"Uma Parte Que Não Tinha"




(POH)
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Corri para o armário, queria organizar algumas coisas antes da aula começar. Vi pelo canto dos olhos quando Wallace se aproximou.

- Outra grande noite de Sexta-feira! – Ele disse com um sorriso bobo encostando-se nos armários e colocando uma mão no bolso do seu Jeans.
- Você tem planos para hoje?

- Não sei, talvez eu leve o Backup pra passear ou alugue um filme.

- Parabéns... Você é a pessoa mais chata deste colégio!

- Eu falei que o filme é proibido para menores de 13 anos?

- Ohw! Que garota rebelde. - Exclamou fazendo uma careta e logo após gargalhando.

- E você Wallace? Sua vida ainda é um constante clipe do Nelly?

- Ei, pelo menos eu gostaria que minha vida fosse um clipe do Nelly! - Sorri pra ele fechando o armário, começando a caminhar.

- O que você sugere, então?

- Isso! - Ele me empurrou um papel rosa com varias figuras e palavras - Achei isso no chão do ginásio.

- Você quer invadir uma festa de playboys? - Perguntei analisando o papel.

- Talvez. - Sacudiu os ombros - Eu não sei quem são eles.

- Eles moram na área mais privilegiada da cidade .

- Nem dá pra saber quem colocou isso aqui – Ele apontava para o desenho no papel - Não dá pra saber quando começa, onde vai ser... Nada!

- É porque está tudo em código - Lhe expliquei balançando a cabeça e voltando a olhar o papel - A lua mostra que será ao escurecer,
 ampulheta areia, e isso mostra que será na praia - Estávamos entrando no pátio - A letra "k" e o numero "9" mostram que será exatamente na praia Dog.

- E esses ovinhos? - Me perguntou sorrindo descrente.

- Sexta. Está codifitaca para evitar que penetras, como eu e você, apareçamos.

- Como sabe de tudo isso?

- Porque já pertenci a esse grupo.


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- Ouçam a lista de acusações: Seis videogames, passeios de limusine... - Escutava atentamente Cliff Cormack, defensor publico. Ele estava na sala do papai, mas a porta estava aberta.
- Ingressos pra corridas e acessórios para moto. - Encerrou passando o papel para meu pai - As acusações são todas assim. Duvido que minha cliente, a Sra. Malfoy, tenha decidido roubar a família Potter após 10 longos anos de leais serviços prestados pra que ela fizesse um piercing na loja Puddy Tats.

- Foi o garoto, Draco Malfoy - Concluiu sem emoção meu pai.

- Com certeza foi o Draco. Lamb não acredita que a Sra. Malfoy também seja culpada, mas a caixa postal para onde as mercadorias foram enviadas esta no nome dela. – Cliff voltou a informar calmamente. - E ela estava usando um pingente de diamantes que foi comprado com um dos cartões falsificados.

- Lamb pode ter armado pra Malfoy, ele odeia o garoto. - Sugeri impulsivamente.

- Querida, o Draco Malfoy foi preso pela primeira vez aos 12 anos. - Sussurrou meu pai totalmente descrente a minha suposição.

- É que ele me ajudou recentemente, só isso. - Justifiquei rapidamente me encostando na parede e cruzando os braços.

- Olha, tenho certeza que ele é um doce de pessoa - Cliff começou a levantar da cadeira para sair - Mas a mãe dele esta na cadeia e eu quero libertá-la.

- Nós vamos investigar, Obrigado Cliff - Adiantou-se meu pai a acompanhá-lo, também ficando de pé e apertando sua mão.
Quando Cliff saiu meu pai gesticulou para que eu me aproximasse. Eu o atendi, indo para frente de sua mesa atolada de papeis, mas organizada.

- Querida, ele estuda com você - Ele colocou uma mão na cintura ainda de pé, mexeu em um papel a sua frente e me encarou - Você se importa de trabalhar nesse caso por alguns dias? Estou ocupado com outras coisas...

- Vou ver o que eu descubro.

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Estacionei em frente a uma casa simples da parte não privilegiada da cidade e desci.

- "O problema de ser amiga do líder de uma gangue de motoqueiros é que no fim das contas, ele é o líder de uma gangue de motoqueiros"

Ajeitei a alça da minha bolsa e andei até a frente de um pequeno portão, onde estava estacionada uma moto. Levei minhas mãos aos bolsos do meu casaco enquanto observava a moto a minha frente.

- "E por mais que eu me recuse a acreditar, duvido que a mãe dele tenha comprado algum videogame e pago a pintura nova para sua moto."

- Eu já mandei pessoas para o hospital pelo o que você esta fazendo agora. - Draco de repente apareceu em sua varanda e andou a minha direção.

- O que? Admirando a pintura da sua moto? - Perguntei sorrido fracamente me aproximando mais do portão.

- Não, você não está admirando a pintura da minha moto – Draco apoiou as mãos na pilastra esquerda do portão, que batia no seu peito.

- Eu só estou checando algumas coisas que o advogado da sua mãe me pediu.

- É, eu conheci o cara – Sussurrou me analisando. - Ele diz que devo confessar.

- E você vai?

- Eu não tenho nada pra te dizer - Balançou os ombros e as mãos indiferentemente.

- Draco, sua mãe esta na cadeia...

- Oh, você está me dizendo isso porque eu esqueci?!

- Não, é que com sua reputação, você não pode culpar o Sr. Cormack por achá-lo culpado...

- Minha reputação? – Draco a interrompeu, levando a mão ao peito, indignado - Então, quer dizer que o que os outros dizem ao seu respeito é verdade?
 Que você gosta de "coisas" pesadas, não é? - Eu não estava mais o encarando, olhava para um ponto fixo no chão - Que você fica espionando Rony Weasley.  - Ele aumentou o tom de voz transparecendo sua decepção - Você acha que me entende porque somos iguais, mas no fim das contas, você é igualzinha a todos eles!

Eu o encarava paralisada e chocada com suas palavras.

- Você ainda pensa como eles. Vá embora... Não quero te ver mais aqui - Finalizou me dando as costas e voltando para casa.

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- " Tinha combinado de almoçar com meu pai.
Estava atrasada e dispersa... As acusações de Draco perturbavam minha mente."

Entrei rapidamente na lanchonete e sentei do jeito que cheguei. Meu pai estava sentado a minha frente e já tinha pedido algo pra ele e pra mim.
Apenas peguei meu caderno pra continuar minhas anotações.

- Você vai ficar usando esse boné aqui dentro? - Eu o encarei, ele estava apontando para minha cabeça - Na mesa?

- E isso está ofendendo alguém? - Ele me encarava seriamente. Sorri não acreditando - Aqui dentro?

- É uma questão de etiqueta, só isso - Sua expressão não mudou até eu suspirar pesadamente e colocar o boné no meu colo.

- Olhe quem está aqui! - Lamb tinha acabado de entrar e vinha na nossa direção.
- Meu predecessor e mentor! - Exclamou enquanto se jogava ao meu lado - Como estão seus negócios, chefe?

