As Piadas do Lord Montwey



_Prof. Dumbledore! _ exclamou a Prof. Minerva.


_Como vai professora?


_Como vou?! _ disse Minerva com o rosto vermelho como um pimentão _ Onde o senhor esteve, Prof. Dumbledore?


_Eu estava resolvendo um assunto de extrema importância, minha cara diretora.


_Que tipo de assunto?


_Eu preferiria não discutir isso na frente da escola inteira, acredito que a senhora pode compreender.


_E quanto ao Potter?


_Ele estava me auxiliando _ todos olharam para Alvo e foi a vez do garoto ficar vermelho.


_Lhe auxiliando?


_Sim. Se a senhora tiver a bondade de me acompanhar até um lugar mais reservado, eu poderei explicar toda a situação nos mínimos detalhes.


_Está certo. Muito bem! Todos para a cama _ disse Minerva _ a festa acabou!


_Professora, eu preciso... _ disse Alvo.


_Você precisa dormir, Potter! Amanhã eu converso com você!


E assim a professora girou nos calcanhares e deixou o dormitório acompanhada dos outros professores.


_Vocês ouviram a poderosa chefona! _ disse Molly Weasley, a monitora _ Todos para a cama!


Logo Alvo se deitou, mas não sentia o menor sono, ele estava morrendo de vontade de conversar com o Prof. Dumbledore e continuava com a sensação de que alguém o estava observando, seus companheiros de quarto também não pareciam estar com a menor disposição de dormir, Alvo percebeu que o tratamento dispensado a Scorpio estava bem diferente, os garotos estavam sendo... gentis!


_Como foi o jogo? _ perguntou Alvo para ninguém em especifico.


_Oh! Um verdadeiro espetáculo! _ disse Jet Suliman.


_Grifinória acabou com eles! _ disse George Faroell.


_Nunca vi nada parecido! _ disse Tim Hanger que para surpresa de Alvo, parecia feliz!


_Como você foi Scorpio? _ perguntou Alvo.


_Como ele foi? _ disse George com um risinho.


_Acho que ele vai estar nos pesadelos do time de Lufa-Lufa por alguns anos! _ disse Jet.


_Marcou 120 pontos! _ disse Tim.


_O time ajudou... _ disse Scorpio modesto.


_Ajudou?! _ disse Jet _ Mais um pouquinho e Tiago nem ia precisar capturar o pomo!


_Trezentos a zero! _ disse George _ Que parecia estar saboreando o som daquelas palavras.


_Talvez nós estivéssemos equivocados a sua respeito, Scorpio! _ disse Tim Hanger para total espanto de Alvo.


_Sim _ disse Jet _ você provou ser um verdadeiro membro de Grifinória.


Não é que Alvo tenha ficado descontente ao ouvir isso, mas como uma opinião pode mudar tão rápido apenas por causa de um jogo! O garoto nunca entendera essa devoção ao quadribol.


_E onde você esteve, Potter? _ perguntou Tim que voltara a adquirir seu tom de voz acusatório.


_Hum... Eu estava com o Prof. Dumbledore.


_E o que você estavam fazendo? _ perguntou Jet.


_Lamento, mas eu não posso dizer.


_Muito estranho isso, não é mesmo? _ disse Tim.


_Quer saber? _ disse Jet _ Eu não confio muito nesse Prof. Dumbledore!


_O que?! _ exclamou Alvo _ Isso é absurdo! Afinal... ele é parente do diretor Dumbledore!


_E desde quando a família de que se vem é tudo na vida? _ perguntou Jet.


_Bem! Até alguns dias atrás a família de Scorpio dizia tudo sobre ele para vocês! _ disse Alvo irritado.


_É verdade _ disse Jet _ bem, nós precisamos reconhecer nossos erros às vezes, não é mesmo?! _ disse Jet.


Alvo não precisava ouvir mais nada, decidiu dormir _ ou pelo menos fingir que estava dormindo _ antes que voasse no pescoço dos companheiros de quarto, quando se virou de lado teve a nítida sensação de ouvir um suspiro ao seu lado.


