Capítulo um
Capítulo um
James Potter segurou aquele pescoço fino com apenas uma das mãos. Ia apertar sua garganta alva até que aqueles olhos espantosamente verdes saltassem das órbitas. Com todas as suas forças, James a odiava.
Mas o contato da sua pele com a dela o fez sentir espasmos de um desejo que não conhecia. Queria que ela olhasse-o com medo, pavor, pânico! Mas aqueles olhos cruéis o miravam com tamanha provocação que algo em seu íntimo parecia revirar incomodamente ao ponto de fazê-lo querer arrancar ali mesmo aquele humilhante vestido presto que Lily Evans vestia.
- Qual o problema, Sr. Potter? – ela perguntou sem qualquer vestígio de emoção na voz. Voz esta que prometia sussurrar coisas impróprias em seus ouvidos e fazê-lo tremer de excitação.
James não podia estar sentindo algo assim. Era simplesmente impossível.
- Se havia algo que não era de seu agrado no meu plano de decoração, era só falar – ela sorriu. O movimento daqueles lábios vermelhos e carnudos vez as pernas do homem fraquejarem – Não era necessário um embate tão íntimo.
Lily Evans olhou-o por um segundo a mais. Parecia um homem em um conflito interno muito forte, e ela imaginou que sabia o que se passava por debaixo daqueles cabelos rebeldes e eróticos. Perguntou-se vagamente o que estava acontecendo com ela e seu autocontrole. Afinal, esse não era o primeiro cliente gay de sua carreira.
Quando chegara mais cedo na Mansão Potter, já esperava encontrar um casal de gays obstinados em decorar a nova casa de acordo com suas... preferências. Esperava, mais ainda, encontrar dois homens praticamente travestidos, o tipo de gay que a fazia rir e adorar sua profissão. Não que Peter Pettigrew¹ fugisse a essa regra. Com seus cabelos ralos e sua barriga avantajada, ela praticamente agradecia que esse homem fosse retirado do catálogo de “disponíveis”. O que não esperava – o que não podia nem ao menos ter ideia – era que encontraria ao lado desse homem asqueroso o cara mais sexy que já vira em toda a sua vida. Dolorosamente bonito, James Potter poderia ser um modelo de cuecas que ninguém desconfiaria que dormia com um homem da metade da sua altura e o dobro do seu peso. A barba por fazer a fazia imaginar como seria senti-la arranhando seu pescoço, sua parte mais íntima...
- Queremos uma decoração alegre – tagarelou Peter, jogando um casaco lavanda por cima dos ombros. Gay, terrivelmente gay – Jimmy herdou essa casa do pai, sabe, quando ele morreu. Mas achamos muito moribunda. Queremos algo mais colorido faz tempo. Não é mesmo, querido?
A casa, Lily podia observar, era incrivelmente masculina, decorada em couro negro. Decoração impecável, do tipo que doeria no peito desmontar. A única coisa em que pensava desde que entrar naquele lugar era em fazer sexo selvagem. Com o dono da casa, de preferência.
- Acho que seu marido vai estar se perguntando por que tanta demora em me mostrar a adega, Sr. Potter – disse, os pensamentos de volta a adega que deveria estar medindo e analisando na companhia daquele homem estupidamente quente. Queria agarrá-lo ali mesmo.
- Namorado! – corrigiu entre dentes. Lily sorriu mais uma vez. De fato, namorado era bem menos do que marido...
James respirou fundo frente aquele sorriso devastador. Tinha uma das mãos ainda em seu pescoço e outra na parede, muito próxima a sua cintura. Sentia o calor que aquele corpo perfeitamente esculpido emitia. Não entendia o que estava acontecendo consigo. Durante a vida toda, James Potter tivera uma considerável quantidade de mulheres em sua cama. Mas nenhuma lhe dera prazer e satisfação, nenhuma conseguira despertar paixão alguma em seu íntimo. Até colocar os olhos em Lily Evans.
O que diabos aquela mulher tinha que o fazia ficar tão fora de si? Há anos decidira que as mulheres não tinham poder sobre ele. O que então estava acontecendo agora? A única coisa que queria era se apossar daquela cintura mínima e beijar aqueles lábios tentadores, pouco se importando se Peter, seu companheiro, estaria lá em cima ou não.
- Pode me soltar agora, Sr. Potter? – disse Lily. Seus olhos refletiam o mesmo desejo animal dos olhos de James – Ainda tenho que acertar os detalhes da piscina com Peter.
- Você não vai a lugar algum – disse numa selvageria que desconhecia, ao mesmo tempo em que cedia ao desejo animal que aquele corpo exercia sobre ele e colava sua boca à dela com paixão.
