Essas crianças...
Hugo e Lily observavam a casa da família Lancey; uma família estranha, até para o padrão dos bruxos, que todos os vizinhos evitavam. Pularam a cerca e seguiram pelo jardim mal cuidado. O mato era tão alto que nem precisaram se abaixar muito. Bem no centro do jardim encontraram um chafariz encardido de água lodosa e cheio de sapos.
Hugo usava um boné da Gemialidades Weasley e carregava sua mochila com o distintivo do Arsenal justamente presente da avó materna.
– Nunca vi um jardim assim. – disse Lily passando por uma colônia de gnomos.
– Mamãe enlouqueceria nesse lugar. – disse Hugo rindo quando um gnomo lhe mostrou o dedo do meio.
As crianças espiaram por uma janela da cozinha num canto perto da pia acuada a Sra. Granger tentava se livrar de Vesúvia Lancey.
– Vamos querida... – disse Vesúvia se curvando e quase levando uma arranhada nos rosto.
– Fique de olho – sussurrou Hugo para a prima – já volto.
Hugo saiu de perto da prima pro alguns minutos; Lily não ouviu mais os miados da Sra. Granger e se levantou pra olhar. Vesúvia estava na janela e sorriu pregando um susto na menina.
– Estava esperando vocês!
Hugo correu até a prima; e foi agarrado pela camiseta junto com ela e carregado até cozinha.
– Vovó! – disse Hugo e a Sra. Granger pulou em seus braços.
– Ela esta bem? – perguntou Lily examinado a Sra. Granger.
– Esta sim. – disse Vesúvia suspirando. – Sinto muito crianças; eu estava estressada, me sentindo muito só nessa casa enorme... Chveik é minha única companhia.
– Tudo bem! Não é Hugo? – disse Lily sorrindo e cutucando o primo.
– É essas coisas acontecem... – respondeu Hugo examinando a avó que miava muito alto.
– Vocês são tão simpáticos, tão bonzinhos! – disse Vesúvia apertando a bochecha das crianças. – Só tem um problema em relação trazer sua avó de volta.
– Qual? – perguntou Hugo.
– Não me lembro do feitiço para fazê-la voltar ao normal! – respondeu Vesúvia choramingando. – Faz muito tempo que não uso magia e me esqueço das coisas num instante.
– A senhora não se lembra mesmo do contra feitiço? – perguntou Hugo. – Nem um pedacinho dele?
A Sra. Granger miava muito alto e Hugo a passou para Lily.
– Talvez eu me lembre se ler algum feitiço de Transfiguração animal, mas infelizmente meu bisneto levou todos meus livros para Hogwarts. Não tenho nenhum livro sobre o assunto na casa. Sua mãe não e especialista em Transfiguração?
– Minha mãe é.
– Ela deve ter muitos livros sobre o assunto não?
– Mamãe tem uma biblioteca em casa.
– Então é melhor irmos a sua casa buscá-los. Com certeza sua mamãe não vai querer que você ande com eles por ai!
Hugo não se mexeu.
– Minha mãe pode reverter qualquer feitiço de Transfiguração; vamos levar vovó para casa e esperar ela voltar.
Vesúvia fechou a cara e franziu a testa.
– Imagine como seus pais ficarão zangados ao saber desse incidente. Vão brigar muito com vocês.
– Desculpe, mas foi à senhora que a transformou numa gata. – disse Lily.
– Verdade. Eles trabalham no Ministério e podem até mandar me prender!
Vesúvia choramingava que poderia ser mandada para Azkabam.
– Bem no ano que completo cem anos...
– Não se preocupe Sra. Lancey explicaremos que a senhora estava estressada. – respondeu Hugo.
– Por causa do seu gato perdido... Então já vamos. – disse Lily.
Hugo foi em direção a porta da cozinha, mas não conseguiu abri-la.
– O que acontece com essas crianças? – resmungou Vesúvia atrás deles. – Antes era só dizer que ia contar aos pais e elas se borravam! Droga.
– Somos crianças não idiotas! – respondeu Hugo. – A senhora quer entrar em nossa casa faz tempo. Ouvi minha mãe comentando.
– Vamos embora Hugo!
Lily tentou ajudar o primo a girar a maçaneta.
– Por que a senhora pega coisas que não são suas?
– Não sei... é coisa de família, mas não importa agora. Vocês vão contar a seus pais...
– Transforme minha avó de volta e prometo não contar.
– Você promete?
– Prometo! Palavra de Weasley.
Hugo mostrou três dedos da mão formando um W.
Vesúvia considerou a proposta e sacou a varinha. Apontou para a Sra. Granger no colo de Hugo e em seguida transformou Lily num ratinho.
– Por que fez isso? – gritou Hugo vendo prima correr pelo chão de um lado para outro.
– Ver crianças felizes me deixa irritada. – respondeu Vesúvia prendendo Lily num pote de biscoitos.
Hugo soltou a avó que correu e pulou a janela.
– Trouxas... sempre covardes e egoístas. E agora você meu pequeno! Escolha o animal que sempre quis ser!
Hugo disparou pela sala. Vesúvia lançou um feitiço e, satisfeita, viu em meio a fumaça um ratinho branco correndo pela sala.
– Chveik! – berrou Vesúvia. – O jantar esta servido!
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