_Quem fez isso?!


_Isso o que, Potter? _ perguntou Tim.


_Quem veio até aqui? _ disse Alvo enquanto tateava no escuro tentando esbarrar em algo sólido.


_Você está bem, Potter?


_Acho que Dumbledore deixou ele biruta _ disse Jet _ estou dizendo, não confio naquele professor!


 


O dia seguinte foi um dos mais estranhos em Hogwarts para Alvo _ e levando em conta as aventuras da véspera isso era bastante coisa _ Scorpio havia se tornado a herói de Grifinória, era saldado em cada os corredores, todos faziam questão de apertar a sua mão ; enquanto Alvo havia ganho a posição de rejeitado que antes pertencia a Malfoy,, todos evitavam falar ou até mesmo olhar para o garoto, era como se ele fosse portador de algum vírus mortal.


_Não se preocupe com isso _ disse Dominique ao saber das preocupações do primo _ o que acontece é que o seu desaparecimento foi muito estranho, você não vai mesmo me dizer onde estava?


_Eu já disse que não posso Dominique.


_Tudo bem.


_Potter! _ disse o zelador Filch que veio mancando na direção do garoto _ A diretora quer lhe ver.


Em outra circunstância Alvo ficaria feliz em se atrasar para a aula que tinha naquele momento, já que se tratava de vôo, mas como ele iria ver a Prof. Minerva, não ficou tão animado assim. Ele caminhou pelo castelo na companhia do zelador que parecia excepcionalmente contente .


_É impressionante! _ disse Filch entrecortado por sua respiração asmática _ Você é idêntico ao seu pai; e não estou falando só da aparência, você também gosta de casar confusão, desrespeitar o regulamento da escola, mas dessa vez isso não ficará barato! Nunca vi a diretora tão nervosa quanto estava ontem! Creio que daqui a alguns minutos você estará arrumando as malas, Potter! _ completou ele com um sorriso maldoso.


Alvo permaneceu em silêncio, sentia o sangue ferver e se abrisse a boca, certamente não seria muito respeitoso com o zelador. Para sua sorte eles logo chegaram a escada em espiral que levava a sala do diretor.


_Boa sorte, Potter... você vai precisar!


O garoto subiu as escadas com as pernas tremendo e antes do que desejava, chegou até a porta.


_Entre! _ gritou uma voz lá de dentro.


Alvo entrou e pela primeira vez se viu na famosa sala do diretor de Hogwarts. O aposento que agora pertencia a Prof. Minerva estava muito organizado, nada parecia fora do lugar, havia uma grande mesa de mogno, elegantes cadeiras e um belo tapete; nas paredes estavam os quadros de todos os antigos diretores de Hogwarts.


_Sente-se Potter.


A diretora estudou o garoto por alguns instantes, era impossível discernir qualquer coisa em seu semblante neutro.


_Você sabe por que eu te chamei aqui? _ disse ela finalmente.


_Não senhora. Por quê? _ disse Alvo tentando manter uma expressão tranqüila.


_Não se faça de bobo Potter! Eu quero saber exatamente o que você e o Prof. Dumbledore fizeram ontem!


_O professor não lhe contou? _ disse Alvo para ganhar tempo.


A diretora levantou de sua cadeira e começou a andar de um lado para o outro atrás da mesa, o garoto então reparou no quadro que estava no local, era o maior de todos, estava vazio, mas o garoto conseguiu ver claramente o nome que estava na placa “Alvo Dumbledore”.


_Ele me contou sim, Alvo _ disse Minerva ainda andando _ mas eu quero ouvir de sua boca.


_A senhora não confia nele?


_É claro que eu confio! Ele tem ótimas referências, conhecido no mundo inteiro e ainda por cima é parente do diretor Dumbledore! Ele me disse que como vocês dois não são grandes admiradores do quadribol, resolveram gastar o tempo do jogo estudando um pouco mais os Dementadores Medievais na sala do professor, ele colocou um feitiço selador para que não fossem incomodados por nenhum som externo e por isso não ouviram quando bateram na porta da sala. Foi isso mesmo que aconteceu Potter?


