"Ovelha Negra de Neptune"
Opa, primeira fic, então, desculpa qualquer coisa! =/
Antes de mais nada tudo que estiver editado assim :
- "Texto/acontecimento/descrito" - é uma fala PENSADA por Hermione.
Quem ler e não conseguir entender me avise por favor!
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O dia estava claro, céu limpo e o sol energético.
Hermione estava estacionando, no que estava mais para um belo jardim do que para simples estacionamento, em frente ao enorme ginásio branco com letras bem desenhadas verdes com detalhes em prata e preto, escrito "Piratas".
Há alguns dias as aulas tinham começado, para muitos era motivo pra festa, mas para Hermione era "A volta para o inferno".
- "Esta é a minha escola.
Se você estuda aqui, ou seus pais são milionários ou trabalham para milionários.
Neptune, Califórnia. Uma cidade sem classe média.
Se você esta no segundo grupo, você procura um trabalho: Comida rápida, Cinema, lojas...
Ou você pode ser como eu.
Meu trabalho depois das aulas se resume a seguir esposas infiéis ou investigar denúncias por falsas lesões."
Havia um aglomerado mais a frente do grande prédio cor Salmom. - "Pelo jeito, começaram cedo." -Especificamente onde era erguida a bandeira nacional.
- Quem colocou esse cara ai? - Alguém perguntou logo a minha frente. - "Mas o que será que fizeram dessa vez?" - Hermione observou que havia um garoto, meio magro, negro, amarrado ao mastro da bandeira. Na verdade ele estaria nu, se não fosse o monte de fita adesiva enrolada entre sua cintura. No seu peito estava escrito com alguma tinta azul "Dedo Duro".
- Os Motoqueiros - Uma garota loira informou a amiga ruiva - Porque ninguém o tira daí?
- Claro, eu faço! Você sabe que eu quero ser o cara ai de cima amanhã. - Respondeu à ruiva
Hermione adiantou-se para mais perto e mirou um cara atlético branco de camisa xadrez, enquanto este, se aproximava do garoto preso com uma maquina na mão.
- Diga "X"! Sorria! - Disse o atlético rindo e tirando uma foto
A morena parou em frente ao garoto preso com cara de quem não acreditava naquilo. Ele mantinha uma expressão meio que de desagrado com vergonha, mas ao mesmo tempo conformado, apenas esperando todos tirarem suas fotos e fazerem suas piadas para acabar logo com tudo.
- Saia! – Ordenou Hermione ao que tinha tirado a foto enquanto mexia no bolso direito do seu jeans.
- Quem morreu e nomeou você o rei de... - Começou a falar em protesto quando parou ao ver um canivete nas mãos da morena - Você é mesmo esquisita! - Esbravejou o atlético saindo com cara de nojo para ela.
- Você é novo, não é? - Pergunteu Hermione, tentando cortar as fitas. Ele não respondeu, todos ainda estavam rindo e ele mantinha a mesma expressão - Bem-Vindo a Neptune High...
- Vamos piratas! - Hermione exclamou com um irônico animo apos o o sinal tocar.
Em um minuto todos já tinham sumido e o "amarradinho" estava livre, este, logo tratou de sumir rapidamente também.
- "Nem um obrigada? Ok..."
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Apoiei minha cabeça na carteira no fundo da sala, aquela aula estava um saco.
- Esta é uma classe avançada. Esperamos muito - Escutei a Sra. Sway Professora de Literatura nos seu 45 anos, que usava uma camisa de manga longa vermelha e uma calça Bagé simples, com um sapato bico fino, o cabelo preso em um elegante rabo de cavalo, falar sobre um livro. É claro que eu já tinha lido. Senti ela avançar entre as fileiras da turma.
- É uma obra chamada "Ensaio Sobre o Homem", mas Pope na verdade fala de fé, certo? - Ela aguardou pela resposta olhando todos os rostos da classe - Alguém?
- Alguém leu o livro? - Perguntou ainda avançando enquanto tirava os óculos para analisar melhor a turma.
Ela estava se aproximando do final da sala. O sono me fez ignorar aquela aproximação.
- Hermione? - Estava tão distraída com o tédio da aula que nem percebi quando me chamou pela primeira vez.
- Hermione Granger! - Levantei a cabeça num pulo, meio sonolenta, passei a mão pelos olhos, eles estavam meio nublados. Escutei a Sra. Sway falar tediosamente - Parabéns. É a minha voluntaria.
- Pope, "Ensaio Sobre o Homem", Episodio I - Ela me informou ainda com uma voz sem emoção. Puxei um pouco de ar antes de responder.
- "A esperança brota eternamente no peito humano. O homem não está sempre abençoado por ela - Senti algumas cabeças virando para mim - A alma, inquieta e desenterrada de jogar descansa e estende vazia à vida futura."
- O que você acha que Pope quis dizer com isso?- Perguntou a Sra. Sway colocando novamente os óculos e recuando alguns passos.
Abaixei minha visão para minhas mãos entrelaçadas, onde meu dedão direito rodeava o esquerdo. Não estava com muita paciência para esse tipo de coisa.
- A vida é uma merda até você morrer. - Respondi enquanto uns davam risada.
- Obrigado Srta. Granger por sua breve e bastante imprópria resposta - Disparou a Sra. Sway ainda sem emoção. Balancei a cabeça num meio "sim" e voltei a abaixá-la agora por cima dos meus braços.
A Sra. Sway continuou aumentando o tom da voz para que a turma prestasse atenção.
- Acredito que o que Pope quis dizer é que o que nos motiva a seguir atrás das derrotas que trazem a vida é a nossa esperança em uma futura vida melhor – “Foi o que eu disse...”
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- "Mal começaram as aulas e eu já estava andando pelos corredores com um bilhetinho avisando que o Vice-diretor, Sr. Clemmons, queria me ver!"
- "Revistas aleatórias de armários é a ultima tática da direção na guerra perdida contra as drogas... Mas as revistas não são aleatórias na realidade.”
E lá estavam eles, o Vice-diretor e Jack, um dos oficiais do Xerife, com seu Pastor Alemão-"cão-feroz-detector-de-drogas", a minha espera ao lado do meu armário. Suspirei pesadamente.
- "Eu sei quando vão revistar antes que o Vice-diretor Clemmons nos pare."
Aproximei-me mais rapidamente deles e logo senti a simpatia irradiar.
- Hermione Granger! Isso pode ser divertido... – O oficial sorria tortamente. Eu sorri de volta sem emoção.
- Hermione, poderia abrir seu armário, por favor? - Pediu Clemmons calmamente. Respirando fundo, me virei para o meu armário e o "cão feroz" do policial começou a latir.
- Buster! – Reprimi-o uma vez e ele logo entendeu fazendo um chiado de lamento, abaixando a cabeça. Enquanto os outros dois olharam com reprovação para o Pastor Alemão eu revirei os olhos digitando minha senha.
- "Mas é claro que para o cão eu ainda era a mesma..."
Abri o armário e de imediato os dois vasculharam, com o olhar, cada milímetro, mesmo ele estando totalmente vazio! Exceto pela foto em formato de coração do Sr. Clemmons colada na porta.
- Uau! - Exclamei, fingindo cinicamente estar constrangida, mas me segurando pra não dar uma boa gargalhada - Isso é meio embaraçoso...
- "É claro que não resisti colocar aquela foto ali para promover isso!"
Clemmons sorriu desconcertado e olhou para o policial, que não estava com cara de muitos amigos, apontando a saída.
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E lá estava eu. Sentada, sozinha em uma mesa no meio do imenso pátio no intervalo, remexendo no prato do dia, em frente à mesa deles.
Na outra mesa um grupo de amigos pareciam divertidos. Na verdade, era a típica mesa de populares de um colégio. Tinha até um cara entregando pizzas!
- "Eu costumava sentar ali, naquela mesa. Não é que minha família tenha pouca ganância...
Meu pai não era dono de uma linha aérea como o de John Enbaum” - Um moreno de camisa verde e cabelo curto, meio espetado, sentado a direita e estendendo o cartão para pagar o cara da pizzaria. - “Não era embaixador na Bélgica como o de Shelly Pomroy”- A loira patricinha de camisa verde limão ao lado direito de John Enbaum.
- “Mas meu pai era o Xerife... E de alguma maneira isso subia o meu conceito.”
Um ruivo de olhos azuis, camisa clara e jeans, chegou e cumprimentou a todos.
