Sex Talk




Disclaimer: Tia Jo, é tudo teu.




Have you met Miss Jones?
Fanfic by Nalamin


Chapter 11: Sex Talk


Segunda-feira amanhecera solarenga, fazendo desaparecer todos os vestígios de chuva e mau tempo do dia anterior. No banho, Cissa pensava no pouco que tinha dormido nessa noite. Depois do beijo, deixara-se ficar na sala, perdida em pensamentos. Quando chegou ao quarto, faltavam apenas duas horas até os despertadores começarem a tocar. Suspirou. Tinha de tirar aquilo da sua mente. O beijo, as mãos dele nas suas costas…


- Cissa, despacha-te ou chegamos atrasadas!


A morena saiu rapidamente da banheira, enxugou-se, vestiu-se e seguiu a amiga para o salão. Ao passar pelas portas duplas, olhou para a mesa dos Slytherin para constatar que o Malfoy já lá se encontrava.


- Daphne, vou dizer olá ao Tom e à Claire, ok? – Daphne olhou-a, com um certo espanto. Cissa costumava ir ter com os irmãos à hora de almoço.


- Ok…Vemo-nos em DCAT?


- Sim sim, claro. Até já. – respondeu, dirigindo-se à mesa dos leões. 'O que raio estou eu a fazer? Onde está a Narcissa sóbria que não se deixa afectar por estas coisas sem importância?'. Avistou Tom e Claire no meio da mesa, na companhia de Sloper. – Bom dia!


- Narcissa. – respondeu Sloper, sorrindo.


- Olá Cissa.


- Ci! Senta-te connosco! – disse Claire, alegre. Cissa acedeu ao seu pedido e sentou-se ao lado da irmã.


- Então, vais dizer-nos do que é que estás a fugir? – perguntou Tom, barrando uma torrada com doce e passando-a a Cissa. A morena aceitou-a e olhou-o.


- Obrigada. Não estou a fugir de nada. Só vim ver-vos. Estava com saudades. – respondeu, com um encolher de ombros. Sloper riu.


- Até o Jack não consegues enganar. – comentou Tom. Cissa sorriu para o amigo do irmão.


- Isso é porque o Jack sabe mais de mim do que a maior parte das pessoas, não é, Jack? – o rapaz engasgou-se com o muffin e bebeu rapidamente o seu sumo de abóbora.


- Mais do que eu? – perguntou Tom, fingindo ficar ofendido.


- Muito mais do que tu, Tom. Há coisas que nunca viste e que aqui o nosso amigo Jack já teve oportunidade de explorar. – respondeu Cissa. O rapaz tornou a engasgar-se.


- O que se passa contigo, Jack? Acho que é melhor parares com os muffins. – comentou Claire, olhando-o, preocupada. Tom, pelo contrário, lançava ao amigo um olhar desconfiado.


- Eu… - deu uma tossidela. – Eu estou bem. – respondeu, olhando significativamente para Narcissa que lhe sorriu e anuiu.


- Bom, mudando de assunto, já algum de vocês recebeu a carta da mãe? – os irmãos olharam-na, confusos. – Sobre o Natal. Hoje é a primeira segunda-feira de Dezembro.


- Não, mas as corujas ainda não chegaram. – respondeu Tom.


E dito isto, centenas de corujas entraram no salão, depositando cartas e pacotes em frente aos seus destinatários. Destacando-se da multidão, uma coruja cinzenta de penas impecavelmente arranjadas, voou rumo à mesa dos Gryffindor, deixando cair três pequenos pacotes em frente a Narcissa, Claire e Tom. Cissa reparou que o seu era bastante mais pequeno do que o dos irmãos. O que seria que Julie Barclay planeara desta vez? Olhando por cima do ombro viu James, na mesa dos Slytherin, a abrir um pacote semelhante aos deles.


- Consoada e Natal na mansão Barclay. – entoou Claire, lendo o subscrito. – Roupa formal, como sempre, e…levar par? – Cissa virou rapidamente a cabeça para a irmã.


- Par? Como assim, par? – Tom riu.


- Acompanhante, Cissa. Vê só, até mandou uma lista de sugestões! É por isso que o pacote é deste tamanho. Este pergaminho tem no mínimo 150 cm! – respondeu ele, desenrolando a lista que a mãe lhe enviara. Olhou para Claire. – O teu também tem lista?