_Sim.


­_Vocês estavam estudando os Dementadores Medievais?


_Sim.


_Por vinte horas?!


_Bem, acho que perdemos a noção do tempo.


A professora continuou andando de lado para outro.


_Eu tenho muito medo Alvo _ disse ela num tom de voz bem diferente do habitual, era quase... bondoso _ tenho medo do que o Prof. Dumbledore está fazendo com você.


_Como assim professora?!


_Você certamente já ouviu seu pai falar sobre o diretor Dumbledore.


_Sim. Meu diz que ele era um homem fantástico.


_É claro. Ele até lhe batizou com o nome do diretor. Alvo Dumbledore realmente era um homem magnífico, nunca conheci alguém tão inteligente. Mas tudo que ele fez seu pai passar... Eu sei que tudo foi necessário, mas Harry Potter certamente sofreu muito, ainda criança enfrentou perigos que poucos adultos experimentaram.


_Mas ele sobreviveu, não é mesmo senhora? _ disse Alvo com orgulho.


_Sim. Mas teve muita sorte! Você não tem idéia Alvo! E eu tenho medo que o novo Prof. Dumbledore faça a mesma coisa com você! Me prometa uma coisa _ disse ela repentinamente apoiando as duas mãos na mesa _ não tente ser o seu pai, Alvo. Você não tem idéia de tudo que ele passou!


_Professora, eu...


_Apenas prometa Potter!


Alvo encarou o rosto angustiado da diretora por algum tempo, atrás dela ele podia ver o grande quadro de Alvo Dumbledore vazio.


_Eu prometo _ disse o garoto finalmente.


 


Alvo se sentiu mal nos dias que se seguiram, havia feito uma promessa muito séria a Prof. Minerva e sabia muito bem que não iria cumpri-la. Ele havia entendido o que ela queria dizer com: “tentar ser como o seu pai”. Ela estava falando para o garoto não correr riscos, não tentar bancar o herói, não tentar salvar os outros... Mas Alvo achava difícil respeitar isso quando a pessoa que estava em perigo era Harry Potter. A visão de seu pai ensangüentado vinha perturbando seu sono e o que ele mais queria era descobrir o que estava acontecendo, precisava encontrar o Prof. Dumbledore. A oportunidade de ver o professor só aconteceu dois dias depois, na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Dumbledore ensinou a classe como combater os Esquitilins, pequenas criaturas amarelas com aparência de bichinhos de pelúcia, isso enquanto estão calmos, porque quando se irritam, seus olhos ficam vermelhos, suas garras viram navalhas afiadas e sua boca ganha longas presas pontiagudas; o feitiço para detê-los era um tanto complicado e ao final da aula, vários alunos estavam feridos, felizmente sem muita gravidade.


_Vocês estão dispensados _ disse o professor _ acredito que já tenha um auror esperando para escoltá-los até o salão principal. Hum... Alvo?


_Sim, professor?


_Você poderia me ajudar a guardar nossos amiguinhos nos caixotes?


Alvo não achava que os Esquitilins fossem exatamente “amiguinhos”, mas não iria perder o oportunidade de conversar com Dumbledore.


_E então Alvo _ disse ele quando todos haviam saído _ como você está?


_O que aconteceu, professor? Como eu voltei? Você não sabe quem eu vi...


_Acalme-se, meu jovem! Ou você terá um colapso! Você conseguiu pegar a Chave de Gáia, Alvo! Estou muito satisfeito!


_Eu peguei?! Eu me lembro de ter encostado nela e depois...


_Você voltou para a casa de Gerard.


_Sério?! Como?


_Ao que parece aquele o objeto também funcionava como chave de portal, você sabe o que é isso, não é mesmo?


_Sim! Então quando eu encostei na chave eu voltei, senhor?


_Isso mesmo.


_E a chave? Onde está ela?


_Está comigo, Alvo.


_Com o senhor?


_Sim, eu guardarei ela por enquanto se você não se importa.


_Quando nós iremos para Gáia, senhor?


