Problemas Conjugais...Parte II
N/A: * retirando a poeira e as teias de aranha da fic * Sim, eu realmente passei dos limites. Devo confessar isso. Mas eu realmente planejava postar o desde a semana retrasada, só que eu acabei adoecendo e depois, semana passada, tive uma semana corrida por causa dos preparativos para o ano novo. E, sexta-feira à noite, quando eu me sento para revisar e postar o cap, minha tia me liga dizendo que resolveram viajar dali a alguns minutos... e agora, voltando de viagem, finalmente - e bota finalmente nisso - eu irei postar o cap. Realmente, me perdoem. Prometo que isso não vai se repetir... e o cap de Te Amo Lily sai hoje, sem falta. Mas acho que provavelmente sairá à noite...
Ah, antes que eu me esqueça, o trecho da música desse capítulo é cantada pelo grupo ABBA e se chama "The Winner Takes It All". * Lisa se perguntando se alguém vai conhecer... rsrsrsrsrs*. O grupo é dos anos 70 e a música mais manjada deles - na minha opinião é "Dancing Queen" * You can dance, you can jive / Having the time of your live / See that girl, watch that scene / Dig in the dancing queen... (^.^) *... Mas, se alguém não conhecer, no problems... rsrsrsrsrs...
A propósito, FELIZ 2006!!!!
* Lisa com medo de olhar os comentários *
Bom, não vai dar para responder a todos os comentários... Até porque tenho que terminar Te Amo Lily... e eu acho que vocês vão preferir isso, não? XDDDDDD... Mas agradeço a todos os comentários, ameaças de morte, a formação do SPLE, ao fato de mandar Merlim levantar da cova para me fazer postar...ao atualizas... a futura criação do FA...
Eu vi que muitas pessoas gostaram da cena do banheiro... * coitado do Tiago... HUAHAHAHAHAHAH * E, espero que gostem da desse cap também * corada * Eu realmente me empolguei demais quando a escrevi...hehehehehehehe.
Outra coisa que me perguntaram muito foi se o Tiago dormiu com a Sharon. Hehehehehe. Vocês terão a resposta - nem tão concreta - nas ultimas partes desse cap. E, como sempre, ela estará em entrelinhas. Aliás, a resposta disso já foi publicada em entrelinhas na parte anterior do cap...rsrsrsrsrs.
Helena - Que bom que você gostou do cap. XD. Quanto ao livro do bruxonildo, eu tive a idéia quando eu fui na livraria e vi o livro "Onde está Wally"... XD. Aí me veio a idéia de colocar uma versão bruxa do livro nesse cap... hehehehehehe.
Arícia - Não foi pelada não. huahahahahahaha. Ela tomou com um sutiã e calcinha - que lembrava mais um biquíni...XDDDD.
Jéssica Tonks - Eu percebi que o comentário estava errado... huahahahahah. Normal, não é só você quem faz isso. Quanto ao fato de não ter colocado o cap todo é que, além de ter ficado muito grande, ele não havia sido concluído ainda - aliás, eu mudei a última cena várias vezes e meus dedos se coçaram para não mudar várias partes do cap novamente, quando a reli agora pela manhã * Quanto a ler cenas "mui calientes", espero que não se importem mesmo... * olha para os lados e assobia * Sim, você estará. Já anotei as características * control c, control v... huahahahaha * Quanto a fic em parceria... * olhinhos brilhando * Por que não??? Adoraria!!!! Quanto a sua carta... Ela ainda está aqui em casa... * corada * Eu te falei que queria refazer aquela cena que eu iria te mandar... huahahahahaha... ela está na metade...hehehehehe. mas ela irá ainda essa semana.
Witch Caster - Te adicionei. (^.^) Melhor escritora? * corada * Que é isso...
Carol Catta Preta - XDD. Que bom que você está gostando das minhas fics. Eu simplesmente AMO os marotos. E as partes que eu mais gosto de escrever são as provocações de Tiago/Lílian. XDDDDD. E, sim, a fic fica ainda mais quente... XD
Juliana Potter - Os atualiza surtem efeitos sim... Variados, eu digo. rsrsrsrs. Mas o normal é desespero total e bloqueio parcial da escrita... Sim, muitas vezes me dá branco e eu não consigo escrever nada, ou se escrevo, acho ruim... e se acho ruim, eu apago e volto ao zero... hehehehehehe. * o que vem acontecendo com muita freqûencia no novo cap de Te Amo Lily... * Você vai criar o FA? * com medo * E se o FA se transformar numa sociedade secreta com o objetivo de assassinar escritoras que demoram de escrever??? o.O * desespero * HUAHAHAHAHAHAHAHAH. Bom, aqui está o cap... Espero que goste.
Bom, aqui me despeço... Beijos para todos que estão lendo e/ou comentando na fic. Quanto ao próximo cap... Ele já tem aproximadamente dez páginas. (^.^)
6º Dia – Problemas conjugais... apesar de nem cônjuges serem.
Parte II
-Mãe? – perguntou Marlene um pouco receosa.
Lílian ergueu o olhar, sorriu, e apoio o queixo nos braços cruzados sob a mesa, onde minutos antes estivera a sua testa.
-Sim, Lene... Belle?
-Ah, mãe, faz um penteado bem bonito no nosso cabelo!! – falou Belle sorrindo fracamente.
-Que tipo de penteado?
-Você vai fazer, mãmae?
-Vou. – ela falou esboçando um fraco sorriso.
As garotas soltaram um gritinho de alegria.
-A Lisa e a Alice não vão querer também não?
Belle e Marlene se entreolharam. Não tinham pensado nisso.
-Er, bem... elas não falaram nada para a gente. A Lisa e a Lice estão muito entretidas procurando o Bruxonildo... ainda.
Lílian riu fracamente.
-Então, vamos para o quarto.
(...)
Tiago avistou um vulto ruivo por cima do livro que lia. A seguiu discretamente com o olhar, pigarreou e anotou algo em um pergaminho, e voltou a atenção para o livro. Sirius, Remo, Lisa e Alice sussurravam entre si, olhando da mãe, que agora começava a subir as escadas, para Tiago, entretido com sua leitura.
-Por que sempre eu que tenho que ir? – murmurou Lisa emburrada.
-O combinado foi esse! Eu consegui o livro. O Remo enfeitiçou a sala. A Marlene já criou a história da barata. A Belle foi falar com a mamãe. A Alice vai fazer a última parte. Agora é a sua vez.
-Está bem... Eu sei que o Pedro não conta. – concluiu enquanto fitava o irmão metendo a cara no livro para ver se entendia alguma coisa.
A garota se levantou levemente emburrada e se dirigiu ao som. Pegou o primeiro disco que viu pela frente e se dirigiu a passos muito lentos em direção ao pai.
Tiago fitou um par de castanhos o observando atentamente com algo na mão.
-Sim Lisa? – perguntou sem tirar os olhos do pergaminho.
-Pai, o que é isso? – ela apontou para o disco que segurava.
Tiago ergueu o olhar para fitar a “filha”.
-Um disco.
-Disco? E ele serve para quê? – não que ela não soubesse, mas não queria que ele desconfiasse de nada.
-Tocar músicas.
Ela sorriu satisfeita.
-Música? – a garota quase dava pulinhos de alegria. – Ah, papai, coloca esse troço para funcionar!!!
Tiago gargalhou e se levantou rapidamente, pegando o disco da mão da “filha”. Remo, Sirius e Alice rapidamente voltaram a atenção para o livro e sorriram triunfantes.
Fitou as letras douradas que diziam “Santa Esmeralda” da capa antes de tirar o disco de dentro. Sorriu marotamente por uns minutos e depois balançou a cabeça a fim de espantar seus pensamentos. Imaginar Lílian dançando lambada com ele o fazia ter idéias... o que não era nada bom para ele no momento.
O som ligou, mas desligou no minuto seguinte. Tiago fitou o botão emburrado e o apertou várias vezes, sem obter nenhum sucesso. Checou os fios, a tomada e nada... Se olhasse para trás podia ver Lisa dando um ok para os irmãos e os mesmos comemorarem silenciosamente.
-O que houve papai? – ela perguntou inocentemente no exato momento em que Alice subia as escadas para executar a parte dela do plano.
-Hum... provavelmente, algum problema no gerador de energia. Acho melhor eu checar isso.
(...)
-Mãe... – disse Alice calmamente enquanto abria a porta do quarto. Belle e Marlene conteram um sorriso.
-Sim, Lice? – ela fitou a filha de imediato.
-O papai está te chamando...
-O P... Tiago?
-Hum, hum. – ela assentiu de leve. – Ele falou algo tipo gerador... falou que não sabia mexer, e pediu para eu te chamar, porque certamente você saberia.
Lílian checou as luzes. Realmente a luz havia faltado.
-Certo. Belle, Marlene, o penteado fica para mais tarde, ok?
Elas concordaram com um aceno na cabeça e sorriram triunfantes.
(...)
Lílian entrou no pequeno cubículo, onde já estava presente um maroto de cabelos extremamente arrepiados. Ela suspirou lentamente, no que ele se virou surpreso para ela.
-Evans? – ele ergueu a varinha acesa para fita-la melhor.
-Você não me chamou, Potter?
-Te chamei? – ele perguntou surpreso. No segundo seguinte ouvira um murmurio que lembrava muito “accio varinha”, a mesma voando para longe dele e a porta batendo fortemente.
O recinto se escureceu rapidamente e Lílian piscou varias vezes, no intuito de tentar enxergar algo à sua frente... em vão.
-Estamos presos? – ele ouviu a voz de Lílian à sua frente.
-É o que parece, não, Evans? - ele murmurou emburrado. – Eles nos prenderam aqui. E roubaram a minha varinha!
Tiago ouviu um ruído esquisito, mas pareceu não se importar.
-Tenho uma grande notícia, Potter, a minha também não está no meu bolso. – ela falou irritada.
-Preciso dizer quem pegou?
-A culpa toda foi sua Potter.
-Minha culpa? – ele riu amargamente. – Evans, se você não estivesse me tratando feito um cachorro pulguento e leproso, eu não tinha a necessidade de ficar retrucando tudo o que você diz.
-Se você não tivesse ido ver a Sharon... – ela praticamente cuspiu o nome e continuou. – ... eu não precisaria agir assim. Ai, Merlim, odeio lugares fechados. – um novo ruído.
-Tente forçar a porta, Evans.