- "Mas vamos ser sinceros, a única razão por me deixarem estar ali era por Ronald Weasley... Filho do bilionário Arthur Weasley."
Eu o observei sentar-se, e não notei quando me perdi em meus pensamentos.
- "Éramos namorados..."
--------------- XXX Flashback XXX -------------
- “Ele foi o primeiro cara que demonstrou para tudo e todos paixão por mim... Enfim, ele acabou me conquistando.”
No final do corredor dos armários vinha um casal, uma garota de cabelos castanhos encaracolados e um rapaz ruivo, alto e de olhos azuis. Abraçados e sorrindo, aparentemente felizes. Beijaram-se.
--------- XXXX Fim do Flashback XXX -------
- "Até que um dia, sem aviso prévio... Ele terminou tudo."
--------------- XXX Flashback XXX -------------
Hermione fechava seu armário, sorridente, virando-se para Rony, quando o viu se aproximar com o seu melhor amigo, Harry Potter.
Mas para a surpresa dela, ele apenas a olhou rapidamente e seguiu com o amigo, que apoiou a mão no seu ombro, me encarando confuso.
--------- XXXX Fim do Flashback XXX -------
Ainda com olhos fixos em Rony, não me dei conta de que Harry, moreno, atlético de olhos verdes, estava de pé ao lado dele, me encarando com cara de deboche.
Harry sentou no colo de Rony provocativamente, mirando-me fixamente e ironicamente.
- "E não nos esqueçamos de Harry Potter! Seu pai ganha 20 milhões por filme.”
Harry estava alisando o próprio peito. Rony o empurrava, olhava-o confuso e irritado.
Vendo que sua tentativa de me irritar não teve sucesso, sentou a frente do amigo, bateu uma palma e apontou pra mim, ainda rindo. Eu apenas o encarava com uma sobrancelha erguida, enquanto mexia na minha comida.
- “Toda escola tem seu próprio psicopata idiota.
Esse é o nosso!”
Estava tão nostálgica que não me dei conta quando alguém sentou a minha frente.
- Você esta bem? - Perguntou o garoto que estava amarrado mais cedo, agora vestido com uma camisa preta e uma xadrez por cima.
- Quê?
- Parecia... - Ele começou meio receioso, tirando uma maçã de um saco - Não sei, hipnotizada.
- Eu disse que você podia sentar aqui?
Ele me deu uma rápida olhada, balançou a cabeça negativamente e jogou sua maçã no saco, já se levantando.
Minha consciência pesou. Respirei fundo e falei antes que fosse tarde.
- Espere um minuto. - Ele parou e me olhou por cima do ombro - Claro que você pode sentar aqui, sente aonde você quiser.
Ele voltou a sentar com os olhos presos em mim.
- Foi legal o que você fez... Me tirar do mastro. - Começou sem jeito, agitando a mão direita no ar, meio que sem saber o que fazer.
- Bom... - Comecei suavizando meu rosto, forçando um sorriso fraco quando fui interrompida por alguém que vinha logo atrás.
- Minha boneca! - Sabia de quem era essa voz. Malfoy. - Não deveria estar esperando no mastro?
Ameaçou o loiro, olhos azuis acinzentados, motoqueiro, sentando ao lado esquerdo do garoto.
- Creio que não fui muito claro... - Continuou Malfoy. O garoto estremeceu, forçou um sorriso, mas o medo era transparente.
- Ok! Entendi! - O garoto começou a falar nervosamente. - Muito engraçado! Suponho que já estamos em paz, não? - Ele olhava apenas para frente.
- Você conseguiu o que Cara? Você conseguiu uma sentença de morte, é isso que conseguiu! - Malfoy estava ficando mais ameaçador com ele. Eu tinha que fazer algo.
- Deixe-o em paz.
- Garota, só escuto as mulheres falarem quando estão montadas em meu grande membro - Ele se levantou e veio até o meu lado.
Eu esperei ele se aproximar, minha expressão era sarcástica. - Elas só abrem a boca pra falar “Ooh” e “Aaah”, entende? - Ele continuou com sorriso no rosto.
- Se é tão grande por que não mostra pra todos nós? – “Patético, eu sei, mas eu tinha que fazer algo pelo garoto.”
- Cara, Malfoy! Não deixe a morena falar contigo assim! - Avançou um moreno de olhos escuros, amigo de Malfoy, que assistia a tudo. Ele estava indignado.
- Felix Coumbs! O que está acontecendo aqui? - O Sr. Clemmons acabará de chegar ao local, o loiro e o seu amigo entreolharam-se contrariados. - Vamos senhores!
Malfoy me deu uma ultima olhada de fúria antes de sair puxando Felix, que ainda relutava em se mexer.
- Hermione, por que os problemas perseguem você? - Perguntou Sr Clemmons enquanto empurrava Felix para sair dali. Eu sorri em resposta.
O garoto que há minutos antes estava nervoso, agora me olhava tranquilamente.
- Então, o que você fez?
- Que?
- Por que a sentença de morte? - Ele ponderou antes de começar a falar. - Oh, é... Ontem à noite quando trabalhava sozinho, dois caras entraram. Foram direto na parte de trás da loja e encheram seus bolsos de coisas...
----------------- XXXX Inicio do Flashback XXX ---------------------
- “Então toquei o alarme silencioso.”
Os dois caras andaram até o balcão, pegaram um doce e entregaram a ele.
- Wallace... - Leu um dos motoqueiros. O garoto olhou assustado pro próprio crachá e depois pros dois a sua frente.
O mesmo que falou seu nome, tentou desamassar uma nota e entregou a Wallace.
-"Suponho que eles pensavam que U$1,00 bastava"
- Fique com o troco! - Disse o de cavanhaque. Os dois começaram a gargalhar e sairam da loja. Wallace, ainda tenso, os observou sair.
- “Pouco tempo depois a policia chegou.”
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Um Xerife entrou no mercadinho.
- Você! Venha! - Chamou a Wallace, indo para o lado de fora imediatamente. Ele seguio silenciosamente o Xerife.
Do lado de fora estavam, no mínimo, 15 motoqueiros o olhando feio.
- O que esta acontecendo aqui? Eles falaram que pagaram - Perguntou um Xerife um tanto irritado e antipático. Wallace olhou para os dois motoqueiros, que estavam algemados ao lado, e viu a ameaça nos olhos deles. - E então, pagaram?
- Sim. - Sussurrou um Wallace sem vontade.
- Foi o que eu disse. - Falou o motoqueiro de Cavanhaque.
- Por que apertou o botão de alarme?
- Foi um acidente... - Começou nervosamente Wallace, coçando a orelha esquerda.
Irritado, o Xerife entrou na loja e foi direto ao local onde estavão as fitas gravadas pela câmera de segurança. Pegou-as e saiu.
- Jack, vamos! Temos o suficiente. - Disse o Xerife ao Oficial, levando os dois motoqueiros. O xerife chegou perto de Wallace e o cheirou antes de dizer:
- Você precisa ver um feiticeiro. – Olhando-o de baixo pra cima ironicamente sorrindo - E peça uns intestinos!
----- XXXX Fim do Flashback XXX -----
- Vá ver o feiticeiro? Ele disse isso? - Perguntei em meio à raiva e as memórias que vinham a minha mente
- Sim
- Parabéns, em pouco tempo já conseguiu se encrenca com o bando de motoqueiros e o povo do Xerife!
------------ XXX -----------
Estacionei na frente do escritório, ele ficava no primeiro andar do prédio.
- "Foi um choque ver o carro de Molly Weasley na entrada do escritório do papai.
É a mãe de Rony, ela me odeia tanto quanto adora seu filho."
Subi tentando imaginar o que aquela mulher queria aqui.
Quando estava prestes a colocar o meu ouvido na porta da sala do meu pai, senti que vinha alguém, dei um pulo para a minha mesa de recepcionista, que ficava em frente à porta de meu pai.
- Hermione Granger! - Cumprimentou Cliff, promotor publico amigo do papai, entrando rapidamente.
- Meu pai esta com cliente – Tratei de avisar, rapidamente me sentando.
- Estou vendo. Mas tudo bem, gosto de estar aqui conversando com você. – Sorriu, já sentando a minha frente.
- Como eu disse, meu pai está com um cliente. - Rebati rindo, pegando uma pasta e abrindo meu notebook.
- Eu ouvi. Seu pai passa a metade do tempo perseguindo tipos que violam a condicional. Não é o bastante. - Começou ajeitando-se na cadeira e cruzando as pernas. - De alguma maneira, todos os casos que vocês aceitam são resolvidos. Como é possível?
