Aniversário de morte



Era um domingo de manhã, Harry, Hermione, Gina e Victor Krum estavam na Toca para o típico almoço de todas as semanas. A senhora Weasley saiu da cozinha e se juntou aos outros que estavam na sala.


- Estava vendo como estão as crianças! - explicou enquanto se sentava ao lado do marido – Eles parecem estar muito bem lá fora.


- Não precisa ficar preocupados com eles, mãe – foi Gina quem falou – Já são todos bem grandinhos.


- Sabe que eu ainda não consegui me acostumar a ver o Alvo e a Rose juntos – continuou a falar – Ainda não sei como vocês aceitam isso.


- Eles são primos, não irmãos, podem muito bem namorar – a outra revirou os olhos – Além disso, eles formam um casal muito fofo. Não acha, Mione?


- Claro! - a morena respondeu, mas parecia meio avoada – O que você estava falando mesmo Gina?


- Eu perguntei se você não acha que o Alvo e a Rose formam um lindo casal? – repetiu – Você está muito desligada hoje, Mione, está tudo bem?


- Sim, é que eu dormi pouco essa noite – explicou – A Mel não parou de chorar nenhum minuto essa madrugada.


- Eu disse para ela me deixar ajudá-la um pouco – Harry comentou – Mas a Mione é muito teimosa, disse que conseguiria resolveu isso sozinha.


- Você já fez tanto por mim esses últimos meses – lembrou – A Mel é minha filha, também tenho que cuidar dela um pouco.


- Não posso culpar você, Hermione – a matriarca da família comentou – Também gostava de cuidar de todos os meus filhos eu mesma, todos os sete.


- Também concordo com vocês sobre isso! – foi a vez de Gina dar sua opinião – Harry sempre me ajudou e eu não posso reclamar disso, mas era maravilhoso fazer isso sozinha também.


Então elas começaram a falar sobre os seus filhos e como eles agiam quando eram pequenos, pelo jeito não iriam terminar de falar tão cedo.


- Pelo jeito nós dois ficamos sobrando nessa conversa, não é mesmo Harry? – o jogador de quadribol comentou dando um largo sorriso.


- Verdade! – concordou com a cabeça.


- Você está sabendo que na próxima semana vai ser a final da copa mundial de quadribol, não é mesmo? – comentou.


O moreno sabia que teria copa mundial de quadribol esse ano, mas com tantas coisas que aconteceram na sua vida esqueceu de acompanhar os jogos.


- Fiquei sabendo que a equipe da Inglaterra está na final! – disse – Não é isso mesmo?


- Exatamente! – concordou – Inglaterra contra Estados Unidos, repetindo a final de 1974. Vamos ver se dessa vez a Inglaterra vai ser campeã.


- Seria mesmo uma maravilha ir assistir ao jogo – suspirou pesadamente enquanto encarava os sapatos – Mas vai ser impossível conseguir algum ingresso agora.


- Eu e Gina vamos levar as crianças, consegui alguns ingressos com um amigo meu do time da Inglaterra – explicou – Eu ainda tenho alguns sobrando, se estiver interessado.


- Até que seria legal! – respondeu – O que você acha Mione? Vamos à final da copa mundial de quadribol?


- Para falar a verdade, eu não estou com muita vontade de ir – admitiu – Você sabe que eu nunca gostei muito de quadriol, sempre achei um esporte muito perigoso.


- Mas você foi assistir ao jogo de quadribol quando estávamos no 4º ano – lembrou – Além disso, você sempre estava nos jogos em Hogwarts.


- Em Hogwarts esse era um evento de mobilizava toda a escola, eu não tinha escolha – explicou – E na copa mundial de quadribol, é sempre bom assistir pela primeira vez, mas depois fica um pouco cansativo.


- Isso me fez lembrar daquela copa mundial de quadribol em que fomos todos juntos – a ruiva mais nova lembrou – Vai ser bom reviver tudo aquilo, sem a parte do que aconteceu de madrugada, é claro.


- Aquele jogo foi mesmo inesquecível –Harry concordou – Foi o último momento de diversão que tivemos antes de começar toda aquela guerra estúpida contra Voldemort.


