A Reunião Noturna
Alvo dormiu mal aquela noite, teve um sonho desagradável onde ele, Rose e seu pai estavam brincando de pique – esconde por Hogwarts e Alvo não conseguia encontrar os dois em nenhum lugar, enquanto procurava ele era seguido por Tiago e Fred que insistiam em lançar um pesado livro negro na sua cabeça.
Ele acordou mais cansado do que quando fora dormir e não estava com a menor disposição de sair de sua cama, olhando pela janela, ela viu que o tempo também não estava muito receptivo, pesadas nuvens cor de chumbo se postavam no céu enquanto o vento balançava as copas das árvores de forma ameaçadora.
_Ei Alvo, levante-se, temos que ir tomar café logo ou nos atrasaremos para a primeira aula _ disse-lhe Scorpio que também não parecia o espelho da disposição, os outros garotos do dormitório já haviam saído, o que não era grande surpresa, já que nenhum deles estava fazendo muita questão de conversar com os dois garotos.
Eles se vestiram de forma penosa e dez minutos depois chegaram ao Salão Principal que já se encontrava lotado, Alvo deu uma olhada esperançosa para a mesa de Corvinal, mas não viu nem sinal de Rose.
_Você devia comunicar algum professor sobre o sumiço de sua prima _ disse Scorpio.
_Se eu não a ver hoje, eu farei isso.
Os garotos sentaram-se à mesa de Grifinória onde todos os presentes estão com a atenção presa em Tiago e Fred que estavam fazendo um certo tipo de malabarismo com oito jarras de suco de abóbora e um pouco de fogo encantado, até que Fred errou a pegada e todas as pessoas próximas ficaram encharcadas.
_Muito bonito Srs. Potter e Weasley _ disse a Prof. Minerva que acabara de chegar a mesa dos professores _ menos dez pontos para Grifinória. Agora prestem atenção todos vocês. No nosso jantar de abertura, eu comuniquei que certos pontos do castelo estariam proibidos para os alunos, mas não disse que pontos eram estes, portanto direi agora: A ala norte do quarto andar; o corredor na ala oeste do sexto andar onde se encontra a pintura do enterro de um vampiro; o corredor 3 do segundo andar e toda a ala sul do sétimo andar. Quem for pego vagando por algum destes pontos será sumariamente expulso, isso, se o desajuizado ainda estiver vivo para contar a história, gostaria também de comunicar que aurores do ministério chagaram a Hogwarts ainda esta semana para ajudar na segurança. Agora se os senhores já terminaram o café, podem seguir para suas respectivas aulas, tenham um bom dia.
Alvo e Scorpio mal tiveram tempo de comer alguma coisa e seguiram ensopados de suco de abóbora para a primeira aula do dia, apesar dessa situação pouco agradável num dia frio como aquele; Alvo se sentia bem, ainda naquela semana seu pai estaria em Hogwarts.
A turma teve que atravessar toda a extensão dos jardins da escola onde o vento parecia desafiar-lhes a continuar o caminho, para alcançar as estufas onde teriam a primeira aula de Herbologia.
Alvo já conhecia Neville Longbottom desde que se entendia por gente, ele era presença freqüente em sua casa, devido sua longa amizade com seus pais. Alvo sempre achou Neville muito diferente das histórias que lhe foram contadas sobre seu tempo de escola, ele sempre viu Neville como uma pessoa segura e descontraída, certamente os anos e as experiências vividas fizeram bem ao professor.
Por este motivo Alvo tomou um susto quando entrou na estufa 1, onde seria sua aula. Neville parecia nervoso e abalado; e ficou nítido a todos um leve tremor em sua voz quando ele cumprimentou a turma.
_B-Bom dia à todos. EU sou o Prof. Longbottom e vou lecionar para vocês Herbologia. Nesta primeira aula nós vamos... nós vamos, bem... sentem-se em trios e vamos começar.
Alvo e Scorpio se sentaram com Dominique, o que pareceu deixar Malfoy um pouco encabulado.
_Ele não parece estar muito bem, não é mesmo? _ disse a garota.
_É verdade _ disse Alvo por não ter nada melhor a dizer, Scorpio parecia tão nervoso quanto o professor, mas para a sua felicidade eles não estavam prestando atenção nisso.
_Hoje nós vamos começar com algo simples, vistam as pás e peguem as luvas... não... o contrário... ah! Vocês entenderam...
Na verdade ninguém entendeu muito bem, nem aquela orientação nem nenhuma outra que se seguiu na aula, no final a turma não tinha entendido muito bem o conteúdo daquela aula, tudo que eles fizeram foi adubar um vaso sem planta.
