Maus entendidos e julgamento
Title: Ódio ou Amor?
Author name: Ana Jully Granger
Category: Drama/ Romance
Shippers: Harry e Hermione
Disclaimer: Harry Potter infelizmente não é meu, se fosse eu seria rica e provavelmente não estaria escrevendo esta fic e sim o sexto livro da serie e já contando os milhões que ganharia com ele... ai mais chega de besteira e vamos logo pro que interessa.
Sinopse do capitulo: as coisas nem sempre são como imaginamos. Às vezes tiramos conclusões precipitadas e deixamos que a raiva e a desconfiança vençam. Daí é que surgem os problemas, principalmente quando se quer esconder...
Capítulo
II
Maus entendidos e julgamentos precipitados
"Não digas tudo o que sabes,
Não faças tudo o que podes,
Não acredites em tudo o que ouves,
Porque:
Quem diz tudo que sabe,
Quem faz tudo que pode,
Quem acredita em tudo que ouve,
Muitas vezes:
Diz o que não convém,
Faz o que não deve,
Julga o que não vê
Hermione estava confusa, corada de raiva e definitivamente a ponto de jogar na cabeça daquele idiota que estava a sua frente o primeiro objeto que encontrasse pela frente.
- Não sei como você dirige seus negócios, Sr. Potter, mas lhe asseguro que meu pai nunca esperou que eu baixasse a esses nível. Sugiro que pense melhor antes de sair acusando pessoas que você mal conhece. Disse enfatizando cada palavra. Aproveite e coloque sua cabeça no lugar. - Agora se me der licença, preciso de um pouco de ar.
Ela virou-se e começou a andar ate a porta após se desvencilhar da mão que a segurava, porem foi agarrada pelo pulso novamente, tendo que voltar a encará-lo.
- Não me toque! Exclamou com raiva.
- Espere um pouco.
Facilmente ele a colocou ao seu lado. Alarmada, Hermione tentou dar-lhe um tapa, mas Harry esquivou-se facilmente (malditos treinos de Quadribol!!! Desviar daqueles balaços surtiu efeito. Amaldiçoou.) e soltou-a, vendo que ela estava perdendo o controle. Harry encostou-se na porta, com as mãos nos bolsos e um olhar esperto e vibrante.
- Se não me deixar sair por essa porta eu vou... vou...
- Não vai fazer absolutamente nada.
- Você não tem o direito de me manter presa aqui e lhe asseguro que seria capaz de gritar se você não me soltar agora mesmo.
- Não seja boba, não vou te machucar. Nem mesmo vou te tocar.
- Quero sair.
- Em um minuto. Ele a olhava com especulação. - Esta brava por que te chamei de enrolona, ou por que tirei conclusões erradas?
- O que você acha? Perguntou sarcástica.
- Que você esta realmente brava.
- Sem motivos eu suponho que você ache, não é mesmo? Pois escute aqui Sr. Potter eu não preciso ficar lhe dando satisfações sobre o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida, no entanto não admito que ofenda a mim ou a minha família. Acredito que se o senhor acha mesmo tudo isso sobre mim não deveria voltar a me contatar. Não quero manchar a sua ilustre presença com a minha tão duvidosa moral.
- Belas palavras, porem...
- Porem não cabe ao senhor julgá-las! Replicou. E não vou mais tentar me defender, você não acreditaria.
- Tente.
Ela tentou tira-lo da frente. Mas, embora Hermione não fosse fraquinha, Harry tinha o dobro de altura e força.
- Não sou obrigada a lhe dar explicações. Contudo posso garantir que o senhor esta errado. Totalmente, completamente errado.
Harry parecia interessado no assunto embora a observasse sem se mexer.
- Não me chame de Senhor. Declarou Harry um pouco irritado. - Não gosto disso. Chame-me apenas de Harry. Acrescentou mais gentilmente.
- Você é o homem mais presunçoso que eu já conheci Harry. Espero que saiba disso! Exclamou olhando-o abismada por tamanha frieza.
- Muito melhor. Sussurrou.
- O que? Você gosta de ser ofendido?
- hehehe!!! Esse estilo de sarcasmo não combina com você.
- Pensei que eu não passava de uma mulherzinha portanto não acredito que sarcasmo seja algo degradante para a minha tão questionável moral.
- Isso não deixa de ser verdade, contudo posso...
- Está ficando completamente louco.
- Ou completamente interessado no que você tenha a me dizer que possa me fazer mudar de idéia.
- Ufm! Suspirou resignada. - Esta sendo realmente cansativo discutir com você Harry! Pensou Hermione apreensiva.- e por que diabos esta rindo? Disparou após algum tempo de silencio.
- Chamou-me apenas de Harry, e assim é bem melhor. Alem do mais você não é a primeira a me chamar de presunçoso. Estou começando a acreditar que seja verdade.
- Agora que você esta começando a acreditar? Perguntou fingindo incredulidade
- Oras Hermione você mais do que ninguém devia saber como é difícil aceitar certos fatos da vida.
- Sei...
Harry abriu um enorme sorriso e seus olhos adquiriram um brilho ainda mais intenso perante o olhar de resignação que a menina lhe lançara. Ele estava ciente do poder que exercia naquela situação.
- Seu pai não falou para me divertir? Interrompeu-a Harry.
As bochechas de Hermione coraram violentamente mais uma vez.
- Ele não quis dizer o que você pensou.
