Prólogo



Prólogo


     Já era mais de meia de noite quando os gritos regados de terror espalharam-se pela rua. Era uma rua deserta, portanto ninguém os escutaria. Junto dos gritos escutavam-se também risadas. Eram risadas de escárnio.
    
      A rua estava escura e coberta de neblina. Ao final desta havia um ancoradouro, de onde partiam vários navios com mercadorias contrabandeadas. Coisas como objetos, drogas e pessoas. Apesar da neblina e lua brilhava soberana, criando uma iluminação fraca a azulada.

      E os gritos continuavam pela noite. 

      - Já esta pronto pra admitir que você os matou? – o homem que estava de pé, com o rosto coberto pelas sombras, disse.

      - me solta – sibilou o homem grande e corpulento amarrado.

      - tsc; tsc; tsc – fez o outro – esse não é um jeito educado de se falar, camarada. Onde você os escondeu?

      - Você vai ter que procurar

      -ah, eu vou sim, e eu vou encontrá-los, agora, o seu corpo – ele encostou uma faca no pescoço do homem amarrado – ninguém encontrará

      O homem enlaçado gritou mais uma vez, desta vez de dor. Algumas gotas de sangue mancharam seu colo. Ele olhou aterrorizado pra o homem que queria matá-lo. Um gato preto que andava pelas redondezas miou sinistramente. O segundo homem riu mais uma vez. O primeiro estremeceu.

       - Já está pronto pra me dizer?

       - Por que você se importa tanto com isso?

       - Por que criminosos asquerosos como você me dão nojo! – disse. A voz, calma, agora com um quê de loucura e fanatismo.

       - E o que o torna melhor que eu? – o homem disse, com a pouca força que lhe restava – você também não passa de um criminoso nojento, um assassino.

       - Ah não – ele disse contornando o homem e se aproximando dele de modo a sussurrar em seu ouvido – eu não sou um criminoso. Eu seu um Deus! O deus do novo mundo que eu vou criar, expurgando todos os criminosos asquerosos, como você. Eu sou a justiça! Agora, por favor, me diga onde estão os corpos que você enterrou?

       - Vai pro inferno, desgraçado – o homem amarrado sentiu a lamina fria como a morte entrar fatalmente em seu pescoço. Aos pouco o ar lhe faltou e a cada vez que tentava falar uma quantidade massiva de sangue escoria. Por fim, sua cabeça tombou. Estava morto

        - Depois de você.


 

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