- Sim, mas é consideravelmente mais pequena, tem apenas uma dúzia de nomes. E a tua, Cissa?


- Vejamos. – disse, começando a abrir o pacote. Tirou a carta e, no fundo, apenas restava um pequeno cartão. Claire olhou espantada.


- Então, o que diz? – questionou, ardendo em curiosidade.


- Sim Cissa, não nos deixes na expectativa. – afirmou Tom.


- Até eu estou curioso. Quem é o felizardo? – perguntou Jack. Cissa riu.


- Tu.


- O quê?


- És tu. É o teu nome que está aqui escrito. – respondeu Cissa, estendendo-lhe o cartão que ele aceitou, abismado.


- Jackson Sloper III. – disse ele, lentamente, lendo o cartão. Cissa sorriu-lhe.


- Não precisas de ir, não te preocupes. – olhou os irmãos. – Engraçado como vocês recebem uma lista e eu uma ordem. Seria de esperar que depois de tanta coisa já tivesse percebido que eu não me dou bem com ordens.


- Bom, depende de quem te dá a ordem. – disse Jack, sorrindo e devolvendo-lhe o cartão. Cissa riu. – E eu quero ir.


- A sério? – perguntou a morena. Tom e Claire trocaram olhares cúmplices.


- Seria uma honra. – respondeu, fazendo uma pequena vénia com a cabeça.


- Bom, então...


- Desculpem interromper – a voz de Daphne ecoou atrás de Cissa. -, mas tenho de levar a Cissa comigo. Já estamos atrasadas para DCAT. – terminou, deixando o seu olhar perder-se no de Tom.


- Tens razão. – disse Cissa terminando a sua tosta e levantando-se. – Jack, depois falamos melhor. Vocês dois, comportem-se, não façam nada que eu não fizesse. Até! – despediu-se, seguindo Daphne para fora do salão.


- Conhece-la, Tom? – perguntou Claire, sorrindo, ao ver que o irmão não deixara de olhar para a melhor amiga de Narcissa. Ele não a ouvira. – Tom? TOM!


- Hum, o quê? Disseste alguma coisa? – Jack riu e Claire refez a sua pergunta.


- Perguntei se conheces a amiga da Cissa. – Tom desviou o olhar da irmã para o prato.


- Não, Cissa nunca nos apresentou formalmente. – Claire riu e levantou-se.


- Parece que devias pedir-lhe para o fazer, então. Bom, eu também já estou atrasada para Runas, portanto, vou andando. – disse, começando a afastar-se. – Ah, e já agora – retomou, voltando para trás. -, o nome dela é Daphne Rosier.


- Então, o que é tinhas de tão importante para falar com os teus irmãos que me deixaste entregue aos nossos primos durante o pequeno-almoço? – perguntou Daphne, subindo as escadas.


- Queria saber se eles já tinham recebido a carta da minha mãe sobre o Natal. – A loira franziu o sobrolho.


- A tua mãe manda-vos postais de natal? – Cissa sorriu amargamente.


- Quem nos dera. Mas não. Manda-nos uma espécie de directriz que temos de seguir durante os dois dias de festa: o que vestir, o que dizer, o que comer, quem levar como par, etc etc.


- E então? Receberam?


- Recebemos todos. Até o James.


- E qual é o regulamento?


- Temos de levar roupa formal e um par. – respondeu Cissa, chegando ao 3º andar e virando à esquerda. Daphne sorriu.


- Um par? Mas isso é óptimo! Quem é vais levar? Quem é que vais escolher? – perguntou, excitada.


- Ora, a minha mãe também nos fez esse favor. Mandou uma lista de sugestões à Claire e ao Tom. A mim, deixou-me apenas um nome.


- Quem!


- Jack.


- Jack? Quem é o Jack? – Questionou Daphne, confusa, parando em frente ao retrato dos monges bêbados.


- Daphne, sabes perfeitamente quem é o Jack. Já nos viste juntos milhões de vezes. – Daphne continuava com um ar confuso. A morena suspirou. - Jack Sloper. O amigo do meu irmão, o Tom. Sabes quem é o Tom, certo? – Daphne corou ligeiramente, mas Narcissa não reparou.


- Claro que sei quem é o Tom. E também já estou a ver quem é o Jack. O que é que há para contar sobre ele, Narcissa? – perguntou, cruzando os braços.