_Tudo há seu tempo. Nós ainda precisamos de mais algumas coisinhas, Alvo.


_Mais?! Nós já temos a chave!


_Sim. Mas não adianta entrarmos sem estarmos preparados para o que encontraremos lá dentro.


_Professor! Eu vi meu pai!


_O que?! _ Dumbledore pareceu realmente surpreso.


_Sim! Ele estava na casa, onde eu peguei a Chave de Gáia; e ele estava... _ Alvo não conseguiu completar a frase, pois sua garganta pareceu dar um nó, enquanto seus olhos queimavam.


_Ele estava ferido, não é mesmo? _ disse o professor muito serenamente.


_Sim... Como o senhor sabe?


_Seu pai nunca esteve naquele lugar, Alvo.


_O que?!


_Me conte exatamente o que aconteceu, por favor.


Alvo narrou com dificuldades suas aventuras naquele lugar, por mais que lutasse contra os seus sentimentos, ao final da narrativa seu rosto estava banhado em lagrimas.


_Entendo _ disse Dumbledore _ agora eu entendo tudo.


_Entende o que, professor?


_O porquê de Gerard ter dito que só você poderia pegar a Chave de Gáia.


_Por quê?


_Você não vê, Alvo? É seu pai que está em perigo, a pessoa mais importante para você! Mas entenda; Harry nunca esteve naquele lugar.


_Mas então...


_Aquilo foi uma ilusão, um teste!


_Um teste?


_Sim! Para saber se você arriscaria qualquer coisa para conseguir a chave. Por isso o incêndio, a suposta aparição de Harry.


_Onde ele está então, senhor?


_Ainda não sei, Alvo. Mas uma coisa realmente me preocupa nessa história toda...


_O que, professor?


_Os ataques que você me narrou, eu sei que foram reais e realmente eram pra ser, eu vi seus ferimentos, eu os curei antes lhe trazer de volta, mas quanto à suposta pessoa que te ajudou...


_O que tem?


_Aquela era uma realidade que deveria existir apenas pra você, Alvo! Não devia ter mais ninguém lá!


O garoto sentiu um calafrio, não havia apenas isso, ele não contara algo para o professor...


_Professor?


_Sim, Alvo?


_Eu... eu acho que essa pessoal continua me seguindo!


_Como assim?


_Desde que eu voltei... eu sinto que tem alguém atrás de mim o tempo inteiro, alguém invisível ou algo assim!


Dumbledore pareceu muito preocupado, encarou o garoto por muito tempo, Alvo desejou que ele parasse de fazer isso.


_Você precisa tomar cuidado com uma coisa, Alvo.


_O que é professor?


_Você se lembra quando eu narrei a história da pedra que possivelmente cria os dementadores?


_Sim.


_Eu tenho motivos para acreditar que essa pedra está aqui! Em Hogwarts!


_Então os dementadores...


_Eu creio que eles estão aqui também.


_O senhor acha que um deles... está... me seguindo?


_Eu não sei.


_Mas porque ele iria me salvar, professor?


_Eu também não entendo, Alvo. Mas nós precisamos ficar de olhos abertos, se você ver alguém com alguma pedra... você precisa me comunicar imediatamente.


_E como é essa pedra, professor?


_Eu também não tenho idéia, por isso ficaremos de olho em qualquer pedra, certo? E procure não ficar sozinho em momento nenhum.


Alvo havia entendido, mas de repente veio-lhe uma outra coisa a cabeça.


_Professor?


_Sim, Alvo?


_O garoto de Lufa-Lufa atacado... tem alguma relação com... eles?


Dumbledore pareceu refletir por algum tempo e com imenso desgosto, ele finalmente declarou:


_Sim Alvo. Eu acredito que um dementador medieval também está por trás daquilo.