- Tem certeza? Contrapôs Harry.
Hermione ficou em duvida. Havia sido realmente estranho o modo como seu pai insistira para que ela fosse cortês com Harry, mas ate insinuar que ele a estava oferecendo a um completo estranho (já que ela não sabia de quem se tratava quando seu pai lhe avisara do convidado especial) era algo completamente diferente.
- Tenho. Ele não... E de qualquer maneira, eu não...
Ele soltou um enorme sorriso triunfante.
- O que foi, ficou em duvida?
- Não. Mas sua presença me deixa nervosa.
- Interessante.
- O que? Você ficar me azucrinando a vida? Com certeza deve ser muito divertido para você. Por acaso não tem nada melhor para fazer da vida não?
- Palavras duras em uma boca tão delicada. No entanto estou começando a acreditar que não seria capaz de fazer tal coisa. Peço desculpas.
Estava mais do que na hora pensou Hermione.
- Suponho que tenha que te agradecer por isso. Ela retrucou.
- Não necessariamente. Falou sorrindo com indolência.
- Bom. Sugiro a você pensar um pouco mais antes de sair por aí tirando conclusões apressadas da próxima vez que alguém lhe oferecer hospitalidade.
- Oh, Hermione pare com isso. Ele cruzou os braços fitando-a demoradamente. -O que mais eu poderia pensar? Já me deparei com situações muito parecidas varias vezes. Tive que aprender a me livrar de certos infortúnios. O mundo lá fora não é nada fácil. Seu pai estava te jogando para cima de mim e você não esta sendo objetiva. Trouxe-me aqui com a desculpa de...
- Ele disse...
- Você é sempre uma filha tão obediente? Pareceu muito encantada com a idéia.
- Sou uma boa atriz.
Harry lançou um belo sorriso.
- Não duvido disso minha cara. Contudo isso significa que não gosta de mim?
- Eu deveria?
- Poxa! Pensei que ainda se lembrasse dos velhos tempos. Você costumava gostar de mim.
- Você disse bem Harry, velhos tempos que não voltam mais.
- Então me diga o que devo fazer para voltar a ter um espaço no seu coração? Ficar de joelhos?
Isso seria uma coisa difícil de acontecer. Pensou Hermione.
- Pode começar saindo da porta. Sugeriu.
Por um segundo ou dois, Harry permaneceu ali e, então, descruzou os braços e ficou ao lado da porta, esperando. Hermione deu um passo à frente e ele girou a maçaneta, escancarando a porta.
- Obrigada. Ela agradeceu, caminhando para o corredor.
Ele fechou a porta e andaram sem trocar uma palavra. Algumas pessoas já estavam indo embora quando de repente Harry envolveu a cintura de Hermione para trazê-la mais para perto de si encarando-a nos olhos.
- Me solte. Disse exasperada enquanto o rosto de Harry aproximava-se perigosamente do seu. - Não faça isso! Exclamou colocando a mão no peito de Harry tentando afastá-lo.
- Isso o que? Perguntou inocente enquanto tirava um cílio que estava em cima do nariz de Hermione.
- ....
- Achou que eu ia beijá-la? Disse soltando-a e dando uma gargalhada enquanto observava o cílio em seu dedo. - Depois eu sou o presunçoso. Um tanto convencida você não? Mas agora faça um pedido.
- Eu...Bem...Pensei...você estava próximo.. Então... Dizia encabulada.
- Não importa, faça um pedido.
- Desejo nunca mais te ver. Disse com raiva após retomar o ar de indiferença.
- Mentirosa! Exclamou. Cuidado com o que você deseja. Nossos desejos podem se tornar realidade.
- E quem disse que eu desejo te ver novamente?
- Seus olhos. Disparou Harry passando suavemente a mão no rosto da morena. - Eles me disseram.
Hermione ficou muda, ela queria gritar protestar, sob o toque da mão suave de Harry. Vários sentimentos explodiam em seu peito e gritavam em seu coração. Ela sabia que as palavras dele eram verdade. Apesar de tudo queria vê-lo novamente. Maldição! Pensou.
- Acho que devo ir embora. Harry murmurou. - Para uma primeira vez em sua casa já passei da hora.
Ela encarou-o com sarcasmo e Harry riu.
- Vou para casa cumprir penitencia. Ele prometeu. - Quem sabe assim meus pecados sejam perdoados. Pode me dizer “boa noite” civilizadamente?
Era muito charmoso, mas precisaria muito mais do que um sorriso e um pedido de desculpas para acalmá-la.
- Boa noite. Ela se despediu lhe estendendo a mão.
Ele olhou o gesto e sorriu antes de pegar a delicada mão.
- Boa Noite Hermione.
Ergueu a fina mão ate os lábios e a beijou-a. Hermione sentiu o toque caloroso dos lábios em sua pele e uma indescritível sensação percorreu o seu corpo. Então ele se afastou para despedir-se de Laura e Jonah.
* * * * * * * * * * * *
No dia seguinte, dois ramalhetes de flores chegaram. Um era endereçado a Laura com um cartão agradecendo pelo jantar e a noite agradável, assinado Harry Potter. O outro, era para Hermione.
Ela abriu o envelope e leu o cartão. Apenas o nome dele estava escrito. Concluiu que era um reforço ao pedido de desculpas.
