Primeira Visão
Toda a noite, a família de Claire tomava chá junto, conversavam sobre as novidades do dia. Ela sempre gostara de chá e sempre se divertia nesses momentos. Nunca tinha novidades, não tinha amigos, não saia de casa e passava o tempo todo lendo. Sua paixão era ler, se divertir com histórias de pessoas legais, com vidas legais que encontram pessoas mais legais ainda e vivem felizes para sempre.
Seus pais ainda não viam isso como um grande problema, quem sabe quando ficasse mais velha, dizia sua mãe. Mas ela estava quase completando seus 11 anos e sentia sempre uma grande solidão. Com isso, afundava-se ainda mais em seus livros e quase não saia de casa. Ela sentia que tinha algo dentro dela de grande e que ela era uma pessoa especial e chorava muito pensando o porquê as pessoas não gostavam dela. Sempre tentava ser legal com todos, mas encontrar pessoas que gostassem das mesmas coisas que ela, de conversar sobre livros, ou qualquer coisa, era uma tarefa nada fácil no mundo normal.
Depois de escutar seu pai contar animadamente como fora seu dia no trabalho, ela tomou o último gole de chá e pediu licença para se levantar e ir deitar. Seus pais continuaram lá, conversando sobre como fora maravilhoso o chefe do pai de Claire conversar com ele durante o horário de almoço. Ele se sentira muito recompensado.
Enquanto se vestia para dormir, ela olhava pela janela do quarto e admirava as estrelas, será que elas algum dia atenderiam o desejo mais profundo de Claire, o de encontrar alguém que gostasse dela sem a achar esquisita?
O dia seguinte amanheceu nublado, como de costume o pai de Claire já havia acordado e ido trabalhar. O senhor Daniels sempre acordava antes de amanhecer. Senhora Daniels estava fazendo as suas famosas panquecas, era a comida favorita de Claire e quando ela acordou, logo sentiu o cheirinho gostoso das panquecas. Quando esta desceu já pronta para começar o dia, soltou um sorriso e correu para abraçar a mãe e agradecer por ter feito um café da manhã tão espetacular. Depois disso, a mãe de Claire lhe entregou uma carta, ela estranhou, pois nunca recebia cartas. Quando ela abriu, sua mãe estava atrás olhando atentamente para cara palavra que a carta continha. Quase caiu dura para trás. Pensou que era uma pegadinha e logo descartou a carta.
Nessa noite, na hora do chá noturno, elas contaram tudo para o Sr. Daniels e este ficou preocupado. Será que era algo sério ou apenas uma brincadeira? Isso atormentou todos naquela noite e quase todos foram deitar mais cedo.
Mas qual não foi à surpresa da mãe de Claire quando, no dia seguinte, lá estavam mais duas cartas idênticas a primeira endereçadas, com bonita caligrafia, para Claire. Então foi ai que a mãe dela caiu dura para trás. Ela despertou algum tempo depois, quando a filha veio socorrê-la depois de acordar com o grito da chaleira.
Foi quando Claire acreditou que tudo que a carta continha era verdade, foi ai que Claire percebeu que isso poderia ser um sinal das estrelas, que talvez elas a tivessem ouvido e realizado seu tão profundo desejo. Bobagem! estava lendo fantasias de mais. Mas mesmo assim acreditava. Acreditava que este era o inicio de seu impossível conto de fadas.
Quando o pai dela chegou de noite eles abriram juntos a carta e o Sr. Daniels a leu com paciência. Leu, releu e por fim entendeu que não se tratava de uma brincadeira e por fim aguardou para que o funcionário da tal instituição citada na carta seja mandado e esclareça tudo. Então, dois dias depois de muitas outras cartas, uma mulher bateu na porta da casa dos Daniels e a mãe de Claire atendeu a porta:
- Boa Noite, me chamo Minerva McGonagall e vim representando a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. – disse a mulher. Quando escutou isso, chamou logo o marido e a filha para que viessem receber a visitante.
Depois de muita conversa, Minerva explicou tudo sobre o mundo bruxo, sobre Hogwarts, sobre o dom da filha e tudo o mais. Ela falou com tanta confiança que fez com que todos acreditassem. Parecia um discurso que a mulher deveria estar careca de contar, mesmo assim acreditaram. E Claire ficou maravilhada, pois as histórias de seus livros estavam se tornando realidade. Era impressionante tudo o que a mulher falava, mas seus pais queriam saber mais, não deixariam sua filha ir assim sem mais nem menos sem saber se isso era totalmente verdade e se ela estaria segura. E a mulher assegurou que era perfeitamente seguro e voltou a explicar tudo novamente.
No dia seguinte, Minerva veio buscar a menina e a mãe para irem a um lugar chamado Beco Diagonal para comprar todos os seus materiais. Foi quando ela o viu, um menino louro, olhos verdes, que não lançava olhar algum a ninguém, só andava ao lado de um casal, também louro, que Claire presumiu que fossem os pais dele. Não sabia seu nome, mas ela desejou que ele estudasse na mesma escola que ela estudaria, não sabia o porquê, apenas desejou.
Enquanto estava no Beco Diagonal entrou em estranhas lojas que vendiam das mais variadas e esquisitas coisas. Tudo era fantástico e qualquer resquício de incredulidade da parte da mãe de Claire se fora, mal esperavam para contar ao sr. Daniels sobre o que acontecera e o que viram. Claire queria mostrar tudo o que comprara e principalmente ler os novos livros da escola que pareciam ser um mais interessante que o outro. Quando chegou a hora de ir embora, Claire olhou para a quantidade de coisas que teriam de levar para casa e achou impossível que conseguissem levar sozinhas, por fim, Minerva dissera para que elas não se preocupassem, que as compras chegariam na casa delas sem nenhum problema, por meio de magia, e com isso foram embora.
Ao chegarem em casa, Claire e a sra. Daniels viram que as luzes estavam acessas e ficaram contentes que o sr. Daniels já havia chegado em casa, estavam todas cansadas e loucas para contar cada detalhe do que acontecera com elas. Depois de entrarem na casa, foi o momento das orientações finais de Minerva e finalmente a despedida:
- Estou ansiosa para nos encontrarmos na escola, srta. Daniels – sorriu Minerva para a menina. – depois de abraçar a menina e por fim ela caminhara até o fim da rua aonde havia uma pracinha escura e deserta e Claire jurava que ela havia desaparecido do nada.
Claire estava louca para que o dia 1 de setembro logo chegasse e que ela pudesse ingressar para Hogwarts, conhecer esse fantástico mundo mágico e talvez, encontrar o menino louro que vira no Beco Diagonal. Ela nunca esqueceria aquele rosto, sentia que precisava reencontrá-lo. Mal ela sabia o que estava por vir.
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