Capítulo cinco
Capítulo cinco
Se uma bomba tivesse sido explodida do lado de fora ninguém notaria, tão extasiados que estavam em provar mais uma vez os lábios um do outro. As línguas se encontravam num movimento ritmado, colocando os corpos em fogo, num ensaio prefeito do que ambos sabiam que viria a seguir, pouco se importando se Peter morrera ou estava a caminho.
James suspirou o nome dela com nítido prazer. Nunca algo parecera tão certo quanto se aproximar cada vez mais daquele corpo que reduzia o seu a espasmos cada vez mais fortes de desejo. Suas mãos passeavam livremente pelo corpo dela, seu sexo latejando para ser liberto, não se lembrava de ter se excitado assim tão rápido, a não ser no dia da adega. Aquela mulher, incrivelmente, parecia ser a promessa de uma vida de prazeres que James mal poderia esperar para viver.
Com uma força que a surpreendeu, James os pôs de pé, caminhando, mesmo sem soltar seus lábios, para a escada da casa. Se Lily tivesse alguma dúvida do que lhe esperava, com certeza não tinha mais. Sabia que deveria pará-lo. Ele era tudo o que ela mais julgava impossível num amante, mas não tinha forças o suficiente para ir embora. Desejava, mais do que podia expressar em palavras, o toque desesperado de James Potter.
Abrindo a porta do quarto com um chute, James começou a travar uma luta desenfreada com gravata que não queria se soltar. Lily riu do gesto, de seu desespero e sua vontade de se despir sem soltar-lhe a cintura. Aproximando-se delicadamente, Lily desatou o nó de sua gravata sob o olhar fixo de James, desejoso. Peça por peça, ela foi se livrando das camadas de pano que impediam uma visão perfeita do corpo que tanto lhe tirara o sono, até perder o fôlego diante de sua rija masculinidade.
James sorriu diante do olhar dela para seu ponto mais íntimo. Toda sua história, toda sua trajetória até então, tudo parecia esquecido. Seu desejo estava fixo unicamente no corpo daquela mulher, em sua personalidade forte e seus gestos delicados, perdidamente apaixonado por ela. Retribuindo o gesto, James a despiu, maravilhado pelo corpo de um gênero que até então nunca lhe despertara interesse.
Até então.
Nus, finalmente livres que qualquer barreira que os afastassem, eles se atracaram sem pudor algum, com selvageria de uma paixão muito esperada, muito desejada. James passou as mãos por toda a extensão do seu corpo, ávido por saciar aquela sensação que o consumia, radiante pela parceira calorosa que se movia em igual desejo.
Lily ofegou quando aqueles ágeis lábios sugaram-lhe o pescoço, beijando, mordendo, descendo em linhas cada vez mais enlouquecedoras pelos seios, barriga, finalmente alçando sua parte mais íntima e inundando-a com sensações jamais sentidas antes. Ela o queria dentro de si e nada na vida parecia tão certo, tão justo. Pouco importava como havia sido sua vida antes dela, Lily não queria saber.
- James – ofegou Lily, ansiosa por sentir-se preenchida por aquela masculinidade pulsante.
Suas mãos passeavam numa trilha sem rota por toda a extensão dos músculos dele, cravando as unhas em suas costas e enlouquecendo-o ao menor toque, tão extasiado quanto ele. Quando a boca de James fez o caminho de volta em direção a dela, Lily arqueou os quadris em um convite mudo que James não foi capaz de recusar, preenchendo-a bruscamente e gritando de prazer em sua companhia.
Cada movimento rápido, cada ida e volta, cada suspiro fazia James entender e perceber que havia, finalmente, encontrado alguém com quem seria capaz de conviver por mais de dois verões. Lily era a parceira mais ardorosa que havia levado para cama, independentemente de ser mulher. Aliás, pensou com pouco sentido, talvez fosse esse o diferencial que tanto buscara.
Lilian queria gritar, chorar e rir ao mesmo tempo, tamanhas as sensações que James provocava em seu corpo. Alucinada, ela passava as unhas por suas costas, as pernas pelas suas e se entregava mais a cada movimento. Estava perdidamente apaixonada por aquele homem e pelas reações que ele lhe provocava enquanto murmurava sem sentido algum seu nome.
Quando ambos pensavam que iam arrebentar de desejo, atingiram o clímax juntos, gritando em tentativa de esvair e comemorar a coisa mais memorável e maravilhosa que lhes tinha acontecido.
- Não acredito – disse James, se largando ao seu lado e a puxando em um abraço apertado.
Lily riu.
- No quê, que acabou de fazer sexo com uma mulher?
- E que foi a melhor experiência da minha vida? – completou, fazendo o coração de Lily disparar – Não, não isso. Eu já esperava desde que lhe vi. Não tanto, mas algo semelhante. Não acredito que demorei tanto tempo assim para lhe encontrar.
Lilian riu, extasiada. Pouco se importava que horas fossem ou onde estava. Em um canto da sua mente, pensava com humor que Marlene esteve certa o tempo todo. James a observou de perto, absorvendo seu sorriso e o calor de seu corpo. Se sua mãe estivesse viva agora, pensou lentamente, se entregando a um torpor maravilhoso enquanto Lily acariciava seus cabelos, não poderia estar mais feliz frente a dois de seus maiores sonhos realizados em um só dia.
- Lily! James! – gritou uma voz distante.
O chamado de Peter fez Lily e James abrirem os olhos assustados. “Fomos pegos!”, James mexeu os lábios, e, sem conseguir se segurar, caíram em uma risada muda. Levantaram-se apressadamente, recolhendo os pertences do chão. Lily não conseguia acreditar que estava se sentindo tão bem em ser pega na cama pelo namorado de James, mas a emoção era a chave de ouro de melhor coisa que havia feito até então.
