Enfim, Hogwarts.

NA: Finalmente, chaguei na parte da história que estava mais ansioso para escrever! A partir de agora, uma nova perspectiva aparece: o diário de Sophie. O padrão da fic se manterá o mesmo: 3ª pessoa, contudo, uma ideia sobre os pensamentos e sentimentos da menina serão passados para o leitor. Essa capítulos está mais focado nos pensamentos da garota, mas, nem todos serão assim, haverá um rodízio. Comentem, por favor! :D

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Expresso Hogwarts – 13:00h

  “Não sei por que comecei a escrever um diário, tão patético, tão sem sentido. Bem, foi o que pensei quando olhei para o pequeno livro de capa rosa! Pior de tudo! ROSA! Mamãe sabe o quanto odeio rosa! Cor tão... Tão... Tão desprezível! Ela me deu esse livreto, porque segundo ela, toda menina da minha idade tem um, fica insistindo em tentar mudar meu comportamento, como se isso fosse possível! Deseja que eu me torne mais meiga, sentimental, quer que eu seja uma garota estúpida, totalmente estúpida!

  Acabo de me lembrar do momento no qual eu e ela entramos na loja do Senhor Olivaras para comprar minha varinha: “momento das garotas”, disse para papai, justificando o motivo de apenas nós duas irmos ao beco diagonal.

  Nossa, como demorou a encontrar minha varinha! Olivaras, a cada varinha errada aumentava seu maldito sorriso de satisfação. “Adoro clientes difíceis”, dizia a cada segundo.  Depois de aproximadamente duas horas, finalmente, encontro a varinha ideal. Juro, não entendo o que ela tem de tão interessante, algo que aquele vendedor insistia em repetir incansavelmente. Núcleo feito de cordas vocais de sereanos com madeira de sabugueiro que, com toda a certeza, NÃO me dará azar o ano inteiro.

  Ainda acho que aquele tal de Olivaras não sabe fazer varinhas decentes. Sim, porque alguém talentosa como eu simplesmente não pode ter nada de errado. Ah é! A minha varinha é um tipo de antiguidade, está naquela loja há séculos e, de acordo com aquele velho baixinho, não se tem registro de nenhuma outra feita com o mesmo material. Graças a Mérlin que esse diário tem um código mágico que só eu sei. Imagine se mamãe, com toda sua bipolaridade, pega meu diário e lê o que escrevo agora sobre aquele velho, com certeza,  não estarei mais viva para continuar escrevendo nesse livreto, devo confessar, viciante!

  Depois de comprados todos os meus materiais e varinha, mamãe insistiu em me dar um animal! Queria uma coruja, como meu irmão, mas ela preferiu me dar um gato. Falei que desejava uma ave, fui ignorada, então, de pirraça, chamei minha mais nova mascote de Mafalda. Lógico que houve protesto por parte de mamãe, mas o animal é meu e dou o nome que quiser.

  Agora estou sentada sozinha no expresso Hogwarts, Harry está em outra cabine com Ronald e Hermione, que, tenho que dizer, nunca deve ter aprendido a pentear os cabelos. Já Ginny, bem, ela foi ao banheiro. Para dizer a verdade, não estou totalmente sozinha, tem uma estranha sentada na minha frente. Querido diário, não acredito que já estou escrevendo esse tipo de saudação ridícula, ela é realmente estranha, consegue ler uma revista de cabeça para baixo, e não qualquer revista, mas o ridículo ‘O Pasquim’, além de me olhar como se EU fosse a estranha! Tenho dó desse tipo de gente maluca! Mandarei uma coruja para mamãe avisando que um paciente de Saint Mungus fugiu, Ah se vou!

  Bem, tenho que trocar minhas vestes e, pela demora, vou arrancar Ginny da cabine de Harry. Tenho certeza que ela está se oferecendo para aquele idiota...”

 

 - Mal feito, feito. – disse Sophie enquanto tocava sua varinha no livreto rosa que carregou consigo por todo o resto da viagem, pois mesmo com um código poderoso criado por seu amado pai, não podia se dar ao luxo de deixá-lo em qualquer lugar. Afinal, seus segredos mais profundos e revelações secretas que jamais faria, até mesmo para Giny, se encontram em cada palavra escrita naquele diário de capa rosa.
 

**

 - Primeiroanistas, aqui, por favor! – um homem com barbas, cabelos e olhos negros e com estatura de um quase gigante gritava, enquanto segurava um lampião, na estação de Hogsmeade.

  Sophie encontrara Ginny no corredor, embora a garota não tivesse admitido, era nítido que estava na cabine de Harry. A dupla de ruivas foi em direção ao gigante.

 - Hagrid! – Ron, Hermione e Harry cumprimentaram o homem com fortes abraços. Sophie e Ginny seguraram gargalhadas ao notar que o estranho sufocava aqueles três, mesmo sem perceber.

 - Como foram de férias, crianças? – Hagrid perguntou sorridente.

 - Boas, Hagrid, espero que as suas também tenham sido! – Harry respondeu – Ah, essa é minha irmã, Sophie e aquele é Ginny, irmã de Ron! – disse apontando para as duas que riam, mas, ao notarem a atenção concentrada em si, ficaram encabuladas.