-Como forçar, Potter? Eu nem mesmo sei onde ela está!
-É só você virar e dar alguns passos para a frente, Evans, perdeu a noção de espaço, foi?
Tiago ouviu um bufo de raiva baixo e segundos depois, o som de uma maçaneta sendo forçada.
-Não... abre! – falou a ruiva irritada.
Tiago revirou os olhos e deu alguns passos para a frente, e entreouviu um novo ruído. Sentiu-se esbarrar em algo e, quando o apalpou, percebeu ser um corpo.
-Potter, o que você pensa que está fazendo? – ela o empurrou de leve com os ombros e se virou.
-Quero que você saia da frente, Evans. – ela se arrepiou ao sentir o hálito quente dele sobre o seu rosto.
-Certo. Mas, você precisa sair da minha primeiro.
Tiago deu espaço e a ruiva passou, tateando tudo às escuras. Ouviu automaticamente o som de algo batendo na porta várias vezes.
-Está enfeitiçada. – ouviu Tiago murmurar ofegante. – Não tem como abrir.
-Ótimo? E o que eles querem que a gente faça, pelo amor de Merlim?
Tiago sorriu marotamente.
-Não está óbvio, Evans? Eles acham que a gente vai se separar.
-Oh, Potter, grande conclusão. – ela falou num tom irônico e debochado. – Eu sei muito bem disso, mas porque nos trancaram aqui?
-O que você acha que casais fazem em cantos escuros, Evans? – ele falou num tom maroto.
-Não encoste um dedo em mim, Potter, porque se não eu te mato!
Tiago gargalhou.
-Não se preocupe, Evans, como eu já disse... não costumo fazer esse tipo de coisa em casa.
-E como você acha que crianças vão saber disso, Potter? – ela ignorou a ultima resposta dele. Ouviu-se um novo ruído. Lílian sentiu algo em suas costas e apalpando levemente, percebeu ser a parede. Não havia percebido que andara tanto assim.
-Eles não são crianças normais, Lílian. E, talvez, tenham pensado em propor um acordo conosco futuramente. Talvez eles só desejem que as brigas acabem.
O vasculhante que ficava em cima da porta foi aberto e Lílian sentiu a claridade cega-la levemente. Era a impressão dela ou aquele cubículo estava menor ainda? Tiago pareceu não notar, apenas suspirou. Lílian desistiu da idéia de perguntar quando constatou que ele estava sem camisa.
-Potter, o que você pensa que está fazendo? Vista isso agora! – ela murmurou.
-Lílian... – começou docemente. – Evans. – ele rapidamente corrigiu. – Não tenho culpa se a experiência anterior que tive me deixou com um pouco de calor.
Lílian preferiu não pensar no duplo sentido dessa frase.
-Então, controle seus hormônios, Potter. Se você me agarrar eu juro que te MATO!
-Mesmo? – ele perguntou irônico.
-Com certeza! – ela falou emburrada, caminhando em direção ao maroto. – Ah, me deixe ver essa porta!
Lílian bateu várias vezes na mesma e aumentou a voz emburrada.
-Sirius, Remo, Belle, Marlene, Lisa e Alice. Eu sei que vocês estão aí. Tirem-nos daqui agora, ou será muito pior para vocês.
-Eles descobriram. – murmurou Remo aflito.
-Era de se esperar. – falou Sirius calmamente. – Agora que eles já sabem, vamos levar até o final. Vamos ficar de castigo mesmo...
-Mas o castigo pode ser pior se deixarmos por mais tempo, não é? – insistiu Remo.
-Relaxa, Remo. Ainda temos a possibilidade deles esquecerem de tudo quando estiverem feito as pazes.
-E como vamos saber quando eles vão fazer as pazes? – perguntou Belle curiosa.
Sirius franziu o cenho.
-Eu não tinha pensado nisso. – ouviu-se risos prendidos e Belle revirou os olhos.
-Grande plano o seu. – ela completou irônica.
-Veremos... – ele sorriu marotamente.
-Evans, não gaste energia a toa, eles não vão abrir. – falou Tiago calmamente, já recostado na parede, com os braços cruzados e um dos joelhos dobrados.
-Mas, eles terão que abrir, Potter! Eu não quero passar o resto dos dias trancada aqui com você!
-Como se também me agradasse profundamente esse fato, Evans. – ele murmurou emburrado. Tiago ouviu um novo ruído, percebeu então que as paredes estavam se movendo quando sentiu ser arrastado por elas. – Evans, não diga mais nada!
-Como assim? – ela perguntou irritada, ao mesmo tempo que Tiago olhava para os lados, um pouco nervoso. – Quem é você para me dizer o que eu faço ou deixo de fazer, Potter?
-Evans, cala essa boca! Não está vendo que você está piorando as coisas? As paredes estão se movendo a cada frase raivosa que você profere.
-Ah, é mesmo? – ela falou irônica. – Ah, não me dig...
Só então Lílian percebera que também estava sendo arrastada... para perto de Tiago.
-POTTER, O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
-A sala foi enfeitiçada, Lílian. – ele falou seriamente. – É tão difícil para você chegar a essa conclusão?
Tiago revirou os olhos quando viu a ruiva inchar de raiva.
-Claro que eu cheguei a esta conclusão, Potter. Eu só estou perguntando se você sabe que feitiço é esse?
-Sim, fui eu quem o inventei. – ele concluiu com um sorriso maroto.
-Isso tudo foi armação sua, não é, Potter? DESFAÇA ISSO AGORA!!! – eles se aproximaram mais ainda.
Tiago suspirou quando sentiu o calor do corpo dela junto ao seu.
-Até iria desfazer se não estivesse sem varinha.
-Não teria outra forma de desfazer isso? Não me agrada a idéia de estar junto de você. – ficaram mais próximos. Lílian ficou na ponta dos pés, com medo de ser esmagada.
Tiago sentiu o corpo esquentar ao sentir o corpo da ruiva tão rente ao seu.
-E agora, o que faremos?
-Ah, duas maneiras de sair daqui, Evans.
-Que eu controle minha raiva? E começe a te elogiar?
-Não há mais essa possibilidade.
-E o que eu teria que fazer, então?
-Isso.
Lílian mal viu o que a atingira. Só percebeu que no segundo seguinte estava nos braços de Tiago – não que ela já não estivesse, mas agora ele segurava-a pela cintura fortemente – e que ele a estava beijando.
Sentiu a parede às suas costas se afastar aos poucos e rapidamente forçou uma separação entre os lábios.
A marca dos dedos da ruiva marcaram a face esquerda de Tiago ao mesmo tempo em que as paredes os uniram novamente, mas não tão rente quanto antes. Agora a distância entre os dois permitia apenas uma leve locomoção.
-Nunca... mais... se... atreva... - murmurou ofegante.
-Não fiz por querer, Evans. O beijo quase funcionou, se você não tivesse me dado aquele tapa. Agora travou tudo.
-Como?
-Foi um dos meus feitiços mais bem bolados, Evans. Se eu sofresse qualquer agressão, a parede se recusaria a se afastar, mesmo se dormíssemos juntos agora mesmo. O efeito dura umas quatro horas.
-QUATRO HO...
Ele rapidamente tapou a boca da ruiva com a mão.
-Não... se irrite. – disse cautelosamente. – Eu não disse nada quanto a elas se juntarem novamente.
Lílian suspirou quando Tiago a soltou. As paredes se uniram um pouquinho mais. A ruiva não podia negar que aquele contado estava matando-a por dentro. Tinha que dar tudo de si para resistir a tentação de agarra-lo ali mesmo. Com Tiago não era diferente.
O silêncio reinou entre eles. Lílian tentou ignorar o fato de que suas pernas estavam entrelaçadas e virou o rosto, fitando a pequena porção que iluminava o recinto. Tiago estava com os olhos fechados e colocou as mãos no bolso. Lílian teve um sobressalto.
-POTTER!!!! – ela pigarreou sentiu a parede se mover mais um poucos centímetros, os empurrando levemente para perto da porta ( ou quase metade dela, já que boa porção estava coberta pela “parede ambulante” ) e suspirou. – Quer tirar suas mãos daí?
Tiago moveu as mãos no bolso e sorriu marotamente ao perceber onde elas estavam.
-Ok, Evans.
Novo silêncio. Tiago soltou um longo suspiro e Lílian se arrepiou. Não soube por quanto tempo ficara assim, até que a ruiva, cansada daquele silêncio, resolvera se pronunciar.
-Como vamos sair daqui? – ela perguntou, ainda com o rosto virado.
Tiago, que estava fitando o vasculhante distraído, voltou o olhar para ela.
-Como assim?
-Sair daqui, Tiago. – ela soou o mais doce possível.
-Ah, sim... estive pensando. A única saída é o vasculhante. Pelo seu tamanho acho que você passa por ele.
-Passar por ele? E se eu ficar presa? – ela indagou desesperada.
-Quanto a você, eu não sei, mas quanto a mim... a vista que terei será magnífica. – ele olhou para baixo e Lílian corou fracamente ao perceber que ele fitava o seu colo desejosamente. – em ambas as posições.
-E... como você espera que eu suba até lá? Voando? – ela sussurrou, extremamente rouca.
-Terá que se apoiar em meus ombros.
-Ah, e como eu faço isso.
-Teremos que fazer um trabalho em conjunto... – ele sorriu marotamente.
-Como assim “em conjunto”?
-Eu desço e você sobe. Ou prefere que eu fique por cima?
Lílian ficou envergonhada. Ele adorava fazer aqueles comentários de duplo sentido.
-Nenhum dos três, Potter. – murmurou.
-Pena.
Ele ainda lançava olhares desejosos para baixo. Lílian sentiu-se levemente constrangida.
-Não me agrada a idéia do seu rosto descer “esfregando” no meu corpo. Pode lhe dar “idéias”.
-Então, faremos o contrário.
-Vai dar no mesmo!!! – ela já estava da cor dos seus cabelos.
-Claro que não daria. Você aguentaria meu peso, Lílian?
-Em que sentido? – ela xingou-se internamente por deixar escapar aquele comentário. Tiago sorriu marotamente.
-Bom, se você estiver vendo por esse lado...
Lílian bufou de raiva baixinho, no que ele exibiu uma feição malandra.
-Você não quer que eu suba nos seus ombros, quer?
-CLARO QUE NÃO! Aí você vai “esfregar” o seu corpo no meu rosto!
Tiago gargalhou.