- Somos eficientes. – Sussurrei tentando entender onde ele queria chegar.
- Muito eficientes – Concordou. - Veja, vou deixar essa pasta aqui aberta sobre a mesa... Se você quiser dar uma olhada... - Finalizou inocentemente colocando a pasta a minha frente. Mordi meus lábios e o olhei desconfiada.
- Uma cliente minha, Loretta Cancun, dança no clube "Sétimo Véu”... – Ciff começou a explicar.
- Elegante... - O interrompi irônica, levantando uma sobrancelha.
- Essa é minha gente, Mione. - Disse quase implorando - Ela foi presa por vandalismo levando um taco de baseball, a maquina de lavar roupa, que roubou no quarto dela, suas moedas na Suds&Duds.
- E o Johnny Cochran foi fichado? – Disparei ironicamente
- Eu não aceito desculpas. - Afirmou ele sorrindo.
- Eu gosto desses casos - Continuou - Além do que, a Sra. Cancun disse que o "Sétimo Véu" tem uma maneira interessante de manter sua licença para vender álcool, apesar de sua política.
Eu levantei as sobrancelhas fingindo surpresa e ele se levantou.
- Ela quer fazer um acordo - Disse Cliff, já saindo - Se seu pai tiver tempo, ele deveria olhar isso.
Enquanto ele sumia pela porta, peguei a pasta para dar uma olhada, mas no mesmo instante ela saiu pela porta do meu pai,
- Não me leve a mal, Sr. Granger. Eu não gosto de você. – Comentou casualmente uma senhora ruiva, meio baixinha, mas muito elegante.
Ela parou de falar e sua expressão mudou no mesmo instante em que me viu sentada. Me analisou antes de continuar. - Eu odeio o fato de estar aqui e não saber se alguém vai ser julgado. E o compensado nesse problema, vai ser você. - Antes de sumir pela porta, avisou.
- Não ligue para minha casa, eu ligo pra você! - Me olhou mais uma vez, com extremo desgosto - Eu vou precisar disso logo.
Ela sumiu, e eu encarei meu pai, um baixinho, careca, buscando uma explicação.
Ele apenas disse "Oi" e voltou pra sua sala fechando a porta.
Nela tinha um símbolo de uma pirâmide e um olho no centro, logo a baixo estava escrito “Keith Granger".
Corri para a janela que dava na rua, para vê-la partir.
- "Claro, ela é uma puta, mas você pode culpá-la?" - Minha consciência falava demais - "Depois de tudo, papai tentou mandar o marido dela para a cadeia."
Mais tarde meu pai estava ao meu lado, na minha humilde mesa, jantando. Ele tentou puxar assunto pra fugir do perigo.
- Como foi na escola?
- Se acha que vamos falar sobre meu dia e não sobre o fato de Molly Weasley estar em seu escritório, você está enganado!
Ele arregalou os olhos fingindo surpresa com a minha atitude, claro, só fingindo, mas o sorriso entregava tudo.
- Você está tirando boas notas? - Insistiu, mordendo um pão, ainda com um meio sorrisinho.
- Weasley tem alguma coisa nisso, não tem?
- Eu sou um fã do pacote de laranja pulverizada...- "Meu pai sabia ser muito irritante quando queria".
- Minhas notas vão bem e eu gosto de laranja pulverizada também! – Abaixei meus ombros pesadamente, como se lhe implorasse - Agora podemos falar sobre a Sra. Weasley?
- Sim, ela pensa que ele está tendo encontros - Comentou cutucando a comida - Chegando tarde, contas de motel, etc.
- Apetite Sexual? - Ele me ignorou, irritado, ainda cutucando a comida. - Você pegou o caso?
- Bem, nós precisamos do dinheiro, Hermione.
- Eu ficaria enfurecida se não pegasse - Falei mais aliviada
- Eu não teria me importado. - Ele balançou os ombros indiferentemente e o telefone tocou.
- Granger Investigações? – Atendi - Um segundo.
- Keith Granger - Ele me cutucou pedindo algo para escrever - Há quanto tempo? O que esta dirigindo? Eu chego as 7:30 em San Diego e encontro você na fonte. Bom trabalho, obrigado.
- Esse cara do filme Andy o pegou em El Paso - Informou-me enquanto levantava - Outro dia, ele provavelmente sairá da linha, e eu terei que mostrar a cara.
- Você vai, eu marco um vôo pra você na hora que você chegar ao aeroporto. - Sugeri enquanto dava mais uma mordida no meu sanduíche. Ele logo correu para arrumar suas coisas.
- Quer um carro alugado no Texas? - Perguntei sorrindo, observando-o correr
- Quero. Nada extravagante dessa vez, Hermione. Sério! - Falava de dentro de sua sala, recolhendo alguns papeis.
- Uma Blazer não é extravagante - Comentei inocentemente, enquanto passava mais patê no meu sanduíche - Nós podemos pagar por ela! -
Ele apareceu na porta me encarando feio enquanto colocava o paletó. Eu levantei as mãos me rendendo e balançando os ombros.
- Ótimo, eu vou pegar um Crown Vic pra você! - Balancei a cabeça em um lamento enquanto me mexia inquietamente na minha cadeira - Uma vez policial...
- Não faça nada no caso Kane!- Me interrompeu começando a dar seus avisos - Eu cuido dele.
- Ok...
- Devido ao nosso relacionamento com aquela família...
- Certo! Eu disse "Ok!" - Interrompi o que seria um discurso.
- OK. Se tudo sair bem, estou de volta amanhã à noite. - Ele se aproximou com a mala - Se não, na noite seguinte. Eu vou ligar e fazer o Check In - Continuou sentando ao meu lado e me encarando
- Você sempre faz...
- E Hermione... - Começou, cautelosamente passando a mão pelos meus cabelos
- Sim?
- Quando for atrás de Arthur Weasley, leve o Backup!
- Eu sempre levo. - Sorri enquanto ele me dava um beijo na testa e saia apressadamente. "Ele me conhece demais, e isso é um perigo!"
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- "Quando o avião do papai pousar em El Paso, já devo ter achado Arthur Weasley na sua casa e seguindo-o até seu escritório.”
Estava no meu carro, já deviam ser 23:50, eu estava parada em frente as industrias Weasleys.
Observava-o pegar alguma coisa na sua mala no segundo andar, ele estava indo embora.
- “Streaming de vídeo foi inventado e aperfeiçoado aqui na Weasley Software.
O dia que a companhia abriu suas ações na bolsa, Arthur Weasley ganhou 1 bilhão de dólares.”
O esperei entrar no carro e dar partida para segui-lo.
- “Todos que trabalhavam pra ele, ficaram milionários.
Ele é amado aqui. Metade das pessoas dessa cidade devem sua fortuna a ele.”
---------------XXX Flashback XXX----------------
- “Eu conheço bem a família...”
Em um lava-jato uma garota ruiva usando um uniforme verde e branco, esfregava um carro. Era Gina. Ela sorria para Hermione, que a ajudava a lavar o carro.
- “O filho de Arthur, Rony, foi meu primeiro e único namorado.”
Ela dançava enquanto esfregava o capô.
- “A filha, Gina, era minha melhor amiga.”
- Nossa Gina, eu vejo que o Prozac está funcionando! – A provoquei enquanto ela passava feito uma bailarina por mim.
- Alta na vida, Hermione Granger. - Sorrindo, apoiou-se no carro com a mão esquerda, aproximando-se mais - Eu tenho um segredo. Um dos bons.
- Garotas! Menos conversa mais trabalho!
- Depois... - Gina cochichou sorrindo, enquanto deslizava novamente para frente do carro e voltava a esfregar.
- “Essas foram as ultimas palavras que eu troquei com Gina.”
------------- XXX Mudança De Flashback XXX-----------------
- “Na mesma noite, eu estava indo pra casa bem tarde, voltando de um jantar com o papai...
Ouvi na hora que chamaram pelo radio. A chamada dizia que havia um distúrbio na casa dos Weasleys.”
Eu estava na viatura, aguardando em frente a casa. - “Papai me mandou ficar lá.”
Enquanto observava a movimentação angustiada, sem saber o que tinha acontecido, avistei Rony na entrada, sentado em um banco, balançando-se para frente e para trás. Imediatamente sai da viatura e corri até ele.
- “No momento que vi Rony, sabia que era mais que um distúrbio.”
Quando cheguei perto dele, me ajoelhei na sua frente, mas ele pareceu não notar.
