Unico



N/a: Eu pensei nessa fic a muito tempo, mas nunca tinha terminado de escrever, entao eu a estava relendo e resolvi terminar. Nao ficou exatamente como imaginei,mas aqui vai...

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Dobrei o corredor pisando forte. Estava borbulhando de raiva!


Por que ele faz isso? Qual é o problema dele, afinal?


Que saco!!


- Lene, amiga! - uma vozinha estridente me fez parar e olhar para uma garota um ano mais nova que eu, ela tinha cabelos negros e bem lisos e olhos puxados. Revirei os olhos, eu não gostava nada daquela garota e tenho certeza que o sentimento era recíproco.


- Oi Andy! - eu disse sorrindo super falsa e fingindo ânimo ao encontra-la. Fala sério! Foi um tremendo azar dar de cara com essa garota.


- Eu vi o Sirius passando tão tristinho, o que aconteceu com vocês? Terminaram foi? - não deu para eu ignorar o tom alegrinho na voz dela. Estreitei meus olhos me imaginando puxando ela pelos cabelos e tacando a cabeça dela na parede. Mas não fiz isso, claro.


Olhei em volta e várias garotas tinha parado de andar ao ouvirem essa frase da minha querida amiguinha.


- Foi isso mesmo – falei.


- Como?! - exclamou ela com os olhos arregalados.


- Sirius Black está solteirismo. Ei todo mundo! - gritei – Eu e o Black terminamos!


As garotas ficaram estáticas e depois começaram a cochichar entre si, animadas com a novidade.


Bando de fofoqueiras, intrometidas e sem o que fazer! Humf!


- Oh, que pena – disse Andy com um sorriso no rosto – Tchauzinho, tenho que ir ver... uma coisa – e disparou pelo corredor como se procurasse por alguem.


Falsa oferecida! É isso que ela é.


Segui meu caminho para o Salão Comunal, mas não cheguei muito longe, pois um grupinho de terceiranistas me parou.


- É verdade que você e o Sirius terminaram? - perguntou uma delas cheia de sorrisos.


- É, eu e ele terminamos – falei séria – Podem correr atrás dele agora. E saiam da minha frente! - falei um pouco mais alto, ela se sobressaltaram e eu passei furiosa por elas.


Eu não ligo! Falo pra todo mundo mesmo, sabe por que? Porque eu to bem melhor sem ele! Melhor impossível!


Quem eu quero enganar? Eu estou péssima.


E com a cabeça baixa entrei no Salão Comunal. Ignorei todo mundo e subi as escadas indo até o dormitório do sétimo ano, bati a porta ao entrar. Não tinha ninguém ali. Lily e Emy estavam com o Remo e o Tiago, não necessariamente nessa ordem e... ah, deu pra entender.


Eu e o Sirius tínhamos saído para ficar a sós, sabe? E ai brigamos, outra vez, mas para mim dessa vez é definitivo. Em menos de um mês tivemos uma cinco brigas e todas terminaram do mesmo jeito, eu e ele nos beijando. Não, dessa vez não vai ser assim, chega de Sirius Black na minha vida! Vou apagá-lo totalmente da minha cabeça, começando agora.


Olhei para o cachorrinho de pelúcia que ele me deu, que estava em cima da minha cama, e peguei uma sacola bem grande em uma gaveta, joguei-o lá dentro. Vi o porta retrato com a nossa foto e o joguei dentro da sacola também, tirei o colar que ele me deu quando fizemos seis meses de namoro e joguei lá dentro também.


Abri meu guarda-roupas, decidida, e de lá tirei um vestido preto, uma blusa vermelha, uma saia jeans(um tanto quanto curta) e joguei as três peças de roupa na sacola. Tudo o que me lembrava ele estava lá dentro e eu jogaria tudo fora.


Fechei a boca da sacola e a coloquei embaixo da minha cama, iria jogar fora quando tivesse oportunidade, ou melhor, iria pedir para alguem jogar fora, não sei se seria forte o bastante para me livrar daquelas coisas, aquelas lembranças...


