara tão linda.
‘E você? Olha como você vai no seu encontro com o James Potter, Lilly..’ disse Skye, feliz por poder responder na mesma moeda.
‘Cala a boca.. oras..’ bufou Lilly. ‘A gente já vai descer, Mabel, você vem?’
‘Não! Podem ir! Vejo vocês lá!’ gritou a menina da port do banheiro.
Nesse ponto, só haviam as três no dormitório e as amigas resolveram ir para não chegarem atrasadas.
Lilly mal conversara com James desde que ele tinha voltado do hospital. Parecia meio pálido, mas ela esperava que ele não tivesse esquecido do baile. Ao chegar no Salão Comunal, percebeu que definitivamente não.
‘Wow.’ Disse ele, ao vê-la descendo as escadas. ‘Wow, Evans, você está.. Perfeita.’
Lilly sentiu o rosto arder e esperava não ficar vermelha assim a noite toda. Afinal, uma coisa era ter suas amigas elogiando sua roupa, outra coisa completamente diferente era um rapaz, James, falando que ela estava perfeita.
‘Ei, você também não está nada mal..’ claro, que isso era um disfarce, o que ela realmente queria dizer era “Meu Merlin, como você está gostoso!”, mas não podia.
James estava de terno novo, gravata de seda vermelha com abotoaduras douradas e sapatos impecáveis. Também estava de lentes de contado e seus cabelos estavam elegantemente desarrumados. Ele parecia um verdadeiro gentleman. Principalmente porque em sua mão direita ele segurava um buquê de lírios. O buquê mais lindo que Lilly jamais tinha visto. Todas as flores eram perfeitas.
‘É pra você, espero que goste.’ Sorriu James. Trinta e dois dos dentes mais lindos e brancos do planeta.
A ruiva quase chorou. Pegou o buquê e sentiu o aroma inebriante que a consquistou por completo.
‘Obrigada..’ ela murmurou, simplesmente.
O rapaz estendeu a mão – ela reparou que tinha um rolex no pulso – e Lilly aceitou. Os dois pareciam meio desajeitados com esse “primeiro encontro”, mas era uma explosão de sentimentos que não podiam ser descritos.
Skye estava só observando e pigarreou de leve, chamando a atenção de Remus, que olhava distraído para a porta. Ele tinha um pequeno sorriso nos lábios e obviamente estava feliz pelo amigo.
‘Oi, amigo.’ Ela disse. Quando o garoto virou, quase derrubou a mandíbula no chão. Ao ver como Sky estava incrível, ele sentiu pena do singelo buquê de tulipas brancas.
‘Noossa.. Skye, você está linda! E esse buquê é tão—“
‘Perfeito! Adoro tulipas! Obrigada!’ ela sorriu, dando um delicado beijo no rosto dele, que ficou vermelho.
‘Vamos!’ ela exclamou animadamente, puxando-o pelo braço.
‘Boa sorte!’ gritou Sirius, ao ver os amigos saindo pela porta. Ele riu de Remus, que estava todo desengonçado e nervoso.
Sirius estava com um terno novo também. E a gravata que Mabel tinha escolhido combinara perfeitamente com ele. Era listrada de roxo bem escuro com prata e combinava com suas abotuaduras de prata. Ele estava ficando realmente nervoso, mexia nos cabelos (negros que caíam sobre os olhos com uma espécie de elgância displicente que nem Harry nem James jamais poderiam ter tido) como se tivesse emprestado o tique nervoso de James. Quando ouviu a voz de Mabel atrás dele e virou-se, quase caiu duro no chão.
Ela usava um vestido roxo escuro metálico (nada de hippie no baile de inverno!) de um ombro só. O vestido era um tubindo com detalhes em prata. O ombro único tinha detalhes de pregas feitas à mão por ela mesma (nada como dar uma modificada básica nas roupas de loja, eh?) e combinava com perfeição com o penteado que ela havia escolhido. Seus longos cachos castanhos estavam amarrados do lado oposto ao ombro do vestido. Com o próprio cabelo! (eu amo isso! ^^) Para a franja longa não cair, ela prendera-a com um lindo enfeite em ouro branco. Calçava também botas de cano baixo pretas com detalhes em prata.