- Se ele acha que já foi perdoado só por me mandar flores ele esta muito enganado, assim que o vir novamente vou dizer algumas verdades pra aquele... Bom ele vai ter a sua lição. Delirava enquanto olhava para um ponto em brando do cartão que recebera.
- Não são adoráveis? Laura comentou tirando Hermione de seus pensamentos. São as rosas e os cravos mais lindos que eu já vi. Exclamou cheirando-os assim que arranjou o ramalhete num vaso branco de porcelana. - É um homem de estilo. Como foi a sua noite com ele?
- Isso importa? Hermione perguntou, colocando o cartão de volta no envelope. Seu buquê tinha rosas brancas e íris amarelas.
- Oh, não. Para mim pelo menos não. No entanto seu pai parece achar...
- O que esta havendo Laura? Perguntou Hermione preocupada. - O que meu pai te contou?
- Sabe que ele não fala de negócios comigo. Porém, tenho certeza que há algo o aborrecendo e principalmente lhe deixando muito preocupado.
- O que ele disse? Hermione insistiu.
- Algumas poucas palavras. Contudo, sei que esta preocupado.
- Problemas financeiros? Arriscou-se Hermione.
Harry dissera isso, entretanto por que deveria acreditar nele? Seu pai sempre fora um homem bem sucedido. Não, devia apenas ser uma coincidência. Tentava-se convencer Hermione.
- Quando perguntei qual era o problema, disse que o mercado estava em baixa, todavia as coisas iriam melhorar. A madrasta contou.
- Ele esta pensando em fazer algum investimento com o Sr. Potter? Perguntou insegura.
- Não sei, falou mais de uma vez que não podia perder o Sr. Potter e eu tinha que fazê-lo apreciar a noite sem dar nenhum fora. Por saber o quanto isso era importante para o seu pai tentei tudo o que pude, só não sei se adiantou.
- Você se saiu muito bem
- Você acha? Devo admitir que o Sr. Potter é um cavalheiro e que não me deu trabalho algum ser amável com ele apesar do nervosismo de conhecê-lo é claro. Foi muita gentileza nos mandar flores não acha?
- Não se engane pelas aparências Laura.
- Então você não gostou dele?
- Não muito. Mentiu Hermione. Papai falou algo sobre eu e...
- O que?!
- Nada, não era nada importante.
Claro que seu pai jamais a entregaria a Harry. Não deliberadamente. Devia achar que se ela e o “Sr. Potter” se acertassem os negócios seriam mais fáceis. Com certeza, não pediria a ela para se vender em troca de algum dinheiro.
* * * * * * * * * * * *
- Como foi seu relacionamento com Harry? Jonah perguntou após o almoço.
- Tudo bem. Por quê?
- Nada. Pensei que fosse gostar de conhecer alguém da sua idade.
- Conheço gente da minha idade o tempo todo papai. Por que exatamente Harry Potter?
- Bom. É que... ele estava longe por algum tempo. É dono de uma grande firma e de vários outros investimentos por toda Londres e pelo resto do mundo. Assim que apareceu no mundo dos negócios criou um verdadeiro reboliço. Um garoto bem-sucedido.
- Você realmente não lembra dele papai?
- Como assim? Perguntou intrigado. - Como já disse ele passou muitos anos fora dos holofotes e retornou de uma hora para outra como um grande investidor. Não posso ter conhecido ele antes.
- É tem razão papai. Devo ter me enganado. Mentiu Hermione. - Mas mudando de assunto. Muitos garotos bem-sucedidos quebraram a cara rapidinho, não é? Hermione comentou.
- Muitos. Alguns jovens idiotas que assumem as companhias e não sabem administrá-las de maneira correta. Harry não é desse tipo. Trouxe novas idéias e expandiu sua companhia. Dinheiro e perspicácia são uma bela combinação.
- Um tanto de prepotência também eu diria.
- É inegável que ele sabe o que faz.
- Ele tem tanto dinheiro assim?
- Bilhões sem contar os investimentos particulares dele.
- Ele disse que você precisa de dinheiro, é verdade?
Jonah a fitou na mesma hora.
- Quando ele comentou isso?
- Noite passada quando eu estava mostrando o Heaphy. Foi por isso que pediu para ser gentil com ele?
- É um ótimo contato, como os outros que estavam aqui. Desconversou Jonah
- Um meio rápido de conseguir dinheiro?
- Isso não negócios Hermione. Jonah respondeu. - Você não entenderia.
- Tente. Não sou burra papai. Me diga qual a importância desse homem para você?
- Preciso de um empréstimo e nada mais. Não é necessário que se preocupe.
- E acha que ele vai lhe emprestar esse dinheiro?
- Não sei. Bom... um empréstimo... é mais complicado do que você pode imaginar.
- Nós podemos hipotecar a casa.
- Não cobriria a minha divida.
- E se vendêssemos nossa casa de campo, e alguns outros imóveis que temos.
- Já disse que não adianta.
- Afinal quanto você esta devendo papai?
- Uns poucos milhões de dólares. Jonah disse dando uma enérgica gargalhada. - Já disse para não se preocupar.
- Mas...
- Nada de, mas Hermione. Sempre dei um jeito quando as coisas ficavam difíceis e isso não vai mudar agora.
