Are we moving on?



3# - “Are we moving on?”


 


 


            ‘Cento e cinquenta pontos… Na verdade…’ corrigiu James. Lilly ficou vermelha. Felicity riu.


            ‘Aaah.. Desculpa.. É que.. Hm..’


            ‘Tudo bem..’ ele coçou a nuca. ‘Bem, eu vou falar com os caras. Té mais, Felicity’            ‘Okay. Tchauzinho, Jay.’ Ele disse.


            ‘Tchau, Evans…’ e subiu.


            Felicity esperou um segundo para ver se ele tinha realmente subido. Ao ouvir a porta do dormitório se fechando, ela virou-se para a ruiva ao seu lado.


            ‘Sério? É assim que você espera conquistar o James? Sem nem saber um pouquinho sobre uma das coisas que ele mais gosta?’ e riu novamente. Lilly reparou que aquele atitude que previamente notara, feliz, inteligente e simpática, era meramente um teatro para conquistar as pessoas a sua volta.


            ‘Eu não quero conquistar ninguém, sua falsa!’ exclamou Lilly, levantando-se. Já não aguentava ficar na mesma sala que aquela maluca. ‘E você? Toda fofinha… Pelas barbas de Merlin! Isso é tudo fingimento, não é? Você devia estar na Sonserina…’


            Felicity fitou-a com ódio no olhar. Lilly tinha um sorriso desdenhoso no rosto.


            ‘Você ainda vai se ver comigo, Evans.. E o Potter vai acabar esquecendo de você… Além de dar trabalho e ser exigente, é completamente ignorante com relação à coisas que não estejam em livros..’ jogou os cabelos para trás e subiu, deixando uma Lilly furiosa para trás.


            ‘Oras.. Essa pirralha…’ e subiu para seu dormitório também.            


 


 


XXXXXXXXX


            Semanas passaram-se e a temporada de Quadribol havia começado. E o jogo contra a Corvinal tinha sido um sucesso! Grifinória venceu por 90 pontos, quando James capturou o pomo aos 35 minutos de jogo. Dawson McIrish ficou muito raivoso e tentou socar James no final do jogo. O que lhe rendeu duas semanas de suspensão das aulas e ia ficar sem jogar no jogo contra a Lufa-lufa. E rendeu a James um nariz quebrado, sangrento e um sorriso maroto e largo.


            Ele passou por Lilly no caminho à enfermaria e sussurrou no ouvido dela. ‘Eu falei que ele era um babaca…’


            Ela ficou toda arrepiada. Vendo-o desaparecer na multidão, Lilly pensou. Pensou e pensou. Decidiu esquecer. Enquanto andava sozinha para o Salão Comunal, Dawson a alcançou. Ele ainda tinha a cara-de-pau de falar com ela, mesmo depois de tudo.


            ‘E aí, gata? Pensou sobre a nossa conversinha?’


            Ela riu.


            ‘Claro. Que não! Eu não quero nada com você, McIrish!’ ela disse, rispidamente. ‘Eu sabia que você era um babaca, mas agir daquela forma no final de um jogo? Socar o capitão do outro time? Isso é baixo demais! Até para você!’


            ‘Eu achei que você odiasse o Potter…’


            ‘Bem, eu acho que há pessoas mais odiáveis no mundo, não é?’ deu um sorrisinho. ‘Eu sei de uma coisa, o Potter, por mais irresponsável e idiota que seja, jamais teria uma atitude tão anti-esportiva! Nós dois somos passado! E adivinha? Não dá pra voltar no tempo! Adeus, seu boçal!’


            E saiu andando, deixando um atônito Dawson para trás.


            Ela ia entrar no Salão, mas viu James vindo em sua direção. Ele tinha um curativo no rosto que o deixava parecido com Hannibal Lecter.


            ‘Você está ridículo!’ ela riu.


            ‘É, mas ridículo é o novo look da vitória!’ ele sorriu para ela.