- Parece melhor do que ser Xerife, na verdade - Meu pai lia algo no jornal estendido na mesa a sua frente - E você tem um assassino à solta, Lamb.
Fugindo em plena luz do dia, Ray Lee Hampstead - Papai começou a ler a manchete em voz alta, Lamb se inclinava tentando acompanhar com desagrado. - A fiança dele foi negada no começo da semana, após sua prisão por homicídio culposo... Ele quebrou a janela traseira do carro de policia da Balboa - Meu pai agora levantou os ombros encostando-se ao banco e abriu os braços fingindo espanto - E fugiu a pé!

-Meeks e Johnson o perderam. - Lamb ainda encarava o jornal, antes de levantar o olha e apontar para meu pai - Acho que eles são os caras que você contratou.

- Você ouviu isso, querida? Isso que é liderança!
Você sabe mesmo se cuidar sozinho, não é Lamb? Mas - Papai bateu a mão esquerda rapidamente na mesa - A ajuda termina aqui.

- Você sabe o que vai acontecer dia 3 de Outubro? - Perguntou Lamb maldosamente, papai sorria e o olhava tranquilamente - Você tem algo planejado para celebrar o primeiro aniversário da morte de Gina Weasley? Já se! Você vai se fantasiar de Xerife e crucificar qualquer pai em luto! Só pelos velhos tempos, sabe?

- Explique-me de novo como você conseguiu resolver o crime do século. Espera ai, eu lembrei! Com a ajuda de uma pista anônima que o levou ao barco do suspeito, não? - Meu pai inclinou-se encarando Lamb, este virou a cabeça olhando para qualquer outra coisa - Alguém recolheu a recompensa de $ 100, 000 pela informação? Você não acha isso estranho?

- Não. E sua teoria? Arthur Weasley mata a própria filha? Nós temos uma testemunha ocular e registros telefônicos que colocam o suspeito nas redondezas do assassinato. E todos da família Weasley possuem álibis perfeitos para a hora da morte de Gina.

Meu pai não respondeu, apenas sorria tranquilamente encarando Lamb.

- Hum, e agora? - Lamb levou a mão esquerda atrás da relha fingindo querer ouvir uma resposta - Sem comentários, não é?
 Sacks, nosso pedido esta pronto? - Lamb perguntou a um oficial, que estava no balcão, levantando-se.

- Boa sorte com seu fugitivo, Dom.

- Tchau, tchau, fedido. - Exclamei o observando sair, ele apenas olhou pra trás sorrindo.

- "Tchau, tchau, fedido"? - Perguntou meu pai enquanto me observava colocar o boné e me preparar pra sair.

- Esquece. Eu tenho que ir - Sorrir levantando os braços e sacudindo as mãos - A conselheira escolar quer me ver antes das aulas.

- Por quê?

- Hum... Meu horário e meu comportamento - Falei catando meus livros na mesa - Não necessariamente nessa ordem. Palavras dela.

Dei-lhe um beijo na bochecha e sai da lanchonete.

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Empurrei a grande porta entrando na secretaria. Parei no balcão esperando atendimento.
Havia um garoto ao meu lado.

- Sorria querida – Ele sussurrou charmosamente me encarando.

Entreguei o bilhete a recepcionista e observei ela ir buscar algo. Olhei para o garoto pelos cantos dos olhos. Ele tinha o cabelo baixinho, estilo militar, loiro, olhos azuis. Bonito.

- Troy Vandergraf !- Chamou alguém na sala a frente. Ele olhou para porta depois voltou a me encarar e sorriu calorosamente antes de sair. Senti o sangue quente nas minhas bochechas e não consegui evitar sorrir. Olhei para um ponto fixo a frente. A secretaria voltou e me entregou uma pasta, estava indo em direção a porta da saída quando um rápido Wallace passou pela mesma.

- O que esta fazendo aqui? - Perguntei. Ele carregava uma pasta azul, voltei alguns passos com ele e o vi andar até a parte detrás do balcão.

- Oi! Eu me matriculei em natação, mas só havia 4 alunos matriculados, então eles cancelaram a aula, agora estou preso aqui! Por isso não mexa comigo, sou auxiliar de escritório... - Ele se inclinou um pouco, batendo no crachá pendurado ao lado direito da camisa.  

- Que legal!

- Legal pra quem?

- Para mim! - Exclamei me aproximando mais dele. - Eu preciso que você copie os registros de presença do Malfoy desde o mês passado e entregue pra mim.

- Você acha que tenho cara de James Bond? - Wallace exclamou, me encarando seriamente.

- Por acaso quero que você me arranje uma bomba nuclear? Não! -Exclamei indignada - Apenas os registros de presença.

- É moleza. Fácil! - Acrescentei rapidamente fazendo uma careta e cutucando-o. Ele apenas balançou a cabeça um "sim" e sorriu me observando desaparecer.
 

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Entrei na sala que estava endereçada a pasta que a secretaria me entregou. Tinham varias mesas e computadores e estava lotada de gente que não parava de falar.

- Por que você não traduz o que diz? Vê se funciona. - Aconselhava uma mulher, negra, magra cabelos longos e encaracolados, usando uma camisa amarela e uma saia estampada que batia no pé. Ela percebeu a minha entrada e me encarou. 
- Posso ajudá-la?

- Ah, sim. A conselheira pedagógica me mandou aqui. - Ela se aproximou e eu entreguei a ela a pasta.
- Ela diz que sou alienada e vazia. - Acrescentei rapidamente e ela sorriu analisando um papel.

- Srta. Dent? - Uma loira a chamou mais atrás.

- Sim, Caitlin?

- Eu vou para o ginásio falar com as pessoas sobre a pesquisa escolar – A loira falava agarrada a uma revista. A Srta. Dent olhou para o relógio e voltou-se pra ela

- Esteja de volta no fim da aula. E lembre-se que somos uma escola multicultural com uma população diversa de alunos com vários níveis sócio-econômicos. - A loira a olhava como se a Srta. Dent não tivesse dito nada.

- O que você quer dizer? - Perguntou a Caitlin, balançando os ombro. A Srta. Dent puxou o ar demoradamente antes de responder

- Que você não deve entrevistar apenas os seus amigos! - Caitlin revirou os olhos e saiu. A Srta. Dent voltou a me encarar animadamente - Então Hermione, seja bem-vinda à aula de jornalismo! 

- Eu pensei que eu pudesse só tirar fotos.

- Talvez você tenha que fazer mais coisas... Mas pode começar por ai. - Ela tinha as duas mãos na cintura - Você tem experiência com Câmeras fotográficas?

- É. Um pouco - Afimei com a cabeça. A Srta Dent andou até um armário e pegou uma câmera.

- Esta é uma 35mm. - Começou a mostrá-la pra mim - Eu sugiro que você a coloque no automático, já que está começando agora...