- O que aconteceu? Rony o que houve? – Ele não respondeu, continuou se balançando e olhando para um ponto fixo.
- Onde esta Gina? - Aquilo estava me deixando mais preocupada. Olhei para os lados e para os fundos tentando achá-la. Quando voltei meus olhos para Rony, ele agora estava olhando para mim, parecia ter acordado e estava começando a chorar.
- Rony, fale comigo, por favor! - Olhei novamente para os fundos, tinha um aglomerado na área da piscina. Corri para lá, meu coração já estava apertado com a idéia que me veio.
- "Mas todos sabiam essa historia. O assassinato de Gina Weasley.
Estava na capa da revista People, apareceu no Entertainment Tonight.
A cidade ficou lotada de jornalistas...”
Enquanto me aproximava, vi o Sr e Sra. Weasley abraçados. Mais a frente vi meu pai abaixado, e corri para o seu lado.
Foi ai que eu parei bruscamente de correr, o chão havia sumido, o ar não existia mais. Quando vi o seu corpo, o corpo da minha melhor amiga naquele chão. Seus olhos ainda estavam abertos, ainda passavam a imagem do susto e da angustia. Sua cabeça estava totalmente ensangüentada, parecia que algo tinha sido jogado intensamente ali. Minhas pernas tremeram, a minha visão ficou totalmente embaçada com a quantidade de lagrimas que se acumularam rapidamente. Levei minhas mãos à boca. Queria gritar, me jogar no chão e sacudi-la, mas não conseguia me mover.
- “E claro, todos lembraram de ler sobre o Xerife da cidade. Aquele que foi atrás do homem errado.”
- Oh meu Deus! – Foi esse pequeno sussurro engasgado que conseguiu sair queimando da minha garganta.
Senti alguém me abraçar e me puxar para fora, não precisei olhar, sabia quem era.
- “Esse Xerife era o meu pai.”
------------- XXX Fim Do Flashback XXX ------------
Segui Arthur Weasley até um motel da cidade. Tinha um Outdoor muito colorido que piscava “Camelot”.
- "Mas se meu pai não estava certo sobre Arthur Weasley, então parece que a Sra. Weasley está certa sobre ele agora."
Acompanhei ele subir uma pequena escada, que dava para o primeiro andar dos quartos. Me aproximei cautelosamente com o carro, meus faróis estavam desligados.
- "Não são muitos os encontros de negócios no Camelot à 1:00 da manhã."
Ele seguiu e parou em frente ao quarto de numero 6, deu uma olhada para tras antes de dar duas batidas na porta azul.
- "Dizem que a taxa de divórcios é o dobro para as pessoas que perderem um filho"
Encostei minha cabeça no acento meio cansada, não tirando meus olhos do Sr. Weasley.
- "Perder um filho... Agora tem um eufemismo para isso."
A porta foi aberta e ele entrou, fechando rapidamente a porta.
------------- XXX Inicio Flashback XXX ---------------
- "Foi difícil levar em conta o jeito que ela foi encontrada."
Enquanto aguardava a bibliotecária trazer o livro, senti todos os olhares daquele lugar pesarem sobre mim.
Quando olhei para dois garotos, que usavam o computador ao meu lado, eles rapidamente desviaram o olhar.
- O que? Vocês descobriram um jeito de destrancar o pornô? - Cochichei sarcasticamente para eles enquanto mexia em algumas revistas, que estavam no balcão a minha frente.
Um dos garotos, um asiático, respirou fundo e me olhou profundamente.
- É o vídeo de Gina Weasley. - Ele se mexeu inquietamente na cadeira antes de continuar - Como você acha que a família se sente?
Imediatamente fui para o lado dele, não acreditando no que estava acontecendo.
- "Seis semanas depois da morte de Gina, alguém pegou da delegacia o vídeo da cena do crime.
Em menos de 24 horas, ele estava na internet. Streaming de Vídeo tornou isso possível.
Alguém fez uma fortuna, enquanto papai levou a culpa."
Todas aquelas sensações voltaram, os olhos foram os primeiros a ficarem embaçados, os soluços apareceram logo depois. Tudo que pude fazer foi correr, correr pra longe dali. Mas não pude ir muito longe, a alguns passos estava Harry, parado a minha frente, de braços cruzados.
- Então seu pai ainda acha que o pai da Gina que fez isso? - Seus olhos verdes intensos estavam com lagrimas, cheios de angústia, e estavam sobre mim. - Ela era minha namorada. Sua amiga. Irmã do Rony. Seu pai esta destruindo a família Weasley! Qual o problema de vocês, hum!?– Perguntou-me não segurando o que sentia.
Eu não conseguia falar, minha garganta queimava tanto! Tudo que eu queria era sair correndo dali.
------------- XXX Mudança De Flashback ---------------
- “Como se não bastasse o colégio, tudo estava desandando em casa também”
- Ele Fez isso Lianne. O homem é um mentiroso! - Dizia meu pai a minha mãe.
- "A opinião do meu pai, de que Arthur Weasley era o assassino, se tornou insignificante. Uma reeleição de emergência o tirou do escritório."
Eles discutiam na sala, enquanto eu assistia TV.
-"Mamãe queria sair de Neptune.
A perda de Status e de renda foi muito para ela.”
Voltei-me para a TV, tentando ignorar, achando que tudo aquilo já iria passar.
- "Nós íamos nos mudar, mas não podíamos pagar uma casa.
Papai não queria fugir da cidade. E nem eu!"
O noticiário de emergência acabava de aparecer na TV. Era sobre Gina.
- Pai, vem cá! - Chamei-o, aumentando a TV. Ele se aproximou da sala rapidamente.
- Ei, desculpe querida - Ele começou indo para o meu lado direito - Eu e sua mãe vamos resolver isso...
- Olha - Apontei para a TV, ignorando suas desculpas.
Na TV mostrava um cara sendo levado algemado pelo atual Xerife, e a jornalista informava:
"... Abel Koontz, um dos primeiros empregados da Weasleys Software.
O Designer de software foi detido durante o estado de desenvolvimento de projeto de Software de Streaming de vídeo da Weasleys."
O novo Xerife o conduzia para fora do prédio, exibindo duas sacolas de evidencias, com dois sapatos e uma mochila.
“Sapatos e uma mochila que pertenciam a vitima foram descobertos no barco do Koontz pelo Xerife Don Lamb..."
Papai desligou a TV e se levantou. Eu estava imóvel, inexpressível.
------------- XXX Fim Do Flashback XXX -----------------
Já fazia algumas horas que o Sr. Weasley estava naquele quarto. Eu peguei um quente-frio, com um pouco de chocolate quentepara beber, quando ouvir um barulho de motos se aproximando. Olhei pelo retrovisor e suspirei.
- Bem... Isso não pode ser bom... – Sussurrei, apertando meu volante com as mãos enquanto os observava me cercar.
Dois deles se aproximaram, Malfoy logo tirou o capacete e gesticulou, mandando que abaixasse o vidro.
- Problemas com o carro Srta?
- Sim, de fato. Acho que pode ser um cinto solto... - Fingi pensar um pouco enquanto apoiava o braço esquerdo na porta. Vi Um dos seus amigos descer da moto e andar para o meu lado - Mas se você não se importar, cheque o capô!
- Ei Malfoy, quem começar primeiro... - Começou a dizer o que tinha se aproximado, mas Backup, meu Pitbull branco, que estava no banco de trás, não o deixou terminar, pulou em seu braço direito, jogando-o no chão.
- Tire ele de mim! Tire ele de mim! – Gritava no chão o motoqueiro
- Chame seu cachorro! – Felix apareceu ao meu lado, em defesa, automaticamente puxei a minha Taser, e dei um choque nele. Ele caiu paralisado ao lado do outro.
- Backup, quieto! – Ordenei e ele imediatamente largou o motoqueiro. Este levantou e saiu correndo para longe.
- Vamos dizer que empatou. - Eu tentei propor sorrindo, ainda com o braço apoiado na porta
- Senhora, vamos. É muito tarde para isso - Disse Malfoy, sorrindo na moto.
- Esse é o acordo: Deixe o menino da escola em paz por uma semana, e eu vou ter certeza que seu garoto anda.
- Por que se importa tanto com esse negro? - Azedou Malfoy - Por aqui dizem que é valentona, é?
- Sim, exatamente. - Respondi, ainda mantendo meu sorriso. Percebi que Felix já estava ficando de pé, e apertei a maquina em frente ao rosto dele, avisando-o.