            ‘Claro, perdoe-me, sr. Vogue Italiana.’


            James deu a língua e estendeu o braço.


            ‘Mesmo depois dessa, quer me acompanhar nas festividades, srta. Evans?’


            Lilly olhou desconfiada para ele. Decidiu desistir de odiá-lo tanto, já que ele estava sendo tão simpático.


            ‘Claro, sr. Potter. Por quê não?’


            Eles entraram no Salão e James foi instantaneamente ovacionado por todos. Os grifinórios os puxaram e o levantaram ao ar. ‘Potter! Potter! Potter!’ Lilly foi deixada de lado, mas sorriu. Era um sentimento novo, quentinho. Era… confortável.


            ‘Ganhamos! YEEEAAAH!’ exclamou Mabel, abraçando a amiga, que levou um susto.


            ‘Mabel! Não me assusta assim!’


            ‘É, Mabe… A Lils estava daydreaming com o Potter, deixa ela em paz.’


            ‘Estava nada! Para com isso!’ Lilly ficou vermelha. ‘E não pense que eu não reparei na sua, digamos, proximidade com o Remus no jogo, tá? Eu vi tudinho, dona Skye.’ Foi a vez de Skye ficar vermelha. Mabel riu.


            ‘É verdade! Hhahahah!’


            ‘Corta isso, sra. Tenho-Um-Tombo-Não-Tão-Secreto-No-Black! A gente sabe bem qual é a sua, então abaixa a bola, tá?’ Mabel arregalou os olhos.


            ‘Que tal a gente esquecer dos Marotos?’ riu ela. ‘Todos eles.. Mesmo os morenos.. musculosos.. perfeitos.. Cof cof.. Quer dizer, mesmo os metidos, idiotas e grotescos..’


            Lilly e Skye gargalharam muito depois disso. Sirius e Remus chegaram, assustando-as.


            ‘Qual é a piada?’ disse Sirius, por trás de Mabel, que pulou ao sentir o calor da voz dele em sua nuca.


            ‘N-nenhuma.. Black. Hm.. Nada. Nada! Esquece!’


            ‘Tá bom, calma..’


            ‘Tá parecendo a Lilly, Mabel..’ disse Remus, sorrindo. Ele recebeu um olhar de indignação tanto de Mabel quanto de Lilly. ‘Desculpa, não falei nada!’


            ‘Elas estão de TPM, Remus, relaxa…’ disse Skye, levando dois tapas na cabeça.


            ‘Então, galerinha.. Que festa, hein?’ disse James, abraçando Lilly pelos ombros, causando olhares impressionados/assustados, esperando a reação da ruiva que surtaria de raiva a qualquer momento. Só que ela não surtou. Ela permaneceu no mesmo lugar, com os ombros sendo abraçados pelo rapaz.


            ‘Baita festa.. Realmente.. Nem comida tem, mas a gente esquece..’


            ‘Ok.. Isso é perturbador demais. Eu preciso de água..’ Sirius saiu andando, causando risos em Mabel, Skye e Remus. Lilly e James ficaram sem entender nada.


            ‘WTF? Qual é o problema desse cara agora?’


            ‘Hm.. Prongs.. É… Hehe.. Esquece. Vem!’ Remus puxou o amigo pelo braço e eles foram checar Sirius. Deixaram para trás três meninas atônitas. Duas delas, ainda risonhas.


            …


            ‘Qual foi, Moony?’


            ‘Não me venha com essa! Você estava abraçando a Lilly!’ ele disse.


            ‘Prongs, o quê diabos você está escondendo da gente?’ disse Sirius, alterado. ‘E olha que eu uso Crucius em você, hein.’


            ‘Calma, galerinha.. Não precisa ir pegando a varinha, não..’ James sorriu marotamente. ‘Eu e Lilly estamos… nos entendendo…’


            Depois de olhar a cara de “what the h..?” dos amigos, resolveu continuar.