-Então ficaremos aqui até a porta “desemperrar”.
Lílian recostou a têmpora na parede ao seu lado e suspirou.
-Ótimo, o que fazer agora?
-Cantar? – Tiago sugeriu risonho.
Lílian revirou os olhos.
-Ah, Potter, cala essa boca!
-Ora, Evans, você não acabou de perguntar o que era para fazermos?
A ruiva revirou os olhos, e se fosse possível, bateria na testa do maroto para ver se fazia aqueles inúteis neurônios funcionarem.
-Não falei nesse sentido. – ela falou calmamente. – Estou perguntando se há outra maneira de ir embora daqui.
Tiago assobiou um pouco antes de responder.
-Claro que não, Lílian. A não ser que você tenha a capacidade de se transformar numa coruja e sair daqui voando.
Foi a vez de Tiago querer bater a mão na testa. Se pensasse na possibilidade de se transformar num cervo antes, poderia abrir a porta facilmente. E, depois, ter que explicar para a ruiva o fato dele ser um animago ilegal... mudou de opinião completamente.
Tiago resolveu então continuar a assobiar. Lílian recostou-se o máximo que pôde à parede e ficava fitando o ombro direito de Tiago distraidamente.
Ao que parecia ser a quinta música, Tiago – já sentindo os musculos do rosto doerem de tanto ficar da mesma maneira – e parou de assobiar. Ele, que estava esse tempo todo fitando o vasculhante, voltou o olhar para a ruiva.
-O que você está fazendo?
-Hã? – Lílian volta o olhar para ele. – Ah, nada. Esperando o tempo passar, será que já passaram quatro horas?
-Acho que não. – ele falou seriamente.
Lílian moveu-se incomodada. Tiago se arrepiou devido ao movimento dela e suspirou.
-Quer parar de se mover? A situação pode ficar bem constrangedora para mim.
Lílian corou furiosamente.
-Potter, você...
-Estou procurando o meu relógio de bolso, não se preocupe. Eu ainda não... ah, achei.
-Está sendo sincero? – perguntou receosa.
-Claro. – ele moveu um pouco o rosto e o inclinou. Aliviada, Lílian sentiu a mão dele mover-se lentamente dentro do bolso, até sair.
Tiago semi-cerrou os olhos. Lílian espiou o relógio de soslaio. A ruiva admirou-se por ser igual ao dos trouxas.
-Como você...
Ele sorriu fracamente e a fitou de soslaio.
-Sempre achei bonito. Lux.
Bem... não era totalmente trouxa.
Os números, além dos ponteiros do relógio redondo, iluminaram-se, ficando ligeiramente prateados, assim como a corrente e o contorno do relógio.
-Quê? Não se passou nem uma hora? – os dois falaram ao mesmo tempo.
-Merlim, meu corpo já está cansado de ficar do mesmo jeito.
-E o que eu digo do meu? – ele retrucou.
-Eles não vão abrir isso nem tão cedo, provavelmente, devem estar “destruindo” a casa. – ela falou entediada.
Lílian e Tiago se entreolharam desesperados.
(...)
Seis garotos estavam sentados no chão da dispensa e encaravam a porta fechada com um olhar entediado, enquanto um outro retirava o ouvido calmamente da porta.
-Eles voltaram a falar. – murmurou Sirius entediado. Os outros soltaram um muxoxo.
-E o que te faz pensar que eles só vão fazer as pazes quando estiverem calados? – perguntou Alice rapidamente.
-Bom, quando eles se beijam, eles costumam ficar em silêncio, não?
Pedro se perguntou o que seria beijo, e os outros irmãos sorriram marotamente.
-Será que vai demorar muito? – se pronunciou Lisa.
-Não sei... – Sirius soltou um longo suspiro.
-Os deixamos aí? – Remo girou a varinha nas mãos distraído. – Podemos brincar um pouco... o que acha?
Belle e Lisa se entreolharam, Marlene suspirou, Alice meneou a cabeça, Pedro surrupiou um pacote de biscoito e começou a comer. Sirius e Remo sorriram marotamente.
-Ótima idéia! – eles dois falaram ao mesmo tempo.
(...)
-Eu não aguento mais ficar aqui... – disse Lílian com voz chorosa. – Eu quero ir...– ela remexeu-se um pouco, extremamente corada.
-No banheiro? – Tiago sorriu marotamente. – Você não é a única.
-Mas, em geral, os homens, aguentam mais tempo do que as mulheres... eu acho.
Tiago apenas deu de ombros.
-O que vamos fazer?
Lílian suspirou irritada.
-Já reparou que é a terceira vez que você fala isso?
-Evans, é tediante ficar aqui sem fazer nada!
-E o que você quer que eu faça?
-Existem várias coisas para fazermos juntos aqui, Evans. Consegue adivinhar uma delas?
-Prefiro não pensar sobre o assunto.
Tiago gargalhou.
-Merlim, não aguento mais ficar aqui... – ela falou desesperada. – Odeio lugares fechados, ainda mais estando em péssima companhia.
-E o que eu digo de você, Lílian?
-Isso não é o que suas palavras denotam. – ela retrucou com um olhar triunfante.
-Bom... não é todo dia que eu te vejo quase sem roupa e agindo daquela maneira. – ele sorriu fracamente. – Qualquer homem reagiria da forma com a qual estou agindo. Mesmo que odiasse a garota acima de todos os seres do universo. Apesar de tudo, não posso negar que você tenha um belo corpo, Evans.
Lílian pigarreou. Sentiu-se ligeiramente envergonhada.
-Obrigada pelo elogio, Potter. Apesar de que, vindo de você, eu não possa considerar muita coisa. – retrucou amarga. – Ai, esqueci dessa porcaria! – ela murmurou irritada quando sentiu-se mais próxima de Tiago.
Os rosto dele estavam a centímetros, os narizes quase recostados.
-Viu o que você fez? – disse Tiago rouco. Sentia o corpo dela junto ao seu... completamente junto ao seu. As pernas estavam entrelaçadas e a respiração dela estava rente a sua. Sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo.
Lílian sentiu-se ligeiramente desesperada. Tentou não olhar para baixo. Tentou não olhar para o peito nu dele. Suspirou e corou furiosamente.
-Potter, você esta...
-Extremamente apertado? – ele falou seriamente. – Ah, sim, estou.
-E isso explica o... – ela apontou para baixou e sorriso constrangida.
-Meio-termo, Evans. – ele sorriu pelo canto dos lábios.
-Como assim meio-termo? – ela ergueu uma sobrancelha.
-Nas últimas horas tenho pensado em coisas... e a nossa proximidade não ajuda muito em esquece-las.
-POTTER!!!
-Estou sendo sincero, não era assim que você sempre queria que eu fosse, mas nunca foi?
-Ah, não vamos falar nesse assunto novamente, vamos? – ela murmurou.
-Estará sempre presente, Lílian.
-Assim como ela estará presente entre nós. – ela completou amarga. – Mesmo estando tão proximos. Até mesmo se você... – ela perdeu a voz.
-Eu não estou agora, Evans. – ele inclinou a cabeça levemente. – Mas há várias formas de estar...
Lílian viu os olhos de Tiago brilharem estranhamente.
-Eu não gostaria de saber nenhuma delas.
-Não gostaria? A raiva toma conta de mim, Lílian. Mas, basta uma palavra sua para que ela vá embora por completo.
-E qual seria? – ela perguntou cautelosamente. Recuou o máximo que pode o lábio dele estava a poucos milímetros do dela.
-Não quero que você se limite a dizer somente uma. Existem várias. – ele se calou.
“Continue falando, Lily. Deixe ele continuar falando. Diga qualquer coisa”. Tiago estava completamente inclinado sobre ela... a qualquer hora agora...
-Você não falou que era somente uma?
Aliviada, Lílian percebeu que ele abrira os olhos.
-Isso é relativo, Lílian. – fechou os olhos novamente.
-Me chame de Evans, por favor.
-Isso é tão importante para você. – ele riu fracamente.
Lílian suspirou.
-Potter, que se afastar?
-E se eu não quiser... o que você vai fazer?
Ele roçou os lábios no dela e inclinou a cabeça para o outro lado.
-Você tem como me impedir?
-Você não disse que preferia a outra ao invés de mim?
-Ela esta aqui por um acaso?
-Eu sou o “aperitivo”, então? – ela murmurou amarga.
-Não gostaria de ser o prato principal?
Muito perto, muito perto...
-Claro que não.
-Então... veremos o que você responde a isso.
Lílian rapidamente desviou o rosto, o que somente piorou a sua situação. Já que Tiago pretendia começar com um beijo já aprofundado.
A ruiva soltou um longo suspiro enquanto Tiago continuava a beijar o seu pescoço. Percebeu mãos extremamente quentes sobre suas coxas. Ela queria para-lo, mas era impossível. Sentiu-se pressionada na parede mais uma vez e suspirou.
-Pára... Potter.
-Você quer mesmo que eu pare? – ele sussurrou roucamente em seu ouvido, recostando uma das faces extremamente quentes na dela.
-Eu...
-Você... – ele roçou os lábios levemente pela face em que há tempos o rosto dele estava encostado.
Lílian sentiu o corpo todo tremer de ansiedade... a qualquer momento chegaria aos lábios.
-Quer mesmo que eu pare? – ele parou, os lábios quase unidos.
-Eu...
Ele afastou um pouco e inclinou a cabeça, num gesto extremamente malandro e provocador.
-Perdeu a fala, ruiva? – sua voz ainda era rouca. Ela sabia que também estava difícil para ele resistir.
-Eu... – Lílian revirou os olhos. Será que conseguia falar alguma coisa além de “eu”?
-Você...
Lílian suspirou.
-Será... que... eu... posso... pensar? – aquela frase quase não saia dos lábios dela. A ruiva sentia a respiração ofegante.
-Pensar... Vejamos... não. – ele riu fracamente. Lílian recostou-se mais a parede.
-O que você quer de mim, Potter?
-Te enlouquecer seria uma da coisas que eu pretendo fazer com você.
“Quais seriam as outras?” ela pensa desesperada e um arrepio percorreu seu corpo.
Tiago sentiu ela tremer levemente quando ele voltou a se aproximar.
-Tiago... não.
-O que você tanto teme, Lílian?
-E...
Ela pulou de susto quando a mão atrevida dele passou “sem querer” por sua coxa. Ele queria mesmo enloquece-la? Queria que ela ficasse rastejando ao seus pés? Implorando para que ela ficasse com ele? Se ele esperava isso, estava muito enganado.