* * * * * * * * * * * *
Hermione estava cansada, os problemas de seu pai não saiam de sua cabeça. E se as coisas fossem mais serias do que aparentavam? Será que Harry estava certo e seu pai estaria próximo da ruína total? Perguntas e mais perguntas sondavam sua cabeça enquanto ela subia lentamente as escadas em direção a seu quarto. A tarde estava quente e denunciava o iminente verão que despontava no horizonte. Porem tudo isso parecia alheio a ela agora, talvez em outra ocasião estivesse fazendo compras ou se divertindo com alguns amigos, mas no momento só uma pessoa habitava seus pensamentos Harry e suas insinuações.
Algum tempo depois de chegar no quarto o telefone tocou.
- Hermione! Telefone para você. Anunciou Laura ao pé da escada. - É Harry Potter. Vai atender ai no seu quarto?
- Vou sim. Obrigada Laura.
- De nada querida. Respondeu com gentileza.
- Alô.
- Olá. Como vai? Cumprimentou-a jovialmente.
- Ótima! Mentiu. - E você?
- Muito bem também. Gostou das flores?
- São lindas. Obrigada pela gentileza. Hermione agradeceu.
- Fico feliz que tenha gostado. Já me perdoou?
- Claro. Ela replicou com a voz fria.
- Não parece que tenha me perdoado. Acho que esta apenas sendo educada.
- Não sabia que era um profundo conhecedor da alma humana Harry.
- Conheço o suficiente. Acredite.
- Mas talvez conheça apenas o que o seu mundinho permite não é mesmo?
- Sim, como todo ser humano. Mas pelo que vejo você esta longe de me perdoar.
- Já disse que já perdoei não? O que mais você quer? Um memorando por escrito?
Ele gargalhou.
- Não completamente. Deixe-me aperfeiçoar o pedido...
- Eu pensei que fosse por isso que as flores vieram. Interrompeu-o.
- No entanto acho que elas não conseguiram apagar a má impressão, não foi? Queria jantar com você esta noite. É possível? Onde gostaria de ir?
- Com você? Há lugar algum.
- Você deveria aceitar ou um dia pode se arrepender.
- Isso é um convite ou uma intimação?
- Um convite é claro.
- O que te faz pensar que quero voltar a te ver? Acho que fui bem clara noite passada.
- Esta livre essa noite? Harry perguntou ignorando o comentário de Hermione.
- Você por acaso é surdo? Já disse que não quero sair com você.
- Já foi no Benedict’s?
- Não. Mas...
- Ótimo! Vou reservar uma mesa. Ele insistiu. Passo ai as sete, ok?
Hermione queria dizer não, que não estava nada ok. Como ele podia ter a ousadia de convidá-la para jantar depois do que acontecera na noite anterior. Porem não chegou a conseguir pronunciar uma palavra sequer.
- Esta combinado. Harry disse desligando o telefone.
- Ufm! Suspirou Hermione olhando fixamente para o telefone em sua mão. Como fora se meter nessa confusão?
* * * * * * * * * * * *
Ela estava nervosa, na verdade estava muito nervosa. Já fazia algum tempo que não saia com alguém, mas esse jantar em especial estava deixando seus nervos à flor da pele. Nenhum dos homens com quem já saíra no passado chegava à sombra de Harry e talvez isso a intimidasse ainda mais. Era como se as qualidades desejadas pelas mulheres nos homens estivessem reunidas em apenas um. E isso o tornava um perigo em potencial.
Hermione usava um vestido azul claro tomara que caia que ia ate a altura do joelho, como a noite estava um pouco fria optou para complementar o visual por um casaquinho quase transparente da mesma cor do vestido. Colocou o sapato mais alto que tinha no armário, lembrando que Harry tornara-se um homem muito alto e ela não pretendia parecer tão frágil perante a sua figura.
Quando deu 06h30min ela desceu para esperá-lo na sala. Ele chegou na hora e marcada e quando Hermione atendeu a porta Laura e seu pai já haviam jantado e estavam assistiam televisão.
- Boa noite! Disse Harry cordialmente enquanto fitava-a de cima a baixo.
- Boa Noite! Harry. Disse meio sem graça. “Ele esta deslumbrante” (usava uma calça social preta, uma blusa gola pólo vermelha e um casaco também preto que ia ate o joelho, ressaltando ainda mais a cor de seus olhos) pensou desconsolada. Se ao menos ele não parecesse tão encantador...
- Esta pronta?
- Sim. Deixe-me só avisar meus pais de que já estou de saída.
- Claro.
- Pai, Laura! Harry já chegou e estamos de saída ok?
- Hermione vai sair com Harry Potter. Laura comentou com um brilhante sorriso.
Observando o rosto de Jonah Hermione percebeu que ele ficara um pouco sem graça.
- Esta certo Harry. Mas não há traga muito tarde para casa.
- Não se preocupe. Estaremos de volta antes que o sino bata meia-noite. Disse rindo.
Jonah apenas se deu ao trabalho de assentir com a cabeça antes que ambos partissem.
Harry abriu a porta do carro e esperou Hermione ajeita-se no banco de passageiro. “Tem boas maneiras, nada mais” ela refletiu. “Dinheiro, boa aparência, poder”. Tem todas as vantagens artificiais. Mas e quanto ao coração?
- Também o tenho. Apenas não deixo que os outros brinquem com ele.
Hermione se assustou ao ouvir Harry falando. Será que ele podia ler pensamentos?
- Você... Você leu...
- Não! Disse indignado. - Acha mesmo que usaria de magia para isso? Que tipo de homem acha que eu sou? Apenas li o que estava em seus olhos.