- Nem me falem sobre aquele jogo – o outro homem comentou – Consegui apanhar o pomo, mas foi a Irlanda quem ganhou.


- Mas além disso tudo, eu não iria poder levar a Mel conosco e eu ainda estou amamentando ela – Hermione retornou ao assunto – Mas pergunte ao Hugo e à Rose se eles querem ir, tenho certeza de que iriam se divertir muito.


- É mesmo uma boa idéia! – concordou com a cabeça – Mas você acha que eles vão aceitar ir junto comigo? O Hugo, com certeza vai querer ir, mas Rose não gosta de quadribol.


- Tenho certeza de que ela vai querer ir – garantiu – Ainda mais sabendo que o Alvo vai ser estar lá.


- De qualquer maneira eu vou esperar para perguntar para eles antes de tomar qualquer decisão – disse – Tudo bem se eu ligar para você hoje a noite para confirmar se vamos não, Krum?


- Claro que não tem problema! – confirmou com a cabeça – Vou esperar a sua ligação.


Logo os outros membros da família Weasley chegaram e todos foram almoçar e depois continuaram a conversar na sala da casa. Já estava bem tarde quando começaram a ir embora.


Harry estava se preparando para dormir quando decidiu ir ver como a amiga estava. A encontrou sentada na cama olhando alguns álbuns de fotografia antigos.


- Não acredito que você está vendo isso Mione! – suspirou pesadamente quando se sentou ao lado dela – Sabe muito bem que isso te faz mal, sempre fica muito triste quando termina de ver as fotos do Rony.


- É que eu comecei a me lembrar dele e resolvi ver essas fotos – explicou dando um sorriso fraco – E não se preocupe, acho que já consigo ver essas fotos sem ficar muito triste.


- Foi por que nós começamos a falar sobre aquela copa de quadribol, não foi?- perguntou de repente – É mesmo estranho de lembrar que o Rony estava com a gente daquela vez, mas que agora ele não está.


- Confesso que eu pensei sobre isso também – explicou – Mas esse não é o único motivo, tenho lembrado do Rony a semana toda.


- E posso saber o motivo de você estar assim? – quis saber – Não estamos perto do aniversário dele nem de nenhuma data importante para vocês dois, pelo que eu saiba.


- Já vai fazer um ano que tudo aconteceu – disse calmamente – Na segunda-feira da outra semana, exatamente no dia do jogo.


- Ah! – foi tudo que conseguiu falar nesse momento – Eu realmente tinha me esquecido disso, Mione.


- É por isso que eu não quero ir com vocês – continuou – Estou querendo ficar um pouco sozinha nesse dia.


- Acho que eu te entendo! – concordou com a cabeça – E vou respeitar isso, você precisa do seu momento.


- Obrigada Harry! – disse – Mesmo assim, acho que deveria levar Rose e Hugo, vai ser bom para os dois manter a cabeça ocupada, assim não vão ficar pensando no pai.


- É mesmo uma boa idéia! – completou antes de se levantar – Acho melhor eu ir então, tenho uma coisa para fazer.


Então, o moreno foi em direção ao andar de baixo, onde ficava o telefone. Discou o número e esperou um tempo para que alguém atendesse.


- Residência dos Krum! – disse assim que atenderam.


- Boa noite Victor! – ele disse, em seguida – Espero que não tenha te acordado. Acho que está um pouco tarde para ligar, mas como eu disse que iria fazer isso.


- Não tem problema Harry – garantiu – Eu ainda não estava dormindo. Para falar a verdade, estou aqui sem sono.


- Eu só queria confirmar que vou com você e a Gina para a final da copa de quadribol – explicou –Eu, o Hugo e a Rose.


- Certo! – respondeu – Tenho certeza de que a Gina e as crianças vão ficar muito felizes quando souberem que vocês vão.


- Tenho certeza de que vai ser mesmo muito bom! – concordou – Estamos todos ansiosos para chegar o grande dia.


- Então depois nós nos falamos para combinar sobre o dia do jogo – continuou – Tenho que descobrir aonde vai ficar a chave de portal mais próxima, não vamos poder aparatar junto com todas as crianças.