-Guarde esse seu lado para outras, Potter.
-Não me diga que você não gosta.
“Merlim, merlim, faz ele parar...” ela remexeu-se inquieta quando ele voltou a beija-la no pescoço.
Lílian subiu as mãos cuidadosamente pelo lado do corpo de Tiago. Sentiu os cotovelos arranharem um pouco, mas pareceu não se importar. Alcançou os braços dele e apertou-os fortemente.
-Potter... chega. – ela falou desesperada.
-Justo quando você começa a ceder? – ele falou rente ao pescoço dela e continuou a “devora-lo”.
As mãos de Lílian continuaram o percurso para cima. “Quem sabe se eu bater com a cabeça dele na parede, ele pare... mas, Merlim, isso esta tão bom... esquece Lílian. ESQUECE! Concentre-se na parede... na parede!”.
Ela segurou os cabelos dele fortemente e puxou a cabeça dele para trás. Para seu imenso desagrado, a cabeça dele não bateu na parede com a força que ela pretendera. Tiago ainda tinha uma feição de dor quando ela fitou o rosto dele.
Ele riu fracamente.
-O que você quer agora?
Lílian sentiu um arrepio percorrer o seu corpo e apertou os cabelos dele com mais força. Por que ele tinha que falar com aquela voz?
“Que você pare com isso...”
-Que me beije logo de uma vez.
Sentiu-se pressionada – mais ainda – na parede, ao mesmo tempo em que ele invadia seus lábios ansiosamente.
(...)
-Vocês não acham que está na hora de tirar os nossos pais de lá? – Marlene indagou rapidamente.
-Tem... – Lisa semi-cerrou os olhos e contou os ponteiros do relógio da sala. – duas horas.
-Deixe mais um pouco, oras! – disse Sirius depois de se desviar de um feitiço – real – que Remo lhe lançara. Uma pilha de livros deu lugar a um enorme buraco na estante da biblioteca.
-Será que não já chega vocês dois, não? – falou Belle irritada, atrás da mesa de centro, que estava deitada no meio da sala. – Vocês vão acabar com a casa desse jeito! E a culpa vai cair em nós também!
O som de uma nova coisa se quebrando fez Belle crer que eles atenderam – e muito – ao seu pedido.
-Lisa, Alice? Vocês duas ainda estão aí? – perguntou Belle receosa.
As irmãs apareceram por detrás do sofá um pouco receosas. Abriram um sorriso amarelo e tornaram a se abaixar quando um jato azul veio na direção delas.
-Sirius, Remo, já CHEGA!
Os dois marotos pularam de susto ao meio de um encantamento. Os dois apontaram a varinha para cima e o feitiço atingiu o teto.
Ouviu-se o som de algo se rachando e eles sairam de perto desesperados.
-Vai cair! – gritou Marlene voltando para a cozinha desesperada.
Belle se encolheu atrás da mesa. Lisa e Alice subiram correndo as escadas. Pedro se encolheu em um canto da casa. Já Sirius e Remo se jogaram no chão no exato momento em que o pedaço do teto caiu no chão. Trazendo consigo um cano quebrado, jorrando agua sem parar.
Os irmãos tossiram várias vezes, esperando a poeira baixar. Sirius sentia o peito no chão extremamente encharcado e ouvia o som da água que caía. Belle levantou-se receosa ao mesmo tempo em que as feições desesperadas de Lisa e Alice se faziam presentes por detrás do sófa. Remo levantou-se vagarosamente e temia se virar. Marlene arregalou os olhos ao ver o pedaço de concreto no meio da sala e a água caindo como se fosse uma cachoeira. Pedro ainda tinha os olhos tapados com as mãos
-Nós... vamos... fritos. – a morena balbuciou palavras desconexas numa voz extremamente fina.
Belle, Alice e Lisa se entreolharam, sendo que essa última estava extremamente vermelha.
-SIRIUS, REMO! VIRAM SÓ O QUE VOCÊS FIZERAM?
Ela segurou-se na irmã para não cair.
-Merlim...Merlim... olha só isso! – ela apontou para o teto destruído.
Remo murmurava “Que não esteja muito destruído” como se fosse um mantra e se virou. Sorriu amarelo para a “irmã”.
-A culpa foi sua que gritou com a gente! – ele exclamou triunfante.
-HEY, VOCÊS QUE INICIARAM ESSE BENDITO DUELO, SENDO QUE AINDA NEM SAÍRAM DIREITO DAS FRALDAS!
-Desculpe lhe informar irmã, mas temos a mesma idade. – disse Belle dando palmadinhas no ombro da “irmã” em tom de consolação.
-Er... tem razão.
Ela exibiu uma feição constrangida, enquanto os outros irmãos gargalharam
-Eu não vou levar minha culpa niss... Hey, gente, cadê o Sirius?
Todos se entreolharam e correram para olhar o concreto no chão.
-Sirius...? – Remo indagou receoso pisando no concreto levemente com o pé. – Você está aí?
Não ouve resposta.
-Sirius...? – indagaram as outras desesperadas.
Nada.
Remo sentiu quatro pares de mãos agarrarem-no pelo pescoço.
-VOCÊ MATOU O SIRIUS!!!! – elas gritaram chorosas.
-Nosso irmão... – começou Alice chorosa.
-Ele era tão jovem, apesar de tão demente... – Belle suspirou.
-Ele podia ser um idiota, mas a gente o amava mesmo assim....– Lisa soluçou.
-Coitadinho do nosso maninho... virou pasta. – Marlene falou desesperada.
-TUDO POR SUA CULPA. – gritaram em coro.
Remo estava ficando quase azul de falta de ar. Belle sentiu-se ser cutucada por alguém, mas não se importou.
-REMO, COMO VOCÊ PÔDE? – gritaram raivosas em uníssono.
Remo apontava para alguém atrás delas desesperado.
-Não adianta fugir, você será sufocado até a morte, assim como o Sirius foi... – Lisa chorou novamente. – Coitadinho...
-Er... Eu estou vivo gente.
Todas arregalaram os olhos ao mesmo tempo e olharam para trás. Sirius sorriu marotamente e passou a mão pelos cabelos.
-Sentiram minha falta?
-UMA ALMA PENADA! – elas rapidamente largaram o pescoço de Remo – que já estava quase roxo – e se esconderam atrás do irmão.
Remo tossiu várias vezes seguidas pondo a mão no pescoço.
-Era isso que eu tava tentando falar com vocês, mas vocês não me deixaram. – ele falou extremamente rouco e tossiu mais uma vez.
-Ah, sabia que vocês me amavam... – Sirius estufou o peito.
-Sirius!!!!
Elas uivaram chorosas e abraçaram o irmão ao mesmo tempo. Remo sentou-se no sofá ainda massageando o pescoço.
-Nós pensamos que você estivesse morto. – começou Belle. – É uma pena que não...
-Seria muito triste para mim não ter alguém para tacar pratos. – falou Lisa saudosa.
-Tomar a bronca por nós. – completou Alice.
-Chamar de idiota... – terminou Marlene.
Sirius estufou mais ainda o peito e sorriu marotamente. Remo revirou os olhos e murmurou um “Eu quase fui morto para nada. Elas também não se importam comigo, não?”.
Segundos depois, as quatro caem para cima de Sirius enchendo-o de tapas.
-Ai, ai. Pára, pára!
-Seu pilantra...
-Idiota...
-Cafajeste..
-Mentiroso...
-VOCÊ MENTIU ESSE TEMPO TODO SÓ PARA FAZER A GENTE CHORAR!!!
-Eu só achei divertido! – falou ele entre os tapas. – Mas o que faremos quanto ao estado da casa?
Elas automaticamente pararam de bater no “irmão” e se entreolharam.
-SE VIRE, VOCÊ QUEM TEVE A IDÉIA! – gritaram ao mesmo tempo.
-Ok, ok!
Sirius retirou a varinha do bolso e murmurou um feitiço completamente doido.
A água parou de correr e ele sorriu triunfante.
-Ah, sou demais!
Todos reviraram os olhos. O que eles não perceberam é que a agua corria pelo teto. Segundos depois uma “chuva” começou a cair na sala.
-SIRIUS!!
Ele sorriu amarelo e as “irmãs” suspiraram cansadas.A feição que Remo agora exibia era extremamente entediada. Limpou a água que lhe caía do rosto e ajeitou os cabelos que lhe grudavam na testa. Pedro estava sentado no chão e batendo as mãos nele, achando tudo muito divertido. Todos reviraram os olhos.
-O melhor que temos que fazer é tirar os nossos pais de lá. – falou seriamente.
Todos empalideceram.
-Pensem bem, vai ser pior se tentarmos consertar isso. – ele apontou para cima.
Assentiram receosos e foram em direção à cozinha.
(...)
Lílian sentia o corpo se arrepiar a cada beijo que Tiago dava em seus lábios. Ela não sabia como ele havia conseguido fazer com que sua perna estivesse dobrada e seu joelho encostado na parede enquanto ele segurava sua coxa firmemente. A outra oscilava entre seus cabelos e seu colo.
Já as mãos dela passeava por todo o peito e costas dele, e ria fracamente quando ele se arrepiava.
Os dedos quentes de Tiago alisaram levemente a alça da blusa dela e ele a beijou-a com mais fervor.
As mãos ágeis dela subiram rapidamente pelo peito dele, pelos ombros, pelo pescoço e agarrou-se aos cabelos. Afastou Tiago levemente e abriu os olhos, deixando a boca levemente entreaberta. Lílian abriu os olhos com a respiração extremamente ofegante. Percebeu que os orbes dele brilhavam intensamente. Ele alisou sua perna levemente e, entre um ofego e outro, sorriu pelo canto dos lábios.
-Ainda acho que eu não tenho atrativos? – ela sorriu marotamente.
Tiago suspirou.
-Já disse, não posso tirar conclusões precipitadas sobre algo que eu nunca... hum, experimentei. – ele se aproximou dela levemente, mas ela novamente o impediu. – Lily... não faz isso.
-Eu poderia te deixar suplicando um pouquinho mais, por que não?
-E você resistiria? – ele mordeu o lábio inferior e exibiu um sorriso.
-Talvez... – ela riu fracamamente.
-Talvez... mesmo? – ele passeou a mão pela perna dela levemente e abaixou a alça devagar. – Por que você não termina logo com isso, pode ser muito pior... – ele riu fracamente.