‘Wow.’ Essa era a reação média de todos os garotos nesta noite, mas vindo de Sirius, isso deu à Mabel um motivo para sorrir ainda mais. ‘Eu achei que você fosse uma Janis Joplinda vida..’ e riu.
‘Engraçadinho..’ ela deu um beijinho em seu rosto. Sorriu ao ver que ele havia acatado ao seu pedido de não dar-lhe flores (ela não gostava de matar flores). ‘Obrigada.’
‘Ah! Eu tenho uma coisa para você..’ pegando-a de surpresa, Sirius começou a revirar os bolsos até achar um embrulho pequeno. ‘Olha.. Você vai gostar!’
Era uma pulseira muito delicada, prateada com pequenos pingentes no formato de flores. Mabel sorriu ainda mais, se possível.
‘Obrigada!’ ela tacou-se nos braços dele e o abraçou com força. Deu-lhe um leve selinho e pexou-o pelo braço, depois, é claro, de botar a pulseira. ‘Vamos! Não quero chegar atrasada.’
O baile estava muito divertido. A comida era deliciosa, o Salão estava enfeitado para parecer que estavam no meio da neve, apesar de estar bem quentinho lá dentro e a música era muito boa. Os professores também estavam se divertindo. Dumbledore, que agora estava dançando animadamente com a Profa. McGonagall, contratara uma banda incrível que tocava tanto sucessos bruxos (tais como “Making Love on a Cleansweep” da banda Crazy Snitch e “You are my Love Potion” da banda australiana Vingardium Leviosa) quanto sucessos britânicos trouxas. E um pouco de blues.
Skye e Remus estavam dançando animadamente e rindo dos casais bobos e os sonserinos sem par. Sirius e Mabel estavam na pista de dança, perto da mesa, se pegando (fazer o quê? É verdade..). James e Lilly estavam conversando na mesa.
‘Como estão seus pais?’ perguntou ela, com um sorriso bondoso. ‘Não tive a chance de perguntar antes..’
‘Ah, bem.. Eles estão ótimos.. O Curandeiro Chefe me pediu para não ficar muito esperançoso porque eles podem piorar.. Eles já são quase idosos, sabe..’
‘Jura? Que pena.. Bem, o que importa é que eles estejam bons agora!’ diss ela, dando um soquinho no braço dele, que riu.
‘Hm. Quer dançar?’
‘Claro..’
Assim que eles chegaram na pista de dança, a banda começou a tocar “Night and Day” do Frank Sinatra. Lilly sorriu.
‘Eu adoro o Sinatra!’
‘Mais um motivo pra dançar, então.’ Pegou-a pela mão e a puxou para perto de si. Eles começaram a dançar lentamente e foram chegando ao ritmo da música. Lilly tinha os olhos fechados, aproveitando a música, com a cabeça encostada no ombro de James, que também fechara os olhos, mas para se concentrar no aroma hipnotizante dela.
A música acabara, mas eles continuaram assim. Logo, James acordou de se transe.
‘Vem cá.. Eu quero te mostrar uma coisa..’ ele havia pesquisado os arredores antes de trocar de roupa. Aparentemente, um jardim muito bonito tinha sido “construído” perto do Saguão de Entrada para os jovens se sentarem e conversarem em paz, mas todos estavam ocupados demais dançando ou se agarrando em um canto qualquer para irem lá. Mas foi pra lá que ele levou Lilly.
‘Que lindo!’ ela disse, surpresa. ‘É tão.. bem, não quero dizer mágico..’
‘Mas é.. É mágico.. Tudo no mundo é mágico.. A flores.. Senão não seriam tão bonitas.’ Murmurou ele.
Lilly sorriu. ‘Profundo..’
James fez uma referência.
Eles mal conseguiam ouvir a música. Não havia ninguém por perto.
O rapaz foi chegando perto. “Night and day..” ele comçou a cantarolar.. “.. you are the one.” Puxou-a para dançar. “Only you, beneath the moon and under the sun..”