 - Mais uma Weasley e Potter para Grifinória! Com toda certeza darão ótimos bruxas, Grifinória ganhará muitos pontos, ah se ganhará! – O gigante não escondia tamanha felicidade e espectativa.

 - Er, Hagrid... – Hermione interrompera o homem e apontara para um grupo de primeiroanistas aglomerados perto do homem – acho melhor levá-los para os barcos, temos que ir para as carroças!

  - Até o jantar! – Harry, Hermione e Ron despediram-se do amigo.

  - Mione, Fred e George disseram-me que as carroças são puxadas por fantasmas! – Ron dissera em um sussurro no qual o pavor do garoto era nítido.

 - Ron, pare de acreditar naqueles dois, por Mérlin! – Hermione respondera ríspida, enquanto Harry segurava o riso.

  Sophie ao ouvir o comentário de Ronald, revirou os olhos. Ao virar-se para falar com Ginny sobre o comentário do garoto, percebeu que a amiga andava mais à frente, deslumbrada com tudo. O grupo de primeiroanistas já estava mais adiantado.

  - Deixo o veneno para depois, Hogwarts, aí vou eu! – Sophie disse em tom maroto e curiosidade exagerada em cada milímetro de seu corpo.

**

 Todos os primeiroanistas encontravam-se à frente do restante dos alunos. Contudo, a atenção dos novatos era exclusiva a um pedaço de pano sob uma antiga banqueta. Múrmurios eram quase absolutos no salão principal. Sophie estava tão nervosa que mal prestou atenção no discurso de Dumbledore. McGonagall já começara a chamar os nomes dos alunos.

  - Groove, Matthew!

  A mente da menina Potter estava distante daquele momento, Sophie pensava, não sabia ao certo para qual casa gostaria de ir. Sabia que decepcionaria seu herói, seu pai, caso não fosse para Grifinória, mas, em seu íntimo, achava que acabaria sendo escolhida para Corvinal.

  - Lufa-Lufa! – anunciou o chapéu. Aplausos e vivas vindos da mesa dos lufanos predominaram no salão.

  - Gin, quanto tempo o chapéu demorou nesse tal de Groove? – Sophie perguntou apreensiva.

 - Não sei, acho que uns oito minutos. – Ginny respondeu tensa. Ambas tremiam.

  Sophie começou a analisar o salão, avistou seu irmão. “Patético”, pensou. Como ele podia estar nervoso? Como? Ela era quem seria selecionada, o futuro dela era o incerto e, mesmo assim, o patético do Harry se encontrava mais apreensivo do que ela própria. Continuou observando o irmão, encontrou Ronald. O garoto estava tranqüilo, nem se importava com o fato de Gin estar assustada. Devia admitir, até que o ruivo não era tão idiota, vivia sua própria vida. Sophie mudou de idéia rapidamente, Granger, a garota juba de leão, repreendia Ron pela indiferença e pior, o garoto passou a mudar de comportamento após a bronca!

  - Patético. – murmurou para si mesma.

  - Sonserina! – mais um anúncio feito pelo chapéu.

   - Gin – Sophie murmurou – Quem foi selecionado agora?

  - Bonnie Donk, em que mundo você está, Sophie? – Ginny respondeu marota.

  - Devaneios, pensando, entende? – Sophie respondeu desconcertada.

  - Entendo... – Gin revirou os olhos.

  - Não revire esses olhos para mim, ruiva! – Ambas levaram suas mãos à boca, buscando abafar suas risadas.

  - Ginny – Sophie pegou na mão da amiga enquanto fitava séria o chapéu seletor – promete que continuaremos a ser amigas, independente da casa para qual formos?

  - Sophie,nós iremos para Grifinória. – Gin tentou passar certeza para a amiga, contudo, sua voz dizia o contrário, transparecia receio.

  - Promete? – Sophie fitava a amiga, seu semblante era apreensivo.

  - Prometo, ruiva! – Gin suspirou.

  Antes de qualquer resposta que Sophie pudesse pronunciar, McGonagall anunciou:

  - Potter, Sophie.

  A menina de cabelos cor de chama foi em direção ao pedaço de pano. Estava relutante, a imagem de seu pai não saia de sua mente, a decepção incrustada no rosto do homem mais importante em sua vida era nítida e dolorosa. Decidiu-se, seria o que gostaria de ser, não o que seu pai esperava. Em seguida, com grande tristeza, vestiu o chapéu.

  - Interessante... – era uma voz grave, desconhecida.

  - Er... Quem é você? – Sophie perguntou assustada.

  - Sou o chapéu seletor, cara senhorita Potter. Sou capaz de ler seus segredos mais íntimos, sou capaz de escolher, com quase total perfeição, qual casa a tornará grande, esplêndida e, pelo que vejo, é isso o que você mais deseja, não?

  - Não gosto da idéia de algo lendo meus segredos mais íntimos. Se os escondo, é porque não quero que ninguém os conheça, não acha? – A garota dissera rispidamente.