Num gesto rápido. Lílian bate levemente as costas das mãos na parede e sorri.
-Me rendo.
Ela entreabriu os lábios esperando que ele a beijasse novamente. Mas soltou um fraco gemido ao perceber que ele foi um pouco mais ousado.
-Ti... a... go! – ela murmurou.
Ele subiu o beijou levemente e Lílian sentiu a parede se mover um pouco.
Num gesto rápido ela entrelaça a cintura de Tiago com a perna livre para não interromper o contato. Ele já retirava a outra alça da camisa apressadamente. Ela apertou os cabelos dele levemente ao perceber que ele descia os beijos novamente... a qualquer momento...
De repente Lílian percebeu que o ambiente ficara ligeiramente iluminado. Tiago parou com os lábios encostado no ombro dela, segurando-a pela cintura firmemente.
Ela ainda tinha as mãos nos cabelos dele. Abriu os olhos receosa. A claridade a cegou. Olhou para baixo e os olhos castanho-esverdeados de Tiago a encararam estranhamente, ainda com os lábios em seu ombro.
-Então... é assim que os bebês são formados?
Reconheceram automaticamente aquela voz, era de Sirius. Se entreolharam, coraram furiosamente e se separaram imediatamente. Tiago suspirou, pigarreou e ajeitou levemente os cabelos. Lílian ajeitou a blusa e alisou os cabelos extremamente vermelha.
Seis pares de olhos o encararam com expectativa. Um deles ainda apontava a varinha atônito para eles.
-Digamos que... sim. – Tiago falou baixinho, como se estivesse envergonhado. Suspirou profundamente.
-TIAGO!
-Então... – Remo sorriu marotamente. – Não tem aquela história de ninho e pássaro?
Eles se entreolharam. Estavam tão constrangidos que nem repararam que os filhos estavam molhados.
-Er, bem...
-E como eles entram na barriga da mãe? – perguntou Lisa curiosa.
Tiago fez de tudo para fitar o teto distraídamente. Lílian continuou a ajeitar a blusa nervosamente.
-E papai... cadê sua blusa? – perguntou Belle.
-E o que se chamava isso que vocês estavam fazendo? – indagou Sirius.
“Nota mental: Pensarei exatas seiscentas e setenta e nove vezes antes de ter filhos com a Lily. Essas perguntas são extremamente contrangedoras”.
-Ah, crianças. Já chega de perguntas, sim? – ordenou Lílian rouca.
Houve um murmúrio de desaprovação.
-Chega, sim?
-Por que nunca podemos saber de nada? – murmurou Sirius emburrado, seguido pelos outros.
Lílian encarou Tiago firmemente, enquanto os filhos davam as costas e saiam resmungando.
-O que aconteceu aqui não passou de um momento, está ouvindo, Potter? Momento.
Tiago abriu a boca para falar, mas em lugar disso afirmou levemente, pegou a sua blusa e a vestiu de qualquer jeito.
Eles sentiram a agua gelada molharem seus pés e xingaram ao mesmo tempo devido ao choque térmico. Saíram da dispensa automaticamente e fitaram os seis “filhos” vendo a chuva cair incansavelmente na...
-ESTÁ CHOVENDO NA SALA? – gritou Lílian rapidamente.
Os “filhos” pularam de susto e empalideceram ao virar-se para encarar a mãe. Tiago apenas suspirou e se dirigiu a pia da cozinha calmamente... ainda sentia o corpo extremamente quente como conseqüência do momento anterior que tivera com Lily.
-Bem, podemos explicar... – começou Sirius, enquanto Remo fazia de tudo para esconder a varinha que segurava atrás de si.
-NÃO TEM EXPLICAÇÃO!!!!
Tiago pulou de susto e fitou Lílian de soslaio enquanto se preocupava em molhar minuciosamente a sua nuca e rosto na pia da cozinha.
Ele apenas revirou os olhos quando Lílian começou a bradar com os “filhos”.
-... VOCÊS APRONTAM COM A GENTE E AINDA POR CIMA QUASE QUE DESTROEM A CASA!!! TÊM CONSCIÊNCIA DO QUE VOCÊS FIZERAM?
Tiago fechou a torneira lentamente e recostou-se na pia, cruzando os braços.
-VOCÊS PODIAM TER SE MACHUCADO! PODIAM TER MORRIDO!!
A cada palavra proferida – ou melhor, gritada – de Lílian, os filhos se encolhiam mais um junto do outro e recostaram na parede.
-VOCÊS VÃO FICAR DE CASTIGO PELO RESTO DOS SEUS DIAS!
-Evans... – ele falou calmamente, fitando os filhos encolhidos na parede.
- ... AH, SE VÃO!
-Evans...?!! – ele repetiu calmamente.
-...OLHA O QUE VOCÊS FIZERAM COM A CASA!
-EVANS! – ele gritou.
Lílian pulou de susto e virou-se para ele irritada.
-O QUE É, POTTER?
-Quer se acalmar? – ele inclinou a cabeça e foi abaixando a mão lentamente. – Isso aqui é um ouvido, sabia?
Ela suspirou.
-Eles simplesmente nos trancaram naquele cubículo. Destruiram a sala inteira. E você ainda quer que eu fique CALMA? OLHA SÓ O ESTADO DISSO AQUI? – ela apontou para a “chuva”.
-Evans... – ele a repreendeu.
-Ah, vai para o inferno vai! – ela murmurou emburrada para ele e voltou para os “filhos”. Eles se encolheram mais um pouco. – Você vão aprender a não mais aprontarem comigo, seus pestinhas!
Tiago apenas suspirou resignadamente. Caminhou lentamente até Lílian e pôs as mãos no ombro dela.
-Evans... – ele apertou-o calmamente e ela o olhou com uma mistura de ódio e desejo. – A casa é minha. Não tem necessidade de você ficar dessa forma. EU é quem deveria fazer isso. – ele se aproximou dela lentamente. – Você as está assustando, sabia?
-A culpa é toda sua. – ela murmurou raivosamente. – E não me toque. – ela sussurrou ameaçadora. – Eu tenho nojo desse contato.
Tiago a encarou desafiador e apertou mais o ombro dela. Com um pouco de raiva talvez.
-Não foi o que eu achei quando estávamos lá dentro.
-Eu já disse, Potter. Só porque aconteceu isso entre nós lá, não signifique que minha opinião sobre você tenha mudado.
-Continue negando o que sente por mim, Lílian Evans. Mas pense bem, quando você admitir pode ser tarde demais.
Tiago lançou um último olhar a Lílian e se virou para os “filhos”.
-Remo, será que você pode devolver minha varinha para eu consertar isso?
As “irmãs” automaticamente empurraram o “irmão”, que empalideceu mais ainda.
-Hum, bem... – ele tirou a mão detrás das costas e estendeu a varinha tremulamente para o pai. – Você vai me enfeitiçar como... castigo?
Tiago riu fracamente.
-Não hoje.
Ele ficou mais pálido ainda e abaixou o olhar.
-Sirius, devolva a da sua mãe.
O maroto mirim pulou de susto.
-Como você sabe? - perguntou atônito.
Tiago virou-se para ele.
-Você é meu “filho”, lembra-se? Te conheço tão bem quanto a mim mesmo para saber que não perderia essa chance.
Sirius sorriu amarelo e tirou a varinha da mãe do bolso e a entregou calma e relutante.
Lílian, que passava as mãos pelos cabelos nervosamente. Fitou o filho com um olhar opaco e a recebeu inexpressivamente.
Tiago deu uma última olhada nos filhos e sorriu.
-Não pensem que ficarão livres do castigo. Só darei um jeito nessa bagunça.
Com um suspiro, Tiago entrou debaixo da “chuva”. Esticou as costas e resmungou baixinho. Sentiu, segundos depois, a roupa toda colada no corpo. Lílian apenas o fitava calmamente atrás da camada de água.
-Já é tarde demais para falar qualquer coisa... – ela moveu os lábios calmamente.
Ouviu a voz de Tiago sussurrar sucessivos encantamentos e segundos depois a “chuva” cessara. Ela atravessou a sala e foi para junto dele. Recostou-se no sofá, já enxuto e suspirou.
-O que você vai dar de castigo para eles?
-Reparou que eu deixei o chão molhado? – ele sorriu marotamente.
-Ah, sei. – ela falou friamente. – Entendi, mas ainda acho que...
-Evans, eles não são nossos filhos de verdade. Não há necessidade de trata-los como se fossem um. Seu “instinto materno” passou dos limites.
Ela suspirou.
-Pode ter passado, eu sei que sim, mas as vezes eu...
-Podemos estar vivendo como pais, mas não somos um casal, Evans. Você mesma deixou claro isso para mim. O que tivemos não passaram de... momentos.
Lílian sentiu o corpo inteiro contrair com o sorriso cínico que Tiago lhe lançara. Sentiu os olhos arderem. Ele nunca havia sorrido daquela maneira para ela. Abaixou o olhar e soltou um suspiro meio prendido.
-Tem razão. – ela respondeu amarga.
Fitou Tiago de soslaio. Os cabelos estavam grudados na sua testa, como se estivesse extremamente suado, como a pouco estivera. O sorriso ainda permanecia em seu rosto, apesar dos seus olhos possuírem um brilho estranho. Fechou os olhos ao constatar que a blusa dele estava de inteira grudada em seu peito. Dividindo completamente os músculos que há pouco tivera o prazer de tocar.
Virou o rosto e apertou o sofá fortemente.
-Acho... acho melhor você trocar essa roupa, Potter.
-Não se preocupe, já o farei, Evans.
Ela ouviu Tiago chamar as crianças calmamente. Elas chegaram em fila e receosas.
-Andem devagar, o chão está molhado.
-Uau! – exclamou Alice rapidamente. – Papai, ficou tudo perfeito! – ela falou fitando o teto.
Tiago passou a mão pelos cabelos, Lílian gritou fracamente ao constatar que alguns pingos gelados alcançaram o seu rosto.
-POTTER!
-Ah, foi mal, Evans. – ele falou risonho e se voltou para as crianças.. – Bom, vocês repararam que eu não enxuguei o chão. E também não o limpei. – ele apontou para algumas terras no chão. – Esse vai ser o castigo de vocês. Limpar o chão.
Eles reprimiram uma careta.
-E, para vocês terem total liberdade. E não danificarem mais nada... – ele se aproximou de Lílian lentamente.