Em seguida os alunos voltaram para o castelo para ter a primeira aula de Feitiços e para o espanto de todos, o Prof. Flitwick parecia estar sofrendo do mesmo mal de Neville e mais uma vez eles tiveram uma aula perdida.
_O que será que deu nos professores? _ disse Scorpio enquanto os garotos se sentavam no Salão Principal para o almoço.
_Parece que todos eles estão um pouco nervosos, não é mesmo? _ disse Alvo depois de observar mais uma vez a mesa de Corvinal já sem muitas esperanças de ver Rose.
_Será que tem a ver com Rose?
_Como assim?
_Bem... certamente os professores também já perceberam que ela não está indo as aulas, eu ainda acho que você devia...
_Se ela não estiver no jantar eu vou fazer alguma coisa.
Eles observaram a mesa dos professores e todos os presentes pareciam nervosos, cochichavam entre si de vez enquanto e olhavam furtivamente para o salão. Apenas um professor parecia descontraído, um professor que Alvo ainda não havia prestado atenção, ele tinha a aparência de um mestre-cuca, com um rosto esguio e bigodes finos que faziam uma volta para cima.
_Quem é aquele professor? _ Alvo perguntou a Molly Weasley, a monitora de Grifinória.
_Ele é Geneon Goudin, professor de poções e diretor de Sonserina.
_Poções? Nossa primeira aula vai ser hoje.
_Boa sorte.
_O que você quer dizer?
_Bem... vamos dizer que ele não seja um grande admirador dos alunos de Grifinória...
_Meu pai disse que Snape pegava no pé dele nas aulas, você acha que vai fazer isso comigo?
_Certamente, mas eu não acho que você será o alvo preferido dele...
Ainda com esta nota enigmática na cabeça, Alvo seguiu com sua turma para as masmorras do castelo, onde era lecionada Poções. Lá em baixo estava ainda mais frio e o ambiente sombrio não era lá muito encorajador.
Os alunos entraram na sala e se entreolharam um pouco assustados, instantes depois os alunos de Sonserina que teriam aula junto com os de Grifinória chegaram na sala acompanhados por Geneon Goudin. Se Alvo o havia achado um pouco parecido com um mestre-cuca, essa opinião ficou ainda mais forte quando ele entrou usando um chapéu alto e um avental negro; sua aparência era um pouco sinistra.
_Boa ttarde senhorres _ o professor tinha um forte sotaque francês _ Eu ser o pprofessor Goudin e ensinarrei a arte da ppreparacon de poções... e veja quem estáa aqui senhorres! O nobre membro de Grifinórria, Scorpio Malfoy! _ todos os alunos de sonserina riram com gosto _ seu pai deve estarr muito orgulhoso! É realmente uma grrande honra para os Malfoy terr um filho um Grifinória! E ainda serr amigo de um Potterr, que esplendido!
Os alunos de Sonserina choravam de tanto rir em suas carteiras enquanto os de Grifinória olhavam aborrecidos para o professor, nem mesmo os três companheiros de quarto de Alvo e Scorpio pareciam estar satisfeito com o tratamento que Malfoy estava recebendo.
_Ei professor? _ disse Jet Suliman _ eu estou interessado em melhorar o meu inglês, o senhor pode me dar o endereço de quem lhe ensinou? _ foi a vez dos alunos de Grifinória rirem.
_Vintee pontos a menos para Grifinórria e o senhorr está de detencion.
_Eu lamento professor, mas minha agenda está um pouco cheia, metade dos professores já me fizeram convites semelhantes.
_O senhorr se acha engraçado não é? Pois você vaii trabalharr com o Senhorr Malfoy hoje e se no final a porrção dos senhorres não ficarr perrfeita, vocês terrão surrpresas pouco agradáveis.
_Obrigado _ disse Scorpio a Jet quando eles se sentaram em frente ao caldeirão.
_Eu não fiz isso por você cara, eu simplesmente não gostei desse professor, agora cale a boca e vamos logo fazer essa porção.
Alvo estava trabalhando com sua prima Dominique e eles não estavam muito diferente do resto da turma que lutava para lembrar as instruções da porção do esquecimento. Seja lá o que estava afetando os outros professores, não estava fazendo efeito em Goudin, ele parecia extremamente satisfeito enquanto caminhava pela sala criticando as poções dos alunos de Grifinória.
