A Difícil Arte de Manter-se Vi
Capítulo 5-
A Difícil Arte de manter-se vivo
Nick não teve mais febre e levantou com um tom rosado no rosto na manhã seguinte, os olhos pareciam mais vivos, e Nina resolveu sair com ele daquele lugar escuro. Não era ambiente para crianças. Dryade concordou, e conduziu-os aos jardins de Hogwarts.
- Aqui é seguro. Só não se afastem muito. Virei buscá-los para o almoço, me desculpem, tenho uma aula agora. – Abraçou a sobrinha e bagunçou os cabelos de Nick.
- Obrigada tia!
Nina caminhou até o lago levando Nick pela mão. Àquela hora os jardins estavam vazios. Os alunos já deveriam ter se encaminhando para as aulas da manhã e os professores também. Dentro do castelo por onde passou a correria era grande, mas, crianças de todas as idades a encararam e o pequeno de cabelos platinados. Teve muito tempo para pensar e começar uma conversa muito séria com Nick.
- Nick meu bem, precisamos conversar e hoje quero respostas!
O garoto a encarou com ar de melancolia.
- Temos que falar daquela noite... – Ela para por um instante vendo a expressa do garotinho, um misto de medo e de surpresa pela professora saber do acontecido. – É eu sei o que aconteceu, mas, você tem que me dizer. Vamos lá conte a historia para mim, querido.
Diante da ordem expressa, o garoto ficou lívido e começou.
- Eles apareceram e apontaram varinhas para o papai perguntando do filho do Malfoy. – Ele tinha medo estampado em seu pequeno rostinho.
- Continue. – Insistiu Nina.
- Papai disse que não sabia do que eles estavam falando. Então ouvi um grito da Mamãe, meu irmão correu para a sala e aí eu vi pelo vão da porta, um raio verde saindo da varinha e meu irmão caiu no chão... E... Meu... Pai gritou que ele estava morto e... Eu saí pela janela...
Nina abraçou o garotinho que chorava e tremia convulsivamente, foi sussurrando palavras doces no seu ouvido até que ele relaxou e dormiu Nina o aninhou em seu colo, finalmente depois de dias ela ouvia a voz do garotinho. A garota não soube por quanto tempo ele dormiu, quando acordou estava mais calmo.
- Onde está o papai senhorita Nina? – Ele perguntou com amargura.
- Meu bem, ele... Também morreu. Todos... – Nina tinha lágrimas nos olhos que sufocou para dar força ao garoto.
- Eu já sabia...
O garotinho parecia enfrentar seus fantasmas com uma resignação que os pais trouxas nunca tiveram, não era realmente filho deles. Sempre tivera essa impressão, mas pensava ser ciúmes do garoto. Desde que olhou para os olhos de Nick teve a impressão de que o conhecia e mais, tinha um carinho maternal por ele, e ficava irada com o modo que a madrasta o tratava. Precisa se controlar sempre que estava na presença dela.
- Nick. As coisas mudaram desde que encontrei você na rua naquele dia, você sabe que estivemos fugindo, não sabe? – Nina foi com cuidado, o terreno por onde andava era sensível.
- Sim Senhorita Nina.
- Então. Lembra aquela historia da bruxinha boa que eu contava, e que você sempre pedia para que eu contasse de novo? - Achou melhor enfeitar um pouco.
- A da Bruxinha Tatá?
- Sim, meu bem. Ela não é uma historia, é de verdade. A bruxinha Tatá cresceu, e virou uma professora e conheceu um garotinho corajoso chamado Nick. E se lembrou de tudo. A Tatá sou eu... – Nina olhava para o garotinho torcendo para que ele entendesse o recado.
Nick arregalou os olhinhos prateados e levou as mãos na boquinha. Logo um sorriso nasceu em seus lábios. Ele a abraçou, realmente adorava a Tatá e todas as aventuras dela no orfanato. Mas, não entendia bem o que significava.
- A Senhorita é uma Bruxa? Pode fazer feitiço? – Perguntou ainda meio incrédulo.
- Ainda não sei fazer feitiços, mas vou aprender, junto com você. – Nina cutuou o garoto fazendo cócegas em sua barriga.
- Eu? Eu sou um bruxo? – Seu rostinho era de pura curiosidade.
- Sim, você é um bruxo. Todos aqui são. Eles vão nos ensinar a fazer feitiços. – Nina suspirou aliviada. O garotinho havia entendido tudo e não estava com medo, pelo contrario.