- Ele é um dos meus melhores amigos, conheço-o desde que nasci. Namorámos há um par de anos atrás. Se é que aquilo se pode chamar namoro. – terminou Cissa, mais para si do que para Daphne, que não parecia de todo satisfeita com a resposta.


- Porque é que me parece que há aí mais qualquer coisa? – Cissa riu.


- Bom, resumida e objectivamente, digamos apenas que foi com ele que…


- NARCISSA! – interrompeu Daphne, não deixando a amiga acabar a frase. – Tu..- baixou o tom de voz. – foste desflorada e não me contaste?


- Desflorada? Que termo arcaico, Daph! Além disso, nunca perguntaste. – defendeu-se a morena, rindo.


- Como é que eu ia imaginar que tu já… - Cissa olhou-a, divertida com o esforço da amiga para não dizer a palavra 'virgindade'. – …tu já tinhas dado o teu presente precioso? – Cissa gargalhou, retomando o passo.


- Presente precioso? Daphne, por Merlin! E porque é que dizes isso? Também já não deste o teu? – Daphne corou violentamente.


- Não me lembres, ok?


- Ora, não foi um momento bonito? – a loira olhou-a mortalmente. – Pronto, já não está aqui quem falou!


- Ai está sim, porque eu quero saber tudo sobre a tua pequena grande aventura.


- Pergunta o que quiseres. – disse, com um encolher de ombros.


- Para começar, onde é que foi?


- Foi na minha casa de férias, perto da costa. – Daphne parecia desorientada.


- Casa de férias? Mas tu não vais lá desde…


- Desde dos meus 13 anos. Aí tens o teu 'quando'. E, antes que perguntes, ele tinha 15.


- Estavam a passar férias com a família dele, suponho.


- Supões bem.


- E como é que foi? – Narcissa riu. Ainda há pouco tempo se tinha lembrado daquela tarde tão bem passada no seu exageradamente grande quarto, com uma cama exageradamente comprida, que naquele dia não pareceu tão comprida assim.


- Foi óptimo. Um dos melhores momentos da minha vida.


- A sério?


- Sabes Daph, nem todos são tão maus quanto o Robert. Na verdade, o Jack é dos melhores. – 'Ora Cissa, relembrar estas coisas deixa-te com...desejos. Controla-te, controla-te.'


- 'Dos melhores'? Isso significa que houve mais? – Cissa olhou-a espantada.


- Tu não estiveste com mais ninguém depois do Robert?


Daphne não teve tempo de responder à pergunta pois o professor Carrow acabava de chegar, seguido pelos Ravenclaw com quem partilhavam aquela aula. Cissa sorriu e acenou a Adam, gesto que não passou despercebido a Daphne.


- Não me digas que aquele... – começou, sentando-se na sua mesa.


- Daphne, não! Aquele é o Adam, conheci-o há uns dias. Tenho de to apresentar.


- SILÊNCIO!


A aula passou-se sem grandes altercações, já que o Carrow parecia ter deixado a prática um pouco de lado para lhes passar a ensinar a origem da magia negra. Claro que não o fazia tão bem quanto Snape.


Cissa e Daphne, agora acompanhadas por Adam, que rapidamente simpatizou com a loira, seguiam agora para o pátio, rumando às estufas de Herbologia. Enquanto eles conversavam alegremente, Cissa deixava a sua mente voar até à noite anterior. Conseguira abstrair-se disso durante um par de horas, mas não tinha a certeza de ser capaz de o fazer por mais tempo. Claro que sabia que tinha sido só um beijo. Um beijo deveras bom, mas ainda assim, só um beijo; sabia que não tinha significado nada para ele e, portanto, também ela devia agir como se nada fosse. Só gostava de saber porque lhe era tão difícil fazer isso.


- Cissa, vamos entrar? – chamou Daphne, despertando-a dos seus devaneios.


- Vamos.


Despediram-se de Adam e entraram na abafada estufa, começando rapidamente a separar vários tipos de cogumelos para as poções que iriam realizar mais tarde com Slughorn. Subitamente, Cissa lembrou-se da conversa que haviam deixado pendente antes de DCAT. Lançou um pequeno feitiço silenciador a volta dela e da loira e perguntou:


- Então Daph, retomando o assunto, diz-me cá: não estiveste mesmo com mais ninguém depois do Robert? E não te preocupes porque ninguém nos pode ouvir.


- Não. E com quantos mais é que tu estiveste? – perguntou, dura.