- Eu prefiro usar a minha maquina - A interrompi mostrando minha camera – Hum... Essa LCD automática é bem útil quando você tem que tirar fotos de longe ou de lugares muito baixos.

- Certo - Ela sacudiu os ombros, sorrindo abobadamente.

- O zoom ótico alcança até 71,2mm - Continuei, me empolgado um pouco - E é bom deixar o filtro ligado porque você pode alterar a iluminação da imagem sem quase nenhum prejuízo de qualidade do arquivo JPEG.

- E quando estiver escuro, você pode usar o flash! – Exclamou a Srta. Dent meio tonta com minha tagarelice.
- Eu tenho uma primeira tarefa. Você está livre amanhã após a aula?

- Acho que sim...

- Vamos fazer uma matéria sobre Badie Chang, você conhece? - Ela começou a andar

- Surfista. Eu estava com ele na sala de estudos há vinte minutos - Respondi a seguindo

- Ele mesmo. Ele está ganhando todos os campeonatos. - Ela esfregava as mãos e andava de costas me encarando, enquanto me informava seguindo para o fundo da sala - E tem outro que vai participar...

- Eu vou te apresentar à pessoa responsável pela entrevista. - Ela foi até uma divisória de plástico que batia em seu peito - Rony Weasley está é Hermione. Hermione vai tirar fotos para sua matéria amanhã - Ele me encarou assustado e volto-se para a Srta. Dent enquanto ela ainda explicava - E vocês vão pegar carona com os pais de Bodie.

- Eu vou dirigindo - Rony disse encarando a Srta. Dent tranquilamente.

- Ótimo! Talvez Hermione pudesse... - Ela começou, mas eu logo a interrompi.

- Eu posso ir dirigindo também.

- Ok... Que crise de petróleo, que nada! - Exclamou lamentando e balançando os ombros antes de se retirar.

Olhei para a porta e Wallace estava lá. Ele balançava uma pasta com a mão esquerda e apontava pra ela.
Fomos para o pátio, já que já estava na hora do intervalo e sentamos na nossa mesa.
Ele me entregou a pasta e eu logo tratei de analisá-la.

- Olha isso aqui - Exclamei encarando o papel pra que ele se aproximasse pra acompanhar - Metade dessas compras foram feitas Online, e aquelas feitas em dias de aula aconteceram entre às 11 da manhã e meio-dia. Horário da quarta aula.

- É. Você bem sabe que esse cara que você quer tanto ajudar foi o que me prendeu no mastro da bandeira semana passada, não é?

- Nossa, como você é rancoroso! - Exclamei sorrindo enquanto voltava a olhar o papel.

- É, eu sou assim mesmo. - Disparou franzindo a testa. - Hey, você não agradeceu pelos registros!

- Wallace, King Kong é fichinha perto de você! - Exclamei fazendo uma careta sarcástica. Ele agora sorria calorosamente.

- Mas pense bem... Como esse cara conseguiu fazer compras online se, de acordo com esses registros, no horário em que as compras foram realizadas, ele estava na aula de oficina mecânica?

- Você não deveria estar tentando provar a culpa dele? - Lembrou Wallace olhando perdido para frente - Para poder tirar a mãe da cadeia?

- Mas isso é impossível. Não existe conexão de internet nessa aula!

- Não é impossível fugir da sala de aula.

- Sete vezes? - Perguntei descrente. Ele ponderou finalmente aceitando minha opinião.
 

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Subi correndo as escadas para escritório do papai, mal podia me conter com o que tinha achado. Quando passei pela porta ele estava atrás da minha mesa com Cliff ao lado encarando a rua pela janela.

- Sim, mas o depoimento dele é só na segunda. - Cliff informava a meu pai observando me aproximar rapidamente deles.

- Não acho que ele seja o culpado - Disse com dificuldade por causa da correria. 

- Quem não é culpado de quê? - Papai perguntou me observando depositar uma pasta na minha mesa, abrindo-a.

- Draco! – Exclamei me virando pra eles - Ouçam, eu estava olhando esses registros de presença na escola e vi que não é possível...

- Hermione. - Papai me chamou calmamente.

- O que?

- Cliff acabou de voltar do tribunal.

- Eles soltaram Narcisa Malfoy algumas horas atrás - Cliff informou.

- Ótimo! - Exclamei esperando mais explicações

- Eles a soltaram porque Draco Malfoy se entregou. - Disse Cliff calmamente. Olhei confusa para meu pai, ele apenas balançou os ombros demonstrando "Era obvio Hermione, já estava tarde!"

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- Não, sério! É tão difícil achar bons ajudantes hoje em dia. - Escutei Harry falar para Caitlin. Fechei meus olhos respirando fundo. Estava na sala de Jornalismo, pesquisando na internet para uma matéria.

- O que você vai fazer sobre a situação da empregada? - Perguntava a loira mexendo no cabelo enquanto sentava na mesa de Harry, que estava com os pés em uma cadeira virado em minha direção.

- Nós a demitimos... Quando não confiamos nos empregados domésticos, não nos sentimos seguros dentro de casa.

- Ela não fará falta -
"Como Caitlin tem uma voz insuportavelmente nojenta!" - Ela me tratou mal toda vez em que estive lá.

- Vocês sabiam que 90% dos crimes de falsidade ideológica são cometidos por pessoas relacionadas a vitima? - Perguntei sem tirar os olhos da tela do computador. Harry escorregou as mãos pelo rosto impaciente. - Este é um fato interessante. Pelo menos eu acho.

- Mas quer saber? Ninguém liga pra o que você pensa Hermione Granger. - Caitlin me encava sorrindo falsamente - Não mais. Desde que você traiu todos os seus amigos!

- Você parece se importar um pouco com o que penso.

- Fala a verdade Hermione - Harry tinha os braços cruzados e a sobrancelha direita levantada - Você só entrou para o jornal para ficar perto do Rony, não foi?

- Não - Respondi sorrindo e encarando-o - Estou aqui para ficar pertinho de você.

Harry sorriu olhando pro teto, voltando a depositar as mãos na cabeça.

- Na verdade, eles querem me colocar em estudos sociais, na quarta aula. - Tentei jogar um verde ainda os encarando.

- Nós temos Laboratório de Informática na quarta aula. - Caitlin respondeu distraidamente.

- Oh droga! - Exclamei estalando meus dedos no ar sinicamente
. “Laboratório de Informática é?” - Azar o meu... 

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Estava na mesa do pátio com a pasta aberta cheia de papeis amontoados. Costumava ficar ali depois das aulas. Era mais seguro do que tentar esconder algo no escritório, com meu pai na sala ao lado.

- O que você tem ai, Mione? - Wallace acabara de chegar sentando ao meu lado direito.

- Eu imprimi o histórico completo do computador do Potter durante a quarta aula, no laboratório de informática.

- Então, ele é culpado? - Ele me perguntou.

- Culpado por querer ver fotos da Alyssa Milano pelada? Sim. - Wallace tentava segurar uma gargalhada - Mas por fabricar cartões de crédito falsificados, não, acho que não.
 Espera ai, o Hotel Neptune Grand. - Wallace se aproximou tentando ler o papel também - Harry entrou na página desse hotel. Ele não fez reservas Online, mas...

