Outbursting & Reminiscing
Disclaimer: Que chatice, porque raio a JK tem de ter tudo para ela? :c
Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin
Chapter 13: Outbursting & Reminiscing
'Bando de idiotas. Já não basta tudo aquilo que tenho de aturar, ainda tenho de levar com as picardias destes dois. Haja paciência!'. Cissa entrava agora no castelo e, disposta a aproveitar o resto da tarde, seguiu calmamente até aos pisos superiores, tendo como destino a torre de astronomia. Ao subir a escadaria do 5º andar, quase que chocava com Daphne e Erika.
- Então meninas, que andam a fazer? – perguntou Cissa.
- Vamos até à biblioteca tratar de uns trabalhos de Feitiços. Vens connosco? – questionou Daphne.
- Saí de lá há pouco, não me apetece voltar. Estava a pensar em ir até à torre de astronomia, relaxar um bocado.
- Não podes subir até lá, Jones. – afirmou Erika, que nunca gostara muito de Narcissa. – O Director mandou fechar aquela área para reparar definitivamente os danos causados no ano pasado, naquela noite. – acrescentou, num tom menos frio. Cissa deu-lhe um sorriso amarelo.
- Obrigada Pratt, mas não vai ser o Professor Snape a impedir-me de subir lá a cima.
- Erika, e se fosses andando? Eu já lá vou ter contigo. – disse Daphne, interrompendo qualquer resposta que Erika estivesse a planear dar a Cissa.
- Tudo bem. Até já. – respondeu, descendo as escadas e desaparecendo do campo de visão das raparigas. Daphne olhou em volta verificando se estavam sozinhas antes de falar.
- Narcissa Jones, o que é que tu vais fazer? Nenhuma loucura, espero eu. – disse Daphne, autoritária.
- Não te preocupes, mamã, vou só fazer aquilo que disse que ia fazer: relaxar. – A loira olhou-a desconfiada, mas suspirou em resignação.
- Não te esqueças que ninguém te pode ver a passar pelas zonas proibidas. – lembrou Daphne, começando a descer os degraus. Cissa riu.
- Sabes, costuma dizer-se que se não queres que ninguém saiba, não o faças. Eu tenho uma versão diferente. – disse, subindo rapidamente as escadas. Daphne voltou-se e sorriu.
- Ai sim? Qual?
- Se não queres que ninguém saiba, torna-te invisível e depois fá-lo.
Daphne riu e, com um aceno, desceu em direcção à biblioteca.
– Erika, posso falar contigo por um momento? – perguntou Daphne, pousando a pena.
– Claro, Daph, que se passa?
– Nada, apenas preciso de desabafar.
– Fala à vontade, estou a ouvir. - Daphne sorriu, agradecida.
- Nem preciso de te dizer sobre o que é que preciso de desabafar.
– Oh Daphne…de novo? O que se passa contigo? - Daphne riu.
– Eu sei, mas desta vez não é bem a mesma história.
- Então?
- Acho que gosto de um rapaz. Mas não tenho a certeza de que Cissa ia aprovar. – Erika franziu o sobrolho.
- E porque é que ela tem de aprovar alguma coisa? Aliás, até é melhor que não aprove, já que ultimamente, as tuas escolhas não têm sido as melhores: eles acabam sempre apaixonados pela Jones. – Fez uma pausa. – Não percebo o que é que eles vêem nela. Afinal, o que tem ela de tão especial? - Daphne olhou-a reprovadoramente. - Não é isso que quero dizer, Daphne, não me estava a referir às suas capacidades e ao seu talento e maneira de ser. Estava a falar fisicamente. Ela é completamente…normal. Cabelo castanho, olhos castanhos, estatura mediana a cair para o baixinho… - Daphne sorriu.
– Para ti, que tens quase 1,80m, todas as raparigas são baixinhas. Mas eu percebo o que eles vêem nela.
– Percebes? Então porque é que não fazes nada em relação a isso?
– Erika, eu não posso, nem quero, transformar-me na Cissa. Nunca conseguiria ser como ela.
– Como assim?
– Ela é forte. Muito forte, mais do que imaginas. E é apaixonada pela vida, demonstra isso em cada palavra, em cada gesto. É isso que os cativa.
– Então diz-lhe para parar com isso!
