Não desejada, mas muito amada
Harry estava sentado em um banco observando a filha brincado no balanço. Os dois estavam naquele lugar a mais de duas horas e ele tinha que ficar agüentando as mulheres do outro lado a praça o encarando e falando coisas como “Que fofo ele cuidando da filha”.
A menina pulou do balanço e foi em direção a ele.
- Pai! - disse – Nós podemos tomar outro sorvete.
- Mas você tomou sorvete há pouco tempo – lembrou.
- Mas eu queria tomar outro sorvete – fez uma cara de cachorro sem dono – Por favor, papai.
- Se você tomar sorvete agora não vai conseguir jantar depois – explicou – E a sua mãe vai querer me matar.
- Eu vou comer todo o jantar quando chegar em casa – disse – Eu prometo.
- Tudo bem Emi! - acabou concordando – Mas não pode contar nada para a sua mãe. Esse vai ser o nosso segredinho.
- Pode deixar! - acenou com a cabeça.
Pediu para a menina esperar sentada no banco e foi comprar dois sorvetes de chocolate. Depois, voltou para onde estava.
- Pai ! - ela disse depois de alguns minutos em silêncio apenas tomando o seu sorvete – Por que a sua esposa não gosta de mim?
Harry sentiu um nó se formar na garganta. Sabia que Emília era bem esperta e percebia tudo a sua volta, mas não sabia como iria explicá-la tudo que estava acontecendo. Afinal, ela só tem cinco anos.
- É claro que não é isso Emi! - por fim, resolveu mentir – A Gina só não teve muitas oportunidades de estar com você. Mas tenho certeza de que, quando vocês duas tiverem oportunidade de se conhecerem melhor, serão grandes amigas.
- Ela não parecia estar muito disposta a isso – ficou encarando os próprios pés – Parecia sem muita paciência para mim.
- Ela só esta cansada – explicou, sabia que isso é mentira, Gina nunca faz nada durante a semana toda – Sabe muito bem como a isso, a sua mãe também deve ficar assim depois de trabalhar a semana toda.
- Mas ela nunca ficou sem paciência comigo – falou – Por mais que ela esteja cansada, sempre arranja um tempo para mim.
- É diferente – revirou os olhos antes de se levantar – Agora vamos parar com essa conversa. Tenho que te levar para casa.
- Mas já! - reclamou enquanto cruzava os braços – Eu fiquei tão pouco tempo junto com você papai.
- Foi você quem preferiu ficar brincando no parquinho – lembrou – Eu prometi que te levaria para casa antes do jantar. Além disso, a Gina deve estar me esperando em casa.
- Certo! - suspirou pesadamente, mas acabou concordando – É por isso que eu queria que você fosse casado com a minha mãe.
Harry não disse nada sobre isso. Mas ele sabia que, na maioria das vezes, pensava da mesma maneira que a filha.
Foram até o carro, que não estava estacionado muito longe dali. Cerca de meia hora depois, estavam, novamente na casa dos Granger.
Tocaram a campainha e não demorou muito para Hermione ir abrir a porta.
Mamãe! - Emi abraçou as pernas da mulher.
- E como foi o seu dia hoje, minha filha – se ajoelhou para poder ficar na altura da filha – Você se divertiu muito com o seu pai.
- Sim! - balançou a cabeça afirmativamente.
- Que maravilha! - deu um sorriso feliz – Agora vá até o seu quarto trocar de roupa, o jantar já está quase pronto.
- Tudo bem! - concordou antes de se virar para o moreno – Tchau pai! Semana que vem você vai vir aqui me buscar de novo?
- Ainda não sei, minha filha – respondeu – Tenho que combinar com a sua mãe quando vão ser as minhas visitas a você.
- Já disse que você não precisa disso - ela disse imediatamente – Você pode vir visitar a Emi a hora que você quiser. Ela também e sua filha e não posso te proibir de vê-la.