Ele sorriu antes de ligar o motor.
- Não sei que tipo de homem você é Harry. Por que você não me diz?
Falou após fita-lo durante um tempo.
- Acho que sou o tipo de homem que você vai querer descobrir aos poucos.
- Eu não teria tanta certeza disso.
- Bom você pode não ter, mas eu tenho.
Hermione não pode deixar de sorrir para ele. As vezes ele podia ser encantador apesar da prepotência.
- Convencido! Existem muitas qualidades que eu procuro num homem. Talvez você não se encaixe em nenhuma delas, não acha?
- Então por que não me diz o que procura?
- Que diferença faria?
- Sou um homem curioso.
- Bem, acho que toda mulher procura por paixão, carinho, compreensão, amor e senso de humor. E eu não sou exceção.
- Acredito que me encaixe perfeitamente na sua lista. Disse animado após algum tempo em que fingiu refletir sobre o assunto.
- Eu não teria tanta certeza disso. Sou uma mulher muito exigente.
- Então o que me falta?
- Não sei. Nem te conheço direito. Disse com simplicidade.
- Mas eu acho que pelo menos uma dessas qualidades eu deva ter. Contrapôs ele. – mesmo que você mal me conheça, não acha? Acrescentou zombeteiro.
- Você tem senso de humor...
- Mas...
- Mas de vez em quando ele não é muito agradável. Rir dos outros não é a mesma coisa que rir para os outros.
Após dizer isso um silencio incomodo pairou entre os dois. Ela se concentrou na paisagem. Grandes e velhas casas e prédios comerciais cercavam a Remuera Road. Contudo assim que Harry parou num sinal vermelho, observou-lhe de perfil.
“Talvez estivesse sendo muito dura com Harry”. Não era de sua natureza julgar as pessoas, mas algo nele instigava um lado felino de sua personalidade e a tensão entre ambos às vezes aprecia ser ate palpável.
- O que esta fazendo? Ele perguntou percebendo que ela o observava.
- O que? Ela desviou o olhar.
- O olhar que me deu agora.
“Ah”! Mas ele não é nenhum um pouco cavalheiro mesmo, outro teria disfarçado e me polpado o constrangimento. Refletiu zangada.
- Estava pensando se você é capaz de rir de si mesmo.
- Acha que não?
- O sinal abriu. Ela avisou.
Harry voltou à atenção para a rodovia e o transito.
- Acha que não fui engraçado noite passada?
“Não, noite passada você foi um abusado”, Pensou em responder, mas absteve-se, agora não era hora para começar uma briga.
- Eu não estava pensando somente na noite passada. Estava pensando no geral, você era engraçado quando ainda estudávamos em Hogwarts.
- Então ainda se lembra?
- Certas coisas não esquecemos por mais que tentemos com todas as nossas forças.
- Você tentou me esquecer? Indagou interessado
- Você também não tentou me esquecer? Replicou.
- É diferente. Argumentou Harry.
- Isso depende do ponto de vista...
- Responda. Pediu com emoção.
- Não só esquecer você. Também tudo o que me fazia sofrer.
- Eu te fiz sofrer tanto assim? Desdenhou Harry.
- Acho que nem tanto você, mas sim as circunstancias em que tivemos que viver e as decisões que tivemos que tomar.
- As coisas fugiram do nosso controle. Acrescentou resignado.
- Era inevitável que isso acontecesse.
- Por quê? Perguntou confuso.
- Estávamos cansados de lutar. Principalmente você. Tudo dependia de você, não é mesmo? No começo confesso que achava divertido toda aquela aventura. Mas no final, depois de tantas mortes nada mais parecia valer a pena e de um mundo colorido tudo passou a ser só preto e branco, a vida já parecia valer tão pouco que confesso que era decepcionante viver num lugar assim.
Harry não fez nenhum comentário, apenas olhava para a estrada. Ele parecia perdido em seus pensamentos. Talvez concordasse com ela, pelo menos era isso que seu rosto demonstrava. Mas as lembranças ainda deviam doer e por isso ela decidiu não insistir no assunto.
- Mas e então você não me respondeu. Você consegue? Perguntou de repente.
- O que?
- Rir de si mesmo ora.
- Bem, talvez descubra com o tempo.
Isso queria dizer que ainda iriam encontrar-se outras vezes? Perguntou-se.
Cruzaram o shopping, passaram por uma colina de lojas em estilo colonial e a praça de alimentação. Harry não falou mais nada ate chegaram ao restaurante, que ficava perto do porto.
Era um restaurante novo, aberto debaixo de muita publicidade. Diziam que era o melhor gourmet da cidade.
O restaurante estava lotado. Porem a mesa deles estava localizada no andar de cima onde havia um enorme salão, decorado com quadros e tapetes antigos, as paredes eram salmão claro, em enorme lustre dourado pendia do teto e dava ao lugar um ar clássico e antigo, uma enorme janela de vidro com vista para o porto, e apenas uma mesa decorada com velas e um suntuoso vaso de flores ocupava aquele salão.
Hermione nunca imaginara que um restaurante pudesse oferecer tanto luxo.
- Nós vamos jantar sozinhos? Perguntou com um olhar especulativo para Harry.
- Algum problema?
- Claro que não. Mas acho que deve ser bem caro alugar esse salão só pra gente.
- Não se preocupe, não é tão caro quanto aparenta ser.