- Então você me avisa quando souber! – pediu – Só espero que a gente não tenha que sair muito cedo.


- Também espero isso! – tinha quase certeza de que o outro estava fazendo uma careta – Então até mais.


- Até – disse antes de desligar o telefone.


O moreno se sentou no sofá. Tinha certeza de que essa final da copa mundial de quadribol seria bom para todos.


Depois de ir beber um copo de água na cozinha, decidiu voltar para o andar de cima da casa. Quando passou pela porta do quarto de Hugo, viu que ele a irmã estavam sentados no chão jogando xadrez bruxo.


- Não acredito nisso Hugo, você sempre ganha! - a garota reclamou – Nunca mais vou jogar xadrez bruxo com você.


- É você que não sabe perder Rose! - ele concluiu – Não tenho culpa de saber jogar melhor do que você.


- Convencido! - cruzou os braços se fingindo de brava.


- Oi crianças! - o homem disse entrando no local e interrompendo a conversa dos dois.


- Oi tio Harry! - respondeu ao mesmo tempo, antes de se voltarem para o tabuleiro de xadrez bruxo.


- Eu queria falar uma coisa com vocês dois! - explicou – Mas não quero atrapalhar o jogo de vocês.


- Não tem problema tio Harry! - Hugo avisou – Já estou acabando com isso! Xaque-mate.


- Estou falando sério Hugo, essa é a última vez que jogo isso com você – a garota comentou – Pode falar o que é, tio Harry.


- Acho que vocês já sabem que semana que vem vai acontecer a final do campeonato mundial de quadribol – comentou em seguida.


- O Alvo estava comentando comigo que vai comigo que vai! - Rose respondeu – Ele disse que ia ver se a tia Gina tinha um ingresso para mim, eu disse que não precisava se importar.


- Eu sempre quis ir a um jogo da copa mundial de quadribol – foi o garoto que comentou dessa vez – Meu pai até tinha prometido que iriamos assistir um jogo na próxima copa mundial.


 


*Flash Back*


Hugo desceu as ecada correndo e encontrou seu pai já lhe esperando na sala. Os dois iriam assistir ao jogo do Children Cannons, o menino não poderia estar mais feliz, pois era a primeira vez que iria a um estádio de quadribol.


- Ainda não acredito que vamos assistir a um jogo de quadribol hoje – comentou, parecendo bastante empolgada – É uma pena que você não vai conosco Rose – virou-se, por fim, para a irmã, que estava sentada no sofá vendo televisão.


- Eu não acho que seja uma pena – ela respondeu dando de ombros – Você sabe que o papai me chamou para ir ao jogo também, fui eu quem disse que não queria ir.


- Não sabe o que está perdendo! - completou.


- Ora, meu filho, não fique importunando a sua irmã por causa disso, ela tem direito de não gostar das mesmas coisas que você – Rony colocou a mão sobre o ombro dele – Além disso, essa vai ser a tarde dos garotos, somente nós dois. Você não acha isso legal?


- Vai ser sim! - concordou com a cabeça – Essa vai ser a tarde mais divertida de todas.


- Exatamente Hugo! - continuou – Enquanto isso, deixe que a sua mãe e a Rose fiquem aqui fazendo coisas de garotas.


- Garanto, para vocês dois, que as nossas “coisas de garota” vão ser muito mais divertido que esse jogo quadribol – a menina comentou, em seguida – Não é mesmo mãe?


- É claro, minha filha! - nesse momento, Hermione saiu de dentro da cozinha – O que acha de irmos para o shopping hoje de tarde? Podemos até chamar a Gina e a Lilian para ir conosco.


- Vai ser mesmo muito legal! - concordou com a cabeça – Lilian está com muitas expectativas sobre o segunda ano dela em Hogwarts e quer me fazer algumas perguntar sobre como foi esse meu ano na escola.


- Esta vendo pai, eu não agüento essas meninas – reclamou, virando-se para o homem – Como é que eles tem que pedir conselho para tudo que acontecem nas suas vidas.