- Eu já vou indo! - a menina disse antes de entrar em casa, mas, nenhum dos dois, parecia estar prestando atenção nisso – Tchau!
Então, os dois melhores amigos ficarem sozinhos.
- O que acha de entrar um pouco? - Hermione sugeriu depois de alguns minutos em silêncio.
- Não sei se é uma boa idéia! - disse um pouco incerto – Sabe que a sua mãe não gosta da minha presença aqui sem ser para ver ou para busca a Emi. Você ainda esta morando na casa dela, então tem que obedecer.
Também queria dizer que Gina sabia que Emi estava com ele, então, conseqüentemente ele iria até lá, e a ruiva iria achar isso ruim. Mas Harry nunca ligou muito para o que a esposa fala ou deixa de falar.
- Meus pais foram até uma festa de aniversário – respondeu com um enorme sorriso nos lábios – Além do mais, se eles chegarem agora, você pode dizer que esta aqui para passar um tempo a mais com a Emi. Isso não iria contra as “regras”.
- Tudo bem então! - acabou se convencendo – Mas depois, sou eu quem gosto desobedecer as regras. Não é mesmo senhorita Granger.
- Já disse que isso é permitido – revirou os olhos – O que acha de ficar para jantar, tenho certeza de que a Emi vai gostar muito muito.
- Pode ser! - deu de ombros – O que é que você esta preparando?
- É uma lasanha que comemos ontem! - respondeu – Sabe que eu nunca tive muita paciência para cozinha durante o fim de semana.
Foi nesse momento que ouviram barulho de água vindo do andar de cima.
- Parece que a Emi resolveu tomar banho! - a morena suspirou pesadamente – Ela sabe que eu não gosto que ela faça isso sozinha. Sempre acaba molhando o banheiro todo.
- Deixe-a fazer isso sozinha – o homem disse – Ela não vai depender sempre de você para tudo.
- Você disse isso por que não é você quem tem que limpar o banheiro depois – revirou os olhos.
- É assim que elas aprendem – deu de ombros.
Foi nesse momento que ele colocou a mão sobre a da amiga. Os dois ficaram se encarando por vários minutos.
- Desde que você e a Emi voltaram da Austrália eu não consigo deixar de pensar em nós dois – o de olhos verdes começou a sussurrar – Não consigo deixar de esquecer dos nossos momentos juntos.
- Eu também nunca me esqueci disso Harry – ela continuou da mesma maneira – Você foi o primeiro e único homem da minha vida.
Harry sabia que a morena não tinha tido nenhum namorado enquanto esteve na Austrália, pois estava sempre trabalhando ou cuidando da Emi. Mas era sempre bom ouvir isso dela.
- Também fico imaginando como teria sido se nós tivéssemos ficado juntos depois a Emi nasceu – continuou – Seria que isso teria dado certo, ou seria um relacionamento fracassado, como o meu e da Gina?
- Eu, sinceramente, não sei – deu de ombros – E não adianta ficarmos pensando nisso agora, não aconteceu e não podemos fazer nada para mudar isso.
- Talvez a gente não possa mudar o passado – passou a ponta dos dedos pelo rosto da amiga – Mas podemos fazer um novo começo.
- Não tenho certeza disso! - fechou os olhos involuntariamente – Não é certo o que estamos fazendo. Nem com nós dois, nem com a Emi, nem com a Gina.
- Somos duas pessoas que querem ficar juntas e serem feliz assim – foi se aproximando lentamente – O que poderia ter de errado nisso?
Então, rompeu a pequena distancia que tinha entre os dois. Primeiro o beijo começou calmo, mas logo foram aprofundando o contato e, sem perceber, começaram a deitar no sofá. Os dos estavam tão entretidos que nem perceberam quando a porta da sala foi aberta.
- Hermione Jane Granger! - se afastaram rapidamente quando a senhora Granger gritou – O que é que significa isso?