– Erika, por amor de Merlin! É a maneira de ser de Cissa! Ela não o faz de propósito. É assim que ela é. - a morena suspirou e revirou os olhos. Daphne olhou para lá da janela. - Só gostava que ela se apercebesse que, de certa forma, magoa. Lá está, é a velha máxima: sabemos sempre quem nos fere, mas nem sempre sabemos a quem ferimos.
– ' De certa forma'? Como assim?
– Oh Erika, Narcissa não faz a mais pequena ideia de que eles estão interessados nela.
– O quê!
– É verdade. Não faz, nem nunca fez. Ela é completamente distante e distraída no que toca a isso.
– Mas ela já andou com alguns rapazes!
– Claro que já, mas isso foi porque ela sentia qualquer coisa por eles e então, fez por conseguir o que queria. Mas quando é ao contrário e eles não são directos no que querem…ela nem nota. – fez uma pausa. – Tenho a certeza de que ouviste a declaração do Edwin no outro dia, na nossa mesa.
- Claro que ouvi, estava lá mesmo ao lado.
- Então, a Cissa não fazia ideia de que ele gostava dela. Eu já tinha reparado que ele andava mais por perto, mas não associei as coisas. O James contou-me depois que já tinha reparado há anos, e que só faltava o pobre rapaz andar com um cartaz por Hogwarts. Acho que, mesmo que andasse, Cissa ia continuar a não perceber. – terminou, rindo.
- A sério? Nunca pensei que Cissa fosse assim. Ela parece tão séria, tão…sei lá. Sempre que ela responde a qualquer coisa nas aulas, fico sempre com a sensação de que ela já sabia aquilo há muitos anos.
– Eu sei. Mas isso é para quem não a conhece bem. Narcissa é a pessoa mais especial que eu já tive a honra de conhecer.
Chegada ao sétimo e último andar, e depois de verificar se a costa estava livre, Cissa tornou-se invisível e começou a percorrer o corredor que Snape fechara para obras. 'Hum, é do Snape que estamos a falar. Ele deve ter posto aqui algum tipo de encantamento para o avisar se algum aluno passar por aqui. Vejamos…'. Com um pequeno aceno, as barreiras mágicas que Snape ali colocara, e que eram mínimas, desapareceram rapidamente, deixando Cissa segura de que já não havia perigo de caminhar calmamente por ali. Subiu as escadas em caracol ao fundo daquele corredor, e entrou numa porta à direita, a sala de aula de Astronomia. Seguiu até ao fundo da sala e, com apenas mais um aceno, de um pequeno espaço no tecto abriu-se um alçapão, permitindo a Cissa subir até ao telhado.
Fechando a pequena porta atrás de si, a morena dirigiu-se ao seu local favorito, mesmo no meio do telhado, e mesmo centrado com o pôr-do-sol. Ainda faltava uma boa meia hora para que o sol se pusesse, mas não ia sair dali sem o ver. Era a altura em que se sentia mais calma, menos preocupada, em que o fardo não parecia tão pesado nem tão difícil de suportar. Lembrava-se de uma coisa que Cecília dissera uma vez, quando era muito miúda e ainda não tinha consciência do que significava ter um Dom como o de Vitória.
Tal como todas as crianças pequenas, Narcissa tinha medo do escuro. Numa tarde, não se recordava com precisão de que tarde fora, Cissa e a avó encontravam-se na varanda, vendo os últimos raios de sol beijarem o jardim a que Cecília devotava tanto cuidado.
- Não gosto quando isto acontece. – exclamou Narcissa, de braços cruzados e tranças no cabelo. – Não gosto quando o sol vai dormir.
- Mas porquê, minha querida? O crepúsculo é uma parte lindíssima do dia. – aproximou-se da neta. – Repara em como algumas flores se fecham lentamente à medida que o sol desaparece. Ou como os animais voltam para as suas tocas. Ou como o céu fica de uma cor deslumbrante. – Fez uma pausa. – Não achas bonito?
- Não! Não gosto das flores a fecharem-se ou os animais a voltarem para as suas casinhas porque sei que é porque estão com frio! E a cor do céu faz-me lembrar sangue, como na minha ferida, no outro dia! E as sombras. Também não gosto delas! – terminou, abanando a cabeça. Cecília sorriu.