- Mas...? - Wallace sacudia-se impaciente esperando que eu continuasse. Eu o encarei antes de continuar

- Mas houve uma cobrança no cartão de crédito pelo uso da suíte de lua-de-mel.

Wallace me encarava confuso. Eu fiz uma cara de
"Qual é, vamos lá Wallace!" enquanto recolhia minhas coisas.

- Já vai?

- Tenho que fotografar um evento pro Jornal. - Expliquei rapidamente, partindo para o estacionamento.

Ao chegar perto do meu Conversível, notei que ele estava meio torto. Dei uma volta nele e me aproximei do pneu direito traseiro. Como suspeitei, estava furado. Suspirei levantando as vistas para o céu.
“Mas que droga!”. Tomei um susto quando vi um Harry parado a minha frente me encarando.

- Que chato! – Falou não parecendo lamentar nada, e se afastou. O observei se juntar a um grupo ao lado do T-Bird amarelo, pelo jeito seu pai já o tinha devolvido.

Voltei a e me agachar pra tentar trocar o pneu, mas as porcas estavam duras.

- Flat? – Um garoto se aproximou. Era o mesmo garoto da secretaria.

- Do jeito que Deus fez... – Exclamei e ele se agachou ao meu lado

-Você é sempre metida desse jeito?

- Às vezes sou até mais - Respondi fazendo força, ainda tentando tirar o pneu. - Eu tenho que tirar fotos de uma competição de Surf em trinta minutos. E essa é a segunda vez que tenho um pneu furado misteriosamente desde o começo das aulas...

- Aqui, quer dizer, deixe-me ajudar - Ele adiantou-se, estendendo a mão para que eu passasse a ferramenta para ele. Ele se aproximou perigosamente, me encarando. Eu apenas mantinha o contato.

- Meu nome é Troy, aliás. - Ele sorria enquanto folgava facilmente as porcas.

- Sou Hermione - Sorri de volta tentando prestar a atenção na troca do pneu.

- Sério? Hermione? - Ele não parava de me encarar um minuto! Eu o olhei confusa - Ok, assim faz mais sentido...

- Mais sentido? Como assim?

- Ah, nada. É que eu nunca deveria ter ouvido aqueles caras - E apontou para o grupo de Harry e companhia. Harry estava encostado no seu carro e não tirava os olhos da gente. - Quer dizer, quem coloca na sua filha o nome de Trampy McBitch?

Ri em resposta abaixando minhas vistas novamente para o pneu. Ele levantou e foi até o meu porta-malas, que estava aberto, para pegar o pneu reserva. Eu o acompanhei, era o mínimo que eu podia fazer.

- Ei, Hermione, você precisa de carona? - Rony apareceu de repente atrás de mim, com a mão no bolso direito. Eu o encarei abrindo e fechando a boca algumas vezes sem saber o que responder.
- Se não formos agora, nós vamos perder - Ele andou até o lado de Troy e ficou de frente para mim. Olhei para Troy, que acabara de apoiar o pneu reserva no chão, sem saber o que fazer ainda.

- Vai em frente. Vou terminar isso aqui e colocar o material no porta-malas - Enquanto Troy falava, um sorriso de agradecimento estampava minha cara.

- O cavalheirismo não morreu. Bom saber! - Rony exclamou sorrindo e dando um tapinha amigável no ombro de Troy. Começou a se virar para sair – Estarei no carro esperando...

Fui rapidamente pegar minhas coisas. Quando coloquei a única alça da minha bolsa no meu ombro e saí atrás de Rony.
 

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- "Eu deveria ter ido andando até a praia."

Estávamos no carro. Não nos falávamos, apenas olhávamos para frente. Ele dirigindo e eu me distraindo com qualquer coisa que passasse.

- "São apenas 48 km, mas com esse silencio embaraçoso, parecem 300 km!
Em cinco segundos eu vou pular do carro que nem uma das panteras.
Cinco, Quatro, Três...

- Gina amava essa música - Rony apontava para o aparelho a nossa frente.

- É - Sussurrei sorrindo com a lembrança que me invadiu.
 

------------------- XX Flashback XX -------------------

Eu estava nesse mesmo carro, com Gina. Ela dirigia e a mesma musica que Rony sinalizou estava tocando.
Eu mexia em uma mecha do meu cabelo fazendo círculos com o dedo e olhava distraidamente pela janela.

- Por que você entrou na equipe de lideres de torcida, Hermione?

- Hum... Eu precisava dos créditos de educação física - Respondi sorrindo e me virando pra ela - E Você?

- Hermione, eu já tenho muita torcida! Eu precisava de um escape. E me disseram que garotas de torcida conseguem mais garotos.

- Porque eles precisam de toda ajuda possível em campo - Completei sarcasticamente

- Bem, você sabe o que minha mãe diz... "Você deve beijar alguns sapos" - Ela me dava rápidas olhadas - É isso. Essa é a filosofia dela.

- Tudo o que sua mãe me disse foi: "Hermione, já não é hora de ir pra casa?"

- É, isso é a cara dela - Comentou Gina suspirando pesadamente.

- Por que ela me odeia? 

- Hum... Não é culpa sua. Ela odeia qualquer uma que o Rony ame tanto quanto ela. Conselho de amiga: Cuidado com ela. Ela vai tentar separá-los se puder.

------------------- XX Fim Do Flashback XX -------------------

Eu tirava fotos enquanto alguns surfistas aproveitavam as ondas.
A caminho da competição tinha avistado um grupo de presidiários. Draco estava lá e me encarou enquanto passava.
Suas mandíbulas estavam bem apertadas, mas não sabia dizer se ele estava com raiva, rancor ou decepção...

Olhei para trás procurando Rony, ele estava terminando de entrevistar um surfista. Tirei mais algumas fotos, guardei minha câmera e fui me juntar a ele para ir embora.

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A volta estava sendo tão silenciosa quanto a ida. Alguns minutos se passaram e uma viatura apareceu atrás do carro fazendo sinal para que encostasse.

- Ótimo! - Sussurrou Rony olhando pelo retrovisor. Um oficial se aproximou e colocou a lanterna nas nossas caras.

- Habilitação e documentos do carro. - Rony tranquilamente atendeu ao pedido. O oficial analisou e voltou a colocar a lanterna nas nossas caras - Vocês podem sair do carro, por favor?

- Algum problema?- Rony perguntou confuso.

- Existe um problema com este veiculo. Um monte de multas por estacionamento proibido e uma de velocidade no dia 3 de outubro. - Informou o oficial. Rony e eu nos encaramos, confusos.

Saímos do carro e fomos ligar para nossos pais.

- Eles queriam recolher o carro - Informava Rony ao Sr. Weasley - Acho que havia muitas multas. Não, minhas não, da Gina.

