Várias Poções - Parte 1



N/A: A continuação, boa leitura!!


PS: duvido que alguém ainda leia isso, fico muito tempo sem postar, eu sei, mil desculpas, sou péssima, sinto muito :(


*****


- Sabe Harry. – Começou ela. – Eu fico me perguntando porque sempre que estou com você, me sinto tranquila e não tenho medo de desabafar. Você sabe que eu não desabafo assim desde os 11 anos né?


- Bem, isso não é ruim, né? Então desabafe. – pediu Harry. – E quem sabe assim você se sinta melhor.


- Eu já me sinto melhor. – Murmurou ela.


Fez-se um silêncio momentâneo enquanto Harry via aquele costumeiro rubor, aumentado pelo reflexo das chamas, no rosto de Gina. Até que ela começou a despejar em cima de Harry o que parecia ser tudo que ela sentia.


- Ah Harry. – Começou, agora olhando para os joelhos, laçados pelos braços. – Eu acho que você não sabe o que é isso, afinal você não tem irmãos, e nem seus pais tiveram tempo, né? – Disse ela, se arrependendo do comentário no momento que o deu.


Mas ao arriscar uma olhada para Harry, ele estava com um olhar sereno, então ela voltou a olhar para os joelhos.


- Sabe, eu sou a caçula e também a mais protegida, é claro né, sou a única mulher. A distância entre mim e o Gui, chega a quase 10 anos, e mesmo assim eu consigo amar todos os meus irmãos de forma única e incondicional.


“O Gui pra mim sempre foi um exemplo, apesar de ficarmos tão pouco tempo juntos. Quando eu tinha 6 anos, eu lembro que ele virou monitor, eu fiquei tão orgulhosa, eu sempre admirei ele, bonito, rebelde, talentoso.


“Só que desde que eu me lembro dele, ele já estudava e só nos víamos nas férias, e assim que ele fez 18 anos, foi embora, trabalhar. Eu só tinha 9 anos e chorei muito, daí ele me deu o brinco que ele usava e falou que era pra eu me lembrar dele.”


Gina tirou do bolso do pijama um brinco de argola dourada.


- Eu amo o Gui por ser aquilo que eu quero ser. Agora o Carlinhos sempre foi meio distante. Ficava lá com as criaturas dele, o Gui sempre o que pensa, se ele gosta de você ele diz, se não gosta, diz também.


“Já o Carlinhos é reservado, mas os gestos dele falam por si. Ele é durão, mas têm sentimentos muito sutis como os animais. Ás vezes eu estava triste e só ele e o Gui percebiam. O Gui tentava me alegrar e conseguia, só que ás vezes a gente precisa ficar sozinho, e só o Carlinhos compreendia isso.


“Quando o Gui foi embora, todos tentaram me alegrar, mas só ele compreendeu que eu precisava primeiro me acostumar, era só isso, aí ele sentou ao meu lado e ficou lá, pra mim isso foi suficiente, não precisou falar nada.


“Eu compreendi que ele queria me dizer que mesmo sem o Gui ele estaria ao meu lado para o que eu precisasse, e por isso eu amo o Carlinhos, por ser compreensível, e com gestos fazer sempre o que a gente precisa para se sentir melhor.”


Gina parou por um momento, e depois continuou.


- Agora o Percy é uma figurinha interessante, reservado, duro, não sei a quem ele puxou. Não sabe demonstrar sentimentos pela família, já que a namorada dele vive cheia de declarações.


“Mas ele é protetor, sempre foi aquele que tentava dar os conselhos certos, apesar deu preferir os conselhos errados do Gui. Ele sempre tenta acertar, e isso é uma qualidade. Eu amo o Percy pelas tentativas frustradas de tentar me proteger.”


Novamente uma pausa, dessa vez maior.


- Já o Rony é aquela pessoa que você conhece muito bem: desastrado, preguiçoso, arrogante e hipócrita, mas ele sempre foi o mais próximo de mim. Nós sempre vimos nossos irmãos irem para a escola e torcíamos juntos pela nossa hora.