- Papai era bruxo? – A tristeza voltou a sua voz.
- Não... – Nina fez uma pausa e continuou. – Tem outra coisa que você precisa saber. Seu pai verdadeiro é aquele loiro que tomou café conosco ontem. Você se parece com ele.
- Não é não. Eu odeio ele! – O garoto falou irritado, e fechou o cenho.
- Olha os modos mocinho! Como você pode odiar alguém que não conhece? Você gostava da Tatá e nem a conhecia! – Nina tentou firmar a voz para que o garotinho refletisse sobre seus sentimentos.
- Agora conheço e adoro ela! – Nina percebeu que com certeza o garoto tentava desviar o assunto.
- Então eu não quero saber do mocinho sair por ai odiando as pessoas sem conhecê-las. Ok?
- Está bem! – Disse ainda muito irritado, mas reconhecendo a autoridade da professora.
- Como eu ensinei? – Nina não perdeu o mal humor do garoto de foco.
- Sim, Senhorita Nina.
- Nick, você tem que ser muito educado aqui, principalmente quando estiver com a Professora Dryade que é minha tia, e com seu pai também! – A garota já via as objeções do garoto caindo por terra.
- Sim, Senhorita Nina. – Disse o pequeno resignado, ele já aprendera que brigar com a professora não era um bom caminho.
Nina sentiu que alguém se aproximava. Instintivamente levantou-se e colocou Nick atrás de si. Ficou aliviada quando reconheceu Hermione, Harry e Ronny que vinham na direção deles. Nick teve medo. Mas eles perceberam a atitude do garoto e pararam a uma distância segura deles.
- Bom dia senhorita Noxon! – Harry cumprimentou cordialmente a garota.
- Bom dia a todos. – Cumprimentou formalmente.
Nina puxou Nick para frente e abaixou-se para ficar da mesma altura do garoto e tranqüilizá-lo.
- Está tudo bem querido, são amigos, os bruxos que lhe falei. Amigos da Tatá! Seja educado. – Nina disse quase num sussurro.
Nick abriu um pequeno sorriso para Harry que pareceu atônito com a visão. Hermione já contara as novidades, mas era como se voltasse no passado, quando entrou em Hogwarts e não aceitou a mão de Draco. O garotinho realmente tinha o porte aristocrático dos Malfoys.
- E você, garoto, qual é o seu nome? – Harry abaixou-se enquanto falava.
- Nicholas Alexander... - Parou e olhou para Nina como se pedisse ajuda, quem era ele agora?
- Malfoy querido. – Nina veio em seu socorro.
- Nicholas Alexander Malfoy, Senhor. – Nick encarou Harry seriamente e lhe estendeu a mão para o cumprimento formal.
- Bem, estes são meus amigos, Rony e Hermione, e Gina minha esposa. – Harry apontou para os amigos enquanto falava ainda abaixado junto ao garotinho.
Nick sorriu e apertou as mãos de todos.
- Ficamos sabendo que a professora Noxon vai treinar você, ela é exigente, uma bruxa poderosa, ajudou-me diversas vezes na guerra. A todos nós. Está em boas mãos. Além é claro de ser sua tia! – Harry fez uma pausa. – Que tal conhecer o lugar?
- Não sei... – Nina ficou um pouco desconfortável.
- Estará segura conosco. Não se preocupe. – Hermione interveio.
- Tenho que estar diante das escadarias ao meio dia. – Nina se lembrou das determinações da tia.
- Estaremos. – Ginny afirmou.
- Então vamos. – Por fim Nina concordou.
A conversa foi agradável. Nick colocou em prática toda a sua “educação” deixando uma certa professora muito orgulhosa. Quando chegaram ao campo de quadribol e Harry explicou o que era, os olhinhos de Nick brilharam.
- Voar? De verdade? – Nick estava entusiasmado.
- Nunca vimos ninguém voar em vassouras. – Ajuntou Nina ainda mais atônita.
- Então vamos voar! – Gritou um entusiasmado Ronny.
- Acho que não é uma boa idéia! – Nina não podia conceber a idéia.
- Bobagem, Nick vai gostar. Accio Firebolt! – Harry não deu muito ouvido a negativa de Nina.
Harry convocou sua vassoura e Rony a dele.
- Lá vão os garotos exibidos! Certas coisas nunca mudam. – Disse Hermione para Gin, e a três garotas riram.
- Venha Nick, você vem comigo. – Disse Harry montando na vassoura.