- Engraçado você falar sobre isso Hugo – a garota colocou a mão no queixo, fingindo estar pensativa – Mas eu me lembro de que você me perguntou como era tudo lá em Hogwarts e queria saber nos mínimos detalhes.


- Mas é por que eu estou indo para Hogwarts no final do verão, não pode me culpar por querer saber de tudo – lembrou – E eu não vou querer saber como é cada ano em que eu estiver por lá.


- Você está dizendo isso agora – continuou – Só quero ver se você vai estar pensando assim no ano que vem.


- Tudo bem, crianças, parem de gritar – Rony reclamou, estava bem sério – Vocês são irmãos, deveriam ser unidos e não ficar brigando por ai, por causa de qualquer coisa.


- Pare de me chamar de criança, pai! - a garota reclamou – Não sou mais uma criança, já tenho 14 anos.


- Não importa quantos anos você tenha, minha princesinha – passou a mão pelos cabelos castanhos da menina – Você sempre será uma criança para mim, o meu bebê.


Ele deu um beijo no topo da cabeça da filha, que fez uma careta e revirou os olhos.


- Vamos embora Hugo! - pediu – O jogo vai começar em uma hora de já deve ter uma fila enorme do lado de fora do estádio.


- Vamos! - respondeu – Ficaria muito triste de perdesse esse jogo. É a final do campeonato, eu quero ver os Cannons serem campeões.


- Eu também quero isso, meu filho – o ruivo disse – Pode ter certeza disso.


- Então, tchau para vocês dois – Hermione deu um beijo no marido e bagunçou, de leve, o cabelo do filho - Fica de olho nele, Rony, você sabe como sempre tem confusão nesses jogos de quadribol. Não tire o Hugo de perto de você por nenhum minuto.


- Pode deixar Mione! - garantiu, trazendo o menino para mais perto de si – Nós dois vamos voltar para casa sãs de salvos.


- Assim eu espero! - pediu – Tchau, Mione.


- Tchau mãe! - Hugo acenou em direção a mulher – Tchau para você também, Rose.


- Tchau pai! Tchau Hugo! - a menina disse também – Divirtam-se no jogo de quadribol.


- Essa é a sua última chance, Rose – disse – Tem certeza de que você não quer ir com a gente.


- Tenho certeza absoluta de que eu não quero ir com vocês – garantiu – Prefiro ir ao shopping com a mamãe.


- Está bem! - ele concordou, por fim – Então, vocês duas, divirtam-se também.


Os dois saíram de casa e foram caminhando até a calçada.


- Nós vamos para o estádio de carro ou vamos aparatando? - o menino quis saber.


- Vamos aparatando! - respondeu – O lugar é bem afastado da cidade, teríamos que ter saído mais cedo para ir de carro. Além disso, ter um monte de carros estacionados perto de um lugar que “não tem nada” vai chamar muito a atenção dos trouxas.


- Então vamos logo! - completou – Mal posso esperar para chegar lá no estádio.


Mesmo a rua estando vazia, eles foram até um beco isolado para poder apartar sem correr o risco de não trouxa ver os dois.


- Segura em mim, meu filho – Rony pediu – Você já fez uma apartação coletiva e sabe como é.


- Está bem! - concordou enquanto segurava no braço estendido do homem.


Assim que chegaram ao local, viram que a fila estava dando um volta completa em torno do estádio, mas também estava andando bem rápido e de maneira organizada, provavelmente não demorariam muito para chegarem aos seus lugares.


- É uma pena que o tio Harry não veio com a gente – Hugo comentou – Ia ser legal ver o jogo de quadribol junto com ele, o James e o Alvo.


- Você sabe muito bem que os seus primos torcem para as Harpias, por que a sua tia Gina jogou lá assim que terminou Hogwarts – lembrou fazendo uma pequena careta – Um péssimo gosto deles, se quer saber a minha opinião.


- Concordo! - concordou com a cabeça – O Cannons jogam muito mais que as Harpias, todo mundo sabe disso – completou – Mas e o tio Harry, eu pensei que ele também torcesse para os Children Cannons.