“Confesso que o Rony é egoísta, mas ele tem um bom coração, aquele atrapalhado. Ele é uma mistura do Percy nos conselhos, e do Carlinhos na parte desajeitada. Resumindo, eu amo o Rony pelos defeitos dele, afinal de contas, ele é muito engraçado.”


Ela deu uma risada ao dizer isso.


- Eu pulei...


- Se você não quiser na precisava falar deles. – Interrompeu Harry pela primeira vez em um longo desabafo.


- Não Harry. – Falou Gina, já com a voz embargada, enquanto refazia o coque. – É importante para mim. O Fred e o Jorge são também um exemplo, 3 anos de diferença é pouco, então eu sempre aprendi muito com eles.


“Sempre que eles aprontavam alguma coisa, me colocavam como isca ou só como participante, assim mamãe não ia brigar com eles. Só que depois de um tempo ela aprende e só castigava os dois, e eu me divertia muito com eles.


“Eu amo muito, muito mesmo eles por essa alegria que eles emanam essa cumplicidade, eu não consigo imaginar como seria um mundo sem um dos dois, com certeza seria mais triste, nem que fosse só dentro de mim.”


Depois e algum tempo em silêncio, em que Gina enxugou as lágrimas e virou  para Harry totalmente pela primeira vez, ela concluiu:


Bem mais rebeldes que o Gui


De um modo que eu jamais vi


Corajosos bem mais que o Carlinhos


Certamente menos reservadinhos


Rancorosos e caretas que nem o Percy


Nem mesmo se eu quisesse


Mimado, e reclamão


Esse só mesmo o Ronald, meu irmão


Princesinha da mãe e do pai


Ginervra vem e vai


Número 7 graças a deus


Se não diga 4 e 5 adeus


 


Nós somos únicos e irreverentes


A dupla mais que contente


Fred e Jorge chegaram


Então Harry espantado encarou Gina e eles começaram a rir, pareceu RAM ficar rindo durante oras, sempre que paravam, se olhavam q voltavam a rir. Mas depois de se controlarem, Harry perguntou:


- Você não fez isso agora, fez?


- Nah! – Debochou Gina, refazendo o coque. – Não sou tão boa assim, eles criaram isso quando eu tinha uns 6, 7 anos. Virou o hino deles, mas eles em geral só cantavam a última parte.


Então eles ficaram se olhando e Harry estranhamente sentiu o coração bater mais rápido e ele se aproximou mais dela, lembrando de mais cedo, antes de Hermione interromper eles.


- Ah, bem, e esse colar? – Perguntou ele.


- Ah, o colar... – Disse ela enquanto analisava o belo colar de ouro que sempre ficava escondido dentro de suas roupas. – Esse colar é de família, meio que um brasão, sabe. Ninguém sabe quando foi feito, mas vem da família do meu pai.


“Ele faz um pra cada um dos filhos, e até pra mamãe. Quando a gente casa, ele quer que a gente continue a tradição, sabe? – Concluiu ela, encolhendo os ombros. – Por quê? Você já viu um assim?”


- Não, é só que é bonito. – Analisou Harry, pegando o colar da mão de Gina, e se aproximando mais dela.


O colar tinha a imagem de um chapéu pontudo em cima da cabeça de um sapo, e era muito bonito.


- Imagina se um dia você encontrar um parente distante com o mesmo colar? – brincou Harry, sorridente.


- É, talvez, no fundo eu acho que essa é a intenção de papai, mas... - disse ela, tirando o colar da mão de Harry e voltando a escondê-lo dentro da roupa. - Harry, eu queria te agradecer, graças a você essa... – Gina olhou o relógio de Harry, que marcava quase 6h. – 1:30 foi muito divertida, você me tirou um peso enorme, brigada.


- Magina. – Desfez Harry. – Eu é que agradeço, foi legal saber mais sobre a sua família... e do Rony. – Acrescentou ele. – E não se esqueça que eu também tinha tido um pesadelo, então nós dois nos entretemos, estamos quites.


- Se você insiste. – Disse Gina, olhando nos olhos de Harry.