- Certo, certo, Felix. Já vimos que é um otário, certo? - Falou rapidamente Malfoy tentando alertar o amigo. – Pelo menos uma vez, não seja estúpido!
- Bom conselho! – Disse calmamente olhando pra ele.
- Certo, uma semana! – Começou o loiro, olhando para o lado - Depois disso nos vamos pegar você, seu garoto e seu pequeno cachorro também!
- Backup, tranqüilo - Tranqüilizei quando Backup começou a rosnar.
- Você fica do lado de fora, se lembre... - Voltou a falar Malfoy, levantando o queixo - O amor de Malfoy é para sempre.
Fiz um sinal de "legal" com a mão, e os observei desaparecerem.
- "Essa é a reputação que eu tenho, é?”
Encostei minha cabeça no banco. - “Querem saber como perdi a virgindade?”- Respirei fundo para tentar afastar o mal-estar. - "Eu também..."
------------ XXXX Flashback XXX ----------------
Noite. Uma casa cheia de adolescentes. Eu estava usando uma maquiagem simples, um vestido longo branco, e meus cabelos estavam soltos.
Eu andava entre eles para dentro da casa.
- “Fui à festa de Shelly Pomroy só pra mostrar pra todo mundo que os comentários deles não mexiam comigo."
Todos bebiam e dançavam, mas não disfarçavam ao me encarar quando passava - "Foi um Erro" - Vi Rony lá. Ele já estava com outra garota.
Enquanto eu andava por aquele bando de adolescentes bêbados me dei conta que estava com um copo na mão.
- "Não sei quem me deu a bebida. Bem que eu queria saber.
Depois de ver Rony com aquela garota, eu não estava me apegando a detalhes."
Olhei para o copo e bebi todo o seu conteúdo.
- "Foi o resultado da típica mistura de rum, coca-cola e a drogas!"
Em poucos minutos eu comecei a sentir os efeitos. Tudo girava, minha visão embaçava.
Para que não percebessem, continuei andando até o lado de fora. Bem, eu não sabia se adiantou alguma coisa, pois desde que cheguei ninguém tirava os olhos de mim! Eu já não tinha idéia de onde ia parar.
Depois de andar até um ofurô, que estava cheio, identifiquei uma cadeira de sol mais a frente. Não pensei duas vezes e me joguei nela antes de apagar.
Quando acordei, o sol já estava lá e eu estava em uma cama. Sentia-me dolorida, mas não pude ignorar os fatos quando desci da cama e vi minha calçinha jogada no pé dela. As lagrimas logo estavam lá também, não segurei o choro. – “Como deixou isso acontecer Hermione?!”.
- "A primeira opção que veio a minha mente foi ir à delegacia. Afinal, o que mais poderia fazer?
Eu nunca contei nada para meu pai. Não sei o que teria feito se soubesse... Mas não seria nada bom.”
Caminhei até a delegacia descalça, abalada, meu salto estava na minha mão esquerda.
- “O que isso tudo importa agora? Já estava feito. Não sou mais aquela garota.”
----------- XXXX Fim Do Flashback XXX -------------
O Sr. Weasley estava finalmente saindo, e sua acompanhante indo a porta. Peguei rapidamente minha maquina fotografica, posicionando-a.
- “Muito bem senhora, vejamos quem é você!" – Comecei a dar os primeiros cliques esperando “a outra” aparecer, mas tudo que ela fez foi apoiar a mão direita na porta. “Ótimo, uma noite perdida!”
----------- XXX ----------
Mais um dia começava, e mais uma vez eu estava lá, naquele colégio infernal.
O estacionamento estava cheio e só pude estacionar longe da entrada.
Enquanto eu caminhava para a entrada, um T-Bird amarelo parava ao meu lado.
- Ei, Ronnie! - Era Harry, Rony estava no carona ao seu lado, haviam mais dois garotos no banco traseiro. - Nós decidimos que preferimos surfar a estudar hoje, você vêm? - Harry continuou, apoiando o seu braço na janela. Olhei-o sem emoção e continuei andando, sabia que não devia esperar nada bom dele. Ele me acompanhou com o carro.
- Rony promete tirar a camisa, isso te anima a vir? - Provocou-me, rindo com os dois do fundo. Rony olhava na direção contraria, silenciosamente. Harry continuava a me acompanhar esperando que eu dissesse algo, mas eu não ia dar esse gosto a ele.
- Isso te deixa excitada? – Insistiu, ainda sorrindo, eu apenas seguia meu caminho olhando para frente. - Ei Ron, mostre seus músculos para sua ex!
- Cale a boca, Harry! - Exclamou Rony encarando o moreno.
- Certo, certo! - Deu mais uma risada antes de voltar a me chamar. - Ei, ei, ei!
Parei e virei para encará-lo, ele estava com uma garrafinha de metal balançando.
- Que tal um pouco de licor barato? – Ele agitava a garafa a minha frente, - O que esta acontecendo, não é filha de sua mãe? Essa sim sabia beber! O que ela deve estar fazendo agora? Queria que estivesse conosco. - O encarei ainda sem emoção. Ele estava começando a pegar pesado - Sabe onde ela está? Tem alguma idéia?
- Deixe-a em paz, cara! - Rony tinha puxando-o, tentei ainda ter paciência.
- Oh, tranqüilo cara. - Harry guardou a garrafa e Rony voltou para sua posição imóvel. - Ela era divertida, cara!
Os observei desaparecer da minha frente.
- “Fazem 8 meses que não vejo minha mãe.
Um mês depois que meu pai perdeu o seu trabalho, ela sumiu.
Tudo que me deixou foi uma caixa de musica de unicórnio e um recado dizendo que algum dia voltaria por mim"
---------- XXX ----------
Caminhava pelo pátio no intervalo, vi Wallace sentado na minha mesa. Fui para lá e sentei-me a sua frente, tirando uma maçã e um livro da minha mochila.
- Garota – Ele começou coçando o nariz e sorrindo. - Deveria ouvir o que dizem sobre você!
- O que faz sentado aqui?- Perguntei serrando meus olhos nele.
- Eu cheguei primeiro! - Ele disparou rindo da minha pergunta
- Essa é minha mesa. - Bati minha mão algumas vezes nela enquanto falava.
- E isso que é uma boa mesa!- Wallace disse passando a mão devagar pela mesa. - De que é feita? De Carvalho? - Ele fazia uma falsa cara de espanto e eu o encarava descrente, meio de cabeça baixa. "Ele estava tentando bancar o engraçadinho comigo?"
- Olha, se as pessoas estão dizendo coisas terríveis... - Comecei calmamente, abaixando e balançando a cabeça negativamente, mas ele me interrompeu.
- Bem, acredito que tenho que escolher entre aqueles que riram de mim... - Voltei a olhá-lo e ele estava com um sorriso fraco, tímido, no rosto - Os que tiraram fotos de mim enquanto eu estava enrolado naquele mastro, ou eu posso ficar com a garota que cortou aquela fita...
Ele finalizou, sorrindo calorosamente.
----------X
Estávamos em uma das salas de Artes da escola, eu e Wallace. Entreguei um caderno para um garoto, que era o real motivo de estarmos lá.
- Isso é tão transado, eu amo isso! - Exclamou o garoto folheando o caderno.
- Bem, pode fazer isso? - Perguntei apoiando meus cotovelos na mesa - Precisamos urgentemente.
- Oh, sim! Por você eu faço tudo. Vou colocar esmalte grátis! - Afirmou ainda folheando.
- Vá para a cidade! - Disse dando uns tapinhas em seu ombro e saindo - Obrigado Corny!
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- "Enquanto Corny fazia sua parte, eu descarregava as fotos do motel."
Eu estava em meu quarto, na minha mesa de estudos, conectando a maquina ao notebook.
- "Toda garota tem um hobby. E o meu é a fotografia."
Havia um mural grande na parede a minha frente com algumas anotações e cheio de fotos, a maioria eram dos casos resolvidos com minha ajuda.
Abri a pasta de arquivos e selecionei a foto do fundo de um carro, pegando sua placa e mandei imprimir. Observei um pouco antes de colocar no meu mural.
Voltei para a sala com alguns livros para estudar. Se tudo desse certo, meu pai estaria chegando a qualquer momento.
Mal comecei a estudar e a porta se abriu. Ele entrou, parecia cansado, jogou a mala no chão e se virou pra mim.
- E...? – Perguntei impaciente com o seu silencio
- Quem é o seu pai? – Exclamou abrindo os braços e um sorriso. Eu sorri balançando a cabeça descrente e aliviada.