- Por Merlin, Daph, com esse tom até parece que eu sou como as amiguinhas do Blaise!


- Desculpa. Mas e então?


- Foram apenas dois. Infelizmente, não tornei a repetir a proeza com o Jack.


- Eu conheço?


- Conheces o Zabini.


- TU DORMISTE COM O ZABINI!


- Bom, ainda bem que coloquei o feitiço. Podias ter gritado isso um bocadinho mais alto.


- O Zabini, Narcissa? – Cissa franziu o sobrolho.


- Qual é o espanto? Ele é um dos rapazes mais bonitos de Hogwarts. E, deixa-me dizer-te, ele quase não se gaba quando diz que é bom naquilo.


- Ele já dormiu com quase todas as raparigas de Hogwarts!


- Se passaram um momento tão bom quanto eu, melhor para elas.


- Mas Cissa…


- Ouve Daph, eu sei que ele não é das tuas pessoas favoritas, mas eu gosto dele, é um bom amigo. Invulgar, é certo, mas bom amigo.


- Não é por isso, eu sei que ele é boa pessoa, mas também é um dos maiores galinhas de Hogwarts!


- Daphne, dormir com alguém não é perigoso. Estar apaixonado é. E eu não estou, de todo, apaixonada pelo Blaise.


- Não é perigoso? Tendo dormido com quase todas as raparigas desta escola, não achas que ele pode ter contraído uma doença qualquer ou…


- Por Merlin, Daphne, estás louca? – perguntou Cissa, rindo levemente. – Ele é super cuidadoso com isso. E eu também. – acrescentou mais séria. – Ouve, eu sei que não sabes muito daquilo que eu tenho de suportar. Mas preciso que compreendas que às vezes o fardo é pesado de mais.


- Sim, mas o que é que isso tem a ver com teres dormido com o Zabini? – questionou Daphne, pegando em mais um molho de cogumelos.


- Nem sempre a música ou os livros são escape suficiente. De vez em quando, preciso de algo mais. – Daphne olhou-a, ainda sem perceber. – Ok, vou tentar pôr isto de outra forma. – disse, pousando os cogumelos e olhando a amiga nos olhos. – O que é que sentiste quando estiveste com o Robert?


- Nada. – respondeu Daphne, revirando os olhos. – Sentia-me um bocadinho nervosa, mas quando começámos a ficar mais íntimos, isso desapareceu. Sentia-me muito bem até…enfim.


- Ainda bem que te recordas dessa sensação de bem-estar. É óptimo, não é? Sentires-te perfeita, invencível e, acima de tudo, desejada. – Daphne anuiu. – Agora multiplica essa sensação por mil. É isso que eu sinto quando uso este meu último recurso. Percebes agora? Às vezes é apenas isso que me ajuda a esquecer tudo o resto. Felizmente, eu tenho um belo poder de abstracção, e por isso não foi preciso andar por aí a 'escapar' muitas vezes.


- Compreendo. Mas, ouvir-te falar assim…não parece nada a Cissa que eu conheço. – Cissa suspirou.


- Deve ser porque ando a precisar de 'escapar'.


- Vês? É exactamente a isso que me refiro. Cissa, eu conheço-te, alguma coisa deve ter acontecido para andares com vontade de 'escapar'.


- Tens razão. De facto, aconteceu uma coisa.


- Conta.


- Há 17 anos atrás, nasceu um idiota assassino denominado Draco Malfoy. – Daphne revirou os olhos.


- O que foi desta vez? Aconteceu alguma coisa na festa?


- Sim, mas na festa foi o normal. Discussão, apostas a serem feitas, etc. Quando saí de lá, fui para uma sala, para controlar os meus desejos homicidas. – Daphne riu. – Quando dou por mim, o teu primo está no chão a ser atacado pelos livros da estante.


- A sério? – perguntou Daphne, gargalhando. – Deve ter sido hilariante, adorava ter visto.


- Eu ponho no Pensatório, quando quiseres assistir. De qualquer modo, lá o salvei. E o idiota ia-se embora dali sem sequer agradecer. Foi quando eu o chamei a atenção para esse facto que ele achou por bem demonstrar a sua imensa gratidão através de um beijo. – Daphne olhou-a, sorrindo, mas não parecia de todo espantada.