- Oi pai. Pode vir me buscar? - Ele perguntava onde eu estava - Fora da cidade. A 1,5 km da pousada Real. É uma longa historia... Eu te conto quando chegarmos em casa.

Esperamos cerca de 20 minutos até que o Sr. Weasley aparecesse.

- Estaciona na frente - O oficial dava ai informações ao reboque enquanto o Sr. Weasley se aproximava. - É já esta em ponto morto...

- Policial - Chamou o Sr. Weasley - Policial, você ligou pra delegacia por causa disso?

- Ah, não senhor. Não ligamos por causa de violações de transito irrelevantes.

- Está bem, por que você não lhe dá um aviso? - O cortou apoiando a mão direita no ombro do policial e começando a andar até nós.

- Rony? Você já pegou tudo do... - Ele parou quando me viu - Olá Hermione.

- Senhor Weasley - Sussurre apenas balançando formalmente a cabeça enquanto ele apoiava a mão no ombro do filho. Mais um carro chegou e eu imediatamente olhei para o lado. Era o meu pai.

Ele caminhou sorrindo e me envolveu com um braço tentando me passar conforto.

- "A ultima vez em que papai e Arthur Weasley estiveram no mesmo local, foi em uma sala de interrogatório, na delegacia.
Quando Arthur terminou sua historia, papai avisou ao homem mais poderoso da cidade que estava certo de seu envolvimento na morte de sua filha.”

- “Arthur foi à imprensa, ah imprensa adorada! Com lagrimas nos olhos e disse a todos sobre como sentia falta de sua filha, e como ele estava sendo acusado injustamente.”

- “As boas pessoas de Neptune pegaram suas foices e tochas e invadiram a delegacia, expulsando meu pai de lá.”
- “Meus amigos fizeram a mesma coisa comigo. Eles me fizeram escolher.
Eu poderia ficar ao lado do me pai ou do lado de Rony e da família de minha melhor amiga...”

- “Eu escolhi meu pai... E vivo com esta decisão todos os dias de minha vida.
E sabe o que é pior? Eu já não sei mais o que é verdade...” 

Meu pai apenas deu uma breve olhada para os Weasley e começou a me guiar para o carro.

- "Talvez todos estejam certos. Talvez meu pai tenha se enganado nas investigações...
Talvez eu tenha desistido dos meus amigos, da minha vida, por causa de um erro de julgamento do meu pai.”

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Depois de 15 minutos em silencio, meu pai questionou:

- E então? O que foi? - Eu fiquei em silencio, encarando a janela, não queria falar agora - Você e o Rony estão se falando de novo?

"É, eu direi detalhes da minha vida pessoal se você me disser por que você foi atrás de Arthur Weasley quando todos o achavam um pai carinhoso."

- Querida? Você e o Rony reataram?

- Não. É um trabalho da escola, só isso - Lhe expliquei. Vi um enorme prédio iluminado a frente - Podemos passar no hotel Neptune Grand?

- Para quê?

- O caso Malfoy. Eu preciso de uma ajuda.

- Isso não já foi resolvido? Achei que o culpado confesso já estivesse preso... - Eu o olhei indignada. Ele tirou a visão do volante para me olhar e suspirou voltando a olhar a pista - Oh, tudo bem. Está certo.
O que você quer que eu faça?

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Entravamos apressadamente pela entrada do grande hotel. Meu pai me arrastava pelo braço. Fomos direto para o balcão da recepção.

- Precisamos falar com alguém da segurança nesse momento. - Ele apoiou as mãos no balcão olhando uma assustada recepcionista. Ela não se moveu.
- Nesse momento! - Meu pai aumentou o tom e batendo no balcão, a recepcionista deu um pulo.

- Pai! Você vai me deixar resolver isso? - Pedi calmamente, ele se virou pra mim.

- Você vai resolver, ou eu vou! - Ele apontava pra meu peito, eu recuei alguns passos. Então ele voltou para a recepcionista de novo aumentando a voz - Mas nós vamos descobrir a verdade.  

- Não. Você espera bem aqui - Exclamei tomando a frente do balcão - Você está assustando as pessoas. O
i - Sorri simpaticamente enquanto meu pai andava de um lado pro outro atrás de mim - Será que pode me ajudar?

- Qual o problema?

- Eu vim aqui há cerca de um mês com um rapaz - Comecei batucando levemente o balcão - Resumindo tudo, estou grávida!

- Nossa. - Ela sussurrou, inclinando-se no balcão.

- Está... Tudo bem. - Eu a tranqüilizei e respirei fundo - O negócio é o seguinte... O que eu vou dizer é embaraçoso. Eu não lembro o nome do cara. E nem como ele era.- Meu pai agora estava ao meu lado com uma expressão de decepção e balançava a cabeça negativamente - 
Tequila, nunca mais! - Fiz um gesto com as mãos levando a boca e depois sorri - Meu pai quer saber se existe algum vídeo de segurança que pudéssemos olhar ou... Aqui está nossa fatura do cartão de credito. Ele me fez pagar pelo quarto!

A recepcionista pegou o papel, analisou, me encarou e respirou fundo antes de falar:

- Deixe-me falar com o gerente - Eu e meu pai balançávamos a cabeça a acompanhando desaparecer por uma porta logo atrás.

- Você foi bem - Ele sussurrou quando olhei pra ele, fiz uma careta e ele se mexeu inquietamente a minha frente. - O que?

- Você exagerou um pouco. - Fiz um gesto aproximando os dedos.

- Você acha que funcionou?

- Um pouco - Respondi sorrindo

- Eu posso fazer diferente.

- Tente ser o policial mau - Sussurrei dando um soquinho em seu ombro.

- Não me faça rir. É mais fácil ser um policial bom do que ser um ruim...

Nós ouvimos a porta abrir e voltamos para as nossas posições. A recepcionista devolveu o papel e disse:

- Desculpem-me, mas só mantemos os registros de vídeo por duas semanas...

Levei minhas mãos ao rosto na minha melhor interpretação de desespero e choro. Meu pai abaixou a cabeça até a madeira do balcão sussurrando algo e a recepcionista adiantou-se a dizer

- Mas eu consegui o detalhamento de sua conta - E empurrou um envelope amarelo com o símbolo do hotel. Retirei as mãos do rosto pra espiar, meu pai já tinha levantado a cabeça e estava encarando o envelope surpreso.

- Oh, obrigada! - Peguei o envelope sorrindo e saindo como um foguete. Meu pai me acompanhou. Abri o envelope puxando a relação.

- Adivinha quem pediu serviço de quarto pago no cartão da família Potter? - Lhe perguntei terminando de passar o olho no papel.

- Quem?

- A namorada de Harry, Caitlin.

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Entrei na sala de jornalismo e apoiei minha bolsa na mesa para retirar algumas coisas. Vi Harry se aproximar e não consegui me conter.

- Eu sei que foi você - Sussurrei quando ele passou por mim

- Ha,ha. O que eu fiz? - Ele lia algo enquanto passava para meu lado esquerdo.