- Ah! Eu odeio quando você diz isso! – Exclamei o observando tirar o palito e começar a falar novamente
- Sabe que isso é importante. - Começou fingindo indignação - "Eu costumava ser transado!”
- Quando? - Levantei minha sobrancelha fazendo uma cara de descrença.
- Em 1977! - Respondeu folgando as mangas da camisa enquanto fazia uma voz arrastada e sem emoção - Trans-Am. Culto da ostra azul na pista 8... Uma ruiva Sexy fazendo programa por pouco dinheiro - Continuou mantendo aquela voz. Olhei para cima implorando para os céus e o encarei serrando os olhos. Ele ponderou um pouco. - Oh, espere, isso é uma canção de Springsteen. - Fingia cair na real coçando os olhos e apontando para mim - Nunca fui um transado!
- Não sei o que me aborrece mais - Comentei fazendo uma cara de nojo - "Sexy" ou "encalhada".
- Peguei nosso fugitivo de condicional a 100 metros do México!- Ele sorria e tirava os sapatos. Ele tirou um cheque do bolso e me entregou.
- 2.500 dólares, nada de saquês hoje! – Ele começou a fazer uma dança ridícula - Essa noite nós comeremos como a classe média baixa a que queremos chegar! - Rir enquanto ele cantava a novidade e dançava cada vez pior.
- Fogo no churrasco!- E começou a sumir pelo corredor.
E em 30 minutos lá estava ele, ao lado da piscina do condomínio assando bifes. Depois de terminar com os livros fui me juntar a ele, levando a foto do Sr. Weasley.
- Então Arthur Weasley foi à noite ao motel e se enrolou com alguma pessoa - Comecei chegando ao seu lado. Ele ainda dançava.
- Não disse algo para não se meter nisso? - Perguntou enquanto mexia a carne.
- Lembro que me disse algo sobre levar Backup. - Fingir ponderar, ele sorriu afirmando com a cabeça. Ele me analisou
- Tirou fotos?
- Nenhuma que valha a pena... A mulher nem saiu do quarto - Comentei fingindo lamento, ele ainda estava sorrindo. - Mas consegui fotos da placa. Pensei que poderia rastreá-las.
- Deixe-me vê-la - Seu sorriso foi substituído por um ar de preocupação. Eu o encarei intrigada. - Fique longe de Arthur Weasley! Não quero que faça mais nada nesse caso!- Continuou agora com um tom amargurado. - Vamos deixar o caso de qualquer forma.
- O que? Deixar o caso? Porque? o que está errado? - Indaguei confusa olhando-o voltar para casa - Quem é? Por que não me conta? - Fui atrás dele, ele virou abruptamente em seu ar autoritário.
- Hermione, Não! Já Era. Acabou! Fique longe dele!
----------- XXX ----------
- "Eu tenho outro caso para manter minha cabeça ocupada" - Eu estava no carro em frente a uma Casa Noturna - "Loretta Cancun disse que o "Sétimo Véu" tem uma forma interessante de manter sua licença para vender álcool."
Peguei minha filmadora na bolsa, que estava no banco do carona, e posicionei-a para a entrada da Casa Noturna.
-"Esta é a 1ª fase do meu plano pra salvar Wallace" - Dei um Zoom no nome da Casa - "A fase 2 começará amanhã.”
----------- XXX ----------
- Vamos! – Gritei enquanto empurrava a porta e subia uma escada no colégio.
- Ei, Marion Jones, reduza a velocidade! - Wallace vinha logo atrás. Eu parei em uma esquina que dava para observar os armários. Logo à frente estava Harry, abrindo o seu. Ao lado o oficial Jack e o Sr Clemmons o aguardavam.
- Esta ai... – Disse o Sr. Clemmons apontando para dentro do armário. Harry passou a mão pelos cabelos bagunçados e andou de um lado para o outro. - O que é isso Harry? Parece uma pipa para fumar maconha. - Adiantou o Sr. Clemmons para pegar o objeto dentro do armário.
- Isso é exatamente o que parece... - Sussurrou Harry olhando ao redor, atordoado, tentando entender o que estava acontecendo. O sinal tocou e em 2 segundos o corredor estava lotado.
- Foi você?! – Exclamou com um sorriso bobo quando me avistou enquanto estava sendo levado por Jack e o Sr. Clemmons. Eu estava apontando para mim e sorrindo, Wallace também sorria ao meu lado. - Sei que foi você! – Harry apontava para mim - Isso não termina aqui, Ok?
Levei a mão à boca sorrindo e bocejei.
- É tão atraente. Eu vou... - Ele começou enquanto era empurrado pelo Vice-diretor e Jack. Virou-se para eles tentando explicar- Escutem, me contrataram pra isso...
- Foi duro! - Exclamou rindo Corny, o garoto da sala de artes, que passava assistindo tudo. Estávamos todos rindo.
- Vejo você depois da escola – Lembrei a Wallace virando-me para ele - Vejamos se você fez sua parte!
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-"Depois da aula, levei Wallace ao Departamento do Xerife. Esta é a fase 3."
E lá estávamos nós. Dentro do carro na entrada no grande prédio branco.
- Você sabe... Nós podemos nos meter em algo muito perigoso por isso! – Comentou Wallace balançando o controle, que usava para pilotar seu avião, a sua frete.
- Dê aqui! - Tentei puxar o controle das suas mãos
- Espera, eu vou fazer! - Sussurrou puxando o controle pra seu peito - Só pensei que alguém deveria dizer o óbvio.
Eu o olhei esperando. Ele puxou a antena e apertou o botão do controle.
- Será que funcionou? - Perguntou Wallace me encarando preocupado.
- “Eu tinha planejado que a o artefato apreendido no armário de Harry pegaria fogo com alguma ajudinha.”
Em alguns minutos ouvimos as sirenes dos bombeiros se aproximar e parar em frente ao grande prédio. Eu olhei pelo retrovisor e depois para Wallace, que já estava rindo.
- Funcionou! – Sussurrei sorrindo, mordi meus lábios e voltei a olhar pelo retrovisor, observando os bombeiros entrarem no prédio.
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-“Fomos à academia dos bombeiros
Muitas pessoas nessa cidade ainda amam o papai. É útil às vezes..."
- Oi, Adam, Eddie! O chefe está aqui? - Cumprimentei dois bombeiros que estavam fazendo musculação na entrada da academia.
- Bem, se não é "Fumar é ilegal"? - Comentou sorrindo um bombeiro que vinha do lado esquerdo da academia.
- Eu ti vi em ação hoje, Phil. Muito valente! - Brinquei enquanto ia ao seu encontro - Fez o combinado?
- Trabalhei nisso - Sorrio, entregando-me uma envelope amarelo.
- Obrigada! – Agradeci saindo rapidamente.
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-“Outras vezes preciso trabalhar por mim mesma.”
Eu estava no escritório de meu pai. Na minha querida função de secretaria
Pelo notebook visualizei a placa do carro da amante do Sr. Weasley. Tirei o telefone do gancho e disquei.
- Departamento de policia de San Juan Capistrano. – Um cara atendeu. Procurei a minha melhor voz de recepcionista e comecei.
- Tony, é Inga! Adivinha? A rede caiu novamente. – Não sei de onde consigo fazer essas vozes, mas eu tinha que admitir que essa era a melhor parte de uma investigação depois de solucionar, é claro.
- Inga, já atualizei, deve ser a décima vez que faço isso.
- Eu sei Tony. Escuta, nós tivemos um atropelamento e fuga ontem a noite. - Tinha que ser rápida - A vitima anotou a placa, mas precisamos que alguém rastreie.
- Sem problemas, pode passar!
- Arizona, 4 - Victor - Golf - Zero- Zero – Zero – Agora era só esperar. Espiei meu pai para que não houvesse problema
- Meu Deus, Que Família! - Exclamou do outro lado
- O que é?
- Aquele carro está no nome de Lianne Granger. - Informou Tony. “Como? O que?” minha mente ia enlouquecer! Com o pouco de sanidade que me restava, respirei fundo, agradeci e desliguei. Meu pai abriu a porta minutos depois.
- Estou entediado – Comentou com uma xícara na mão, encostando-se em sua porta. - Outro dia talvez peguemos um filme ? – Sugeriu ainda na porta me encarando. Não tinha idéia da minha expressão naquele momento.
- Me explique de novo porque deixamos o caso Weasley? - Perguntei batendo a caneta que segurava impacientemente na mesa.