Lilly estava estupefata. Não tinha ideia que ele pudesse ser tão gentil, romântico, perfeito.. A noite estava sendo melhor do que esperava.. Perfeita.. Maravilhosamente perfeita..
Até que a professora McGonagall apareceu apressada. Os dois se separaram e entreolharam-se.
‘O que houve, professora?’ perguntou Lilly.
‘Me acompanhem.. Rápido. Potter, seus pais..’ começou ela.
James pareceu entender. Lilly segurou sua mão como sinal de apoio e eles foram caminhando juntos até a chaminé, de onde foram para o Hospital. Ela não sabia o por quê, mas sentiu dentro do coração que James precisaria dela, não dos amigos ou dos professores, mas dela.
Ao chegarem ao quarto, viram os pais de James deitados numa cama só.
‘Mamãe, papai..’ o rapaz murmurou, com lágrimas nos olhos.
Lilly parou na porta. Não queria atrapalhar o momento familiar. Um momento tão íntimo.
‘Não fique assim, meu amor..’ disse a sra. Potter, num sussurro. Sua voz era doce como mel. ‘Querida, entre.. Sinto muito tirá-los do baile..’ e sorriu fracamente.
‘Imagina, mamãe..’ disse James. Ele não sorria.
‘Você que é a famosa Lilly Evans?’ perguntou o pai de James, olhando para Lilly. ‘Ela é mais bonita do que você descreveu, filho.. Parabéns..’ e tossiu.
‘Vocês não deviam fazer esforço.’ James parecia preocupado.
‘Meu filho.. Fique calmo.. Vai dar tudo certo..’ disse a mãe, ainda no sussurro.
‘James, me prometa uma coisa..’ começou sr. Potter, já bem fraco. ‘Nunca deixe de ser quem você é.. Ajude os outros, ame a todos.. Crie uma vida feliz para si mesmo.. E nunca abandone aqueles que você ama. Jamais!’
James acentiu, abraçando o pai e chorando em seu ombro.
‘P-pai.. Eu.. te amo..’
‘Eu também te amo, meu filho..’e foi a última coisa que ele disse.
‘Jimmy, querido.. Cuide bem dessa moça..’ sua mãe sorriu. Apertou a mão do marido e deu um último suspiro. ‘Te amo, querido. Mais que tudo nesse mundo.’
‘Também te amo, mamãe..’ disse ele, mas ela não teve a chance de ouvir.. Já partira.
Lilly sentiu lágrimas escorrendo de seus olhos. Encarava a família e o rapaz que sempre se forçara a odiar. Ele estava tão triste. Observou-o levantar-se da cama chorando. Sentia a sua dor. Ela nunca o vira tão vulnerável como estava naquele momento.
James escondeu o rosto nas mãos. Não sabia o que fazer. Seus pais estavam ali, mortos e ele estava sozinho no mundo. Não tinha família. Era órfão. Sentiu alguém perto dele. Era Lilly. Ela o abraçara. Ele sentiu um conforto imediado ao abraçá-la de volta. Como se estivesse em casa. Chorou. Não sabia quanto tempo passara, mas ela ainda estava ali, o abraçando, quando ele finalmente parou de chorar.
‘Vai ficar tudo bem..’ mumurou Lilly.
‘Eu.. me sinto tão sozinho..’ ele disse.
‘Mas você não está sozinho. Tem a Sirius e Remus.. E a mim..’ Lilly encarou-o. Seus olhos se encontraram e por uma fração de segundo nada mais importava. Só aquele momento e aquele sentimento que jamais havia sido mútuo. Agora ela sentia também.
Lentamente eles foram se aproximando. Seus lábios tocaram-se num beijo muito simples. Muito leve, mas que disse tanto. Uma explosão de sentimentos. James não se sentiu sozinho, sentiu-se em casa.. Como se pertencesse àquele beijo. Mas logo se separaram. Abraçaram-se novamente e separaram-se. Os amigos haviam chegado, acompanhados pela profa. McGonagall.
‘Cara..’ disse Sirius, antes de abraçar o amigo.
Lilly acenou para os pais dele. Limpou as últimas lágrimas e foi embora. Simplesmente.
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