_Muito bem senhorr Goddwill _ disse o professor quando parou na frente do caldeirão de um garoto de Sonserina com a cara achatada _ o senhorr não é paspalho como cerrtos alunos _ completou ele olhando na direção de Malfoy.
Não foi surpresa que ao fim da aula nenhum aluno de Grifinória tenha conseguido fazer uma poção decente, não quando se é um iniciante e se tem um professor que tenta atrapalhar cada passo de seu trabalho, os alunos de Sonserina não foram muito melhores, mas o professor parecia muito mais satisfeito com o desempenho deles.
_Ele... é... ele é um... _ Scorpio mal conseguia articular as palavras no caminho do salão principal de tanta raiva que sentia.
_Sim. Ele é _ disse Alvo.
_O que eu fiz pra ele? Porque ele me tratou assim? Eu não tenho culpa de ter sido mandado para Grifinória.
_Você não queria ter vindo para Grifinória?
_Eu nunca liguei para essas besteiras de casas! Mas meu pai certamente não deve ter ficado satisfeito, mas e daí? Ele também não um grande homem.
_Ei fique calmo! Seu pai cometeu alguns erros, mas...
_Alguns erros? A vida inteira eu fui discriminado pelo que ele fez, não importava quem eu era, apenas de quem eu era filho, agora eu fui mandado para Grifinória, onde as pessoas não gostam de mim e sou vítima da ira de pessoal de Sonserina, que me acham um traidor!
Alvo não sabia bem o que dizer, Scorpio nunca tinha falado daquele jeito.
_E quanto ao livro? _ perguntou Scorpio.
Com tanta coisa na cabeça Alvo até se esquecera desse assunto.
_O que tem ele?
_O que você vai fazer.
_Eu vou resolver isso está bem? Mas antes eu tenho que descobrir aonde está Rose. Confie em mim.
_Como eu vou confiar em você, se você não confia em mim?
_O que você quer dizer?
_Você sabe quem colocou aquele livro no meu malão, não sabe?
_Lamento, mas eu não posso te contar isso.
_Porque não?
_Porque eu não posso.
_Quem você está querendo proteger? O que acha que eu vou fazer?
_Se acalme Scorpio! Eu só preciso de um tempo!
Os garotos seguiram para o salão principal onde mais uma vez Rose não se encontrava.
_E agora, o que vai fazer? _ perguntou Scorpio.
_Eu vou lhe dizer o que eu vou fazer, eu vou achar a Rose.
_Como assim?
_Essa noite, depois que todo mundo dormir, eu vou entrar na sala comunal de Corvinal e tentar descobrir alguma coisa.
_O que? Você não pode sair andando pela escola a noite, você pode ser expulso! Porque você simplesmente não procura um professor e...
_Não!
_Porque não?
_Escute Scorpio, alguma coisa muito estranha está acontecendo em Hogwarts, eu não sei o que é, eu não sei se posso confiar em algum professor... quero dizer... mesmo se eles soubessem onde está Rose, acho que eles não me contariam, então eu preciso fazer isso.
_Tudo bem. Então agente espera todos dormir e ai nós vamos...
_O que você quer dizer com “nós vamos”?
_Eu vou com você.
_Não, você não vai! Você pode ser expulso.
_Eu não estou negociando Alvo, eu vou.
Alvo viu que não adiantava discutir; e se sentiu ainda pior por não contar a Scorpio quem havia colocado o livro nas suas coisas, mas ele não podia fazer isso, por mais que ele pedisse, ele sabia que Scorpio iria denunciar Tiago e Fred.
Depois do jantar os garotos se assentaram na sala comunal de Grifinória para esperar que todos fossem dormir, as horas passaram muito devagar até que finalmente Fred e Tiago que passaram a noite praticando mais um pouco de malabarismo (para a alegria de todos presentes) foram se deitar e assim a sala ficou vazia.
Alvo e Scorpio haviam ouvido na jantar que a sala comunal ficava numa e tiveram uma certa idéia de onde deveria ser.
Havia muitos perigos de serem pegos naquela aventura, Pirraça e Binns que passavam a noite fazendo bagunça pela escola, o velho e asmático Filch com sua gata Norra, que pareciam desafiar o tempo e ainda estavam na escola, mas aborrecidos do que nunca e ainda havia a possibilidade dos professores estarem fazendo a guarda noturna pelos corredores, já que certamente havia algum perigo em Hogwarts e os aurores ainda não haviam chegado.
Temendo serem descobertos a qualquer instante, os garotos se esgueiravam pelas sombras e seguiam em frente o mais silenciosamente possível.