- Veja - Ele tomou um gole do que estava na xícara antes de se aproximar - Eu rastreei as placas e... É o que eu pensei... Espionagem industrial. - Finalizou indo à cozinha do escritório.
Eu o encarava de olhos serrados e mordia os lábios. Suspirei apoiando minha testa em minha mão direita enquanto escutava suas falsas desculpas.
- E é muito perigoso, você sabe... - Continuou da cozinha colocando algo na sua xícara. Ele estava de costas para mim - Não vão nos pagar o bastante, então... Deixa isso pra lá, está bem? – Pediu depois de um tempo em silencio. Suspirei mais uma vez abaixando minha cabeça.
- Está - Foi tudo que consegui dizer.
- Filme? - Ele perguntou ainda de costas para mim.
- Não posso - Peguei minha bolsa e comecei a sair o mais rápido que pude.
------------- XXX -------------
- "Fui ao Departamento do Xerife."
- Hermione! Ah, pequena Hermione, como você está? Como está seu pai? - Perguntava uma sorridente senhora que usava um suéter vermelho, na recepção.
- Bem, Inga. Nós estamos bem - Falei jogando o meu melhor sorriso no momento - Eu não te vejo desde... Desde... Um tempo. Você pode-me dizer onde está acontecendo o julgamento do caso Cortez/Winn?
- Sala Três. - Respondeu calmamente ainda sorrindo.
- Obrigada - Agradeci já indo embora.
- "A última vez que estive aqui? Vamos lá, Inga. Isso é facil."
------------- XXX Inicio Flashback XXX -----------------
Entrei no Departamento do Xerife. Estava voltando da festa, não estava mais descalça.
Inga estava na recepção nesse dia.
- Hermione! O que aconteceu com você? - Exclamou Inga preocupada se aproximando.
- Eu preciso reportar um crime! - Ela logo me conduziu a sala do Xerife Lamb. Relatei tudo a ele, nos seus olhos haviam chamas.
- Tem alguém em particular que você quer que eu prenda? - Perguntou se apoiando na mesa com um sorriso sarcástico.- Ou eu deveria só rondar os filhos das mais importantes famílias da cidade? - Continuou tentando conter o sorriso e fingindo preocupação. Eu o encarei chocada e descrente daquilo, suspirei olhando para o chão. - Eu não tenho nada de importante como evidência para te ajudar aqui - Seu sorriso veio sem o menor pudor agora - Mas não importa pra sua família, importa?
-"Ele estava caçoando de mim!"
Não pude conter uma lagrima que escorreu por meu rosto. Mordi os lábios tentando me controlar.
- Oh, olhe isso aqui... - Sussurrou Lamb se encostando na cadeira novamente. A cada segundo sua voz ia me dando mais náuseas - Ela chorou... Vou te dizer, Hermione Granger. Porque não vai ver o Feiticeiro? - Seu sorriso já estava de volta, ele se balançava na cadeira coçando o queixo. - Peça a ele uma pequena Barbie.
------------- XXX Fim Do Flashback XXX --------------
Entrei na Sala Três para acompanhar o julgamento.
- Quando a gente os encontrou, eles ainda tinham 20 sacos nos bolsos. – O Xerife Lamb sorria gabando-se. Seu sorriso desapareceu quando me viu entrar. Sorri para ele enquanto me sentava. Ele puxou o ar antes de continuar. - Eles disseram que tinham pagado pelas cervejas, mas nós vimos tudo na fita, então...
- Excelência, podemos mostrar a fita? - Interrompeu Cliff
- Vamos ve-la - Autorizou a juíza enquanto um Oficial ligava a TV.
- Ok, o que vocês vão ver aqui são dois acusados, eles entraram e... – Lamb calou-se ao ver que as imagens que apareciam não era nada do que ele estava descrevendo. Na verdade a fita mostrava um dos oficiais do Xerife saindo de um motel com uma garota ainda fardado, conduzindo-a para a viatura.
- O que estamos vendo aqui, Xerife? - Questionou a juíza assistindo atentamente o vídeo
- Hum... Excelência, eu... – Tentou falar, mas agora o Oficial estava dentro da viatura beijando a garota. Lamb mexeu-se incomodado na cadeira do tribunal.
- Xerife Lamb, esse é um dos seus Oficiais? - Agora ela o encarava seriamente. Tentei me endireitar na cadeira da platéia, eu não estava conseguindo segurar a risada - É assim que você dirige seu departamento? - A garota agora sumia por dentro da viatura. Lamb estava desolado.
- Excelência, essa é uma boa hora pra pedir o arquivamento do caso Povo Vs. Loretta Cancun? – Sugeriu Cliff. No mesmo instante Lamb olhou para mim, fiz uma arma com minha mão, apontei e fingi atirar dando um sorriso e piscando para ele. Me levantei e fui embora, queria ainda ir a praia.
-------------
Estacionei na praia. Wallace estava pilotando um mini-avião distraidamente. Fui até ele com o envelope amarelo na mão.
- Trouxe um presente - Sacudi o envelope enquanto chegava ao seu lado. Entreguei a ele.
- Eu devo muito a você! - Disse claramente agradecido depois de abrir o envelope e ver uma fita de vídeo.
- Eu tive minhas razões pra fazer isso, acredite em mim.
- Ah não! Você acha mesmo que eu vou deixar você sair com isso? - Questionou me encarando profundamente - Isso pode funcionar com as massas... Mas por trás de uma mulher nervosa, tem uma mulher jovem ligeiramente menos irritada. Que quer morrer fazendo algo por mim! Você é um marshmallow, Hermione Granger! - Exclamou sorrindo. Eu o encarava divertida. - Uma centelha!
- Posso tentar? - Apontei para seu avião. - "Eu estava conversando com alguém sem insultar?" - Ele apenas sorriu calorosamente e me entregou o controle.
Depois de um tempo consegui colocar pra decolar o avião.
- Ok, como eu faço o "loop de loop"? - Meus olhos estavam presos no avião, mas eu sabia que ele não estava mais sorrindo ao meu lado.
- Ei, Hermione? - Ele estava com um ar de preocupação. - Seu carro!
-"Ótimo" - Entreguei o controle a Wallace e fui andando rapidamente até meu carro. Lá estavam Harry e alguns dos seus puxa-sacos. Ele segurava um pé de cabra e estava deitado no meu capô.
- Ei, Hermione Granger - Disse se levantando quando viu que eu estava em frente ao meu carro. Wallace já estava do meu lado. Harry se aproximou
- Você sabe o que sua brincadeira me custou? - Enquanto me olhava, ele mexia impaciente o pé-de-cabra
- Bem, eu tenho certeza que você não vai ter sua pipa de maconha de volta - Respondi tranquilamente. No mesmo instante ele atacou meu farol direito e o destroçou.
- Resposta errada. - Sorriu girando o pé-de-cabra. - Você gostaria de tentar de novo?
- Claro! Seu senso de humor. - Sorri de volta, afinal, ele ia quebrar tudo mesmo.
Ele ainda deu uma risada antes de atacar o farol esquerdo. Eu apenas o observava de braços cruzados, mordendo os meus lábios. Tentava não transparecer nada, era uma dor horrorosa suportar ele quebrar o meu carro.
- Não! Você é sempre boa em jogos de perguntas. - Ele girou a ferramenta mais uma vez olhando o horizonte antes de continuar - A resposta é meu carro!
- Tá certo, meu pai vendeu meu T-Bird. E sabe o que não terei mais? - Questionou se aproximando e colocando a ferramenta atrás do seu pescoço, chutou uma pedra e ficou cara-a-cara comigo - Engraçada, muito engraçada.
- Harry? - Um dos seus animaizinhos o chamou, o barulho do ronco das motos chamou a atenção de todos. Harry olhou para trás e viu todos os motoqueiros pararem ali. Malfoy tirou a capacete enquanto descia da moto
- O que temos aqui? - Ele caminhava na nossa direção. Harry agora adiantou dois passos pra ele - Vandalismo? Não, não mesmo.
- O único vandalismo que acontece nessa cidade é através de mim - Malfoy estava agora cara-a-cara com Harry.
- Olha cara, eu não tenho nenhum problema com você - Harry dizia tranquilamente tentando amenizar a situação. Malfoy balançou negativamente e se aproximou mais ainda de Harry. Estavam a poucos centímetros um do outro.
- Ai é que se engana - Malfoy o encarava cruzando as mãos a sua frete.