            ‘Tá, ela percebeu que estava sendo muito insensata todos esses anos e notou o quão incrível e maravilhoso eu realmente sou.’


            ‘Isso quer dizer que…?’


            ‘Sim, Remus.. Eu baixei a bola perto dela.. Nada de sr. Metido-Potter..’ e deu um sorriso “tenho-trinta-e-dois-dentes-branquinhos”


            Os outros dois começaram a gargalhar. Sirius ria tão alto que parecia um cachorro latindo. Remus ria muito, parecia um lobo contorcido.


            ‘Hahahah… Seu… HAHAHAH.. Vendido!’ gargalho Sirius.


            James bufou e bagunçou os cabelos. Enfiou a mão no bolso e tirou o pomo de ouro da partida de Quadribol. Remus parou de rir, secou os olhos e encarou o rapaz.


            ‘Você roubou outro pomo, Prongs? Esse pessoal não nota os pomos em falta?’


            ‘Pra sua informação, eu afanei, não roubei.. São coisas diferentes.. E, além do mais, ninguém negaria um pominho pequenininho ao melhor apanhador a jamais pisar nos terrenos dessa escola, certo?’ e sorriu, novamente. Sirius revirou os olhos.


            ‘Quadribol é tão idiota.. Qual foi? São pessoas retardatárias montadas em vassouras, voando atrás de bolas! E tem um, em especial, cujo trabalho é meramente voar atrás de uma bola minúscula com asas! E também tem aquela torcida toda. Uma bando de idiotas gritando os nomes dos jogadores como se eles fossem astros do rock ou algo assim…’


            ‘Só diz isso porque não passou nos testes pra batedor no segundo ano.’ Riu James. Era vez dele gargalhar, acompanhado de Remus, que só observava a discussão sem dizer nada.


 


            …


 


            ‘O que foi?’ perguntou Lilly.


            ‘Nada. É que você estava AGARRADA COM O JAMES POTTER!’


            Lilly olhou para as amigas, incrédula.


            ‘Não estava “agarrada” com ele… Era só uma coisa de.. hm.. amigos. É, amigos. Nós somos amigos…’


            Mabel concordou.


            ‘Claro.. Amigos.. Coloridos, certo?’


            ‘Cala a boca, Mabel!’ Lilly exclamou, Mabel e Skye choravam de tanto rir. Mas pararam, ao ver uma incrivelmente dada Felicity se aproximar de James. Ela ainda usava as calças apertadas e botas do uniforma de Quadribol, mas trocara a camiseta por uma blusa bem larga e branca, que era meio transparente e deixava quem quisesse ver seu sutiã vermelho. Seus cabelos estavam caídos em um ombro e ela botara um batom também vermelho. Tudo isso criava uma imagem bem sexy para qualquer cara que olhasse para ela. As três amigas ficaram boquiabertas. Lilly fechou o punho. Suas unhas cortavam a sua carne, mas ela não sentia nada, só ódio e raiva daquela pirralha insolente que achava que podia fazer o que achasse bom.


            ‘Filha duma…’


            ‘Lilly? Você tá bem? Sua mão tá sangrando amiga..’ disse Skye, agarrando as mãos da ruiva.


            ‘Eu? Tô ótima! Sim.. Uma maravilha.. Ô.. Nem te conto..’ disse isso com a voz trêmula. Bufou alto e cruzou todo o salão, passou como um furacão pelos Marotos e subiu para seu dormitório.


            Skye e Mabel se entreolharam e se juntaram aos meninos, que conversavam com Felicity. Quer dizer, ouviam ela falar enquanto a encaravam, cada um babando de um jeito.


            ‘He hem..’ pigarreou Mabel.


            Sirius voltou a si. Remus logo recuperou a consciência e James levou um tapa na testa antes de perceber que elas estavam lá.


            ‘O-oi.. C-conhecem a Felicity?’


            ‘Sim. Olá.’ Disse Skye. ‘Vocês viram a Lill--?’