- Você sabe que o seu tio só conheceu os times de quadribol quando tinha 11 anos e descobriu que era bruxo, antes ele achava que só existia aquele tal de futebol – falou – Então eu o fiz torcer para os Cannons quando estávamos em Hogwarts. Mas acho que a sua tia Gina conseguiu convencê-lo a mudar para as Harpias na época em que estavam casados.


Então chegaram aos lugares deles, de onde dava para ver todo o campo em uma visão privilegiada. Tinha custado muito caro, mas valeu a pena.


- Ouvi dizer que os jogos oficiais podem durar dias, talvez meses, até que o apanhador consiga pegar o pomo de ouro – Hugo comentou, de repente – Espero que esse jogo demore bastante, quero aproveitar todos os momentos.


- Já eu espero que não demore muito! - o homem respondeu – Eu preciso trabalhar na segunda-feira. Aliais, eu preciso passar na Gemialidade Weasley amanhã para ver como esta o movimento da loja.


- Oba, eu posso ir com você? - pediu – Queria muito comprar algumas coisas para quando eu for para Hogwarts em setembro.


- É claro, não poderia te deixar ir pela primeira vez a Hogwarts sem, pelo menos, um produto da Gemialidade Weasley – garantiu – Mas a sua mãe não pode saber disso, ela mataria nós dois.


- Pode deixar que eu não vou falar nada para ela – avisou – Ainda não perdi o amor a minha vida.


Os dois começaram a rir sem parar. Foi nesse momento que os jogadores começaram a entrar no campo, já montados nas suas vassouras.


- Já vai começar o jogo! - o ruivo mais velho avisou – Agora vamos assistir.


Para a tristeza de Hugo, o jogo durou menos de meia hora. Os Children Cannons venceram por 210 a 30 e foram consagrados campeões da liga inglesa de quadribol.


- O jogo foi maravilhoso! - o menino comentou enquanto caminhavam na rua que ia em direção a casa deles - Ainda nem acredito que o nosso time foi campeão.


- E você ainda tinha alguma dúvida disso? - o olhou em dúvida – O nosso time era o melhor dos últimos 20 anos, todos os jornais apontavam os Cannons como favoritos.


- Finalmente eu assisti um jogo do campeonato inglês de quadribol – comentou, bastante feliz – Agora eu só preciso ir a um jogo da copa mundial.


- A próxima edição vai ser no ano que vem e é aqui na Inglaterra – lembrou – E na última copa que teve, fomos todos assistir a final. É claro que isso faz muito tempo; eu, sua mãe e seu tio Harry ainda íamos começar o quarto ano em Hogwarts.


- Deve ter ser mesmo muito legal! - comentou.


- Tive uma ótima idéia! - avisou – O que você acha de irmos assistir a final da copa mundial de quadribol no ano que vem, independente de quem esteja jogando? Vai ser um ótimo dia, igual a hoje.


- Eu vou adorar! - respondeu – Mal posso esperar para chegar logo esse dia.


Hugo voltou para casa parecendo mais feliz ainda. Não tinha idéia de que essa promessa nunca seria cumprida.


*Fim do Flash Back*


 


- Isso foi no inicio do verão do ano passado, somente um mês antes dele ir para a missão em Paris e nunca mais voltar – continuou – Esse deve ter sido o último momento em que passei somente com o meu pai.


- Olha Hugo! - se ajoelhou para poder ficar na altura do sobrinho – Seu pai não esta mais aqui para cumprir a promessa que te fez, mas eu vou fazer isso por ele.


- O que quer dizer com isso? - quis saber.


- Nós vamos assistir ao jogo da copa mundial de quadribol – explicou – Nós três iremos!


- Isso mesmo muito legal! - o garoto o abraçou com bastante força – Muito obrigado tio Harry, obrigado mesmo.


- Não foi nada! - garantiu antes de sair do local.


Percebeu que foi seguido por Rose, no momento que ela fechou a porta do quarto atrás de si.


- Eu também queria te agradecer tio Harry! - ela disse – Isso é mesmo muito importante para o Hugo.


- Eu já disse que não foi nada! - repetiu – Só quero que vocês dois se divirtam muito.