- Você roubou o cartão da sua mãe, mas cometeu um deslize... - Ele se aproximou mais, parando de ler e me observou enquanto eu terminava de falar - quando foi ao hotel Neptune Grand. Você deixou Caitlin assinar a fatura de serviço de quarto.

- Isso é ótimo, mas você tem que provar - Ele me deu as costas e eu o observei se afastar.

- Hermione! - Me chamou a Srta. Dent em uma mesa próxima. Ela mexeu em algo na bolsa e começou a andar em minha direção - Quero te mostrar uma coisa.

- O que acha? - Era a capa da matéria. Estava linda.

- Uau!

- Legal, né?

- É - Sussurrei a olhando agradecida. Ela sorriu e voltou para sua mesa. Eu voltei a observar a capa e meus olhos se fixaram nas palavras "Escrito por Rony Weasley" e "Fotografias por Hermione Granger"

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- Isso é típico de você. – Disse Wallace, sentando ao lado esquerdo de Hermione na mesa do pátio.

- Sim, sim...  –  Troy falavam enquanto juntava-se aos dois à mesa  – Hermione, como o estepe está agüentando?

- Ah... - Hermione suspirou pesadamente - Ai está a troca de favores...

- Hey, nossa grande nação foi construída sobre as fundações da troca de favores! - Defendeu-se Troy  - Eu vou dar uma festa no sábado, você deveria ir... Bem, vocês dois.

- Legal... - Wallace sorria e balançava a cabeça.

- Especialmente você - Completou Troy piscando para a morena.

- Você não sabe? Eu não posso me misturar com a primeira classe.

Ele e Wallace abaixaram as cabeças suspirando.

- Olhe, eu não acredito em muitas coisas, mas acredito nisso: Quando garotas sexys e espertas não podem ir para qualquer lugar comigo, é hora de todas as partes envolvidas admitirem que: “Hey, talvez eu esteja errada ou arrependida.”
 Quer dizer, deixe o passado no passado e dane-se o orgulho. - Troy pausou rapidamente tentando requebrar no bando - Vamos dançar, meu amor, vamos dançar!

- Isso foi lindo! - Comentou o sorridente Wallace. Troy sacudiu os ombros como se dissesse "Faço o que posso"

- Veremos. – Sussurrou uma pensativa Hermione.

- Uma mente aberta - Troy falou antes de se levantar - É tudo o que peço.

Wallace acenou pra ele, e a morena encarou a comida.

- "É assim tão fácil?
É só dizer que eu estava errada e recuperar minha vida de volta?" 

Harry passou ao lado, apontando para Hermione, rindo. Esta, correu em arrumar suas coisas.

- Pra onde você vai? - Perguntou Wallace

- Eu vou pegar aquele idiota em flagrante.

Não de muito longe, enquanto ia pra sala de jornalismo,  Hermione observou Harry cumprimentar Rony e sentar ao seu lado em uma pilastra da escada. A frente deles estava Caitlin e Troy conversando.

- E esse Troy, você o conhece há quanto tempo? - Harry observava atentamente os dois, coçando a orelha esquerda.

- Há alguns anos - Rony balançando os ombros - A família dele tem um espaço perto do nosso na marinha. Eles sempre vêm pra cá em agosto e passam o mês aqui. Eles se mudam muito. Sabe, para onde o pai dele tiver um projeto... - Rony se mexeu inquieto e levantou-se - Hey, eu vou pegar um hot-dog, você quer alguma coisa?

- Não, nada... - Respondeu sem tirar os olhos dos loiros.

- Bom, você é responsável pela bolsa de sua namorada - Rony passou uma bolsa rosa choque a Harry e saiu.

Hermione foi até a sala de jornalismo, sentando-se em uma
mesa.  Puxou um papel que tinha um enorme símbolo do Hotel Neptune.
Catou seu celular com a mão esquerda no bolso enquanto procurava pelos números de telefones listados no papel.
Digitou o primeiro numero dos sete que existiam. E uma mulher atendeu

- Alô e obrigada por ligar para Movieline... - A morena suspirou desligando imediatamente.  Riscou o primeiro antes de passar para o próximo.

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Harry ainda encarava os dois loiros a frente que conversavam animadamente.
Ele abaixou as vistas para a bolsa rosa apoiada no seu colo e viu que ela tinha um bolso aberto, onde um celular prata estava brilhava.

Espiando os dois a frente rapidamente pegou o aparelho, abri-o.

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- Alô?

- Oi! Esse numero apareceu na minha conta telefônica - Hermione não estava muito animada, esse era o 6º numero dos 7 listados.- E eu não o reconheço. Você pode me dizer quem está falando?

- Jesse Ford. Quem está falando? - A morena não respondeu, desligou em seguida. Suspirou, riscando mais um numero e parti para o ultimo.
 


------------

- Pra quem ela está ligando a 1 da manhã? - Harry se perguntou olhando o numero desconhecido que na lista da namorada.
Ele voltou a espiar a loira antes de apertar a rediscagem.
 


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Hermione chamou o ultimo numero e esperou- " Droga, Ocupado."

- Hey, você pode descobrir um numero de telefone pra mim? - Tinha ligado para o pai. 

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Harry esperava inquieto a chamada. Coçava a orelha esquerda ainda espiando os dois loiros.

- Oi!– Uma voz masculina fez Harry virar bruscamente a cabeça para os lados. Aquela voz não lhe era estranha - Me ligando durante a semana, isso é perigoso!

Quando pronunciada a ultima frase Harry ficou de pé imediatamente procurando alguém que estivesse falando ao celular.
 

- Amor? Alô? Alô - Harry rastreava todos os cantos. Deu mais uma girada e olhou pra entrada do pátio. - Ah, você quer ficar em silencio então?
Está certo, mais tarde a gente brinca de fazer cócegas, se você quiser - Um motoqueiro careca falava ao telefone - Tudo bem, eu falo então. Eu sei que você gosta. Eu sinto sua falta... -  Harry o seguia com os olhos, uma risada nervosa saiu de sua boca demonstrando que não acreditava no que estava vendo. - Não posso esperar pra te ver...

Harry desligou  o aparelho e guardou-o em seu bolso enquanto outra risada nervosa escapava.
 

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Andava apressadamente pelo corredor que dava para o pátio. Tinha que achá-lo rápido, antes que algo acontecesse.

Avistei o motoqueiro careca, conhecido como Chardo, que vinha na direção contraria tranquilamente. Olhei para trás dele e avistei um Harry enfurecido entrar no corredor acompanhado de alguns amigos.

Arregalei os olhos e corri, empurrando o motoqueiro para um banheiro feminino ao lado.

- Cuidado garotinha - Ele me encarava confuso enquanto eu trancava a porta.

- Confessa, isso é bom pra alma - Disse me virando pra ele enquanto o acompanhava até a pia do outro lado do banheiro. Ele pareceu não me escutar. - Idiotas perguntam "O quê?"

- O que? - Exclamou confuso virando para me encarar.