- Bom, mais tarde ou mais cedo isso tinha de acontecer. – Cissa olhou-a significativamente. Daphne encolheu os ombros. – Todos estes anos de discussões raivosas um com o outro, só trouxeram uma coisa: muita tensão sexual que ficou sempre mal resolvida.


- Nem vou responder a essa provocação, Daph.


- Não é provocação, estou só a dizer as coisas como as vejo. Não é como se eu estivesse a dizer que se amam, Cissa. Mas é possível que se sintam atraídos um pelo outro. – Cissa suspirou, já farta do rumo que a conversa estava a tomar. ' Não lhe devia ter contado!'


- Essa história já cansa, Daphne. Eu odeio o Malfoy, e acredita que é recíproco. Ele só me beijou porque sabia que me ia irritar.


- Ou então beijou-te porque te queria beijar. É assim tão difícil acreditares nessa possibilidade?


- É, apenas porque não é uma possibilidade.


O toque de saída ecoou pela estufa. Cissa desfez o feitiço e começou a arrumar a sua mesa de trabalho, saindo depois dali, rumo ao salão, para um merecido almoço. Desta vez sentou-se na mesa dos Slytherin, disposta a provar a Daphne que tudo aquilo – fosse lá o que fosse 'aquilo' – entre ela e o Malfoy não passava de imaginação da amiga. Rapidamente James e Draco chegaram e sentaram-se junto delas.


- Boa manhã? – perguntou James. – Sem incidentes, quero eu dizer. – estava claramente a referir-se à aula de DCAT.


- Correu tudo bem, Jamie, preocupas-te demais.


- Contigo, nunca me preocupo o suficiente. – Cissa riu.


- E a vossa manhã, como foi?


- Ocupada. Felizmente temos a tarde livre.


- Nós também. – respondeu Daphne.


- Hey James, eu disse para esperares por moi! – dizia Blaise, aproximando-se deles.


- Não tenho paciência para esperar que engates todas as raparigas que passam por ti desde a sala de transfiguração até aqui. É um caminho demasiado longo. – respondeu James, entediado, chegando-se para o lado para que Zabini se pudesse sentar entre ele e Narcissa.


- Ora, James, para mim, nenhum caminho é demasiado longo, especialmente se durante o caminho encontrarmos companhia para passar a noite connosco. - disse Blaise, sentando-se ao lado da morena e beijando-a na face. – Princesa. – acrescentou, como cumprimento. A morena riu.


- Chamas-me princesa desde o dia em que nos conhecemos. Sempre tive curiosidade em saber se…


- Chamo princesa a mais alguém? – terminou Blaise, perspicaz. Cissa anuiu. – Não, querida, és a única princesa na minha vida.


- Princesa? Não achas que isso é um título demasiado honroso para uma pessoa como a Jones? – interveio Malfoy.


- Reduz-te à tua traidora insignificância, Malfoy. – respondeu Zabini, começando a comer. Olhou depois por cima do ombro do loiro e sorriu matreiramente. – Vem aí a tua cara-metade.


Toda a gente olhou na direcção que Blaise apontara com a cabeça. Caminhando em direcção à mesa dos Slytherin, e em particular ao lugar onde aquele pequeno grupo estava sentado, encaminhava-se uma rapariga alta, com toda a certeza do 7º ano, de longos cabelos ruivos e olhos de um azul tão claro que quase se confundia com a parte branca por detrás; era esguia, muito bem feita, com todas as suas curvas evidenciadas pelo uniforme que claramente alterara de modo a tornar-se bastante mais revelador: a saia de pregas era incrivelmente curta, a camisa deixava ver o umbigo e estava desapertada até quase a meio do tronco, e a gravata que supostamente deveria estar ao pescoço, funcionava agora como um cinto, enrolada por cima da saia e à volta da sua pequeníssima cintura. Sorria, não porque estivesse feliz ou porque achara graça a alguma coisa, mas sim porque sabia que era linda e que, provavelmente, conseguia sempre o que queria, quer fosse uns sapatos novos ou o rapaz mais atraente de Hogwarts. De qualquer modo, e julgando apenas pelo seu físico, era uma rapariga surpreendente. 'Já vi esta criatura em algum lado…'


- Draaaacoo, querido… - disse ela, sentando-se ao lado do loiro, na diagonal de Cissa. – Pensei que ias esperar por mim.


Cissa olhou significativamente para Daphne, que lho devolveu com a mesma intensidade. Quebrando a sua regra de não ler os pensamentos àqueles que lhe eram mais importantes, Cissa invadiu a mente de Daphne, e teve de se conter para não soltar uma gargalhada. 'Que voz tão aguda! Parece uma criança!'