- Acho melhor eu ir embora Mione! - Harry disse, sua respiração ainda estava bastante ofegante – Outro dia eu janto junto com você e a Emi. Talvez quando vocês estiverem na nova casa.
- Certo! - concordou com a cabeça, estava da mesma maneira que o amigo – Até segunda-feira.
O moreno saiu de lá o mais rápido possível. Hermione apenas ficou encarando a mãe, ela não parecia nem um pouco feliz com a cena que tinha acabado de presenciar.
- Pensei que você e papai tivessem ido na festa de aniversário? - resolveu perguntar.
- Eu esqueci o presente e resolvi voltar para buscá-lo – ela não estava olhando a filha diretamente nos olhos – Será que agora você pode me explicar o que foi isso que eu acabei de ver?
- Acho que não preciso te explicar nada! - resolveu encarar a mulher de frente – Já sou maior de idade, tenho um emprego, ganho o meu próprio dinheiro e tenho uma filha. Já posso tomar as minhas próprias decisões.
- Pois, às vezes, você é mais irresponsável que a Emi – a encarou de cima a baixo – Será que uma gravidez indesejada já não foi o suficiente? Vai continuar se envolvendo com o homem errado até que isso aconteça novamente?
- Eu amo o Harry e tenho certeza de que ele não é o homem errado – continuava bem séria – E, não se preocupe, não pretendemos ter outro bebê. Mas se isso acontecer, pode ter certeza de que ele vai ser muito amado, da mesma maneira que a Emi foi.
- Desde que você não venha me pedir ajuda depois para qualquer coisa – deu de ombros – Você e Harry podem fazer o que quiser da vida.
- Não preciso da sua ajuda para nada! - lembrou – E espero que nunca precise.
- Você sabe muito bem o quanto uma gravidez aos 19 anos te prejudicou no seu emprego – a mais velha continuou a falar – Só quero que pense muito bem antes de cometer esse erro novamente.
Foi nesse momento que ouviram alguma coisa cair no chão e olharam para trás. Emi estava no último degrau da escada e sua boneca preferida estava caída aos seus pés. Algumas lágrimas começaram a cair dos olhos da menina.
- Emi! - Hermione a chamou, mais era tarde demais, ela já tinha subido correndo as escadas – Viu só o que essa sua conversa fez? - completou se virando para a mãe.
- Uma hora ela teria que saber a verdade – completou – Acha mesmo que ela iria acreditar a vida toda na história de que os pais se amavam muito mas o destino acabou os separando?
- Eu sei que um dia teria que contar toda a verdade para ela, mas queria esperar que fosse um pouco mais velha – explicou – Também não precisava ser dessa maneira, nem com essas palavras.
A senhora Granger não disse mais nada depois disso.
- Acho melhor ir lá falar com ela – suspirou pesadamente antes de ir em direção as escadas.
Quando chegou na porta do quarto da filha a abriu. Ela estava deitada na cama e com a cara enfiada no travesseiro. A mulher sentou-se na beirada da cama começou a mexer no cabelo da menina, que se virou e a encarou com os olhos totalmente vermelhos.
- Eu fui mesmo um erro? - quis saber, sua voz estava levemente rouca – Eu nunca deveria ter nascido então.
- Emi! - suspirou pesadamente – Não é bem isso que você está pensando.
- Mas isso é verdade? - perguntou mais uma vez – É verdade que vocês dois não estavam esperando pela minha chegada.
- É verdade sim! - resolveu contar toda a verdade – Eu e o seu pai não planejamos o seu nascimento.
- Eu sabia disso! - voltou a chorar – Eu atrapalhei a vida de vocês dois.
- E quem foi que disse que você atrapalhou as nossas vidas – limpou algumas lágrimas que ainda teimavam em cair do rosto de Emi.
- Eu ouvi o que a vovó disse – explicou.