- Sabe, eu vivo falando que não vou mais jogar xadrez bruxo com o Hugo, mas eu gosto de jogar com ele – explicou – Desde que o papai morreu ele anda muito triste e eu quero alegrá-lo. Às vezes parece que ele ainda não acredita muito no que aconteceu.


- Tenho certeza de que logo isso vai passar! - disse – Tem pessoas que demoram mais para aceitar as coisas.


- O importante agora é o jogo de quadribol – completou – Vamos nos divertir muito, tenho certeza disso.


- Espera Rose! - a chamou, fazendo com a garota parece no meio do caminho em direção ao seu quarto – Você tem certeza de que quer ir? Quero dizer, sei que você não gosta muito de quadribol.


- Eu quero ir sim, vai ser bom passar algum tempo longe dessa casa, tudo ainda me lembra muito o meu pai e foi difícil passar todo o verão aqui – respondeu – Além do mais, vou passar um tempo a mais com o Al, não tivemos muito tempo juntos desde que entramos de férias.


Concordou com a cabeça enquanto via a sobrinha fechar a porta no final no outro lado do corredor. Agora só precisava arranjar um plano para que Hermione tivesse um ótimo dia e não ficasse muito triste se lembrando do marido.


Logo chegou o dia do jogo da copa de quadribol, tinham chaves de portal espalhados por vários cantos da cidade e o que ficava perto deles só iria “sair” as dez horas da manhã, então não precisavam acordar muito cedo.


Harry, Rose e Hugo já estavam na cozinha tomando café da manhã. Foi nesse momento que a mulher apareceu, sua cara denunciava que tinha acabado de acordar.


- Bom dia Mione! - o moreno disse sorrindo para a amiga – Eu fiz panquecas, você vai querer quantas?


- Um só! - disse enquanto se sentava entre os dois filhos – Não estou com muito fome.


- Está bem aqui! - colocou a panqueca no prato dela – Bom apetite.


Quando eles terminaram de comer eram quase nove horas da manhã, teriam que sair logo para não chegarem tarde ao local em que estava da chave de portal.


- Bom crianças! - Harry se levantou – Vão buscar as coisas de você, saíamos em cinco minutos.


- Certo! - responderam ao mesmo tempo e correrem em direção ao andar de cima da casa.


Foi nesse momento que ele foi em direção a amiga e deu um beijo no topo da cabeça dela pôs a mão em cima do seu ombro.


- Olha Mione, eu sei que esse não vai ser o dia mais feliz da sua vida e você tem todos os motivos para isso – começou a falar – Mas tenta não ficar remoendo muito o passado, não faz bem para você ficar pensando muito no Rony.


- Pode deixar Harry, eu prometo que não vou ficar olhando as minhas fotos de casamento o dia inteiro – garantiu – Eu só quero ficar esse dia aqui sozinha, só eu e a Mel, é claro.


- Vamos logo tio Harry! - Hugo apareceu, nesse momento, na porta da cozinha – Eu e a Rose já estamos aqui te esperando.


- Já estou indo crianças! - disse.


Como eles eram os únicos bruxos daquela área de Londres (quando Rony e Hermione compraram aquela casa, assim que se casaram, queriam um lugar totalmente trouxa para poder criar os filhos sem nenhum tipo de preconceito), então eram os único que iriam utilizar aquela chave de portal. Assim que apartaram no acampamento, começaram a procurar pelos outros, foi então que avistaram Krum caminhando com dois baldes de metal.


- Olá, finalmente vocês chegaram! - disse caminhando em direção a eles – Pensei que tivessem mudado de idéia e não vinham mais


- Precisávamos esperar a chave de portal no trazer até aqui! - foi Harry quem explicou – Sabe como é.


- Sim, claro! - concordou com a cabeça – Eu estava indo pegar um pouco de água, mas fiquem a vontade para se ajeitarem. Aquela a barraca dos “meninos” e a outra é a das “meninas” - a apontou para as duas barracas que não estavam muito longe de lá.


- Vão para lá, crianças! - avisou para os sobrinhos – Eu vou ajudar o Krum a pegar a água.