- Tudo bem, se você diz.
- Exatamente, vamos aproveitar a noite.
Depois de escolherem o que iriam comer e o vinho que beberiam ambos ficaram observando a água do porto que refletia as luzes da cidade.
- Já esteve aqui antes? Ela perguntou.
- Sim. A comida e o serviço são muito bons.
- Conhece o dono?
- Vamos dizer que somos bem íntimos.
- Mesmo? É um amigo seu?
- Na verdade eu sou o dono.
Hermione levara um susto enorme com aquela declaração. Será que Harry não pararia de surpreendê-la nunca? Ele realmente era um homem experiente. Dez anos é muito tempo na vida de uma pessoa apesar de não significar nada em sua historia. Muitas coisas podem mudar e principalmente as pessoas. Engraçado como ela não parava de pensar nisso ultimamente. Devia estar ficando louca. E o olhar do moreno a sua frente não fazia com que as coisas ficassem mais fáceis para ela.
- Não sabia que investia em restaurantes. Declarou tentando conter a surpresa na voz.
- É um negocio muito bom. Quando bem administrado.
- Suponho que sim. A vista daqui de cima é admirável. Disse mudando de assunto.
- É. Você esta maravilhosa esta noite. Disse a mim mesmo o dia todo que você não poderia estar mais bonita do que eu me lembrava.
- Eu...Obrigada. Mas você é um bom mentiroso, sabia?
- Mentiroso? Maneou uma sobrancelha em curiosidade.
- Claro. Desde quando você me achava bonita nos tempos de Hogwarts, hein? Perguntou rindo da cara de espanto.
- Você não sabia? Agora foi a vez dele de rir.
- Eu não. Como podia adivinhar. Pensei que fosse só a amiguinha dentuça de cabelo cheio e que era insuportável quando queria que alguma regra fosse cumprida.
- Não sabia que você pensava isso. Sempre te achei bonita. Sua beleza era muito singular. E sempre foi uma ótima amiga. Porém devo admitir....
- Que nunca me viu como uma mulher, não é mesmo?
- Errado. Apenas nunca havia notado como seus olhos são belos Hermione. E ficam ainda mais bonitos com os reflexos da lua na água. Harry comentou.
Instintivamente, ela olhou para o porto e voltou a fita-lo.
Hermione deu uma breve risada.
- O que é engraçado?
- Você se tornou tão galanteador. Um perigo para moças inocentes. Disse enquanto tirava uma mecha de cabelo que caiu na sua face.
- Só para uma minha cara. Disse incisivo.
- É mesmo, as outras caem facilmente na sua conversa?
- Sabe que eu nunca tinha pensado nisso. Mas acho o desafio instiga o homem a querer sempre mais e é daí que surge o verdadeiro prazer da conquista.
- É a perfeita descrição. O proibido parece sempre melhor.
- Proibido? Que palavra mais ultrapassada. Nós vivemos em um mundo diferente hoje. O proibido existe apenas na cabeça das pessoas retrogradas. Prefiro o conceito de certo e errado.
- Então não acredita em limites?
- Claro que acredito em limites, eles são necessários para se manter a ordem. No entanto cada individuo é livre. A proibição anula essa condição.
- Bom argumento.
- Mas me fale sobre você. Pediu Harry.
- Tudo?
Ela levantou a cabeça, normalmente não ficava nervosa ou envergonhada. Ele era apenas um homem como outro qualquer. Bem talvez não apenas como outro qualquer. Ele era sofisticado, bonito e seguro de si, mas ainda assim apenas um homem.
- Você fez faculdade depois que saiu de Hogwarts?
- Fiz sim.
- Em Harvard, certo?
- Como acertou?
Harry riu.
- Não é muito difícil.
Hermione teve que admitir que não. Em Hogwarts já havia comentado algo sobre cursar uma faculdade trouxa depois que terminasse os estudos. E seu sonho sempre foi ir para Harvard, caso isso fosse possível.
- Tive a oportunidade de morar nos Estados Unidos alguns anos enquanto concluía meu curso.
- Jornalismo não é mesmo?
- Sou tão previsível assim?
- E então saiu pelo mundo aprofundando seus conhecimentos e conhecendo os mais esplendidos e exóticos lugares que a Europa pode oferecer.
- Desisto. Você lê mentes.
- Ou então realmente prestava atenção no que você dizia quando éramos jovens.
- Não. Fico com a primeira opção. Disse brincando.
- É mesmo? Você não vai gostar se eu disser que sabia, não é mesmo?
- Provavelmente não. Respondeu fingindo indignação.
- Você viajou sozinha?
- Durante certa parte da viagem sim, porém acabei fazendo alguns amigos e terminamos nossa excursão juntos?
- Foi um grupo de ambos os sexos?
- Sim.
- Não apareceu ninguém especial para você?
- Fizemos um pacto. Nada de envolvimentos amorosos. Hermione falava tranquilamente, agora que a tensão entre ambos parecia ter sumido.
- Onde foram?
Agora ela estava em terra firme. Falou sobre suas viagens ate a hora em que a comida chegou e então perguntou se ele viajara muito.
- Ah! Viajei muito nos primeiros cinco anos. Depois estabeleci moradia em uma ilha do pacifico e minhas viagens passaram a ser apenas nas regiões periféricas desse meu pequeno paraíso. Todavia de uns dois anos para cá minha louca rotina recomeçou.