- Se vista, eu vou descer e enrolar ele – James sorriu, encantado pela vivacidade dela. Dando-lhe um beijo sôfrego de despedida, ele vestiu apressadamente a calça e a camisa.
Os desenhos e papeis estavam espalhados em desordem pelo chão da sala. James mal se lembrava de como haviam conseguido sair de lá e subido uma escada inteira sem nenhum acidente. Essa ideia lhe deu uma estranha vontade de gargalhar. Estava mais feliz do que lembrava ter sido a vida toda.
- James! – disse Peter, notando a roupa amarrotada do homem a sua frente e sua expressão de felicidade – Onde estava?
- Peguei no sono - murmurou, numa imitação perfeita de alguém ensonado.
- E onde está Lily Evans? – disse Peter com desespero, pensando que a moça havia ido embora.
- Estou aqui, Peter – disse Lily. Descia as escadas com maestria e uma impassibilidade que James realmente invejou. Estava absolutamente linda e encantadora, do mesmo jeito que estava quando James lhe vira há... Quanto tempo mesmo? Ninguém seria capaz de dizer que ela estava agora a pouco se entregando de todas as formas a ele. – Estava fazendo umas medidas no quarto de hóspedes. Nem vi o senhor chegar, Sr. Potter.
James quase sorriu. As coisas dos dois estavam juntas na sala, mas Lily estava tão segura do que dizia que ele quase acreditou no que ela dizia. Cada segundo em sua companhia tinha o poder de fazê-lo ficar ainda mais encantado. Seu sorriso tinha um poder indescritível sobre ele.
- Olá, Lilian – James sorriu. O brilho nos olhos dela não negava o quanto estava se divertindo – Não soube que estava na casa, me desculpe pela indelicadeza. Estava tão cansado que acho que nem reparei em suas coisas aqui.
Lily sorriu e disse que não havia problema algum, começando a falar sobre o e-mail que havia recebido com sua proposta de jardim. James queria realmente rir agora. Ela era uma mestra em disfarçar qualquer situação.
- Que plano de jardim? – disse Peter, apressado. Sua cara não estava das melhores.
James queria, muito, jogar alguma coisa nele.
- Acho melhor vocês conversarem sobre isso a sós – Lily recolheu seus desenhos e suas coisas sob o olhar aterrorizado de Peter.
Por um segundo, um mísero segundo, Lilian teve pena dele. Era um homenzinho pequeno e feio, sua maior sorte na vida parecia ter sido conquistar James. Rico, bonito e sedutor, ele era tudo o que Peter queria ser mas que jamais poderia, ficando contente em tê-lo. Mas agora, Lily pensou, ele não o tinha mais. Nada mais justo para um homem tão ligado em frivolidades como ele. Ela não tinha culpa alguma se havia se apaixonado perdidamente por esse homem fabuloso. E ele por ela.
- Onde está indo? – perguntou Peter. James se sentou, feliz em só apreciar o show antes de precisar entrar nele – Íamos falar da decoração!
- Mudança de planos, Sr. Pettigrew – Lily lhe lançou um sorriso – Sinto muito, mas acho realmente melhor o senhor conversar com James. – Peter lançou ao outro homem um olhar fulminante – Acredito que tenha meu telefone, Sr. Potter – James assentiu – Esperarei ainda hoje por sua ligação para... fechar o contrato.
Lily saiu da sala com uma empolgação muito maior do que a que tinha quando entrara. Leve, ela pegou a chave do carro não sem antes ouvir os gritos insanos de Peter: “O que quer dizer com ‘acabou’?”. Mais feliz do que se lembrava ter estado na vida, Lily entrou no carro e deu partida, certa da ligação que receberia a noite, com um convite para jantar e talvez um cinema antes de se entregar novamente ao homem que, por anos e anos, o resto da vida, ocuparia sua mente.
Te pego as 8?, dizia a sms que recebeu logo em seguida.
James abriu um sorriso quando viu a confirmação, pouco interessado nas lágrimas de Peter e seu discurso sobre o quanto o amava. Porque, pelo resto de seus dias, o único nome que queria ouvir assimilado a palavra amor era o de Lily Evans.
Abrindo uma taça de vinho e deixando Peter sozinho na sala, James pensou no quão inacreditável era uma vida mudar tão rápido quanto a sua. E não poderia se sentir mais feliz por isso.
FIM
¹ - Não conseguiria colocar nem Remus nem Sirius nesse papel. E, de certa forma, eu sempre achei que o Peter fosse gay mesmo.
n/a: OLÁ! Sei que não dou as caras na FEB por muito tempo, mas devagar a gente chega lá (: essa fic surgiu do nada na minha cabeça, e é a minha primeira NC. Espero que esteja a altura. Lembrando que não há ligação nenhuma com homofobia ou preconceito de qualquer tipo, é apenas uma história diferente que me surgiu. Comentem, por favor, ok? BEIJOS.
n/b: Uma única palavra pra essa fic: OMG! Tudo bem, são três, enfim q. Ficou tudo muito bom Deb! Ficou MUITO a altura, acredite UAHSUHAU Não é por que eu sou sua amiga não, é por que realmente ficou muito bom e agradeço por não ter colocado meu Sirius no papel de gay traído UAHSUAHSUA Enfim, não vou comentar mais ainda, só que está perfeita. Parabéns Deb *-* E agora é só todo mundo comentar, isso ai q.
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