- Talvez não tenha sido na época em que eu sai de Hogwarts, mas hoje eu tenho um bom emprego – disse calmamente – E o Harry também é muito feliz como assessor do ministro da magia. Ter um bebê cedo não atrapalhou a vida dele.
- Mas eu sei que a esposa dele não gosta de mim – continuou – Não importa o que o papai tenha me dito, sei que foi mentira.
- Acontece que a Gina não esta acostumada a dividir as coisas – falou – E você está fazendo isso com ela.
- Então ela eu sei que não queria que eu tivesse nascido – completou bem baixinho, mas o suficiente para a mãe ouvir.
- Eu só quero que fique claro uma coisa Emília – e pegou no colo a a abraçou com bastante força – Eu e o seu pai te amamos desde o dia em que ficamos sabendo que você existia. E, posso te dizer que o dia mais feliz da minha vida foi o dia em que você nasceu.
- Verdade? - ficou encarando a morena atentamente.
- É claro que sim! - respondeu – Eu estava bem nervosa com tudo, mas, no momento em que eu olhei para o seu rosto pela primeira vez, sabia que tudo o que tinha acontecido valeu a pena só por esse momento.
- Eu te amo mãe! - ela disse por fim.
Hermione deu um beijo no topo da cabeça da filha e a abraçou com a mais força. As duas ficaram assim por mais algum tempo.
*Flash Back*
A morena terminava de se pentear na frente do espelho e ficou se olhando por alguns minutos. Sua barriga de nove meses já estava enorme, ela mal via a hora de sua filha nascer, principalmente pela dor nas costas estar horrível.
Como o parto esta cada vez mais perto, Harry liga quase de hora em hora para saber como a amiga está. E sempre diz que, se precisar, ela estará na casa dela o mais rápido possível.
Mas hoje, Hermione sabe que não será assim, pois o moreno está em um coquetel representando o ministro da magia juntamente com Gina.
Sentiu um pequeno chute na sua barriga e colocou a mão na região.
- Eu sei que você também está doida para sair daí minha filha – não sabia se ela conseguiria ouvir, mas, mesmo assim falava com o seu bebê – Mas não se preocupe, logo você está aqui fora. Nesse mundo louco, mas eu sei que você será muito feliz.
Foi quando ouviu o barulho de alguém batendo na porta.
- Pode entrar! - avisou.
Viu, pelo espelho, que era o seu pai. Ele já estava arrumado para sair para o trabalho.
- Nós já estamos saindo, minha filha – ele disse – Tem certeza de que você vai ficar bem aqui sozinha?
- Não se preocupe pai! - garantiu – Nós vamos ficar muito bem.
- Qualquer problema é só nos ligar – avisou – Já que o Harry não vai poder vir aqui te ajudar.
- Está bem! - concordou com a cabeça.
O barulho de campainha veio do andar de baixo da casa.
- Deixa que eu vejo quem é! - ouviram a senhora Granger gritar.
Hermione saiu do quarto juntamente com o seu pai. Desceu a escada, com uma certa dificuldade, bem a tempo de ver Rony na entrada.
- Bom dia senhora Granger! - ele disse sorrindo simpático – A Hermione está em casa?
- Oi Rony! - foi abraçar o amigo assim que chegou até a porta – O que você está fazendo aqui?
- Como o Harry não iria para o ministério hoje, papai disse que eu também poderia tirar o dia de folga – explicou – Então o Harry pediu para eu ficar aqui te fazendo companhia e ligar para ele qualquer coisa que acontecer.
- Está certo! - concordou com a cabeça – Vou adorar ter a sua companhia hoje.
- Acho que agora você não precisa mais se preocupar com a Hermione – a mulher disse se virando para o marido – Ela vai ficar bem aqui junto com o Rony.
- Está bem! - virou-se para a morena e deu um beijo no topo da sua cabeça – Tchau minha filha.
Ela deu um pequeno sorriso antes de ver os pais saírem em direção a garagem.