- E a senhorita comigo. – Rony esticou a mão para Nina.
- Pode ir, o Rony é competente. – Assegurou Hermione, um tanto contrariada, mas controlou seu ciúme.
O vôo foi emocionante Nina sentia o vento frio batendo em seu rosto! E ouvia Nick dizendo empolgado a Harry, “Mais alto!” e escutava a risada dele. Por alguns momentos ele se esqueceu de tudo e sorria. Nina nesse momento pensou que Draco poderia estar com eles. Um arrepio percorreu sua espinha. Uma dor partiu seu peito, num vislumbre viu Draco estirado no chão, havia sangue em suas vestes. A visão lhe causou muito desconforto e disse a Rony.
- Quero descer... – Nina tinha a voz trêmula.
Rony percebeu que havia algo errado e sinalizou para Harry descer.
- O que houve Noxon? – Perguntou Ronny preocupado.
- Malfoy... – A visão ainda doía em seu peito.
Nina respirava com dificuldade. Nick tinha os olhinhos assustadiços, não entendia bem o que acontecia, na verdade nenhum deles ali.
- O que tem Malfoy? – Perguntou Harry já preocupado com a situação.
Colocaram o amigo em uma equipe de novatos, isso não era incomum, mas deixou Harry com certa suspeita. Eles estavam investigando os atentados que voltavam depois de cinco anos acontecer no mundo bruxo. A desconfiança de que alguns comensais estavam se juntando era a mais nova preocupação do Ministério.
- Ele está ferido... Ele... Sangue... Potter tem que ajuda-lo... Por favor... – Nina agora tinha desespero na voz. Não sabia de onde vinha a certeza de que aquela visão era real. Mas, acreditava nela com todas as suas forças.
- Está tudo bem. Ele deve estar de volta da sua missão hoje ainda. – Ronny tentou tranqüiliza-la enquanto Harry refletia.
- Você não entende! Ele está em perigo. – Nina estava perdendo a sanidade, como explicar algo que nem ela entendia?
Nina estava lívida. Tremia e sua respiração era ofegante. Hermione percebeu que não se tratava de um descontrole emocional. Sentiu a magia que fluía da garota e entendeu o que se passava.
- Harry ela é uma sensitiva. A mãe dela era. Geralmente o dom passa de mãe para filha.
- Vamos falar com McGonagall. – Harry disse já se encaminhando para o castelo.
Hermione ajudou Angel a se levantar, a cor já voltava a suas faces.,. A passos rápidos foram até o gabinete da diretora de Hogwarts. Rony protestou. Seria uma doninha a menos no mundo. Nick o olhou com olhos faiscantes e uma carranca que Nina não recriminou, se a ocasião não fosse tão séria teria achado graça, para quem odiava o novo pai, ele estava muito ofendido com os insultos de Rony. Por sua vez Hermione deu-lhe um beliscão, e chamou atenção do namorado.
Na sala de McGonagall Nina explicou o que vira. Não podia ver muitos detalhes. Somente sangue. Muito sangue. Harry usou a lareira da sala para obter informações sobre a missão no ministério. As noticias não eram nada boas. Malfoy estava morto. Dumbledore que acompanhava tudo do seu quadro mandara chamar Dryade que entrara no gabinete naquele momento.
- Professor Dumbledore, algum problema? – Perguntou Dryade preocupada ao ver Nina e Nick na sala.
- Sim. Tivemos noticias da missão do senhor Malfoy, segundo os aurores que faziam parte de sua equipe, ele está morto. Mas, segundo a senhorita Noxon, ele vive. Deve ser prisioneiro a essa hora. A senhora e o professor Snape tinham informantes durante a guerra, poderia tentar contatá-los e descobrir seu paradeiro? – Perguntou o antigo diretor demonstrando preocupação.
- Como ela?... – Dryade estava atônita.
- Ela é uma sensitiva. – explicou McGonagall.
- Compreendo. Vou ver o que posso fazer, vou precisar de alguém que me substitua hoje. E alguém que fique com a Nina e com o garoto.
- Vá Dryade. Cuidaremos de tudo! – Tranqüilizou a diretora.
Harry entrou pela lareira, seguido de sua equipe direto para o Ministério. Eles precisavam se reunir e começar a procurar Malfoy mais uma vez. Ele tinha um talento para seqüestros. Mesmo sendo colocado em serviços internos como o de fabricar poções em Hogwarts.
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