- Você foi descoberto Chardo, quer que eu grite pra você? - Ele sorriu voltando a andar

- Tá. E por que você não grita? – Chardo questionou descrente, sentando em uma lixeira entre duas pias.

- Está certo. - Bati minhas mãos, juntando-as a minha frente - Um dia você foi pegar sua tia na casa dos Potters e ela te pediu pra colocar o lixo pra fora. E lá estavam eles, na sua frente: fichas pré-aprovadas para cartões de créditos, novinhas, sem limites - Ele escutava silenciosamente, sua face agora estava séria. - Um telefone para confirmar o código e pronto, você poderia começar a gastar.

- Ai você usou os cartões de crédito de Harry Potter .. - Eu andava para um lado e para outro enquanto falava - Para sair com Caitlin Ford, do jeito que ela queria: Culinária cara, hotel cinco estrelas, passeios de limusines... Mas a melhor parte - Me aproximei dele - É que você deixou seu primo levar a culpa por você!

- Eu não queria que aquilo acontecesse! Draco é como um irmão pra mim.

- Seu "irmão" está catando lixo na beira da estrada! - Gritei e ele levantou, avançando pra mim. Automaticamente recuei um passo.

- Isso está me matando, Ok? – Chardo começou a andar na direção da porta, mas parou no meio do banheiro - Mas veja, eu tenho um plano.  

- Sou toda ouvidos...

- Caitlin e eu. Nós vamos fugir – Continuou a falar estufando o peito. Comecei a rir - E quando nós formos embora, eu escrevo uma carta de confissão e envio para a policia. Eles vão liberar o Draco...

- Chardo? Caitlin Ford nunca vai fugir com você!

- Você não a conhece...

- Oh, eu a conheço sim! - Aumentei o tom - Ela é uma aventureira! Ficar com você foi uma aventura, e só isso.

Ele me encarou raivosamente antes de rumar para a porta.

- Você não pode ir. Harry sabe de tudo e ele quer sua cabeça por isso. - Informei rapidamente antes que ele pegasse na maçaneta. Ele virou-se pra mim mostrando os dentes de tanta raiva.

- Eu não estou escondendo, estou? - Ele sacudiu os ombros.

- E o que você vai fazer quando Draco descobrir? - Ele voltou a se aproximar ameaçadoramente. Só agora percebi o quanto ele era gigante.

- E como ele vai descobrir?

- Você deve se entregar.

- Não vou a lugar algum sem ela! – Cuspiu. Eu não me movia, apenas o encarava - Caitlin e eu nos amamos.

- Então por que toda vez que a vejo, ela está nos braços de Harry? - Cruzei os braços enquanto o olhava ir para a saída novamente. Ele encostou a testa na porta por alguns segundos respirando fundo antes de descarregar toda a raiva escancarando a porta e saindo.

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- Não entendo por que a Sra. esta fazendo isso... - Resolvi ir a casa dos Malfoys depois da aula. - A Sra. sabe que Chardo te deu o pingente, mas está deixando Draco levar a culpa por ele?

Estava na sala/cozinha, sentada com a Sra. Malfoy na mesa.

- Ele tem apenas 17 anos - Sra. Malfoy falava como se fosse a coisa mais obvia - Chardo tem 18 e já foi preso antes. Draco pode ir para o reformatório!

- Ele acha que esta levando a culpa pela Senhora! - Ela não me encarava. Segundos depois ela virou-se apressada.

- Eu tenho que fazer o jantar. - Ela levantou rapidamente.

- Sabe o que ele estava fazendo com aqueles cartões de crédito? - Ela imediatamente parou e voltou a me encarar. Enquanto remexia minha bolsa fui até ela para lhe mostrar os papeis.
- Ele gastou todo dinheiro, milhares de dólares, saindo com uma garota mimada e rica. - Ela levantou as sobrancelhas assustada - A namorada de Harry Potter. Você deve conhecê-la, Caitlin Ford?

- Não, ela não! - A Sra. Malfoy pareceu enjoada e se apoiou na mesa voltando a sentar - Huh! Ela não gosta que eu faça gelo com água da torneira.

- A Sra. perdeu seu emprego e agora Draco está preso porque Chardo quer satisfazer essa garota!

Ela entortou um pouco a boca pensando, me encarou e estendeu a mão

- Deixe-me ver esses recibos.
 

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Hermione ainda estava na casa dos Malfoys. Ela aguardava na varanda, junto com a Sra. Malfoy.
Uma viatura chegou e dela saiu Draco. A Sra. Malfoy logo correu para ele.

- Hijo! - Aloira lhe depositou um forte abraço - Oh, é tão bom tê-lo em casa.

- Hermione Granger, eu sei que você é a responsável por esse momento Kodak – Draco exclamou sorrindo depois que saiu do abraço de sua mãe.
Quando parou a frente da morena , ponderou, analisando-a da cabeças aos pés e abriu os braços

- Me dá um abraço - A morena não recusou.

- Eh, vou fazer algo pra você comer - A Sra. Malfoy correu para dentro da casa.

- Ok Mãe.

- Você deve saber que o juiz liberou um mandado de prisão pra Chardo após te soltarem. - O loiro apenas olhou pro chão e balançou a cabeça - Eles estão procurando por ele.

- É, eles não serão os únicos atrás dele.

- Harry e sua galera também estão atrás dele. Você deve encontrá-lo antes deles.
 

- Nós o encontraremos.
 

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Chardo estacionou em frente a uma enorme casa indo até o gramado. Estava com o celular.

- Baby, sou eu, estou aqui - Falava com pressa a olhando para uma janela no andar de cima - É agora, é hora de ir, nós já falamos sobre isso. Caitlin! Olhe pela janela! Estou aqui! - Uma loira apareceu entre as cortinas cor de terra - O que foi baby? Está tudo bem?

Em dois segundos Chardo estava cercado pelos amigos de Harry. Ele tentou ir par a moto, mas um jipe vermelho o atravessou e de lá saiu um Harry sorridente.

- Ah! Mas se não é a ovelha negra que tentou roubar minha garota! - Harry olhava para a janela onde Caitlin estava, enquanto andava até Chardo.

- Eu já roubei sua garota! - Chardo estufava o peito - Você que é burro demais pra não perceber isso!

Harry lhe deu um soco fazendo-o ir imediatamente ao chão, aproximou-se e apoiou o pé direito no peito de Chardo.
Os roncos das motos fizeram todos olharem para o lado direito da pista.

- Musica legal, hein? - Provou Chardo e Harry afundou o pé em seu peito.

- Segurem-no - Harry deu mais uma olhada pra a janela e rumou para frente do grupo. - É isso o que eles chamam de inevitável, não é?

Draco apenas o encarava.

- Olha só, você já tem até uma vantagem! - Harry sorria.

- Vamos conversar - Draco finalmente falou saindo da moto. Chamou Harry para parte de trás do Jipe e falou rapidamente.  Harry apenas coçou o nariz e voltou para seus amigos.