- Então! - o ruivo disse alguns minutos depois – O que você quer fazer hoje?
- Não tinha pensado em nada de especial – deu de ombros – O que acha de irmos para a sala e conversamos um pouco.
- É uma boa idéia – concordou.
Rony sentou-se no sofá e a amiga se deitou encostando a cabeça no colo dele.
- Eu não agüento mais ficar em casa o dia todo – suspirou pesadamente enquanto olhava para o teto – Mas o meu médico disse que é melhor eu ficar em casa esperando até minha filha nascer.
- É melhor mesmo! - ele disse enquanto brincava com uma mecha de cabelo dela – O trabalho no ministério pode ser muito estressante e isso pode fazer mal para o bebê.
- Eu sei de tudo isso – concordou – Mas eu gosto de trabalhar. Não consigo ficar muito tempo parada, sabe disso.
- Só você mesma Mione! - comentou – É única pessoa que eu conheço que gosta de trabalhar.
- Pensei que você gostasse do seu trabalho no ministério – se virou para olhá-lo melhor – Pelo menos o Harry diz que você está sempre trabalhando bastante.
- Eu gosto de trabalhar no ministério, mas eu não gosto de trabalhar como assistente do meu pai – explicou – Sabe muito bem que eu quero ir para o departamento de esportes mágicos.
- Por que você não fala isso com o seu pai? - sugeriu – Ele é o ministro da magia, pode colocar lá.
- Eu não quero conseguir isso só por que eu sou filho do ministro da magia – falou bem sério – Quero que seja pelo meu trabalho. Por isso eu tento trabalhar o máximo possível, para o meu pai ver do que eu sou capaz;
- Acho que você tem razão – concordou – Se fosse comigo eu faria a mesma coisa que você.
Foi nesse momento que Hermione começou a sentir uma dor forte na barriga e colocou a mão nessa região.
- O que houve Mione? - o garoto perguntou – Você está se sentindo bem?
- Estou sim! - suspirou pesadamente quando a dor melhorou – Deve ter sido só uma contração.
- Uma contração? - ficou ainda mais preocupado – É melhor irmos para o hospital então.
- Ainda não! - disse segurando a mão do amigo – Eu li em um livro sobre gravidez que as primeiras contrações podem vir horas antes do bebê nascer. Eu só vou ficar cansada de ficar dentro de um hospital.
- Já que você diz – deu de ombros.
Passaram-se duas horas e as contrações de Hermione estavam aumentando cada vez mais. Ela já estava começando a ficar impaciente.
- Tem certeza de que não quer que eu te leve no hospital? - Rony perguntou enquanto entregava um copo de água para a amiga, a mão dela estava tremendo.
- Eu tenho certeza! - tomou um gole de água – Eu estou muito bem.
Então, veio mais uma contração e a morena acabou derrubando o copo de água. Foi nesse momento que ela sentiu algo molhado entre as suas pernas.
- Rony! - o chamou o mais alto que conseguiu – A bolsa estourou.
- Que bolsa Mione? - a olhou em dúvida – Você não esta usando bolsa nenhuma.
- Não é isso! - se ela não estivesse com tanta dor, daria um tapa no amigo – Está na hora, a minha filha vai nascer.
- Essa não! - começou a andar de um lado para o outro sem saber o que fazer – Eu vou ligar para os seus pais.
- Espera! - segurou o pulso dele para fazê-lo parar – Liga para o Harry primeiro. Ele disse que quer muito estar comigo quando o nosso bebê nascer.
- Certo! - concordou.
Hermione ficou muito impaciente enquanto esperava pelo ruivo. Já tinha lido várias coisas de como seria a hora do parto, mas nunca passou por isso e tem medo de como pode ser.
- O Harry disse que vai para o hospital o mais rápido possível – ele disse quando retornou a sala – Também falei com o seus pais e eles também estão indo para lá.