- Parece que menti, então. – respondeu Draco, revirando os olhos.


- Ohh, o meu baby é tão engraçado! – exclamou a rapariga, abraçando-se a Malfoy, que rapidamente se desenvencilhou dela.


- Perdi a fome. – Disse Blaise de repente, pousando os talheres com força.


- Não é preciso ires embora por minha causa, Zabi. – afirmou a rapariga.


- Não te tenhas em tão alta consideração, Eve. – respondeu ele, bebericando o seu sumo de abóbora. 'Então esta é que é a Eve Hammett! Não sabia que era ela a tal que a doninha idiota tinha roubado ao Blaise.'


- Sim, Hammett, o mundo não gira à tua volta, por muito que tu gostasses que isso acontecesse. – disse James, arrancando um sorriso a Narcissa.


- Oh, pobre Jamie. Essa amargura toda podia curar-se com uma tarde de compras na Diagon-Al, sabes. – James riu e abanou a cabeça, continuando a comer. Eve olhou para Narcissa, que a fitava de sobrolho erguido.


- E quem és tu? Acho que já te vi com essa camisola hedionda em Estudos dos Muggles. – a expressão de Narcissa não se alterou em nada quando a ruiva lhe dirigiu a palavra. 'Ah sim, Hammett. Chumbou alguns anos por não conseguir compreender o que era um telefone'. No entanto, a de Daphne passou de estupefacção para ligeiro receio. E se Draco estava entediado, o seu interesse depressa aumentou.


- Narcissa Jones. – respondeu Cissa com um sorriso amarelo. – Prazer. – acrescentou, irónica. James riu. – E sim, andamos na mesma turma de Estudos dos Muggles. Tu és…?


- Tipo, não os ouviste a dizer o meu nome? Eve Hammet, obviamente. – respondeu a ruiva, afastando uma madeixa de cabelo da cara dramaticamente. – Não és lá muito inteligente, pois não? - Olhou com mais atenção para Narcissa – Ah, claro. És a dos castigos! Diz-me…- pediu ela, inclinando-se para a morena. – És tipo, sei lá, masoquista ou assim?


Quando Cissa se inclinou também para a frente, Daphne prendeu a respiração e James e Zabini, agora muito mais feliz com o rumo que a conversa estava a levar, tentavam conter as gargalhadas, pois todos eles conseguiam imaginar o que estaria para vir: Narcissa Jones ia fazer das suas. No entanto, a morena superou as expectativas quando disse calmamente:


- Não sou eu que estou a repetir pela 3ª vez Estudos dos Muggles, pois não? – a ruiva deu um gritinho de indignação. – E não, querida, não sou masoquista ou assim, não tenho nenhum prazer em ser torturada, já que, caso não saibas, é isso que os Carrow nos fazem nos calabouços. Pura tortura. – terminou, mostrando a Eve uma das muitas cicatrizes que já possuía em apenas 3 meses de aulas. Draco olhava-a com interesse. 'Então é dela que os Carrow falam nas reuniões.'


- Por Merlin, que horror! Como é que aguentas…-fez uma pausa. – …andar com isso à mostra por aí? É mesmo feio. – Cissa revirou os olhos. - Sabes, Madame Malkin tem uma amiga que trata desse tipo de coisas. Se quiseres, posso marcar-te uma hora. – terminou, olhando para as unhas.


- Dispenso, obrigada. – disse Cissa, abanando a cabeça. Levantou-se, sendo imitada por Daphne, James e Blaise. – Desfrutem do resto do vosso almoço. – acrescentou, olhando marota para Malfoy, que lhe devolveu um olhar irado, e começando a dirigir-se para fora do salão. No entanto, antes seguir os amigos, Cissa deixou-se ficar para trás e aproximou-se de Draco, de modo a falar-lhe de maneira a que sua 'cara-metade' não ouvisse.


- Mas que anjo foste escolher para companhia, Draco! – comentou, ecoando as palavras de Slughorn e saindo do salão muito, muito sorridente.






N/A: Um muito obrigada a todas as Eves que apareceram na minha vida e que, misturadas, resultaram na Hammett. Este capítulo é para vocês, bitcheess 8DD.


Keep reading. And thanks (:


Love,
~ Nalamin


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