 


Alvo mal havia chegado ao Salão Principal quando se sentiu a mais tapada das criaturas, ele esquecera de perguntar ao professor sobre o outro assunto que não saia de sua cabeça: o Tirante de Gáia. Dumbledore havia dado várias pistas sobre esse objeto mágico dentro do calabouço das cinco voltas e na cidade secreta, mas não chegara a explicar de fato o que era. Mas será que adiantaria perguntar? Alvo tinha suas dúvidas se o professor iria lhe contar tudo a respeito; ele precisava descobrir de outra forma; e ele sabia muito bem quem poderia ajudar...


_Alvo! _ disse Rose Weasley que pareceu ter adivinhado os pensamentos do garoto.


_Rose! Eu preciso falar com você!


_Eu também preciso! Eu descobri para que serve o Extrato de Venvíli!


_Descobriu?! Para que?


A garota olhou em volta, o salão estava cheio e alguém poderia estar prestando atenção na conversa.


_Eu te falo mais tarde.


_Vamos à biblioteca depois do jantar então?


_Sim.


Eles se separaram, Alvo sentou-se à mesa de Grifinória, mas mal conseguiu se concentrar no rosbife com batatas assadas que estava à sua frente.


_Ei Scorpio! Venha para cá, junta-se ao resto do time! _ disse Tiago para a total incredulidade de Alvo, ele podia entender que a casa inteira estivesse satisfeita com Scorpio, mas Tiago chamando o garoto para sentar-se ao seu lado! Aquilo era demais, Alvo levantou-se e foi esperar Rose na saída do Salão Principal.


_O que foi? _ perguntou a garota quando viu a expressão emburrada do primo.


_Nada.


Rose olhou na direção da mesa de Grifinória.


_Ah! _ disse a garota _ entendi o que “nada” significa. Você está com raiva de Malfoy, não é?


_Eu não estou com raiva dele.


_Mas está insatisfeito com a atenção que ele está recebendo.


_Não é isso... só que é um pouco estranho, não é mesmo?


_Sim. Tudo graças ao quadribol.


_Jogo idiota.


_Agora eles gostam de Scorpio, mesmo ele podendo ser alguém perigoso.


_O que você quer dizer?


_Ora Alvo! Você não voltou a confiar nele, voltou?


_Aconteceu uma coisa que você não sabe _ Alvo então contou do “encontro” que teve com Draco Malfoy.


_O que?! _ Rose ficou horrorizada, mas teve que guardar suas palavras para um momento mais apropriado porque Julie Estempter, a auror, havia chegado para escoltar os alunos até a biblioteca.


_Então Draco Malfoy esteve aqui! _ disse Rose quando eles finalmente estavam sentados numa mesa afastada da biblioteca.


_Sim.


_E você não contou a ninguém?


_É claro que contei! Os professores e os aurores o procuraram, mas não conseguiram encontra-lo.


_Isso é muito estranho, o que ele veio fazer aqui?


_Não está claro? Ele veio me ameaçar!


_Eu não acho que tenha sido esse o motivo principal da visita, ele apenas aproveitou a viagem e falou com você.


_”Falar” não é bem o termo correto. _ disse Alvo aborrecido.


_Tem alguma coisa por trás disso.


_O que você quer dizer?


_Se Draco Malfoy veio até Hogwarts, é porque ele tem algum cúmplice aqui dentro.


_Eu já disse que ele falou que tinha uma missão para Scorpio...


_Pode até ser, mas eu não acho que ele tenha vindo falar com Scorpio.


_E porque não?


_Porque ele viu Scorpio todos os dias nos últimos onze anos! Ele poderia ter combinado qualquer coisa com ele antes dele vir para a escola; e além do mais, se ele tivesse algo novo para contar, poderia ter simplesmente escrito uma carta, ninguém acharia suspeito uma carta de um pai para um filho.


_E então?


_Eu acho que outra pessoa aqui dentro está envolvida nisso tudo; e faz todo sentido! Os aurores, o ataque, tudo de estranho que está acontecendo, é claro que tem um espião aqui dentro!


_Quem?


_Pode ser qualquer um!


Alvo refletiu algum tempo nas teorias da prima, estava tão distraído que demorou um tempo para ouvir a respiração que vinha de trás da sua nuca...