Suspirei e ouvi vozes do lado de fora do dormitório.


- Não, Lily. Impossível – argumentava Emily.


- Eles são muito cabeças duras, Emy, eu não duvido de nada. - disse Lilian


A porta se abriu e as duas encerraram o assunto ao me verem em pé no meio do quarto.


- Lene – disse Emy e deu um sorriso amarelo.


- Precisamos conversar. - disse Lily séria.


Revirei os olhos.


- É mesmo verdade que... - começou Emy.


- É, sim! Eu e o Sirius terminamos – cortei ela e me dirigi para a porta.


- Espera aí – disse Lily segurando meu braço, me fazendo parar – Como isso aconteceu?


Virei para encará-las.


- Ele é um idiota!


- Disso sabemos, não terminou com ele por isso não é? - perguntou Emy.


- Ele me tira do sério! Com aquelas crises de ciumes e tudo. Eu não aguento mais!! - explodi e me joguei na cama mais próxima, que eu não fazia ideia de quem era, e não tava nem aí!


- Lene, o Sirius é assim mesmo, você sabe... um bobo que está apaixonado de verdade pela primeira vez. - disse Lily dando uma de psicologa.


- Mas ele não confia em mim! Isso me deixa... - procurei a palavra adequada – Irritada, com raiva e ofendida


- Falou isso pra ele? - quis saber Emy.


- Falei! Mas ele não me escuta e... dessa vez é de verdade. Sem volta – eu disse.


Elas se entreolharam.


- Você diz isso toda vez – disse Emily e Lily a repreendeu com o olhar, mas acabou concordando.


- Mas agora é sério! Se vocês não acreditam, tudo bem. Eu não ligo! - levantei-me e saí descendo as escadas de dois em dois degraus.


Eu desci com tanta presa e com a cabeça cheia de pensamentos, não me conformava com o que acabara de ouvir. Quando me esbarrei em alguem.


- Você não olha pra onde anda, não é? - reclamei e levantei o olhar para ver em quem eu tinha me esbarrado.


- Calma, Lene. Foi você que desceu as escadas como louca – disse Tiago sorrindo.


- Tiago – falei entediada.


- Oi. Minha ruivinha ta lá em cima? - perguntou ele.


- Ta – respondi friamente e fui andando, ele segurou meu braço.


- Que tem de errado com você?


- Pergunte para seu amigo – eu disse e me livrando dele sai do Salão Comunal.


Fiquei vagando sem direção até que fiquei com fome e lembrei que era hora do jantar, e com essa descoberta fui para o Salão Principal.


Passei por todo mundo na mesa da Grifinória, sem reparar em ninguém, mas eu sabia, eu sentia que ele estava ali em algum lugar com o olhar fuzilando minhas costas, mas eu não olharia de volta, ah não, aquela cara de cachorrinho abandonado não me comoveria nunca mais!


Comi sem sentir o gosto da comida direto, nem liguei quando Lily e Emy chegaram e se sentaram ao meu lado. Fingi não ouvir quando elas falavam sobre como eu e o Sirius eramos dois cabeças duras e blábláblá.


Que saco! Uma garota não pode nem mais sofrer em paz?


Voltei para o Salão Comunal com as duas ainda reclamando coisas no meu ouvido. E eu nem liguei, estava fazendo greve de silêncio.


- Você vai mesmo nos ignorar a noite toda? - perguntou Lily furiosa.


É, eu iria sim.


Sentei-me em uma das mesas de estudo e abri o livro de feitiços para fazer uma atividade de dez questões que nem era para amanhã, mas eu tinha que fazer qualquer coisa para não pensar naquele idiota do Black. Qualquer coisa para não lembrar daqueles olhos acinzentados, daqueles lábios tão convidativos e... Para com isso!!! Chega de Sirius Black!! Qual o meu problema? Não era para eu estar pensando em como os lábios dele eram convidativos, não era para eu pensar nisso nunca mais! Que droga! É isso mesmo que o Sirius é, uma grande droga, viciante e muito ruim para mim. Por isso chega!