- E fez universidade?
- Fiz. Mas é um pouco diferente. Tinha preceptores que me acompanhavam em algumas viagens e uma vez por mês fazia as provas. Acabei terminando mais rápido do que se estivesse cursando uma faculdade normal.
- Que curso você fez?
- Bom ai a historia se complica. Acho que nunca me imaginei cursando uma escola trouxa. No começo fiz Direito, mas quando faltavam três períodos para terminar passei a me interessar por economia, já que tinha que dirigir melhor meus negócios, então fiz as duas faculdades, no entanto nunca cheguei a usar meu diploma de advogado.
Isso era interessante e Hermione encheu-o de perguntas, enquanto terminavam o jantar. E descobriu que Harry era capaz de rir de si mesmo, pelo menos dos anos em que passara nessa ilha, das viagens e tantos outros momentos que marcaram a sua juventude.
- Parece que foram bons tempos esses. Hermione comentou.
- De certa forma. Acredito que tenham sido os melhores de toda a minha vida.
- Então valeu a pena. Deixar tudo para trás.
- Talvez, contudo...
- Contudo? Perguntou curiosa. Era estranho vê-lo falar da própria vida como se faltasse algo, pelo menos isso não parecia fazer parte da nova personalidade de Harry Potter: ter duvidadas ou se arrepender eram aspectos a muito esquecidos.
- Deixa pra lá, um dia quem sabe.
- Você é quem sabe, mas me diz por que decidiu voltar para os holofotes? Pensei que detestava a fama.
- De certa forma detesto. Mas às vezes ela abre certas portas. Me manti afastado o máximo que pude. Mas fracassei completamente como pode ver.
- Nem tanto. Eu nunca mais tinha tido noticias suas.
- Você trabalha em um jornal e não tem noticias minhas?
- Acho que bloqueei minha mente para esse fato. Você pediu para não te procurar e foi isso que eu fiz. Apenas respeitei sua decisão.
- Entendo.
- Você ainda é um grande jogador de Quadribol?
- Às vezes me arrisco em algumas partidas. Nada comparado ao velho Potter ou ao Rony é claro.
- Rony se tornou um grande jogador.
- O melhor, e ele agora é Ministro dos Esportes Mágicos. Fui a uma festa em sua homenagem semana passada. Agora ele tem ate uma galeria sobre a sua fantástica trajetória no mundo dos esportes.
- Assim como você eu suponho.
- Bem isso não deixa de ser verdade, mas nunca visitei essa galeria. Para mim é pura perda de tempo. Nunca gostei de ser herói e muito menos gosto da idéia de ser honrado quando tudo veio a custo da morte de tantos.
- Quer dizer que ainda freqüenta assiduamente o mundo bruxo? Perguntou de repente.
- Tenho vários negócios lá. Consequentemente...
- Não deixou sua magia de lado como eu.
- Exatamente. Mas confesso que a uso bem menos, para não dizer raramente.
- Bons tempos aqueles em que éramos livres.
- Livres?
- Para sermos nós mesmos.
- E você acha que deixamos de ser nós mesmos?
- Eu pelo menos sim, já que escondo algo do qual me orgulho muito.
- Por que não volta?
- Porque fugir é bem mais fácil. Como você deve saber. Alfinetou Hermione.
- Depende do que fugimos. Assegurou Harry.
- Não, nos tornamos covardes a partir do momento em que não enfrentamos a realidade de frente.
- Qual a sua realidade?
- Eu sou uma bruxa, que tem muito medo.
- De que? Perguntou sutilemente.
- De voltar e encontrar apenas cinzas de um lugar onde antes fui feliz.
- O povo bruxo vive em paz agora. Disse com convicção.
- Mas meu coração não viveria.
- Por que me afastei?
- Não. Por que eu me afastei. Foi minha escolha, minha decisão e agora eu arco com as conseqüências do que fiz, mas principalmente do que deixei de fazer e não há nada que me atormente mais do que isso. Ter acordar todo dia imaginado como seria a minha vida se eu não tivesse virado as costas para a minha magia.
- Acho que minha historia não é muito diferente da sua. Já que também fui covarde.
- Ainda é tão famoso assim por lá? Perguntou Mione tentando mudar de assunto.
- Ah! Sim a cada dia surge uma nova teoria sobre as minhas façanhas e a minha disputada vida amorosa.
- Disputada vida amorosa? Perguntou rindo gostosamente da careta de Harry.
- É, acho que devo ter uma noiva para cada canto de Londres que me viro.
- Certas coisas nunca mudam.
- E outras já mudaram. Disse Harry tocando na delicada mão de Hermione. Ela sentiu um friozinho na barriga, como se Harry estivesse ameaçando-a de alguma maneira.
A sobremesa chegou e Hermione ficou grata pela interrupção.
- O que faz diariamente? Harry quis saber.
- Trabalho no Jornal de manha, de tarde faço faculdade de relações internacionais e a noite administração de empresa.
Ele não pareceu nenhum pouco impressionado.
- Sei. E há quanto tempo vem fazendo isso?
- Trabalho no Jornal há dois anos e estou no ultimo semestre da faculdade tanto de relações quanto de administração.
- Sempre estudiosa. Variadas áreas de atuação. Interessante.
- Gosto de variar. As coisas ficam chatas quando entram na rotina.
- Não há homens em sua vida?
- Se tivesse, não estaria aqui com você?