_O que foi?! _ perguntou Rose quando o garoto se levantou de um pulo.


_Na-nada. Você disse que descobriu para que serve o Extrato de Venvíli?


_Sim! Eu estive vindo sozinha a biblioteca nos últimos dias e finalmente encontrei!


_Em qual livro?


_”Venenos Poderosos Para Criaturas Mais Poderosas Ainda”. Eu ainda não tinha pensado nisso! _ disse a garota empolgada.


_E para que serve o Extrato de Venvíli?


_É muito estranho _ disse Rose com sua felicidade a murchar como um balão _ eu não esperava que fosse isso.


_Para que serve? _ perguntou Alvo ansioso.


_Serve para colocar em armadilhas para ratos.


_Ratos?!


_Isso mesmo. É uma técnica antiga, não é usada há muitos anos.


_E para que Hagrid teria todo esse trabalho para capturar ratos? Ele poderia simplesmente ter arrumado um gato!


_Eu sei.


_E porque ele não nos contou? Capturar ratos não pode ser uma operação tão secreta!


_É realmente muito estranho.


_Você tem certeza que o extrato só serve para isso?


_Sim, não tinha nenhuma outra referência no livro.


Eles ficaram em silêncio por algum tempo, até que Alvo se lembrou do que queria fazer ali.


_Ei! Nós precisamos descobrir o que é outra coisa!


_O que?


_O Tirante de Gáia.


_Tirante de Gáia?!


Alvo encarou a prima por algum tempo, deveria contar a ela tudo o que tinha acontecido?  Certamente o Prof. Dumbledore não iria gostar... mas ele precisava dividir isso com alguém.


_Uau! _ exclamou a garota ao fim da narrativa _ Então existe uma cidade secreta em Hogwarts?! _ ela ficou séria de repente _ Você não devia ter me contado isso, Alvo.


_Porque não?


_Ora, é uma coisa que o Prof. Dumbledore confiou somente a você, eu não teria contado!


_Nem para mim?


_Para ninguém!


Alvo ficou aborrecido, achava que Rose levava muito a sério essa coisa de responsabilidade.


_Mas agora que eu te contei, vamos procurar alguma coisa sobre o Tirante de Gáia, ok?


_Tudo bem.


_Por onde vamos começar? _ disse o garoto que não tinha a menor idéia de como encontrar um livro sobre tal assunto.


_Bem, esse objeto está ligado a toda essa lenda que ronda a escola, não é mesmo? Vamos procurar nos livros sobre lendas.


_É claro!


Eles foram até a seção sobre o assunto e pagaram todos os livros que seus braços puderam carregar.


_Vamos começar então! _ disse Alvo abrindo um volume muito obscuro com o título de “Lendas Que Você Não Deveria Saber”, mas não havia nenhuma indicação sobre o Tirante de Gáia.


Eles procuraram por muito tempo, Alvo começou a ficar sonolento, a pilha de livros a sua frente estava embaralhando, abria volumes ao acaso e sempre com o mesmo resultado; depois de algum tempo ele pegou um livro chamado “As Piadas do Lord Montwey”, Alvo pensou em colocá-lo de lado imediatamente, certamente não seria ali que iria encontrar o que procurava, mas talvez uma piada fizesse bem para o seu animo, decidiu então abrir o livro, folheou o índice e passando o olhou sem prestar muita atenção os títulos dos capítulos: “A Maquina Cata-Chuva”, “O Banquinho da Perdição”, “O Tirante de Gáia”, “Pernas Para o Ar”,” O Pedaço...”.


_Espere um minuto! _ disse o garoto de despertando imediatamente.


_O que foi?


_E-eu encontrei!


_Deixa eu ver!


A garota tomou-lhe o livro com tanta vontade, que acertou a cabeça do garoto com uma força considerável.


_Me desculpe _ disse ela sem muita convicção enquanto folheava o livro apressadamente. _ aqui está! Mas esse texto...


_O que tem?


_Veja você mesmo.