Ela gritou quando sentiu o apoio atrás de si diminuir e braços fortes a ampara-la. Tentou não pensar que aquilo era muito melhor. Os filhos apenas riram do grito da mãe.
-Pode me soltar agora?
-Você tem certeza? – ele falou provocativo.
-Por que você sempre faz isso, hein? – ela sussurrou fracamente.
-Talvez porque eu goste de te ver assim... – ele estreitou os olhos. – Contendo seus mais profundos desejos.
Ele a largou fracamente, mas não deixou de denotar um pouco de desprezo naquele gesto. Lílian suspirou. Como ela podia amar e odiar tanto uma pessoa da forma com que acontecia com Tiago? Era só ele pega-la daquela maneira e ela já tinha... sensações.
Tremeu levemente. Acontecia o mesmo com ele? Como ele podia ser tão sedutor e tão frio ao mesmo tempo? Por que, apesar de tudo, ela ainda desejava aquele corpo? Um novo suspiro reprimido.
Quando ela abriu os olhos, percebeu que a sala inteira estava vazia, a não ser pelas pessoas presentes ali. Tiago estava na mini-biblioteca – agora intacta - checando o que parecia ser um livro e suspirando antes de fecha-lo. Com um aceno na varinha, eles fez aparecer vários esfregões, panos, baldes, rodos e sabões. E enquanto sorria fracamente os “filhos” se entreolharam e sorriram amarelos.
-Pronto. Começem.
Suspirando resignadamente, eles pegaram seus instrumentos de trabalho. Lisa e Marlene praguejavam baixinho, xingando os irmãos de tudo quanto era nome que conheciam – e não eram poucos. Belle olhava feio para Remo e Sirius enquanto segurava o esfregão. Alice resmungou baixinho. E Sirius e Remo planejavam entre si uma fuga estratégica. Pedro sentou-se na escada, fitando os irmãos. Afinal, pela primeira vez na vida, ele percebeu que não fizera nada de errado.
-Hey, pai? E a água para limparmos o sabão? – Sirius perguntou receoso.
-Olhe para o seu lado e verá uma torneira. – ele falou calmamente, enquanto segurava o livro.
Os olhos de Sirius e Remo brilharam estranhamente. As garotas reviraram os olhos... iria começar tudo outra vez.
Tiago passou por Lílian – ainda parada no meio da sala – e se dirigiu para o quarto sem dizer nenhuma palavra. Segundos depois a ruiva decidiu subir e tomar um bom banho – desde que Tiago não estivesse lá dessa vez.
(...)
-Vamos começar. – falou Belle calmamente. – E sem brincadeiras dessa vez, Sirius, ou ficaremos encrencados. – ela advertiu. – O papai já nos salvou da fúria da mamãe, não creio que nos salvará novamente.
-Cara Belle, esta tudo sobre controle. – ele disse pomposamente. – O que te faz pensar que eu farei uma coisa dessas?
Foi com desespero no olhar que a loira viu que ele estava encarregado de pegar a água e colocar no balde. Sirius se dirigiu até a temida torneira, com uma curta – mas temerosa – mangueira.
-Sirius, cuidado com isso. – falou Lisa receosa.
-O que vocês acham que eu sou? – ele indagou indignado. – Um maniaco que gosta de aprontar com todo mundo?
Foi com um olhar surpreso que os irmãos viram Sirius colocar a água calmamente no balde e fechar a torneira.
-Pronto. Está tudo sobre controle. – ele sorriu estranhamente.
-Ótimo. – começou Lisa, um pouco aliviada e voltando o olhar para os outros irmãos. – Bom, já que todos estão com uma coisa na mão, faremos o seguinte. Podemos colocar um pouco do sabão em pó no balde e molharmos o esfregão de vez em quando e limpar o chão. Depois, pegamos um pouco... – ela frizou bem essa palavra, fitando Sirius e Remo de imediato. – ...da água e jogarmos até tirar todo o sabão. A gente pode jogar a agua fora pela porta da frente e... SIRIUS, REMO O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO?
As “irmãs” que fitavam Lisa atentamente, voltaram o olhar para os dois marotos. Sirius jogavam todo o pacote de sabão em pó por todo o chão da sala, enquanto Remo o molhava com a mangueira.
-Não temos que limpar? – ele indagou confuso, agora jogando o pacote vazio a um canto e pegando o balde cheio. – É o que eu e o Remo estamos fazendo. E não como vocês, que estão aí a falar baboseiras.
As garotas se entreolharam e suspiraram derrotadas. Lisa revirou os olhos e meneou a cabeça irritadamente.
-Merlim, o que eu fiz para merecer dois irmãos como esses que eu tenho?
As outras prenderam o riso. Sirius apenas sorriu marotamente e jogou a agua do balde estrategicamente perto de Lisa.
-SIRIUS! – ela pulou no lugar emburrada, sentido a perna toda molhada.
-Ops, foi mal, maninha. – ele falou com falso arrependimento.
A garota ficou extremamente vermelha. Todos os outros gargalharam. Remo recostou-se na parede, com medo de andar pelo “campo minado”.
Lisa não havia percebido que o sabão estava espalhado ao seu redor. Deu os primeiros passos apressados na direção de Sirius...
Uma chuva de risos se sobrepôs ao grito assustado da garota, enquanto ela se via sentada no chão.
-SIRIUS BLACK!
-Você devia olhar por onde and... – Sirius parou de falar ao perceber que a irmã vinha engatinhando irritadamente em sua direção. – Lisa, o que você...
-EU VOU TE MATAR!!! – ela acelerou a “corrida” e Sirius fugia calmamente dela.
A garota se jogou nas pernas do “irmão”, no que ele caiu de frente. Marlene, Belle e Alice se apoiavam umas as outras para não caírem no chão de tanto rir. Remo ainda se encontrava recostado na parede e segurava a barriga. Pedro prendia o riso, com medo dos “irmãos” ralharem com ele.
-Isso doeu sabia? – disse ele se sentando no chão quando a irmã decidiu soltar as pernas dele.
-E você acha que A MINHA QUEDA NÃO DOEU TAMBÉM? – ela perguntou indignada, se sentando no chão também.. – Isso foi pouco para o que você merecia!
-Agora estou todo molhado.
-Sirius... você já estava um pouco. – ela murmurou entediada.
-Vocês estão bem? – disse Belle risonha.
-Ah, ótimos. – Sirius murmurou emburrado, enquanto massageava os joelhos. – E vocês, também estão? – completou ironicamente.
-Ah, sim estamos.
-Hum, Sirius... como vamos sair daqui? – Lisa perguntou receosa. Ambos estavam no meio da sala, e consequentemente, do “campo minado”.
-Com as pernas, oras. – ele se levantou lentamente.
Sirius escorregou um pouco e abanou as mãos desesperado, caindo sentado no chão. Ele praguejou sob o riso dos outros e riu também.
-É, estamos fritos. – ele sorriu marotamente. – Teremos que voltar aos nossos um ano de idade, maninha. – ele piscou o olho e apontou a cabeça lentamente para a direção em que Remo ainda ria.
O mesmo sorriso maroto se fez presente no rosto da garota. Num gesto rápido eles passaram a engatinhar – escorregando um pouco – na direção em que o Remo estava.
O maroto automaticamente parou de gargalhar quando viu “duas feras” vindo na sua direção. Saiu de fininho recostando-se à parede.
A dupla alcançou o lugar em que Remo estava. Sirius levantou-se lentamente, usando a parede como apoio, ao mesmo tempo em que Lisa segurava a mangueira com um sorriso triunfante no rosto.
Belle, Alice e Marlene automaticamente pararam de rir. Se entreolharam desesperadas. A mangueira estava apontada para elas.
-Surpresa!
-Lisa, não!!!! – gritou todas ao mesmo tempo.
Elas resmungaram e colocaram a mão no rosto, enquanto a “irmã” ria e as molhava mais ainda. Sirius ainda perseguia um Remo levemente desesperado.
-O que você pretende fazer, hein, Sirius? – ele perguntou receoso.
Sirius segurou um dos ombros de Remo.
-Caro, maninho, você vai aprender a não rir de Sirius Black.
Remo engoliu em seco quando sentiu-se ser empurrado para o local que estava levemente ensaboado. Tentou se equilibrar de todas as formas, mas foi impossível. Seus pés sambaram e sambaram, até que ele caiu sentado no chão... assim como os outros dois haviam caído.
Sirius gargalhou maquiavelicamente, no que Remo lançou um olhar mortífero para ele, enquanto massageava o local atingido.
Lisa saiu percorrendo o jato d’água minuciosamente pela sala até chegar em Remo e depois em Sirius. Ela ria extremamente divertida. Os outros se entreolharam e a olharam feio. Ela sorriu amarelo quando percebeu que os cincos engatinhavam na direção dela.
Remo segurou a mangueira, deitou de bruços e, com um impulso dado na parede com os pés, saiu deslizando até onde Lisa fugia desesperada da fúria dos outros.
-Surpresa!!!
A garota recebeu um jato no rosto e rapidamente colocou as mãos na frente para protege-los. Parou sentou-se no chão irritada, bradando com Remo para que tirasse aquilo do seu rosto. Os outros quatro freiaram bruscamente, mas escorregaram um pouco. Sirius colidiu com Belle, que empurrou Marlene, que se segurou em Alice, que se desequilibrou e caiu em cima de Lisa.
Remo parou de escorregar e gargalhou. Sirius o observava emburrado e ao mesmo tempo com os olhos extremamente brilhantes.
-Tive uma grande idéia!
(...)
-Hey, Sirius, essa não valeu! Você me empurrou! – murmurou Marlene indignada.
-Eu que te empurrei? – ele retrucou, sorrindo angelicalemente. – Marlene, você que tem uma noção ótima de espaço e esbarrou em mim!
-Eu quero revanche! – ela disse indignada.
Belle, Remo e Alice se entreolharam tediosos. Os finalistas daquela “rodada” eram Sirius e Marlene, e já era a quinta vez que eles disputavam.
-Hey, parem já com isso! – disse Lisa irritada. – Só vão ser vocês dois, é? A gente declara empate, então!
Os outros “irmãos” concordaram num murmúrio.
-Eu não tenho culpa se ele(a) esbarrou em mim! – falaram ao mesmo tempo.
-Ah, vamos começar tudo novamente. – falou Remo andando calmamente até o ponto de partida.