- Mas pensa bem, Narcissa: se as flores não se fecharem e se os animais não se esconderem, provavelmente são atacados pelos animais nocturnos. – Cissa reflectiu por um momento, mas nada disse. Cecília continuou. – E pensa na cor do céu como uma fogueira a brilhar intensamente. Quanto às sombras… - fez uma pausa e Narcissa fitou-a. - Não há razão para termos medo das sombras, minha querida. Olha à tua volta. - Cecília fez um gesto com o braço que açambarcou todo o jardim. – Elas apenas indicam que, em algum lugar próximo, brilha a luz.
- Mas e o escuro que vem depois? – teimou Narcissa.
- As nossas vidas são como o curso do sol, querida. É nos momentos mais escuros que há a promessa do amanhecer. Por isso, também não há motivo para temer a noite, Narcissa. Ela tem o poder de nos ensinar muitas coisas que os dias desconhecem.
'E só agora me apercebo de como isso é verdade. Só agora entendo como a noite nos pode trazer as respostas que precisamos de ter ou as perguntas que precisamos de fazer. Só agora entendo como a noite pode ser tranquila e trazer-nos paz…'
- Tinha um palpite de que te ia encontrar por aqui, Jones. – exclamou uma voz, por detrás de Narcissa. A morena revirou os olhos. 'Claro, só podia ser este idiota. Lá se foi a teoria da paz…'
-Não devias deixar a tua namorada sozinha, Malfoy. É rude da tua parte. – disse, fria.
- Ela não é minha namorada, Jones. Temos uma espécie de…acordo. – respondeu, sentando-se a seu lado, a uma distância segura.
- Não estou interessada em saber o tipo de acordos que manténs com as raparigas que engatas, Malfoy. Ou com qualquer outra pessoa. – fez uma pausa e olhou-o. – Excepto, claro, se quiseres contar-me os planos de Voldemort.
Draco olhou-a tão intensamente que Narcissa não julgava conseguir sustentar aquele olhar. No entanto, ele desviou a sua atenção para o sol poente e começou a massajar as têmporas, fechando os olhos em seguida. O silêncio reinava. 'O que será que vai naquela cabeça?' 'Será que ela não consegue PARAR de me perguntar sobre o Lord das Trevas?'
- Não sei os planos dele, Jones. – respondeu ele, depois de um momento. – Desde o final do ano passado, episódio que tu não cessas de me recordar – continuou ele, num tom ligeiramente dolorido, facto que Cissa notou. -, que a minha família, exceptuando talvez a minha querida tia Bellatrix, não é informada dos planos concretos do Lord das Trevas.
Cissa estava estupefacta. Quando dissera aquilo, não esperava aquela resposta. Uma provocação talvez, ou até um grito ou um insulto, mas uma resposta sincera não estava, de todo, na sua lista de possibilidades. Engolindo em seco, decidiu responder.
- Mas têm ordens, suponho. Não creio que Voldemort vos deixasse estar quietos, impávidos e serenos. – comentou Cissa. Ele anuiu.
- Tivemos de ceder algumas coisas. – A morena suspirou e olhou o horizonte.
- Não as vossas vidas, espero. – ele riu sem vontade.
- Quanto a isso, a sentença já está lida, Jones. – Cissa olhou-o. – Não tenho quaisquer dúvidas que, eventualmente, teremos todos o mesmo fim que Dumbledore. – ela franziu o sobrolho.
- Se tens tanta certeza de que, faças o que fizeres, vais morrer às mãos dele, porque é que não garantes que as últimas coisas que fizeres são pelo nosso lado, pelo lado dos bons? – perguntou, exasperada.
- Como já te disse na outra noite, Jones, a vida não é tão fácil como tu a pintas. – ele fez uma pausa e Cissa riu.
- Se tu ao menos soubesses…! – disseram ambos ao mesmo tempo. Olharam-se e Cissa sorriu levemente.
- Não gostava de estar no teu lugar, Malfoy. – confessou, levantando-se e descendo pelo alçapão.
- Espero que nunca tenhas de ficar, Jones. – disse Draco, baixinho, assim que ouviu Cissa fechar a porta atrás de si.
N/A: Este cap é dedicado a uma certa pessoa que me apelidou de coruja. Obrigada (:
Love,
~Nalamin
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