            ‘Aaah.. Gente! Esqueça dela.. Ela é doida.. Maluquinha, viu? Hehehe.. Só pensa em estudar, aquela ali. Deve ter ido se afundar nos livros.. Coitada, deve ser tão sem sal.’


            ‘Spellman, não fale assim dela!’ James respondeu, raivosamente. ‘A Lilly pode não saber nada de Quadribol, mas tirando isso, ela é perfeita, okay?’


            Todos olharam em choque para ele. James tinha acabado de fazer uma declaração de amor a plenos pulmões para quem quisesse ouvir. Os amigos sabiam que ele gostava bastante de Lilly, mas no fundo eles ainda achavam que era implicância dele com ela e que não era realmente nada demais. Mas essa frase. Essa curta frase. Quatro verbos, três vírgulas e um ponto no final. Isso mudava tudo. James Potter realmente amava Lilly Evans.


            Felicity piscou diversas vezes antes de dizer qualquer coisa. Ela estava em estado de completo choque também e não gostou nada disso.


            ‘E-eu achei…’ começou ela, meio que gaguejando ‘Achei que você gostasse de mim!’


            ‘O quê? Claro que eu gosto de você, Felicity!’ ele ficou espantado. Gostava muito dela. A tratava como uma irmã mais nova. Sempre quisera uma irmã mais nova que nem ela. ‘Você é como minha irmãzinha! Além de ser minha colega de time e de casa.’


            ‘NÃO! Esse é o jeito errado! Você tem que gostar de mim porque eu também gosto de você! Do jeito certo! Do jeito bonito! E romântico!’ ela já chorava. Nesse momento, uma enorme quantidade de pessoas já parara de festejar para dar uma espiada na situação.


            ‘Calma, você está bem?’ perguntou Mabel, preocupada.


            ‘CLARO QUE NÃO, WILLOWS! Como estaria bem? O homem que eu amo gosta de uma ruiva sem sal que nem dá atenção a ele! Isso tudo é um INFERNO!’ e saiu correndo para o dormitório.


            ‘É melhor deixarmos ela em paz…’ disse Skye quando Mabel fez menção de subir para falar com ela.


            ….


 


            O dia seguinte foi o que todos chamariam de tenso. Na Grifinória havia essa aura de tensão causada pela briga na festa. E entre a Grifinória e a Corvinal havia outra aura de tensão por causa do ferimento que Dawson causara em James. Ou seja, James estava bem tenso.


            Na mesa do café, ninguém se falava. Ao invés do tempo normal, aquele período de paz antes das aulas parecia um pesadelo eterno e os alunos deram graças aos céus quando a sineta tocou e eles puderam ir para suas respectivas aulas.


            Lilly, James, Sirius e Remus tinham Poções, já que todos queriam ser aurores quando saíssem de Hogwarts e essa era umas das matérias requeridas no curso de auror. Mabel ainda não tinha certeza do que queria fazer depois da escola, mas com certeza, dizia ela, não teria nada a ver com essa maluquice de enfia ingredientes aleatórios num pote e tentar chegar à cor certa, então ela estava em várias aulas aleatórias, a de depois do café era Adivinhação. Skye, por outro lado, escolhera ser Curandeira. Ela adorava ajudar os outros e sempre achava o trabalho que Madame Pomfrey era maravilhoso. Ela tinha ido para aula de Feitiços.


            Prof. Slughorn esperava os alunos sentado em sua cadeira na mesa, no fim da sala. Enquanto eles iam entrando, o professor gordo levantou-se pacientemente e deu uma leve batida no quadro negro com a varinha.


            ‘Bom dia, meus caros pupilos.’ Ele disse, sorrindo debaixo do bigode.


            ‘Bom dia!’ disse a turma, que era uma mistura de grifinórios e sonserinos.