Belle e Alice o seguiram. Pedro estava no ponto de chegada para ver quem chegava primeiro – desistira de brincar ao ser jogado ao longe pela quinta vez seguida por Sirius e depois por Remo.
Eles se ajeitaram na parede – que já estava marcada de pés extremamente molhados e ensaboados – e sorriram marotamente. Pedro sorriu do mesmo modo e espiou os irmãos de soslaio.
-Pedro... – disse Alice rapidamente. – Quando quiser.
-Um... hã... dois... três... depois vem o quê mesmo? – Sirius revirou os olhos e os outros prenderam o riso.
-É o j...
Antes mesmo que o moreno terminasse a frase, sentiu um fraco vento perto de si e os irmãos deslizando de bruços à sua frente.
-Hey! Isso foi trapaça! – ele rapidamente os seguiu.
Os irmãos gargalhavam, mantendo as mãos unidas ao corpo. Remo sorriu triunfante ao ter sido o primeiro a ter ultrapassado a linha.
Sirius, emburrado por ter sido o último a chegar, sentou-se rapidamente e fuzilou os irmãos um a um com o olhar, enquanto os mesmos gargalhavam.
-Isso NÃO foi justo! – os risos aumentaram.
-Você falou o já, Sirius. Quando se fala já, é hora da largada. – falou Remo rapidamente, ainda risonho.
-Mas, não interessa! Isso foi roubo!
Eles gargalharam mais ainda.
-Sirius, você não pode falar de justiça, quando você mesmo apronta e faz trapaças com a gente. – repreendeu Belle.
-Hunft!
-Agora, espere ansiosamente pela próxima rodada.
(...)
Lílian, que acabava de sair do quarto das “filhas”, franziu o cenho ao constatar que Tiago se encontrava recostado à parede no início da escada, com um sorriso divertido no rosto e os braços cruzados. Risos divertidos eram ouvidos vindo da sala.
A ruiva aproximou-se lentamente com uma feição mais confusa ainda.
-O que está acontecendo?
-Olhe por si mesma. – ele falou risonho.
A “corrida” havia sido trocada por um banho de mangueira. Eles agora corriam cuidadosamente, enquanto fugiam dos jatos d’água que Sirius jogava. Os escorregões eram motivo de risos para todos.
-Estou vendo que o castigo virou diversão. – ela constatou séria.
Remo escorregou e saiu deslizando pelo cômodo, agarrando-se as pernas de Alice e Marlene, na tentativa de parar... as duas acabaram por cair junto e uma explosão de risos se fez presente, ecoando pela casa inteira. Lílian, não se aguentou e acabou por gargalhar, juntamente com Tiago.
Ele abafaram os risos automaticamente e se entreolharam. Por aqueles breves momentos esqueceram-se novamente que estavam brigados, e apenas compartilhavam daquela cena pacificamente.
-Eu já fiz muito disso com meus primos e amigos. – ele fitou Lílian e sorriu ternamente. – Achei que também seria divertido para eles.
-Mas, Tiago, isso não devia ser brincadeira! – ela o repreendeu risonha, após uma queda de Lisa.
-Ah, Lílian, qual o problema? Garanto que você faria de tudo para estar no lugar deles.
Ela corou fracamente.
-Mas é claro que não!
Tiago gargalhou.
-Vai dizer que nunca brincou disso?
-Bem, fazíamos isso na varanda da casa de campo do meu avô. E... – ela sorriu saudosa. – Era bem divertido.
-Você nunca achou uma maneira de transformar uma punição em diversão? Eu mesmo sempre arranjava algo para deixar essas espécies de “torturas” mais divertidas.
Lílian o fitou curiosamente.
-O que você fazia?
-Bem... – ele passou a mão pelos cabelos. – Quando minha mãe me forçava a varrer a casa, a maioria das vezes eu usava a vassoura como uma espada e esquecia de varrer a casa. O problema foi quando... – ele corou um pouco. – Eu a joguei para cima, ela quebrou o lustre, girou um pouco e bateu na minha cabeça.
A ruiva gargalhou gostosamente.
-Você é maluco!
-Bom, eu nunca neguei isso. E você, já fez uma loucura dessas?
Ela exibiu uma feição marota.
-Bem... não tão idiota quanto a sua, é claro. Quando eu tinha dois anos, eu arrastei uma cadeira até perto da varanda, subi no peitoral e falava “Eu vou pular”. Devo dizer que minha mãe ficou desesperada com isso.
Tiago riu.
-E o que você pretendia fazer com seus “pulos”?
-Não sei, até mesmo porque eu era muito nova. Talvez achasse aquilo uma coisa divertida. – ela deixou escapar um fraco sorriso. – Bom, mas é melhor acabar com a brincadeira deles antes que eles se resfriem.
Tiago apenas assentiu e Lílian desceu as escadas.
-Ah! – ela parou abruptamente e se virou para Tiago. – Ainda estamos brigados.
-Ok, ok. – ele riu fracamente, para logo depois exibir uma feição séria. – Só posso falar quando você fala comigo.
-Com certeza.
-É para eu me calar? Você ainda continua conversando amigavelmente comigo? – ele indagou calmamente.
Lílian apenas deu de ombros.
-Talv... – ela rapidamente parou de falar quando sentiu o jato d’água molha-la.
O riso morreu na sala. Se fosse à noite, poderia-se ouvir até mesmo um grilo cantando. Sirius segurava a mangueira atônito e pálido.
-M-mãe? – ele indagou roucamente.
Uma gargalhada foi ouvida e Tiago fitou a ruiva curiosamente. Vendo que, seriam permitido a eles rirem – afinal, a vítima estava rindo – as crianças gargalharam gostosamente.
-Ah, não achei graça, Sirius. – ela falou extremamente séria.
O riso morreu novamente. Lílian ouviu o riso prendido de Tiago o fuzilou com o olhar, no que ele rapidamente disfarçou com uma tosse.
-Será que vocês podem me explicar o que está acontecendo aqui? – ela pôs as mãos na cintura e ergueu a sobrancelha o máximo que pôde.
Eles começaram a falar ao mesmo tempo. A única coisa que Lílian entendia era palavras como “Sirius”, “tentamos”, “Sirius”, “aí a gente” e “Sirius”.
-Ok, ok. – ela suspirou. – Não pode-se dar um castigo a vocês que vocês não terminem brincando. Mas agora a brincadeira acabou. E eu quero todos lá em cima, tomando banho para trocarem essa roupa molhada e não adoecerem. Eu arrumo essa bagunça.
Os “filhos” assentiram e andaram cautelosamente em direção à escada.
-E nada de desvios de objetivos até lá, sim? – ela falou calmamente, enquanto tirava a varinha do bolso. Tiago fez o mesmo.
-Não preciso de sua ajuda, Potter. – ela falou friamente.
Tiago ergueu as mãos como quem se rende ao mesmo tempo que dava de ombros.
-Ok, Evans, você quem manda. Estou lá em cima se a senhorita resolver querer uma ajuda minha.
-Pode apostar que essa é a única coisa que eu vou querer na minha vida. – ela murmurou enquanto começava a secar e limpar o chão.
(...)
Tiago fechou o livro em suas mãos com um suspiro. Se espeguiçou lentamente na cama e desligou o abajur. Não importava para ele o fato de a unica iluminação no momento ser o brilho do luar que entrava pelas janelas e os vidros da porta da varanda. Desceu as escadas silenciosamente. Encontrou o ambiente extremamente escuro. Franziu o cenho confusamente e ajeitou o livro em seus braços. Não havia ninguém lá embaixo, o que o levara a crer que as crianças deveriam estar brincando no quarto. “Ou provavelmente, dormindo” ele completou ao constatar que se aproximava da meia-noite.
“Mas... e Lílian?” ele deixou-se pensar. “Onde ela estaria?”.
Ainda perdido em seus pensamentos ele deposita o livro em cima da mesa da mini-biblioteca e vai para a cozinha.
Sentiu a luz cega-lo quando a acendeu. Piscou várias e várias vezes até seus olhos se acostumarem com a claridade. Estava vazia.
Tentando não pensar que ela poderia ter saído para se encontrar com o outro, ele abre a geladeira e pega uma garrafa de agua. Fecha a porta com o pé e deposita a jarra em cima da mesa próxima ao fogão ao mesmo tempo em que, com a outra mão, abre o armário para procurar um copo.
Percebeu que sua mão tremia levemente enquanto depositava a água no copo. Estava com... ciúmes? Raiva? As duas coisas? O fato de não saber onde a ruiva estava o fazia pensar mil e uma coisas. E isso o enlouquecia. Talvez ela tenha ido mesmo procurar o outro. Bebeu a água no copo e jogou a jarra em cima da mesa raivosamente. Um pouco da água caiu em cima da mesa, mas ele não se importou. Colocou o copo na mesa e apoiou as mãos espalmadas em cima da mesa, ao mesmo tempo que abaixava o olhar. Ela não podia estar fazendo isso... não com ele.
-Vai se encontrar com a outra?
Ergueu a cabeça ao ouvir aquela voz. Suspirou aliviado.Reunindo forças para fingir que não estava irritado com aquilo, Tiago se virou lentamente para Lílian, exibindo uma feição extremamente surpresa. Ela ainda usava a mesma roupa da tarde. Tiago a encarou firmemente e viu os olhos dela brilharam furiosamente... ciúmes.
-Não sei. – ele apenas deu de ombros.
-Pelo menos você teve a decência de sair num horário mais apropriado. – concluiu séria e amargamente.
-E você, onde estava? – ele pergunta num tom que lembrava descaso.
-Não é de seu interesse, Potter. E então, vai me responder? – ela retrucou áspera.
-Está com ciúmes, Evans?
-Ciúmes? Eu?
Ela gargalhou. Um riso frio e sem vida que Tiago jamais imaginava que ela teria. Sua nuca se arrepiou levemente.
-Não me faça rir, Potter. Eu? Com ciumes de você com ela? Lamento te desiludir, Potter. Para mim, você estando morto ou vivo, pouco me importa agora. – ela tentou soar o mais fria e superior possível, mas por dentro tinha vontade de gritar.
-Pouco te importa agora? – ele ergueu uma sobrancelha. – Não foi o que seu olhar me disse, Evans.
A ruiva semi-cerrou os olhos e eles brilharam levemente... raiva.
-E o que te faz pensar que eu teria ciúmes de você, Potter?
-A maneira com que você vem agindo comigo, Evans. – ele respondeu seriamente.