  - Com toda certeza. Mas, prefere esconder essa educação e coragem formidáveis? Prefere esconder essa enorme lealdade que possui com aqueles que você ama? Tem certeza do que quer? Porque eu vejo seu grande talento, a arrogância instalada em seu coração que, mesmo não admitindo, é de uma bondade imensa. Não posso esquecer-me de mencionar, é claro, sua notável inteligência e beleza. Curiosamente, você insiste em esconder as primeiras qualidades que mencionei enquanto adora mostrar as três últimas mencionadas.  Cara Sophie, você se encaixaria em qualquer casa de Hogwarts, possui coragem, educação, lealdade, generosidade, inteligência, beleza, desprezo por regras e astúcia. Eu poderia ter um grande desafio aqui, mas, suas escolhas não me deixam dúvidas. Você optou em ocultar, guardar apenas para si certas qualidades e teima em mostrar outras. Portanto, sem dúvida alguma, a casa ideal para você é... – o chapéu fez um breve momento de silêncio, algo como um instante de reflexão, deixando Sophie ainda mais nervosa.

  - Sonserina! – o anúncio do objeto choca quase a totalidade ali presente.

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Dormitório Feminino – 23:00h

 “A seleção de casas fora um tanto conturbada, claro, afinal, foi a primeira vez que um Potter caiu na casa mais odiada de Hogwarts, Sonserina. Vários olhares me foram lançados, alguns de incredibilidade, outros de desprezo. Harry, aquele idiota, não conseguiu acreditar que aquilo realmente havia acontecido. Me procurou no meio do corredor avisando que papai e mamãe ficariam furiosos e blábláblá. É óbvio que aquela conversa não me agradou nem um pouco. Tediosa, me fez bocejar várias e várias vezes. Harry acha que eu estou perdida, sem entender a escolha do chapéu, que desejo, mais que tudo, ir para a tão aspirada casa de Grifinória. O que ele não entende, já que seu cérebro não é capaz de processar certas informações, é que eu não me importo. Sonserina é tudo que eu sempre quis internamente. Eu sempre desejei ser diferente, ser reconhecida e não apenas mais uma Potter.

  Muitos alunos vieram conversar comigo quando adentrei o salão comunal, alguns me reprovaram, outros foram indiferentes. Normal! Já esperava por isso, na verdade. Conversei com todos, como uma boa garota educada que papai e mamãe me criaram para ser. Mas, depois, quando todos haviam terminado de tirar suas dúvidas, fui para o dormitório rapidamente. Estou cansada, não sei se suportaria responder mais perguntas.

  Quero privacidade, digerir todos esses acontecimentos simultâneos. É muita informação para minha brilhante mente processar. O único problema é que, infelizmente, esse desejo de privacidade foi, simplesmente, jogado no lixo. Quando entrei nesse dormitório, percebi que seria compelida a dividi-lo com mais duas garotas. Tudo bem, até ai dava para levar numa boa. Era só cada uma viver sua vida e ignorar a existência da outra que tudo se resolveria na paz. Mas, como Mérlin gosta de brincar comigo, não é bem isso que está acontecendo.

  Ao me deitar para relaxar um pouco, uma garota de cabelos e olhos negros ficou me observando, ou melhor, encarando. Não consigo decifrar o semblante dela. Pelas barbas de Mérlin! Estou rodeada de gente estranha. Parece que os loucos do Saint Mungus foram todos soltos e vieram parar em Hogwarts e, pelo visto, se sentiram atraídos por mim, o porquê eu não sei. Bem que eu gostaria, e muito, de encontrar uma resposta plausível para isso. Pelo menos ela não é mais esquisita que a garota que lê ‘O Pasquim’. Essa morena não desgruda os olhos de mim, desde o primeiro momento em que deitei na cama e comecei a escrever até agora. Devo admitir, estou com medo, diário... Será que ela gosta de garotas? ECA! Já aviso logo que nem penso nessas coisas.

  Pensando bem, acho mais sensato parar de escrever por agora e ir dormir, quem sabe desse modo ela também faz o mesmo e me esquece amanhã! Quanto mais rápido eu dormir, menores serão as chances dela tentar fazer algo comigo, acredito. É, amanhã vou dar meu jeito de providenciar com o Prof. Dumbledore uma mudança de dormitório. Ah, se vou! Cansei de esquisitos ao meu redor!

  OBS: Não sei o que aconteceu com Mafalda. Enquanto eu escrevia, ela saiu do dormitório. Devo confessar que meu animal de estimação me odeia e, devo dizer, nada mais justo, uma vez que, desde quando mamãe a comprou, não dei atenção a coitadinha. Ela não tem culpa de eu não ter sido ouvida.

Metas para amanhã:

--> Conversar com Prof. Dumbledore;
--> Tentar ser simpática com Mafalda.”

 **

 NA: Espero que tenham gostado! Sei que demorei para postar o 4º capítulo e acredito que não acorrerá mais. Se alguém anda lendo isso aqui, dê um sinal de vida, diga o que está achando, por favor! :D
Até o próximo capítulo! ;* 

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