- Ei cara, Essa O-Town é boa? - Felix estava no carro da turma de Harry com um CD na mão balançando - Quer dizer, minha irmãzinha gosta deles, mas ela gosta de pôneis e Karaokês também...
Todos os motoqueiros estavam rindo. Harry fechou o punho fortemente encarando a todos ali.
- Geralmente sinto como na cena do The Outsiders - Sussurrou Wallace ao meu ouvindo.
- Tente relaxar - Aconselhei-o
Malfoy tomou a ferramenta e caminhou na direção do carro da turma de Harry.
- Ei, esse não é o carro dele, esse é o carro da minha mãe - Um cara havia se adiantado a frente de Malfoy colocando a mão na direção dele tentando impedi-lo
- Ela pode alugar.
O garoto desistiu afastando-se. Harry olhava tudo com estremo ódio, é claro que ele não iria tentar nada, estava em menor numero, ele podia ser um psicopata idiota, mas não era burro.
Malfoy voltou-se para o carro e acertou o capô e o farol esquerdo. Olhou pra Felix que sorria, Malfoy balançou a cabeça mostrando insatisfação e com toda sua força golpeou o capô mais duas vezes deixando um enorme buraco no mesmo.
- É isso. Um bom prejuízo - Malfoy passava a ferramenta ao que tentou impedir-lo - Eu não vou dizer isso duas vezes. Exceto pra você. - Malfoy agora andava para a frente de Harry, que o encarava tranquilamente. - Diga que sente muito!
Eles se moveram um pouco, apenas para ficarem frente a frente.
- Nem que a vaca tussa! - Sussurrou Harry, levando a mão direita para trás da cabeça, coçando-a e sorrindo. Mal ele terminou de falar e Malfoy o golpeou na barriga.
- Eu mandeu dizer que sente muito! - Falava imperativamente observando Harry levantar puxando um pouco de ar.
- Beije minha bunda - Respondeu ainda respirando com dificuldade. Eu o conhecia, era demais para ele, ia acabar morrendo. Malfoy tinha o acertado na cara dessa vez.
Harry tinha ido ao chão de novo, eu respirei fundo olhando para o chão. Apesar daquele tremendo idiota merecer uns socos, aquilo estava me angustiando.
- Agora! – Ordenou Malfoy que observava sorrindo, Harry cambalear ao se levantar e limpar o nariz que estava sangrando.
- Deixe-o ir ... - Pedi tranquilamente olhando par Malfoy.
- Tem certeza? Eu poderia fazer isto por um bom tempo - Ele me olhava confuso e sorrio ao final quando voltou a encarar Harry.
- Eu não quero as desculpas dele - Balancei os ombros colocando minhas mãos nos bolsos detrás do meu Jeans.
Harry não parava de passar a mão no nariz para tentar limpar o sangue, encarava inexpressivamente Malfoy. "Além de um idiota é um teimoso orgulhoso".
O loiro o analisou-o da cabeça aos pés antes de se aproximar de mim, deixando o caminho "livre" pra o moreno sair. Este rumou para o carro calmamente sem olhar pra trás.
- Digamos que a fita simplesmente... Suma? - Começou Malfoy virando-se para mim.
- Isso é possível - Respondi observando Harry partir com seus amigos, provavelmente iriam para um hospital cuidar do nariz dele.
- Meu tio tem uma academia na estrada - Ele apontava para a saída ainda me encarando - Se você vier, sabe... Eu poderia ter certeza que seu corpo ficará bem.
- Ta, agora suas desculpas
- Me desculpe, não foi tão sujo! Ele merecia...
- Pra mim não, idiota. Pra ele! - O cortei indicando com a cabeça Wallace que estava ao meu lado até agora calado.
- Certo... Não. - Rebateu fazendo uma cara de deboche.
- Bom, ele tem a única copia do vídeo do Sac&Pac - Avisei-o, virando-me para o dono da fita - Wallace, vamos decidir o que fazer com isso.
Wallace apenas afirmou com a cabeça já começando a andar.
- Ta, espere ai, espere! Olha... Me desculpa cara... Por ter te amarrado. - Falou Malfoy rapidamente. Eu parei e me virei para ele, depois olhei para Wallace, esperando sua resposta.
- Ta, tudo bem.
- Posso ter a fita de novo agora? - Wallace fez uma careta, pensou por três segundo e respondeu
- Não.
Eu gargalhei e fui acompanhar Wallace até meu carro. Ele ainda sorriu calorosamente para Malfoy, que o queimava com os olhos, antes de entrar no carro.
------------- XXX --------------
- "Esta manhã quando acordei, eu tinha uma única pessoa no mundo que poderia contar."
Eu já estava do outro lado da rua em frente escritório do papai, apoiava minha cabeça no banco virando meu olhar para a janela do meu pai.
Ele estava lá, arrumando as coisas para ir embora.
Em dois minutos ele tinha desligado tudo e estava entrando no seu carro do outro lado da rua.
Eu o esperei partir para sair do carro.
- "Mas tem uma coisa que eu aprendi nesse trabalho...
As pessoas que você ama te deixam pra baixo."
Entrei na sua sala e fui ao canto direito onde ficava um cofre, quase do meu tamanho, com um aquário em cima.
- "Papai acha que eu não sei onde ele guarda a combinação do cofre."
Me agachei em frente ao cofre e digitei a senha calmamente.
- "Ele está errado.
Claro, eu nunca precisei usar isso."
Abri e peguei uma grande pasta de arquivos, apoiando-a na mesinha.
- "O arquivo do assassino de Gina! O que papai estava fazendo?"
Puxei várias pastas analisando-as, tinham fotos e documentos. Muitos documentos.
- "Algumas dessas notas tem menos de um mês... O caso já esta encerrado, mas ele ainda não desistiu do caso!"
Puxei mais uma pasta. Esta estava cheia de fotos de Gina na autópsia. Tinha ainda a foto da placa da amante do Sr. Weasley.
- "Minha foto do Camelot? Porque isso está no arquivo de Gina?
O que a mamãe estava fazendo lá, e que negócios ela tinha com o Sr. Weasley?"
Arrumei tudo e fechei novamente o cofre antes de ir até minha mesa e ligar meu notebook.
- "E a pergunta de um milhão de dólares: Porque papai mentiu pra mim?"
A porta se abriu de repente. Olhei imediatamente e minha respiração parou por um minuto.
- O que você esta fazendo de volta aqui? - Era meu pai, estava vindo na minha a direção sorrindo docemente - Eu vi a luz.
- Esqueci alguns livros... - Tentei respirar tranquilamente enquanto o encarava.
- Então vamos ao Adam Ant! Vamos? - Ele ainda sorria - É a noite de diversão em família! Eu liguei para o Mama Leone's, aluguei o filme do South Park.
- Meu favorito... - Tentei sorrir, minhas mãos estavam inquietas com o chaveiro.
- Ei... Quem é o seu pai? - Ele abriu os braços sorrindo. Eu o encarei
- Você é. - Sorri enquanto me levantava e ia ao seu encontro - Eu tenho que fazer uma parada, então... Encontro você em casa?
- Ta. Se apresse. - Me encarava seriamente segurando os meus ombros - Eu me preocupo com você.
- É claro que sim. - Sorri e dei um beijo em sua bochecha antes de partir.
- "Tá, ele mentiu pra mim. Mas tenho que acreditar que ele tem suas razões.
Ele está provavelmente tentando me proteger! Isso é o que um pai faz."
Já estava dirigindo, olhava o retrovisor pra observar o transito.
- "Ainda tenho muitas perguntas na minha cabeça pra esperar até que ele não me esconda mais nada. Essas perguntas precisam de respostas! Isso é o que eu faço.”
Estacionei o carro, subi umas escadas e parei em frente à porta verde que tinha o numero 6 dourado. Eu estava no Camelot.
- "Tá, é um tiro longo, mas eu não consigo me ajudar."
Bati algumas vezes e fui me encostar no parapeito da varanda.
- "Eu acreditava que sabia de que família eu era...
Agora estou certa que eu não sei mesmo.Mas eu prometo isso:
Vou descobrir o que aconteceu realmente, e vou juntar essa família novamente."
Esperei por mais alguns minutos e ninguém apareceu. Voltei calmamente para o meu carro e dei a partida.
- "Me desculpe, isso está mole demais?
Bem... Você sabe o que eles dizem... Hermione Granger, ela é um marshmallow."
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O primeiro, gigante eu sei ... Mas vão ser todos assim =/
Desculpa por qualquer erro!
Xo.Xo.
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