- Faz do tipo fiel? Ele zombou, como se esse tipo não existisse.
- Se eu amasse um homem, seria fiel a ele.
- E já amou?
- Eu...
- É uma simples questão, mas se não quiser responder.
Não era uma simples questão. Envolvia sentimentos nos quais às vezes ela se sentia confusa e perdida. Tudo o que desejava era que quando o verdadeiro amor aparecesse, o reconhecesse.
- É uma questão muito pessoal. Disse depois de algum tempo.
- Esqueça. Talvez um dia eu descubra a resposta.
Harry deu um belo sorriso. Hermione respirou fundo e estava pronta para retrucar, contudo era isso o que ele queria. E, então bancaria a inocente e desentendida. Não daria esse gostinho a ele. E muito menos ficaria discutindo.
- A comida estava maravilhosa. Obrigada. Agradeceu com polidez.
- De nada, fiquei feliz com a sua companhia. À noite esta agradável. Vamos dar uma volta pelo porto?
- Tudo bem. Mas bem rápida.
- Como desejar Madame... Disse levantando-se e oferecendo o braço para que ela se levantasse.
Hermione apenas sorriu perante o gesto de cavalheirismo antes de aceitar e ser conduzida para fora do salão.
A noite estava sendo mais agradável do que ela podia esperar.....
Por enquanto é claro!
* * * * * * * * * * * *
Eles caminhavam lentamente. A brisa batia em seus rostos causando uma sensação muito agradável e um leve arrepio.
Depois de um tempo pararam e encostaram-se à mureta, olhando a água e os coloridos reflexos das luzes. Hermione apoiou-se na mureta.
Harry encostou as costas na mureta, inclinando-se de modo a fitar a face da morena.
- O que seu pai disse, quando você contou que ia sair comigo?
- Nada
- Nada? Tem certeza?
- Esta me chamando de mentirosa? Perguntou irritada.
Harry deu uma breve risada.
- A menina boazinha sumiu?
Hermione afastou-se da mureta e deu um passo para trás.
- Pensei que tivesse admitido que estivesse errado quanto a isso.
- Sobre você. Ele corrigiu. E seu pai não é um idiota. Você tem um rosto bonito Hermione. Qualquer um ficaria apaixonado por você. Entende?
- Devo ficar lisonjeada?
- Não precisa.
- Então, não estou entendendo. Acha mesmo que meu pai me usaria como um objeto?
- Não sei. Usaria?
- Pare de insinuar e diga logo o que pensa. Você acha que ele seria tão canalha assim?
- O desespero corrompe as pessoas. A situação dele não é das melhores.
- No entanto isso não significa que ele me venderia para o primeiro que aparecesse.
- Você esta se iludindo.
- Ele é meu pai. Logo se vê que você não tem coração. Que tipo de mostro você acha que ele é.
- Você não conhece o mundo como ele realmente é Hermione.
- Talvez não, mas tem uma coisa que eu sei...
- E o que seria? Interrompeu-a.
- Que meu pai me criou muito bem. E eu acho que ninguém que seja tão ruim assim pode dar amor ou ensinar a filha o que é certo ou errado. Talvez eu não tenha tanta experiência de mundo quanto você, mas eu estou aprendendo a cada dia e o que eu sei ate hoje em grande parte foi ensinado por meu pai.
- Já ouviu o ditado faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço? Encaixa-se perfeitamente na situação.
- Ah! Pelo amor de Deus, você é um...
- Acho melhor não continuarmos essa conversa. Interrompeu-a Harry
- Precisamente.
Hermione não sabia onde ele queria chegar, mas começava a se arrepender de ter vindo a esse jantar.
- Estou com frio. Disparou tentando encerrar aquela conversa.
- Claro. Ele respondeu embora perecesse não acreditar. - Vamos voltar para o carro.
* * * * * * * * * * * *
Harry a levou para casa em silencio. Quando chegaram, desceu para abrir a porta do carro, mas Hermione já tinha descido.
- Obrigada. Agradeceu Hermione. - A comida estava deliciosa.
- Não vai me convidar para entrar?
- Preciso dormir cedo. Estou um pouco cansada.
- Não esta acostumada às noitadas?
Harry fitava-a com curiosidade.
- Não passo a minha vida em festas se é isso o que quer dizer.
- E amanha a tarde estará livre? É domingo você não precisa estudar.
- Não precisa me oferecer mais nada. O jantar foi o suficiente. Esta perdoado se é isso que te incomoda.
- Isso significa que não quer mais me ver? Fingiu estar magoado.
Por que ele insistia nisso? Hermione ergueu os ombros sem dizer nada.
- Bancando a difícil? Harry zombou.
- Se você ainda acha que eu sou esse tipo de mulher que...
- Já disse que não é isso.
- Jeito estranho você tem de demonstrar. Primeiro ofende o meu pai...
- Isso não tem nada a ver com o seu pai. Interrompeu-a. É entre você e eu
- Do que esta falando? Ela perguntou atônita.
- Disso. Ele falou, abraçando-a e dando-lhe um beijo antes que Hermione pudesse ter alguma reação.
Os lábios dele eram quentes e firmes. Hermione apoiou as mãos no peito musculoso, empurrando-o. Sua respiração estava acelerada.
- Era disso que eu estava falando. Ele declarou. - Pare de fingir, Hermione. Vamos ser honestos um com o outro.
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