Um legítimo Weasley!
Dezenas de vezes Hugo pediu ao tio Harry que contasse como era passar tanto tempo num armário embaixo da escada. Por mais que ouvisse nunca pode realmente imaginar o quão horrível podia realmente ser. Naquele momento ali escondido sob a escada apertado entre caldeirões velhos cheirando podre, vassouras quebradas, aranhas e ratos Hugo se sentiu muito mal pelo tio.
Quando ele e a prima resolveram pegar de volta a Sra. Granger sabiam que estavam em desvantagem; então Hugo lotou a mochila com produtos Weasley que guardava longe dos olhos da mãe. Graças ao boné escudo feito especialmente para ele pelo tio Jorge; conseguiu sair ileso do feitiço que Vesúvia lhe lançou. Um rato sair do armário bem na hora que abriu a porta para se esconder foi pura sorte.
A casa estava silenciosa; Hugo observava por uma fresta Vesúvia na sala tomando chá e fazendo algumas anotações. Da onde estava viu a tampa do pote de biscoito se mexer; sabia que a prima ia tentar escapar e deu graças a Deus que o tal gato estava fora.
A Sra. Granger miava na janela da cozinha. Vesúvia saiu e a chutou para longe. Hugo se esgueirou pela sala espalhando alguns presentinhos Weasley. Sobre a mesa viu um mapa das casas vizinhas a sua. Provavelmente Vesúvia estava procurando uma maneira de entrar em mais alguma casa ou, até mesmo, a voltar à casa dos Weasley.
– Gata idiota! Pode miar à vontade logo estarei consolando sua filha e seu genro. Crianças desaparecidas é um ótimo pretexto para uma visita.
O gato que Vesúvia disse estar perdido apareceu andando calmamente e subiu em cima da mesa.
Vesúvia pegou distraidamente uma bomba de creme enquanto voltava a rabiscar o mapa. Quando aproximou o doce da boca viu dois olhos abrirem na cobertura; dois braços saíram da bomba e a seguraram.
– ARRRE! – berrou tentando se livrar do doce agarrado a sua mão. Os demais doces em cima da mesa começaram a se mover em sua direção. Vesúvia caiu de costas no chão da sala e viu Hugo tirando a prima do pote de biscoitos e a guardando na mochila. – Você!
– Trouxe um Kit Weasley de presente para a senhora! – disse Hugo enfiando uma bomba de chocolate na boca de Vesúvia.
A Sra. Granger quebrou o vidro da janela e saltou empurrando o neto bem a tempo de salvá-lo de mais uma tentativa de Vesúvia de transformá-lo em alguma coisa. Na correria a mochila se abriu e Lily caiu.
– Chveik! Olhe uma deliciosa ratinha pra você! Peque-a!
Lily saiu correndo e subiu numa cortina; a Sra. Granger impediu o gato de chegar mais perto. Ficaram se encarando no chão da cozinha.
– Vovó!
Astuta, a Sra. Granger sentou e passou a lamber a pata e, para surpresa de Hugo, Chveik fez o mesmo.
– Chveik seu imbecil ela só quer distraí-lo! – gritou Vesúvia no chão.
Chveik seguiu a Sra. Granger até a sala; Hugo recuperou a mochila e tirou a varinha das mãos da velha bruxa.
– Desista moleque! Seu exército de doces não vai me deter!
– Fale o contra feitiço ou eles invadem sua casa.
– Eles quem?
Hugo apontou para o quintal. Vesúvia se levantou bem devagar se escorando nas cadeiras.
Pela janela aberta pela Sra. Granger dava pra ver vários gnomos numa estranha formação fazendo sons engraçados.
– Eles não gostam de você! – disse Hugo. – E dei um bocado de chocolate pra eles fazerem isso! Agora! O contra feitiço ou dou o sinal para entrarem! Eles adoram doces e a senhora está coberta de açúcar.
– Você não disse que sua mãe pode fazer!
– Estou lhe dando uma chance de consertar o que fez.
– Você mantém sua promessa de não contar pra ninguém?
– Mantenho!
– Muito bem, o contra feitiço é Zvierakaz, mas você não vai poder realizá-lo; devolva-me a varinha e eu farei.