- Deixe-o ir.

- Mas Harry.. ? - Protestou um loiro surfista que segurava Chardo.

- Eu disse “deixe-o ir!”

Chardo ainda lançou um olhar amargurado à janela antes de montar na moto e sumir de vista com os motoqueiros.

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Todos os motoqueiros estavam reunidos na praia. Chardo cumprimentava agradecendo a todos. Draco apenas assistia calado.

- O melhor pra você cara - Chardo tinha deixado Draco por ultimo. - Me desculpe pelo que você teve que assumir. Ei, ia te tirar dessa. Você e eu somos irmãos! - Chardo abriu os braços sorrindo, mas seu sorriso morreu quando viu que Draco não se moveu.

- Você está fora. Fora do clube, fora da minha vida! - Draco o olhou da cabeça aos pés um silencioso Chardo - E você sabe o que isso significa.

Uma roda se formou ao redor de Chardo

- Draco vamos deixar isso pra lá. – Chardo tentou olhando o loiro sair silenciosamente e montar em sua moto. Enquanto Chardo apanhava, Felix aproximou-se de Draco.

- Coloque-os de fora antes de ir longe demais – Instruiu a Felix sem olhar pra trás, ligando a moto.

- Entendi Chefe. - Felix correu para se juntar a roda.
 

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Estava pensativa na minha mesa do escritório.

- Pai? – Escutei-o gritar um “Fale, querida”- O que te fez ir atrás de Arthur Weasley?

- O que te faz me perguntar? – Ele apareceu na porta

- Mais do que aquela questão da nossa existência? Eu acho que se eu soubesse mais sobre o caso e as evidências...

- Querida, está feito. - Ele sentou na minha mesa ao lado esquerdo, me encarando - Eu queria que os pensamentos da morte de Gina estivessem fora da sua mente e não te coloca-se mais nisso.

- Eu consigo agüentar isso.

- Olhe desse jeito. - Ele pediu apoiando uma mão na mesa - Se eu soubesse o que poderia acontecer a nós, que sua mãe partiria, que a escola te torturaria... Eu nunca teria persuadido Arthur Weasley do jeito que eu fiz.

- Eu ainda quero saber.

- Eu sei que você quer. - Ele deu um tapinha em meu ombro e se levantou - Vamos pra casa.

Suspirei pesadamente, seguindo-o.

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- "Umas semanas antes de Gina ser assassinada, quando meu pai ainda era o Xerife, ela e eu tínhamos encomendado identidades falsas, pra então, podermos entrar no clube.”

Eu estava subindo as escadas do Grande prédio branco do Xerife.

- "Eu as mandei para minha casa. Elas chegaram alguns dias depois de encontrarem o corpo dela.
Coloquei-as em uma gaveta e me esqueci delas até mencionarem a multa de Gina no dia 3 de Outubro."

Entrei e andei até o balcão.

- "O bom de visitar o Departamento de Xerife no domingo é que a maioria das pessoas que trabalham nos fins de semanas não se lembram de mim"

Uma mulher loira de cabelos longos e óculos fundo de garrafa adiantou-se sorrindo para me atender.
"Essa é nova."

- Posso ajudar você em algo?

- Sim, a companhia de seguros chamou meu pai, disse que nós tivemos uma multa. - Lhe estendi um papel amarelo - Esse é o numero da licença.

- Certo, posso ver sua identidade? - Puxei minha carteira e lhe entreguei a falsa de Gina. Ela fez um sinal pra esperar e me deu as costas.

- O que você está fazendo aqui? - Lamb apareceu ao meu lado.

- Apenas pagando uma multa. - Sussurrei inocentemente. Ele ponderou um pouco desconfiado, deu uma olhada na atendente, mas deu as costas, saindo.

- Ei, alguma sorte na procura por Chardo Malfoy? - Questionei, provocativa. Ele virou para me encara, mas voltou a me dar as costas. Aumentei a voz - Não? Você deveria falar com meu pai, ele é realmente bom nesse tipo de coisa!

Ele voltou a se virar para me encarar - Você tem uma boca inteligente, menininha.

Sorri em resposta balançando os ombros. Ele entrou em sua sala.

- Acho que isso aqui é uma sala bagunçada. – Sussurrou a recepcionista que já estava de volta. Puxei rapidamente o papel da mão dela.

- Obrigada. Mando o pagamento pelo correio. - Já tinha dado as costas, tinha que ser rápida com Lamb por perto.

- Certo Srta Weasley! - Ela quase gritou me olhando sair confusa com a minha pressa. - Sinto muito pelas péssimas notícias.

Lamb imediatamente colocou a cabeça no corredor, mas eu já estava longe.
 

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- "Eu fiquei mais de 30 minutos sem olhar para a multa."

Estava no pátio, na minha mesa. Encarava a papel apoiado na mesa.
 

- "Uma dessas máquinas fotográficas automatizadas pegou a Gina atravessando o sinal vermelho às 18:02, quase duas horas depois da hora que acharam que ela morreu.
Eu não sei se essa foto de Gina, cantando e sorrindo, no ultimo dia da sua vida é que me assombrava, ou o fato que de repente, nenhum dos Weasleys tem álibis que o sustentam.
Arthur, Molly, até mesmo Rony.
Meu pai tinha razão. O caso não está encerrado..."

Meus pensamentos foram interrompidos por Troy, que tinha acabado de sentar ao meu lado. Guardei minhas coisas na bolsa enquanto ele me encarava divertido, esfregava as mãos, juntando-as e apoiando o queixo nelas.

- Você não disse que eles faziam isso no sábado à noite?

- Eu acho que sentia que eu era até mesmo um pouco injustiçada - Sorri e ele voltou a esfregar as mãos.

- Bem, um homem sábio disse uma vez que um "não" é como um "sim". - Espiei Wallace subir as escadas atrás de Troy. - Excluiu diferentes cartas e organizou em uma ordem diferente e falava alto, mas você sabe, desapareceu no vento.

Rir e Troy sacudia nada humildemente os ombros. Wallace sentou ao seu lado abrindo um jornal.

- Chegue pra lá, vizinho! - Ele jogou o jornal na mesa - Eles acabaram de por "Golden Tee" no Sac & Pac. Você precisa ir porque se não, não vai consegui seu jogo grátis.

- Caras, olhem! - Wallace virou pra trás, na direção da mesa de Harry, e lá estava Caitlin sendo a Hermione da historia. Estavam a ignorando.
Enquanto ela desistia e saia dali, Wallace balançou a cabeça voltando a olhar pra mim - Odiaria ser ela.

- Sim... É horrível - sussurrei. Mas logo tratei de sorrir. - Eu nunca joguei "Golden Tee", mas eu tenho certeza que eu consigo ganhar de vocês!

- Eu acho que temos uma competição - Disse Wallace rindo enquanto nos levantávamos e saiamos do pátio.


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Então... É isso... =/
Bem... Dois Capitulos e nenhuma opnião.
Isso realmente não pode ser bom... =/

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