-A maneira com que eu estou agindo com você? – ela falou num sussuro irritado. – Potter, e a maneira com que você vem agindo comigo? Você praticamente só falta contar para mim, com detalhes, o que você andou fazendo com aquela... aquela Sharon!
Ela o encarou com a respiração ofegante e o rosto extremamente vermelho. Tiago apenas recostou-se na mesa ao lado do fogão e continuou calado. Um silêncio pairou entre o casal por longos minutos, enquanto se fitavam mutuamente.
Tiago suspirou e abaixou o olhar. Tamborilou os dedos em cima da mesa por alguns segundos, inclinou levemente a cabeça para um dos lados e a fitou de soslaio. Ele mordeu levemente o canto da boca antes de se pronunciar.
-Se eu não significo nada para você, então, porque você está me tratanto desse modo tão frio e distante? Evans, eu não estou fazendo nada de errado, a não ser retribuir a maneira com que você vem me tratando ultimamente.
“Porque eu te amo, droga!” o pensamento dela praticamente gritou, mas ela manteve-se firme e inexpressiva. Os orbes verdes dela e os castanho-esverdeados dele se encontraram. Tiago se desencostou da mesa e segurou os braços dela firmemente. A expectativa e a tristeza pairavam no olhar de ambos.
-Você me ama, Lily? – o modo que ele perguntou foi tão doce que a ruiva sentiu sua forças vacilarem. – Só há uma razão para tudo isso. Você só pode estar assim... porque... porque você me ama.
Lílian o fitou firmemente. Tiago semi-cerrou os olhos. Novamente aquela feição inexpressiva.
“Sim, eu te amo. Tentei negar, tentei fugir desse sentimento, mas não consegui. Acontece que o que você fez não tem volta, Potter.”
-Não, eu não te amo. – respondeu ela rapidamente. – Pode me soltar... agora? – ela fechou os olhos e suspirou.
-Então, por que está se controlando para não chorar, Lily? – ele falou enquanto a soltava.
-Se eu choro é de decepção, Potter. Por um momento eu achei que você era um homem melhor.
Lílian rapidamente deu as costas para Tiago e saiu da cozinha. Enquanto subia as escadas, Lílian pode entreouvir o som de algo se quebrando, mas não se importou.
Antes de ir para o seu quarto, a ruiva entrou no quarto dos “filhos”, cobriu e beijou cada um deles na testa com um olhar triste. Fechou cada cortinado e checou as janelas. Soltou um longo suspiro quando se viu novamente no corredor.
Já no quarto, trocou de roupa, vestindo uma blusa larga e comprida. Estando com sede, resolveu descer e beber um pouco de água.
Passou com a casa as escuras. Pulou de susto quando viu algo se mover na mini-biblioteca, mas quando apertou os olhos para enxergar melhor, o vulto havia sumido. Automaticamente, acendeu a luz e percebeu que era mesmo verdade, aquilo certamente havia sido fruto da sua imaginação. Ignorou os papéis que se encontravam em cima da mesa e se voltou em direção a cozinha novamente.
Preferiu tomar um copo de leite e voltar para cima. Suspirou enquanto subia as escadas. Talvez tivesse descido na esperança de ainda vê-lo em casa. Pensando que talvez ele tivesse desistido de ver a outra... balançou a cabeça e bufou de raiva.
-Para de pensar nele, Lily. O melhor que você tem a fazer agora é esquece-lo.
(...)
Se alguém encostasse o ouvido na porta da suíte da casa de férias dos Potter, poderia ouvir uma doce melodia vindo de dentro dela.
A ruiva saiu do banheiro enxugando os cabelos distraidamente. O olhar que exibia agora ela tristonho. Fechou os olhos levemente e parou em um meio suspiro. Por que tudo aquilo estava acontecendo com ela? Ela não merecia isso. Tiago Potter não a merecia.
Sim, ela sabia, ele não a merecia. Mas por que aqueles sentimentos tão antagônicos? Não podia só odia-lo? Não podia só ama-lo? Isso tornaria tudo... tudo tão mais simples... tão mais fácil de se resolver.
Ainda podia sentir as sensações que ele lhe proporcionara quando estavam juntos naquele cubículo. Não podia negar que havia sido maravilhoso.
“But tell me does she kiss
Mas diga-me, ela te beija
Like I used to kiss you?
Como eu costumava beijar você?”
Com os olhos extremamente marejados ela se deixa desabar na ponta da cama, ao mesmo tempo em que a toalha que trazia em mãos deslizara levemente entre seus dedos. Reprimiu um soluço enquanto sentia o gosto salgado das lágrimas em seus lábios.
-Droga... – ela murmura baixinho, enquanto as lágrimas aumentam. – Droga Lílian... você é uma tola. Uma idiota. Uma boba apaixonada.
Ela apoiou a mão em suas coxas e apertou o roupão fortemente. Sentiu a ponta dos dedos doerem devido à força que fazia, mas, ao contrário do que se esperava, ela firmou o aperto.
A ruiva fitava um pouco do chão com os olhos estreitados. Estava cega pelos olhos completamente cheios de água. Eles ardiam fortemente devido ao esforço que ela fazia para conter as novas lágrimas.
“Does it feel the same
A sensação é a mesma
When she calls your name?
Quando ela chama seu nome?”
Estaria ele agora mesmo com ela? Já teria encontrado-a? Ele estaria rindo dela com a outra?
Ela abaixou a cabeça e fechou mais ainda as mãos. Sentia os braços tremerem levemente, assim como o seu próprio rosto. Seu rosto estava extremamente vermelho e a respiração ofegava.
Desejava imensamente mata-los. Ou mata-lo, principalmente. Não era justo ela ficar sofrente daquela maneira enquanto ele recebia os carinhos dela e ria abertamente com ela.
Imaginou que ele deveria estar contando para Sharon a maneira com que ele a agarrou essa tarde e ela correspondeu às carícias dele fervorosamente. Deveria estar contando como ela era uma idiota. Como ela era uma burra por achar que, ao desfilar daquela maneira na sua frente, o fizesse sentir algo por ela. Podia estar agora mesmo comparando como o corpo dela era tão menos atraente do que o da outra.
Talvez a imbecil tivesse mesmo vinte e três anos. Quem era ela para competir com a Sharon? Ela era apenas uma menina idiota sonhando com um amor eterno. Com uma alma gêmea. Odiava ser romântica daquela forma. Odiava acreditar em príncipes encantados. Odiava acreditar que existem amores sinceros. E acima de tudo, odiava sonhar.
“Somewhere deep inside
Em algum lugar bem dentro de ti
You must know I miss you
Você deve saber que sinto sua falta”
Odiava sonhar com amores. Com uma família perfeita. Com os filhos que teria. Não queria nada disso. Nada lhe importava agora.
Um soluço escapou por seus lábios levemente contraídos e ela sentiu grossas lágrimas molharem as costas da mão.
Para quê serviam os sonhos afinal, se eles era algo completamente distante da realidade? Para quê sonhar que ele um dia estaria em seus braços e diria que a amava da forma que ela desejava que ele dissesse?
O que importava agora o fato de que, por breves momentos, a opinião sobre ele tivesse mudado completamente e ela percebesse que apaixonada por ele? Talvez ela já o amasse, mesmo que incoscientemente, mas... era tarde demais.
Nada disso importava se agora ele passava as noites nos braços de outra.
Nada disso importava... ele mesmo não dissera que o que ele fazia com a outra não faria nunca com ela?
Deitou as costas na cama e passou a mão pelo rosto. Por que ela simplesmente não esquecia disso? Por que aquela imagem deles juntos a atormenta-la por dentro?
Enquanto se arrastava lentamente em direção ao travesseiro dele, ela sente um calor leve dentro do peito à tênue possibilidade daquilo tudo ser mentira. Era no que ela desejava crer fielmente.
Jogou seu rosto no travesseiro dele, e, ao sentir o cheiro que ele exalava, entregou-se as lágrimas. Sentia o coração cada vez mais dolorido, apertado, espremido. Mesmo que chorasse um rio de lágrimas, elas não seriam suficientes para aplacar a dor que lhe vinha no peito.
Abraçou o travesseiro fortemente. Deixou a mostra apenas seus olhos verdes extremamente brilhantes e marejados.
Por que ele a beijara daquela forma, então? Por que ele a fizera achar que gostava realmente dele?
Como ele pôde sair novamente depois dos beijos e carícias que ele lhe dera? Era tão cafajeste assim para rir do sofrimento alheio?
Odiava a forma deplorável em que se encontrava. Odiava aqueles olhos castanho-esverdeados, aquele sorriso maroto. Odiava a maneira com que ele a beijava, a maneira com que ele a acariciava, a maneira com que ele a trazia para perto de si. Odiava os tons doces de voz que ele reservava para ela. Odiava a maneira com que ele sabia domina-la, deixa-la sem ações. E, odiava acima de tudo... o fato de estar sofrendo por ele... e saber que não podia odia-lo nunca.
-Por que você esta fazendo isso comigo, Tiago...
“But what can I say
Mas o que posso dizer?
Rules must be obeyed
As regras devem ser obedecidas”
Por volta da duas da manhã, o som da música cessou na suíte da casa. A ruiva ressonava tranqüila, ainda abraçada ao travesseiro em que estivera apoiando a cabeça no último período. Se Lílian abrisse os olhos naquele exato momento, poderia presenciar um olho castanho-esverdeado fitando-a através da porta levemente entreaberta.
N/A: * olha para cima * Bem, eu realmente não perco essa mania... Então, eu postarei uma parte do próximo cap aqui... XD
"Tiago se separa da ruiva automaticamente e os olhos verdes dela extremamente sonolentos o encararam confusamente.
-Volte a dormir, Lílian. – ele disse enquanto colocava as mãos no bolso e abaixava o olhar.
Com um novo suspiro ela volta a fechar os olhos, se ajeitando no travesseiro lentamente.
Lançando um último olhar para Lílian, ele dá as costas para ela e fita o guarda-roupa atentamente. Com um aceno da varinha, a pequena porta de cima se abre, para logo depois um confortável cobertor sair voando de lá, vindo parar na mão estendida do maroto.
Ele colocou a varinha em cima da penteadeira e caminhou lentamente até a ruiva.
Tiago cobriu Lílian com carinho e ela suspirou durante o sono. Acariciou lentamente os rubros cabelos dela e depositou um fraco beijo em seu rosto.
-Desculpe... por tudo."
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