- Não precisa Harry! - garantiu – Eu posso fazer isso sozinho, acredite em mim.


- Mas eu quero ajudar, essa é uma maneira de agradecer pelos ingressos – disse enquanto pegava um dos baldes – E quanto mais gente ajudando com a água, melhor.


- Certo! - disse, por fim – Vamos até lá logo.


Algumas horas depois, todos já estavam instalados no “acampamento”. Krum e Hugo estavam jogando xadrez bruxo e jogo era assistido de perto do James e Lilian, já Alvo e Rose caminhavam de mãos dadas pelo local, provavelmente aproveitando o tempo perdido.


O moreno estava tão distraído olhando os filhos e os sobrinhos que nem percebeu quando a ex-esposa se sentou bem ao seu lado.


- Vai ser um jogão! - comentou, fazendo com que o homem olhasse para ela – Não acha Harry?


- Claro! - concordou com a cabeça, mas sem muita emoção.


- Você parece preocupado com alguma coisa Harry! - observou enquanto o encarava, muito séria - O que aconteceu.


- Não é nada Gina! - garantiu – É sério.


- Harry James Potter, nós dois fomos casados por 14 anos, ninguém te conhece melhor do que eu – lembrou – Pode ir contando qual o problema, agora.


- É só a Mione! - deu de ombros – Estou preocupado em como ela vai passar o dia hoje.


- Ah claro! - comentou – Hoje faz um ano da morte do Rony.


- Então você se lembra que é hoje também! - virou-se para encará-la diretamente.


- O Rony era meu irmão – deu de ombros – Seria uma completa insensível se não me lembrasse do seu primeiro aniversário de morte.


Os dois ficaram em silêncio por mais alguns segundos. Até que Gina voltou a falar, exatamente no mesmo tom.


- Às vezes nem parece que passou tanto tempo assim, tem sido um ano difícil para toda a família, até mais do que quando o Fred morreu – disse – Não que a gente não tenha sentindo a perda do Fred, mas foi no meio de uma guerra, as mortes era inevitáveis. Mas, no caso do Rony, não foi assim.


- Sei disso! - concordou – Eu estava lá, esqueceu.


- E você ainda precisa dar um tempo para a Mione assimilar tudo isso, tem que admitir que ela esta bem melhor que há um ano – lembrou – Mas eu acho fofo a sua preocupação com ela.


- Mione e a minha melhor amiga e eu sei que estaria fazendo exatamente a mesma coisa por mim – repetiu a frase que já disse para a amiga várias vezes.


- Eu quero saber quando é vocês dois vão parar com esse discurso de “apenas amigos” e vão admitir que estão apaixonados um pelo outro – ela tinha um sorriso maroto nos lábios.


- Do que você está falando Gina? - virou-se, espantado, para a mulher – Eu a Mione somos amigos desde os 11 anos, nada mais do que isso. Ela era a esposa do meu melhor amigo, caso você tenha se esquecido.


- Vou te contar uma coisa que nunca consegui admitir, até agora – voltou a falar – Desde que vi vocês dois juntos, pela primeira vez, no Beco Diagonal, pensei que fossem acabar sendo um casal mais cedo ou mais tarde. Foi uma verdadeira surpresa quando percebi que era do Rony que ela gostava, é claro que também fiquei feliz pois o caminho ficou livre para mim.


- Você imagina cada coisa Gina! - não pode deixar de rir – Imagina, eu e a Mione juntos, essa é a coisa mais engraçada que eu já ouvi.


- Não vou falar mais nada sobre isso, então – concluiu – Mas depois, não diga que eu não te avisei.


- Pode deixar que eu não vou dizer! - garantiu, ainda com um tom divertido na voz.


O horário do jogo se aproximava e todos começaram a caminhar em direção ao estádio. O local estava bem cheio, parecia que toda a comunidade bruxa da Europa tinha ido assistir ao jogo de quadribol.


O ministro da magia fez o tradicional discurso de inicio, dando as boas-vindas a todos no local e, logo o chefe do departamento de esportes lançou o pomo de ouro, dando inicio a partida.