_Espere um instante! _ disse baixinho Alvo num ponto do sexto andar _ eu ouvi passos! _ e para o terror dos garotos, Geneon Goudin vinha caminhando pelo corredor com a varinha acessa. Os garotos retrocederam e entraram num banheiro próximo torcendo para que o professor não os tivesse visto.
_De todas as pessoas _ disse Scorpio _ agente tinha que topar logo com ele?
_Vamos! Acho que ele já deve estar longe.
Os garotos continuaram subindo até que finalmente chegaram a porta da sala de Corvinal.
_Não tem um quadro como na nossa? _ perguntou Scorpio.
_Parece que não, melhor assim, nós não saberíamos a senha.
De repente eles ouviram uma voz de arrepiar os cabelos, ela vinha... de lugar nenhum.
_Para entrar na sala comunal de Corvinal, a casa da sabedoria, vocês terão que resolver uma charada.
_Uma charada? _ disse Alvo.
_Sim.
_E se errarmos?
_Vocês não entram.
_Hum... tudo bem, vamos tentar.
_Então vamos lá: Um homem foi encontrado morto no meio de um deserto onde era impossível chegar à pé ou usar magia, ele estava nu e o único objeto que possuía era um palito que estava firme em sua mão. Alguns quilômetros atrás haviam quatro conjuntos completos de roupa e mais alguns quilômetros atrás haviam alguns quilos de comida e mantimentos, o que aconteceu?
_Acabou? _ perguntou Alvo espantado.
_Sim. _ respondeu tranquilamente a voz.
_Mas como assim, o que aconteceu?
_Diga o que aconteceu, como ele chegou lá, porque estava naquele estado, essas coisas.
_Bem _ disse Scorpio _ ele estava andando e então ficou quente e ele tirou a roupa...
_Não se pode chegar lá andando_ disse a voz.
_Ele aparatou? _ disse Alvo.
_Não se pode usar magia lá.
_Ele estava num balão _ disse mais uma voz misteriosa que mais uma vez fez os corações dos meninos acelerarem, mas dessa vez a voz tinha um dono, logo se tornou visível uma longa barba acaju e um par de olhos azuis brilhantes _ com mais três amigos, o balão começou a perder altitude, então eles jogaram fora comida e os mantimentos, não resolveu, então eles jogaram fora suas roupas, o balão continuou caindo, então eles viram que um teria que pular, decidiram quem seria num jogo de palitos, o que tirasse o palito maior pulou.
_Correto! _ disse a voz.
_P-Professor Dumbledore! _ disse Alvo _ como o senhor sabia disso?
_Um pouquinho de raciocínio não faz mal meu jovem.
_Todos tem que responder isso para entrar na sala comunal de Corvinal?
_Sim, mas normalmente as charadas são um pouco mais elaboradas.
_Ainda bem que eu não fui selecionado para Corvinal! _ disse Scorpio.
Depois daquele primeiro momento de espanto com a inteligência do professor, os meninos lembraram o que estava acontecendo.
_Professor! O que o senhor está fazendo aqui?_ disse Alvo.
_Engraçado! _ disse Dumbledore_ Eu ia perguntar a mesma coisa agora mesmo!
_Bem... Nós viemos tentar descobrir o que aconteceu com a minha prima Rose professor, eu não a vi depois da seleção e...
_Ora. Ora! Temos uma reunião aqui! _ disse um homem sorridente que acabara de aparecer no local.
_Prof. Pickwick _ disse Dumbledore amavelmente.
_Como vai Dumbledore, e veja só! Se não é Potter e Malfoy! O que eles fazem aqui?
_Ao que parece eles estão preocupados com a garota Rose.
_Ah sim! Compreensível! Nada como uma aventura de resgate heim garotos!
_Mas essa não foi uma atitude sábia garotos _ disse Dumbledore _ você não sabem que o castelo estava passando por momentos difíceis? Vocês deveriam ter falado com algum professor.
_Bem professor _ disse Alvo sem jeito_ o senhor sabe onde ela está?
_Sim eu sei. Vou levar os senhores até lá.
_Ah! Que divertido _ exclamou Pickwick _ já não agüentava mais essa solidão de patrulhar os corredores sozinho.
Os garotos já estavam entrando na sala comunal de Corvinal que estava com a passagem disponível desde que Dumbledore acertara a charada.
_Onde vocês vão? _ perguntou Dumbledore.
_Bem, o senhor disse que no levaria até a Rose.
_E levarei, mas ela está muito longe da sala comunal de Corvinal.
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