- Ótimo! - tentou se levantar sozinha, mas acabou precisando de ajuda – Então vamos logo para o hospital.
- Certo! - concordou com a cabeça.
Ela subiu para trocar de roupa no seu quarto e pegou a mala com as roupinhas da sua filha. Logo ela estava de volta ao andar de baixo.
- Agora vamos aparatar no St Mungus – Rony disse segurando o braço da amiga.
- Nós não vamos para o St Mungus – lembrou – Sabe muito bem que eu vou ter a minha filha no hospital trouxa.
- Já tinha me esquecido – colocou a mão na testa – E como é que nós vamos chegar lá?
- Como você achar que vamos chegar lá? - revirou os olhos – Vamos de carro.
- Essa não! - agora ele estava mais nervoso ainda – Eu tenho carteira de motorista, mas não pratico muito. Como é que eu vou dirigir até o hospital?
- Você vai ter que dirigir. Não quer que eu faça isso, não é mesmo? - falou bem séria – E não se preocupe, o hospital não fica muito longe da minha casa.
- Então esta bem! - suspirou pesadamente – Vamos lá.
Não foi muito fácil, mas Rony conseguiu chegar ao hospital trouxa sem conseguir causar nenhum acidente. Assim que entraram na recepção, o senhor e a senhora Granger já estavam lá.
- Minha filha! - a mulher disse para a filha – Como é que você esta se sentindo?
- Esta doendo muito! - disse enquanto se sentava na cadeira de rodas que a enfermeira levou – Mas eu vou sobreviver.
- Vou ter que te levar para fazer alguns exames – avisou – Uma pessoa pode ir junto com você. Quem você escolhe?
- O Harry ainda não chegou – deu para perceber que ela estava bem triste com isso – Então, venha comigo Rony.
- Eu? – o ruivo a olhou em dúvida – Você tem certeza disso Mione?
- Claro que eu tenho certeza – respondeu antes de se virou para os pais – Quando Harry chegar avise para ele aonde nós estamos.
Assim que chegaram a sala de exames, a enfermeira deitou Hermione em uma maca, Rony se sentou em uma cadeira ao lado da amiga. Não demorou muito para o médico chegar.
- Bom dia senhorita Granger! – ele sorriu simpático para a garota, depois virou para o seu acompanhante – E o senhor, quem é?
- Sou Ronald Weasley – estendeu a mão para cumprimentar o homem – Sou amigo da Hermione.
- O Harry ainda não conseguiu chegar, está preso com um problema do trabalho – a morena explicou – Então, enquanto isso, o Rony está aqui me fazendo companhia.
- Certo! – concordou com a cabeça – Agora, vamos começar com esse exame. Parece que essa garotinha parece estar doida para sair daí.
O homem começou a preparar para fazer a ultrasonografía. Ele ficou algum tempo olhando para a tela do computador e mexendo no aparelho.
- Parece que está na hora mesmo – disse, por fim – Vamos preparar a sala de cirurgia.
- Mas já? – se espantou – O Harry ainda não chegou. Queria que ele estivesse aqui comigo nesse momento.
- Eu sinto muito senhorita Granger – explicou – Mas a bolsa já estourou há algum tempo, não podemos esperar muito tempo.
- Eu posso ficar com você até o Harry chegar – Rony disse segurando a mão dela – Depois disso ele toma o meu lugar.
- Isso não costuma ser permitido aqui no hospital – o médico disse colocando a mão no queixo – Mas posso abrir uma exceção, só dessa vez.
- Obrigada doutor! –ela sorriu agradecida.
Logo, estava tudo preparado para começar a cirurgia. O anestesista aplicou uma injeção em Hermione e logo ela não estava, mas sentindo nenhuma dor.
- Nós já podemos começar – o homem disse com o bisturi na mão.
- Espera Hermione! – o ruivo sussurrou perto do ouvido da amiga – Isso daqui é uma cirurgia?