Aquele foi o jogo mais curto da história da copa mundial de quadribol, menos de quinze minutos. O placar foi, INGLATERRA 160 x 30 EUA.


Todos no lado inglês do acampamento estavam muito felizes e pareciam com disposição para comemorar até amanhecer; Apesar de estar feliz com a vitória da Inglaterra depois de décadas, Harry não era um deles, tinha coisas mais importantes para pensar nesse momento.


- Gina! - chamou a ex-esposa – Você se importa em ficar com Rose e Hugo aqui hoje de noite e levá-los para casa amanhã de manhã?


- É claro que não me importo! - garantiu – Mas eu pensei que você fosse passar a noite aqui no acampamento também, essa é a tradição das copas mundiais.


- Sei disso! - concordou com a cabeça – Mas eu tenho uma coisa para fazer agora e não vou poder ficar aqui. Mas eu não quero acabar com a alegria das crianças, não é mesmo.


Gina percebeu sobre o que ele estava dizendo e não pode deixar de dar um enorme sorriso.


- Certo! - disse, por fim – Boa sorte então, em, seja lá o que você tenha para fazer agora.


- Obrigada Gina! - deu um beijo na bochecha da mulher antes de ir embora, correndo.


- Como era somente ele, não precisava pegar uma chave de porta. Podia aparatar a hora que quisesse a aonde quisesse.


Abriu a porta de casa e o local estava totalmente silencioso. Parecia vazio, com exceção da luz acessa no fim do corredor do segundo andar. Foi para lá que o moreno se encaminhou.


- Oi Harry! - ela pareceu totalmente surpresa ao vê-lo lá – O que você está fazendo aqui? E o jogo de quadribol?


- Já acabou! - explicou – Todos estão lá comemorando a vitória do nosso time, mas não estava com muita disposição para isso.


- E as crianças! - já foi se levantando – Vieram junto com você?


- Eu as deixei com o Krum e a Gina e eles vão trazê-la para cá amanhã – explicou – Espero que não fique com raiva de mim por isso. Afinal, vocês deixou os dois sob minha responsabilidade.


- É claro que não estou com raiva de você! - garantiu – Os dois devem estar bem felizes com tudo, é o primeiro grande evento esportivo que vão.


- Estão mais feliz do que a gente naquele outro campeonato mundial de quadribol – completou.


Então, Harry sentou-se a ponta da cama da amiga.


- Sabe Mione, tem um outro motivo para eu ter voltado mais cedo para casa e sem a Rose e o Hugo – voltou a falar, fazendo que Hermione olhasse atentamente para ele – Fiquei pensando em como poderia tornar o seu dia o menos triste o possível.


- Você é mesmo um fofo Harry! - ela sorriu – Mas eu estou bem, é serio. Só chorei uma vez o dia inteiro.


- Mas ainda quero fazer alguma coisa! - completou – Não podemos sair para jantar por causa da Mel, então decidi fazer um jantar, somente para nós dois.


- Isso me parece perfeito! - respondeu – Precisa de ajuda com alguma coisa?


- Não precisa ajudar em nada! - falou – Apenas coloque a roupa mais bonita que você tiver e espera até que eu te chame.


- Tudo bem! - balançou a cabeça afirmativamente enquanto via o amigo sair de dentro do quarto.


Menos de uma hora depois, os dois morenos estavam na mesa da sala saboreando um delicioso espaguete preparado por Harry. Acompanhado por suco de abóbora, pois a morena estava amamentando.


- Sabe Harry, eu não deveria estar pensando assim, devido a tudo que aconteceu há um ano – disse – Mas esse é um dos dois dias mais divertidos da minha vida.


- Da minha vida também, Mione! - concordou – E não se sinta culpada com isso, sei que o Rony ficaria feliz com isso.


- Então vamos fazer um brinde? - pediu enquanto levantava o copo.


- Claro! - repetiu o gesto da amiga – A nos dois e a nossa amizade. Que ela ainda possa durar por muitos e muitos anos.


Eles bateram os copos, um no outro, antes de beberem um pouco do conteúdo. Depois voltaram a atenção para o seu jantar.

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