- Qual é Lene – disse Emy – você não pode simplesmente parar de falar com a gente.


Ah, não é?


- Só porque falamos a verdade e...


Antes que Lily completasse sua fala um papel se materializou na minha frente.


Oh, não!


Precisamos conversar.


Era isso que estava escrito naquela porcaria de pedaço de papel.


Olhei para trás e vi que os marotos estavam sentados no sofá e um deles me fitava intensamente. Lancei-lhe de volta um olhar mortal. Peguei o pedaço de papel e o picotei em mil pedacinhos depois joguei para trás e voltei a fazer o que eu estava fazendo antes.


- Lene, você não acha que deveria dar uma chance e falar com ele? - disse Emy.


- Outra chance? Ele já teve muitas – respondi esquecendo da minha greve de silêncio. Emy sorriu vitoriosa.


- Não custa nada ouvir o que ele tem pra dizer. Não pode ignorar ele pra sempre – disse Lily.


- Posso sim, em alguns meses vamos sair de Hogwarts e então adeus para sempre Black. - falei.


- Mas... - e então outro pedaço de papel se materializou a minha frente.


Por favor, Lene.


Apenas isso estava escrito. Suspirei imaginando como devia estar a expressão dele e por isso não me virei para encara-lo. Peguei o querido pedacinho de papel e o amacei até ficar pequeno demais para ser amaçado e o joguei no lixo.


- Oh, Lene. Ele ta tão triste – disse Emy com cara de pena.


Por isso que eu não olhei para trás, para não vê-lo fazendo uma daquelas suas expressões de coitadinho que amolecia qualquer coração. Mas o meu não, não mais.


- Ta, sei – fiz pouco caso.


- Marlene você é apaixonada por ele e ta na cara que ele sente o mesmo. Não pode fugir desse sentimento – disse Lily se achando a especialista no assunto.


Olhei para a mesa e outro peço de papel surgiu.


Sério, preciso mesmo falar com você. Olhe para trás.


Eu não vou olhar, não vou olhar, não vou...


Droga! Eu sabia que não devia ter olhado, porque ali estava Sirius Black bem atrás da minha cadeira me olhando profundamente com aqueles olhos hipnotizantes. Merda!


- Vai ser rápido, eu juro. - disse ele.


- Não tenho mais nada para falar com você – cortei friamente.


- Mas eu tenho para falar com você – devolveu.


Respirei fundo e fiquei de pé.


- Eu volto em um minuto meninas – disse para minhas amigas que me olhavam com sorriso no rosto. Revirei os olhos enquanto seguia Sirius Black para fora do Salão Comunal.


- Pra onde vai me levar, Black? - perguntei assim que passamos pelo retrato da mulher gorda.


- Pra um lugar mais calmo – respondeu e tentou segurar na minha mão, que eu não deixei, é claro.


- Chega, fala logo o que quer – falei parando de andar e cruzando os braços.


Ele parou e me olhou.


- Lene, olha, eu sei que fui um grande idiota.


- É, você foi.


- Certo... Mas você sabe que eu sou assim mesmo. Aquele cara estava perto demais e...


- Você nunca confiou em mim, Sirius – falei, magoada.


- Não é isso, é claro que confio em você. Não confio são nos outros caras. - desculpou-se ele.


- Era só isso? - perguntei – Porque não mudou nada.


Ele deu um passo para frente e ficou bem próximo a mim, tentei me manter firme no lugar, mesmo tentada a sair dali. Olhei para cima para olhá-lo nos olhos.


- Lene – disse sussurrando – O que mais quer que eu diga?


- Não sei, algo com sentido.


- Ok. - ele estava mesmo muito próximo. Ei! Como suas mãos foram parar na minha cintura?


- Sirius – o repreendi, mas ele fingiu não escutar.


- Eu te amo, Lene – disse com os lábios bem próximos aos meus. - Isso é muito novo pra mim, nunca senti por ninguém e você sabe disso.


- Mas não acredito – murmurei com o olhar fixo nos seus lábios, eles estavam tão perto... ai, droga!