            Na turma, além de James, Remus, Sirius,Lilly e mais alguns grifinórios, estavam Lucius Malfoy, Bellatrix Black, Rodolfo Lestrange, Severus Snape e mais alguns sonserinos carrancudos, que pareciam metidos com magia negra.


            ‘Hoje faremos uma poção bem útil para o futuro dos senhores e senhoritas. Chama-se Poção Wiggenweld. Devem ter notado que Madame Pomfrey é adepta desta poção na Ala Hospitalar porque, bem, essa poção tem o poder de restaurar forças de quem foi ferido, por exemplo, em um jogo de Quadribol.’ Ele disse, para logo depois encarar James, que ainda tinha o curativo no nariz. Slughorn sorriu para ele e continuou. ‘No quadro, os senhores encontraram os ingredientes e o modo de preparo. No final da aula, quero que coloquem a poção que tiverem nesses potinhos em suas mesas e coloquem em minha mesa para eu poder avaliar. Comecem!’ e bateu as palmas alegremente. Os alunos começaram a cortar os ingredientes e misturar tudo.


            ‘Esmagar a Moly? WTF?’ disse Sirius, encarando o quadro, visivelmente frustrado.


            Lilly bufou e riu. James já tentava cortar o Ditamno em pedacinhos pequenininhos. Remus já picava a casaca de Wiggentree. A maioria dos alunos estava indo bem, até uma grifinória que tinha cabelos cor-de-mel e olhos caídos, pôs a casca de verme gosmento antes do ditamno e tudo explodiu, deixando-a coberta de gosma verde. Os sonserinos riram com desdém. Prof. Slughorn foi rapidinho para limpá-la.


            Mas esse foi o ponto alto da aula. No fim, a poção de Lilly tinha adquirido a cor perfeita de verde. A de Sirius tinha ficado verde muito escura. Remus também deixou a sua verde e a de James tinha ficado num tom mais claro do que o pedido, mas ainda era verde.


            Esses tinham sido os dois primeiros tempos. Logo depois, tiveram o almoço, que for a menos tenso devido ao estresse das aulas em si.


            O dia correu bem pacificamente, até o jantar. Quando a Felicity (que aparentemente guardava rancor) perseguiu Lilly e atacou-a pelo pescoço. As duas se atracaram no chão loucamente. Felicity puxando os cabelos de Lilly e gritando “ENTÃO RUIVAS SÃO LINDAS? E SE EU ROUBASSE ESSE LINDO CABELO PARA MIM??”. Lilly simplesmente gritava e tentava se defender “Sua doida! Sai de cima de miiiim!!!’


            Profa. McGonagall se aproximou com a boca tão apertada que era só uma linha.


            ‘Parem com isso!’ ela acenou com a varinha e as duas meninas foram separadas. Felicity ainda parecia muito raivosa e Lilly, descabelada, estava assustada. ‘O quê diabos foi isso?’ exclamou a professora, estressada.


            ‘Professora, ela me atacou! Tenho testemunhas! Não fiz nada!’ tentou explicar Lilly, que tinha marcas vermelhas nos braços e tentava arrumar os cabelos. ‘Essa doida me atacou do nada!’


            ‘A Evans é muito espertinha! Tem toooodos aos seus pés, não é?’ Felicity tinha um olhar histérico no rosto.


            ‘Minnie, a senhora tem que mandar essa doida pra unidade de tratamento de malucos no St. Mungus! Pelas cuecas de Merlin!’ exclamou Mabel.


            ‘Srta. Willows, não há necessidade disso. Mas acho que a Srta. Spellman precisa ter uma conversinha com o Prof. Dumbledore.’ Disse McGonagall, esfregando as têmporas. Ela certamente achava que estava muito velha para tomar conta de brigas sem sentido entre meninas histéricas. ‘Me acompanhe, srta. Spellman.’


            Logo, a professora e a agressora saíram juntas pela porta do Salão Principal.


            ‘Credo, essa garota é doida.’ Disse Skye, ajudando Lilly com os cabelos. Estavam quase perfeitamente bons.