Alvo pegou o livro e leu o capítulo intitulado “O Tirante de Gáia”:


 


 


Você, caro leitor, deve se perguntar como foi criado o mundo que nos rodeia: As árvores que enfeitam nossos bosques, os pássaros que encantam nossas vidas, os vendedores de enciclopédias mágicas que acabam com nossas manhãs de sábado... Alguns dizem que tudo isso foi feito pelo Tirante de Gáia,bobagem na minha opinião, isso teria sido muito simples para um objeto de tal magnitude, eu penso que o Tirante de Gáia fez mais, ele provavelmente criou o louco psicopata que criou todo o mundo. Você não acredita? Vamos conferir então algumas características do Tirante de Gáia:


 


O Tirante de Gáia é tão fabuloso, mas tão fabuloso que ele consegue começar uma partida de xadrez movendo um bispo e ainda ganha a partida antes que você consiga pronunciar “impossível”.


O Tirante de Gáia pode atravessar o mundo em menos de um segundo, mas o mundo nunca poderá atravessar o Tirante de Gáia.


O Tirante de Gáia pode fazer uma vaca atravessar o buraco de uma agulha e no final do processo a agulha é quem estará mugindo


Quantos sonserinos são necessários para construir um Tirante de Gáia?Apenas um para se ferrar no final do processo.


Quantos membros de Lufa-Lufa são necessários para se construir um Tirante de Gáia? Membros de Lufa-Lufa nunca são necessários para nada.


 


 


 


A lista de “características” do Tirante de Gáia se estendia por mais cinco páginas, mas Alvo já havia lido o suficiente.


_Isso é... _ disse o garoto procurando palavras _ ridículo! Esse livro não explica nada!


_É claro que ele não explica _ disse Rose _ é um livro de piadas.


_Mas não tem a menor graça!


_Para você rir de uma piada, é necessário entender o contexto, Alvo. De quando é esse livro?


_Tem 350 anos! _ disse o garoto olhando a primeira página.


_Exatamente. Nesse tempo todos deveriam saber o que era o Tirante de Gáia.


_Então esse livro não serve de nada para nós!


_Não bem assim... Eu achei algumas passagens bem instrutivas.


_Os senhorres son realmente muito estudiosos! _ disse Geneon Goudin se aproximando da mesa e assustando os garotos.


_P-professor?! _ disse Rose _ O que o senhor está fazendo aqui?


_Desde quandon eu devo explicaçion parra pirralhos como vocêss, Srta. Weasley?


_D-desculpe, professor!


_O que os senhorres eston lendo aí?


_Na-nada, na verdade já estamos da saída!


Rose se levantou o puxou o primo pelo braço recolhendo os livros de qualquer jeito.


_Eu não gosto desse professor! _ disse Rose.


_Eu acho que ele também não gosta muito de nós... O que vamos fazer agora?


_Eu vou levar esse volume das paidas comigo, vamos falar com a Sra. Pince.


Eles foram até a mesa da bibliotecária que os olhou com reprovação pela forma como eles carregavam seus preciosos livros.


_Eu gostaria de levar esse livro. _ disse Rose.


_O que você quer dizer? _ disse Irma Pince depois observar o livro demoradamente o exemplar das Piadas do Lord Montwey


_Levar! Eu fico com ele por algum tempo e no final eu devolvo...


_Eu sei muito bem o que é um empréstimo de livro senhorita! Muito obrigada! Acontece que esse livro não é da biblioteca!


_Não?! _ exclamou Alvo um pouco antes de Rose lhe dar uma dolorosa cotovelada nas costelas.


_Ah! É claro! _ exclamou a garota _ Como estou distraída! Esse livro é meu!


A bibliotecária encarou a garota com uma expressão nem um pouco amigável.


_Quem você pensa que é para ficar me fazendo de palhaça! Como se eu não tivesse trabalho suficiente, eu...


De repente se ouviu gritos vindos do corredor, todos observaram a auror Estempter que entrou lívida na biblioteca.


_Atenção! _ disse ela _ Todos os alunos aqui agora! Um auror acaba de ser atacado! Vou levá-los para suas salas comunais imediatamente!


 


 


 


 


 

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