Ele encostou mais perto, se é que era possível, e acabou me empurrando, logo senti minhas costas contra a parede. Oh, céus. Porque comigo? Porque?


- Sou inseguro demais, Lene. Eu sinto como se a qualquer momento você fosse desaparecer, eu não quero perder você. - ele disse e em seguida começou a fazer um caminho de rápidos e seguidos beijos no meu pescoço. Ele fazia isso de proposito, para me confundir e eu não pensar direito. E estava conseguindo, eu não pensava direito, só tentava me manter em pé, porque depois que Sirius Black beija meu pescoço eu não sinto minha pernas.


- Pa-para com isso – falei tentando parecer brava. Mas como ser brava com ele quando ele faz isso? E pra completar eu sinto o cheiro do seu perfum,e que tira o resto de sanidade que eu tento manter.


- Eu não suportaria viver uma vida sem você nela – dizia ele, agora com uma das mãos acariciando meu rosto.


- E porque pensaria que eu fosse desaparecer? - perguntei tentando me manter firme.


- Você é boa demais pra mim. Eu não mereço estar com você. - disse ele enquanto deslizava a mão do meu rosto para o meu pescoço e me olhava de forma carinhosa.


Ele estava diferente, doce demais... Isso é suspeito, realmente ele quer fazer as pazes.


Então uniu seus lábios aos meus e eu senti meu coração bater tao rápido dentro do peito que parecia bateria de carnaval. Uma corrente elétrica percorreu meu corpo, eu não sentia mais nada, apenas os lábios de Sirius e sua língua que dançava perfeitamente com a minha.


Como isso aconteceu? Como em um minuto eu estava furiosa com ele, praticamente querendo lhe lançar uma maldição e no minuto seguinte eu estava me derretendo toda nos seus braços? Como suas mãos já estavam percorrendo minhas costas como se estivesse em uma missão de reconhecimento? Como o beijo dele pode ser tao bom e se encaixar perfeitamente no meu?


O que minhas mãos estão fazendo ao redor do seu pescoço tentando puxar sua cabeça para mais perto, mesmo que eu saiba que isso seja impossível?


E o mais importante, porque eu simplesmente não me lembro do motivo de ter estado com tanta raiva dele?


Nosso beijo estava ficando cada vez mais intenso, tanto que as mãos dele já estavam tocando minha pele por baixo da blusa e... caramba como minhas mãos foram parar dentro da blusa dele?


Me afastei um pouco para poder pegar ar e oxigenar meu cérebro para que eu tome consciência do que eu estava fazendo antes de cometer uma burrada.


- Sirius – eu disse ofegante enquanto ele tinha recomeçado a me beijar no pescoço. - A gente não pode ficar junto, não pode mesmo. - falei o empurrando de leve para longe de mim.


- Porque? - perguntou com os olhos faiscando de... não sei... desejo?


- Porque brigamos demais – respondi, ele riu e aquele sorriso me fez esquecer o que eu tinha dito.


- E daí? - e suas mãos voltaram para minha cintura, ele apoiou sua testa na minha.


- E daí... que não da para ter tantas brigas em um relacionamento. - falei tentando me afastar, mas eu não conseguia e não era porque as mãos dele estavam bem firmes ao redor da minha cintura, mas sim porque eu simplesmente não queria sair de perto dele.


- Eu prometo ser bonzinho e não te dar motivos para brigar comigo – sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar. - Namora comigo de novo, Lene. - pediu.


E eu suspirei, era uma causa perdida. Não tinha como lutar contra meus sentimentos, longe dele eu estava tao sozinha, me sentindo vazia. E ali com ele, nossa era bom demais para eu resistir.


- Ta, se você promete – suspirei e procurei urgente seus lábios que encontraram os meus rapidinho.


É... e aqui vamos nós outra vez. Porque o amor é assim, mais forte do que eu possa imaginar.


O amor é uma grande e perigosa droga, principalmente quando a pessoa que você ama é alguem como Sirius Black, tao viciante que deveria ser crime.


Ah, que saber? Eu pego prisão perpetua então.

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