            ‘É. Eu que o diga. Nunca confiei nela. Assanhada e maluca, bela combinação.’ Lilly, frustrada, sentou-se na mesa depois de mandar a multidão a sua volta catar coquinhos.


            ‘Tá tudo bem?’ perguntou James, sentando-se ao seu lado. Ele e os Marotos chegaram no meio na confusão e não pensaram em nada para fazer.


            ‘Claro, Potter. Estou que é uma maravilha!’ disse ela, rispidamente, por entre os dentes.


            O rapaz fez cara de medo e virou-se para seu prato. Nada mais foi dito naquele jantar.


            O dia terminou exatamente do mesmo jeito que havia começado, em silêncio e no meio de uma camada relevante de tensão.


 


XXXXX


 


            Uma semana depois, aquela confusão com as meninas ainda não havia sido esquecida. O clima estava tão tenso que Mabel, sendo a hippie do grupo, teve que se distânciar para expelir as energias negativas. Era um domingo de sol. Frio, mas sol. Ela caminhava pelos corredores, sozinha, usando sua saia longa, um par de botas de cano médio e um cardigã de lã roxo. Os cabelos castanhos estavam presos em uma longa trança e tinha uma flor presa neles.


            Ao passar por um corredor particularmente cheio, ela viu o que obviamente não seria bom para sua aura. Sirius falando intimamente com uma sextanista da Lufa-lufa.


            Apesar de não admitir, Mabel tinha uma paixonite pelo Maroto desde que se lembrava. Ele foi o primeiro garoto que falara com ela em Hogwarts e for a tão charmoso que deixou essa impressão de Príncipe nela para sempre. Ela sabia perfeitamente que Sirius não namorava sério, que ele gostava de flertar e olhar para meninas. Mas algo nela sentia que ele era perfeito para ela. Era definitivamente amor. Infelizmente, ela não era correspondida.


            Uma lágrima caiu de seu olho. Esta foi seguida de várias outras. Logo estava chorando muito. Lamentando as escolhas, o amor, a vida. Correu para o banheiro. Se encarava no espelho autocriticando-se. “Sua idiota! Ele não te merece! Você é burra! Burra! Burra!” socou o espelho com tanta força que o quebrou. Cortara sua mão. Agora, além de suas lágrimas, seu sangue caía na pia. Ela tentou estancar com papel, mas nada. Ouviu a porta abrir. Sirius entrou.


            ‘O que você está fazendo aqui?’ era uma pergunta perfeitamente justa, afinal, aquele era o banheiro feminino, não é?


            ‘Hm.. Esse é o banheiro masculino, Willows..’ disse ele, rouco. Só o timbre de sua voz já era o bastante para fazer a garota tremer e se arrepiar toda.


            ‘O-o quê?’


            Ele deu um sorriso maroto. Mas este logo desmanchou-se ao ver os papéis sujos de sangue na pia.


            ‘O quê houve?’ ele perguntou, nervoso.


            ‘N-nada.. Eu.. Quebrei o espelho sem querer e cortei a minha mão, só isso…’


            Ele aproximou-se rapidamente dela, pegou sua mão com a mão esquerda (que era duas vezes maior que a da menina). Deu uma boa olhada no ferimento e com a direita pegou a varinha e apontou. Sem dizer nada uma luz saiu da varinha e em menos de um minuto, a mão de Mabel já estava inteira, sem cicatriz para contar história.


            ‘Obrigada...’ ela disse, sorrindo fracamente. Eles nunca ficaram tão proximos e ela sentia a respiração dele. Ele tinha hálito de menta. Tinha olhos negros lindos. Os cabelos negros no rosto. Ele era a perfeição em pessoa.


            ‘Disponha.’ Ele já havia terminado, mas não parecia ter intenção nenhuma de soltar a mão dela.


            Eles estavam realmente próximos. Centímetros de distância.


 



 


to be continued. 

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