James esperava que o toque daqueles lábios lhe causasse repulsa, o que acontecia toda vez que beijava uma mulher. Esperava que não sentiria prazer algum em colar seu corpo ao dela, em apertar-lhe a cintura e meter-lhe a mão nos cabelos. Esperava não sentir prazer algum quando as unhas dela lhe arranhassem o pescoço, suas mãos explanassem por sua barriga definida, suas coxas abrindo-se para melhor acolhe-lo naquele beijo cálido.
A última coisa que esperava era que seu sexo se inflamasse numa óbvia excitação, pulsante e desejosa do toque daquelas mãos finas e delicadas, aqueles lábios sensuais e aquela língua fascinante...
Pela primeira vez na vida, James Potter desejava levar uma mulher para cama.
Lily Evans não sabia com o que ficara mais surpresa: com o beijo completamente envolvente e sexual ou com a abordagem inesperada de um homem que até então julgava ser totalmente homossexual. Suas mãos passeavam livremente por sua camisa, procurando avidamente os botões – qualquer brecha – que lhe permitiriam uma visão livre daquele peito maravilhosamente torneado. As mãos que agarravam suas coxas a faziam esquecer onde estava, quem era e o que deveria estar fazendo, completamente enlouquecida pelo calor que aquele corpo provocava no seu.
Levantando o vestido até a cintura da mulher que lhe inflamava, James passava a mão pelo corpo que lhe enlouquecia. Não tinha a menor Ideia do que aquela adorável bruxa estava fazendo com ele, só queria se livrar de uma vez por todas daquele vestido apertado para que pudesse – finalmente – tocar livremente seu corpo infernal. Céus, nunca na vida estivera tão excitado!
- Ah...! – ofegou enquanto ela passava as unhas por suas costas e puxava seus cabelos. Nada na vida jamais lhe parecera tão certo quando gemer frente aos toques de Lily Evans.
- Afaste-se de mim... – pediu ela, numa voz rouca de tesão, se agarrando ainda mais ao corpo musculoso do seu cliente gay e contradizendo suas próprias palavras – Não quero fazer sexo em uma adega com seu marido nos velando na entrada.
James riu, finalmente alcançando seus seios formosos. Se pelo menos conseguisse se livrar de uma vez por todas daquele vestido... Não tinha prática em arrancar roupas femininas.
- Afaste-se de mim – pediu ele, numa voz alucina por um prazer que não conhecia, chegando mais perto, seu ponto mais intimo tocando no dela. Mesmo por cima de camadas excruciantes de pano, a sensação fazia suas pernas tremerem de paixão – Não quero fazer sexo em uma adega com minha decoradora e meu namorado fazendo planos para nossa noite de núpcias.
Lily tentou rir, mas as sensações que aquelas mãos lhe proporcionavam eram mais do que podia aguentar. Jamais sentira isso por qualquer outro homem. Ainda mais um supostamente gay e comprometido, na adega da casa dele. Se não estivesse às vésperas da melhor transa da sua vida, ela se esconderia de vergonha.
- James, querido, não vá ficar enchendo Lily com toda aquela sua ladainha sobre vinhos, está bem? Traga-a de volta logo! – riu Peter na entrada da adega.
Suas palavras tiveram o efeito de quebrar o encanto daquele momento. Com uma agilidade que James invejou, Lily colocou o vestido de volta ao lugar e arrumou os cabelos espantosamente vermelhos em seu rabo de cavalo profissional, respirando fundo. Em poucos segundos e estava pronta: ninguém seria capaz de dizer que estava chegando a uma maravilhosa seção de sexo em sua companhia.
- Já estou subindo, Peter – gritou ela, sem qualquer vestígio de emoção na voz. James a invejou ainda mais. Será que aquilo sempre acontecia? Sentiu seu estômago rugir de maneira incomoda – Me dê um segundo para uma última medida.
Lily virou-se para James pelo que esperava ser a última vez naquela adega. Ainda sem camisa – ela não fazia ideia de como havia conseguido se livrar daquela peça – e excitado, ele era a imagem pura do tamanho de seu desejo. Fechou os olhos mais uma vez. Havia quase sido descoberta, pondo em risco sua carreira e tudo o que julgava ser importante na vida!
- Eu agradeceria se subisse logo, Sr. Potter – disse Lily – E se não comentasse esse... mal entendido... com ninguém.
Sem esperar por uma resposta, subiu as escadas que a levariam de volta para a realidade.
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n/a: Essa fic é betada pela Nessie. MUITO obrigada por isso, amiga! Maiores notas ao final de todos os capítulos, já prontos e betados. Como lê-los? Comentando. BEIJOS.
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