Então os dois começaram a se aproximar, quando seus narizes quase se encostavam, Gina inclinou a cabeça ao mesmo tempo em que Harry, depois disso ela fechou os olhos


Então eles ouviram um barulho na escada e se separam abruptamente.


- Ah, bom... – Começou Harry, sem jeito com o que quase acontecera pela segunda vez.


- Harry, eu tenho que ir, já está quase na hora de tomar café, e eu ainda tenho que me arrumar então eu vou indo nessa, xau. – Se embolou Gina, vermelha como Harry nunca tinha visto, e saiu correndo, tropeçando escada acima.


*****


Gina parou atrás da porta, ofegante enquanto escorregava para o chão. Por sorte, suas chatas colegas de dormitório ainda dormiam. Gina voltou então para a cama, pretendendo dormir pelo menos uns 10min antes de descer e encarar o dia.


- O que eu estava pensando? – Murmurou para as cobertas enquanto desfazia o coque e improvisava duas tranças. – Gina sua boba, eu pensei que você tinha superado isso desde o 3º ano.


- Bom, você sabe que não tinha superado, só tinha me conformando, afinal ele ia ao baile com outra.


- É, mas no 4º ano você namorou o Miguel.


- E daí? Foi tudo para esquecer ele.


- Eh, só que agora você namora o Dino.


- Sim, ta, beleza, mas eu não gosto do Dino, não como gosto... gostava dele.


- Então porque você o namora?


- Pelo mesmo motivo que você, para esquecer ele.


- Tá, então qual é o seu problema?


- Nosso, você quis dizer.


- Tanto faz...


- Bom, eu tinha tudo sobre controle, só que nem você consegue se controlar quando o seu nariz encosta no dele.


- É, mas quem mandou deixar?


- Como é que eu ia resistir, eu achei que talvez agora ele pudesse estar gostando da gente...


- Pois graças a sua burrice, você vai ter que começar tudo de novo.


- Não se preocupe, dessa vez não vai ter tanto problema, eu só não posso controlar o rubor.


- Tudo bem, você sempre fica tão vermelha, que ninguém nem vai perceber.


- Agora trate de dormir.


- Bom dia! – Murmurou. – Eu devo mesmo estar ficando louca...


*****


Pouco depois Harry estava de novo na mesa do café junto com Hermione, já que Rony não tinha acordado, e Harry achou melhor deixar ele dormindo mais um pouco.


- Às vezes eu penso que isso nunca vai acabar. – Falou Hermione, abatida.


- Eu acho que vou falar com Dumbledore Mione. – Falou Harry. – Ele me contou o plano dele, acho que já está na hora de colocar em prática, eles não mataram Jorge por pouco, nem sei por que não fizeram na verdade...


- Você não pode contar o plano Harry? – Perguntou ela. – Quem sabe a gente pode ajudar?


Na verdade Harry não via problema nenhum em contar o plano para seus amigos, o problema era que ele não pretendia cumprir o plano de Dumbledore, logo era melhor não contar nada para ninguém.


- Uma hora você vai ficar sabendo Mione. – Falou ele.


- Harry. – Chamou Luna. – Dumbledore mandou entregar isso para você.


Harry leu a carta.


- Ele ta pedindo para eu encontrá-lo antes das aulas, estou indo Mione, acorde o Rony por mim tá. – Falou ele, levantando da mesa.


Harry correu até a sala de Dumbledore, chagando lá o encontrou em pé.


- Bom dia Harry. – Desejou Dumbledore.


- Péssimo eu diria, professor. – Falou Harry, ácido.


- Bom, está na hora de pormos o plano em prática, a poção de Snape acabou de ficar pronta, temos pouco tempo Harry.


- E como o senhor espera que eu faça Voldemort beber isso? Não seria mais fácil seu comensal fazer isso?


Dumbledore ignorou o comentário de Harry e continuou.


- Snape estará lá para protegê-lo, mas é de vital importância que Voldemort não desconfie dele, por isso eu chamei você para fazer esse trabalho, que não posso confiar em mais ninguém. Afinal a profecia é sua.


Harry ficou em silêncio ao ouvir falar da profecia.