Hugo pegou avó e a prima e as colocou no centro da sala.
– Está bem. Tome.
Assim que pegou a varinha Vesúvia Lancey apontou para o menino, mas o raio ricocheteou e a atingiu. Ao meio da fumaça surgiu uma mosca varejeira.
– Boné escudo Weasley! Puxa vida! A senhora mentiu de novo! Bom, pelo menos já sei o que procurar na biblioteca de mamãe.
Na biblioteca da mãe Hugo olhava o relógio ansioso; logo Hermione e gina estariam de volta e seria muito legal não encontrar Lily e a avó transformadas em animais. A Sra. Granger andava pela mesa de Hermione.
– Esses livros são complicados vovó, mas acho que posso desfazer esse feitiço. Não se preocupe vou usar a varinha da Sra. Lancey. O Ministério não vai detectar um menor de idade fazendo magia. Eu sei que prometi a papai e mamãe ficar longe de varinhas, mas papai também disse que sou o homem da casa e tenho responsabilidades.
A Sra. Granger deu um longo miado.
– Eu sei que eles não se zangariam muito se eu contasse a verdade. O que acha Lily?
Hugo pegou a prima e esperou algum gesto em resposta. Lily o mordeu.
Depois de alguns minutos com o dedo na boca para aliviar a dor e virando as paginas de um dos livros de Transfiguração da mãe; Hugo achou o contra feitiço.
– Então lá vai: Enllaç Fins!
Quando abriu os olhos em meio a fumaça ouviu barulho na sala e correu.
– Mamãe?!
– Oi filho! – disse Hermione. – Se divertiu com Lily e a vovó essa tarde?
– Bem...
Hermione se abaixou para beijá-lo e viu o machucado na mão do filho.
– O que aconteceu com seu dedo?
– Não é nada mamãe... – respondeu o garoto.
– Deve estar doendo!
– Não mamãe, não esta!
– Eu avisei para não deixá-lo brincar com gnomos mamãe. – disse Hermione levantando.
Hugo se virou surpreso e viu Lily e avó sorrindo para ele.
– Gnomos são legais. – disse Lily.
– É são sim! – respondeu Hugo aliviado.
– Lily olhe esse vestido! – disse Gina espantada. – Vocês passaram o dia inteiro no jardim?
– Mais ou menos... – respondeu Lily olhando o vestido todo sujo de terra e pó.
Rony chegou tarde com Harry.
– Desculpe o atraso. – disse beijando Hermione. – A rua esta infestada de gnomos! Parece uma revolução!
– O que foi rapazinho? – perguntou Harry percebendo o olhar triste de Hugo quando o sobrinho o abraçou.
– Eu meio que sonhei que estava num armário de vassouras tio Harry; foi horrível. – respondeu Hugo fungando.
Harry encarou o sobrinho e percebeu que o menino estava realmente triste.
– Não se preocupe; por mais escuro e assustador que seja sempre conseguiremos sair. – respondeu Harry sorrindo.
Todos acabaram ficando para o jantar. Já era bem tarde quando Rony colocou o filho na cama.
– Caramba Já está pequeno! – disse tentando enfiar o pijama pela cabeça jo caçula. – Sua avó disse que você cuidou muito bem da casa hoje. Estamos orgulhosos. Eu estou muito orgulhoso de você Hugo.
A Sra. Granger entrou no quarto.
– Vou dormir aqui essa noite. – disse ao neto.
Ante de ir pra cama Hermione entrou no quarto do filho. A Sra. Granger dormia ao lado da cama de Hugo segurando um bastão de quadribol.
– Hermione? – sussurrou Rony a porta.
– Por que mamãe não está no quarto dela?
– Ela deve ter pegado no sono lendo alguma coisa pra ele.
Rony transformou a cadeira numa confortável cama.
– Me preocupei a toa em deixar mamãe tomando conta de Hugo. Ela me disse que ele se comportou muito bem.
Hermione resolveu fechar a cortina da janela e reparou numa mosca varejeira voando nervosa do lado de fora. Rony abriu o vidro e deu um “peteleco” nela a mandando para bem longe.
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