- E como eu vou fazer isso?


- Você vai com Snape até o castelo dos Malfoy, onde Voldemort está hospedado, e lá eu espero que você consiga fazer com que ele beba a poção, agora eu vou te pedir para ir até a sala de Snape buscar os dois frascos da poção e trazer para mim.


Harry saiu da sala e correu até as masmorras. Chegando lá entrou sem bater na sala de Snape.


- Potter. – Falou ele, com nojo. – O que faz aqui?


- Vim buscar as poções, a mando do professor Dumbledore.


- Aqui estão, esta é para Voldemort, e esta fica Dumbledore. – Falou Snape, apontando para dois frascos pequenos em cima da mesa. – Cuidado Potter, se acontecer alguma coisa com elas, vai demorar mais um ano para prepará-las, não sei como Dumbledore confia a você uma missão tão importante.


- Digo o mesmo, senhor. – Falou Harry, pegando as poções e saindo da sala sem olhar para trás. – Certo, eu vou beber essa poção.


Então Harry tirou a tampa da poção destinada a Dumbledore e a bebeu. Quando fez isso sentiu o corpo formigar, o dia de repente parecia muito bonito.


- Que sensação estranha, eu acabei decidir a data da minha morte, e meu dia parece estar ótimo. – Murmurou ele, com ironia. – Agora eu preciso botar outra coisa no frasco, para Dumbledore não desconfiar.


Dizendo isso ele saiu correndo até a cozinha da escola. Chegando lá ele avistou Dobby.


- Dobby – Chamou.


- Harry Potter! – Falou Dobby, correndo ao encontro dele. – Ao que devo essa honra?


- Eu preciso de um pouco de suco. – Falou Harry.


Dobby pegou uma jarra de suco de umbu, e junto com Harry eles encheram o frasco da poção. Harry já estava indo embora quando teve uma ideia.


- Dobby, você gostaria de vir comigo em uma missão?


- Eu adoraria Harry Potter! – Falou ele, emocionado.


- Ótimo, então me encontre na portaria, provavelmente eu vou aparatar com Snape para um lugar, tem como você ir para onde eu estou, mesmo sem eu te contar? – Perguntou ele.


- Claro, é só o senhor desejar que eu te encontre, e lá eu estarei Harry Potter. – Falou Dobby, devoto.


- Certo então. – Falou Harry, correndo de volta para o escritório de Dumbledore.


- Demorou. – Falou Dumbledore, analisando Harry. – Algum problema?


- Não. – Falou Harry, tranquilo.


- Então eu vou ficar com uma das poções, e você pega a outra. – Falou Dumbledore, ele já ia pegando a poção de verdade, mas Harry foi mais rápido do que ele.


Dumbledore olhou atentamente para ele de novo.


- Existe alguma coisa que você gostaria de me contar Harry?


- Não mesmo senhor. – Disse Harry, estranhando a própria tranquilidade, ele nunca conseguiu mentir com tanta firmeza antes.


- Se é assim, vamos encontrar o professor Snape nas portas do castelo, ele vai te levar até a mansão dos Malfoy.


Como as aulas já tinham começado, o castelo estava vazio. Harry desceu as escadarias de Hogwarts com Dumbledore ao seu lado, tentando não pensar no que estava prestes a fazer.


Quando eles chegaram perto do portão ele avistou Dobby escondido olhando para ele. Um pouco ao lado estava Snape em pé, esperando eles.


- Severo, você sabe o que fazer. Agora eu tenho que voltar para o castelo. Boa sorte Harry. – Desejou Dumbledore, dando um sorriso preocupado.


- Não se preocupe com isso. – Falou Snape. – Vamos Potter, segure no meu braço.


Harry fez uma cara feia.


- Precisamos aparatar, mas saiba que isso também não me agrada nem um pouco.


Tentando não vomitar, Harry segurou o braço de Snape, e com um rodopio, eles desapareceram.


*****


N/A: Essa história de Gina foi uma das primeiras coisas que eu escrevi, e muita ação no próximo cap,


Espero que estejam gostando!!

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