- É claro Rony! – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo – Como é que você queria que a minha filha nascesse?
- Da maneira normal! – falou – Como todos os bebês nascem no St Miungus.
- O médico disse que eu poderia escolher o tipo de parto – ela explicou – E eu escolhi fazer cesariana.
- Certo! – ele estava começando a se sentir tonto.
- Eu não acredito nisso Ronald Weasley – a morena não consegiu evitar uma risada – Pensei que você só tivesse medo de aranhas.
- E eu só tenho medo de aranhas mesmo – seu rosto já estava ficando verde – Mas eu sempre tive horror de ver sangue. Desde que eu era pequeno e Fred e Jorge resolveram me ensinar a fazer malabarismo com as facas da cozinha.
- Então é só você não olhar o que o médico está fazendo – sugeriu.
Mas isso não adiantou. O garoto olhou bem no momento em que o médico cortou a barriga de Hermione. Ele desmaiou na mesma hora.
- Rony! – ela o chamou, mas o ruivo não se mexeu.
- Alguém retirá-lo daqui? – o médico pediu.
Dois enfermeiros entraram no centro cirúrgico e retiraram Rony, ainda desmaiado. Não demorou muito para Hermione começar a ouvir um choro.
- Aqui está ela – o homem segurava o bebê e entregou para a assistente – Ela está forte e saudável.
- Será que eu posso segurá-la?- ela pediu – Eu quero ver a minha filha.
- Eles já vão trazê-la senhorita Granger –avisou – Só precisam limpá-la.
Logo, a enfermeira entregou para a morena um embrulho rosa. Ela afastou um pouco para poder ver o rosto da sua filha.
- Ela é linda! – não pode evitar de uma lágrima cair dos seus olhos – Minha pequena Emília Lilian Potter.
Cerca de meia hora depois, as duas estavam no quarto. A primeira visita que receberam foi do senhor e da senhora Granger.
- Ela é mesmo muito linda! – o homem estava andando pelo local com a neta no colo – Parece muito com você quando era pequena.
- Eu ainda não sei se ela se parece comigo ou com o Harry – observou – Acho melhor esperar mais alguns dias para poder ter certeza.
- Acredite em mim minha filha – completou – Ela se parece com você.
- Agora você vai ver toda a responsabilidade de se ter um filho – foi a vez da senhora Granger falar – Você vai ver como uma criança não é brincadeira.
- Eu sei disso tudo mãe! – ela suspirou pesadamente, estava cansada e ainda tinha que ficar ouvindo sermão da sua mãe – Mas não se preocupe com isso, tenho certeza de que vou ter toda a ajuda possível do Harry.
- Você e o Rony estão tendo alguma coisa? – quis saber – Ele passou o dia inteiro lá em casa e, depois, passou o tempo todo aqui com você no hospital.
- Eu e Rony somos somente amigos – explicou – Ele só está aqui me ajudando, tenho certeza de que ele faria isso por qualquer um.
- Pois era com ele que você deveria ter um filho e se casar depois – completou – Afinal, ele está solteiro e completamente disponível. Diferente do Harry.
- Não estou afim de discutir isso agora – falou se ajeitando na cama – Tive um dia muito cansativo hoje.
Foi nesse momento a porta do quarto se abriu. Hermione pensou que fosse Harry, mas, na realidade, era Rony.
- Oi Mione! – ele ainda parecia meio tonto, deve ter acabado de acordar – Eu sinto muito por ter desmaiado.
- Tudo bem Rony, pode acontecer com qualquer um – disse – Só fico com pequena da sua futura esposa quando chegar a hora dos seus filhos nascerem.
- Vamos deixar vocês dois sozinhos – o senhor Granger entregou o bebê de volta para os braços da mãe – Eu posso voltar mais tarde para passar a noite aqui com você.
- Não precisa pai! Garantiu.
Os dois saíram e deixaram Rony e Hermione sozinhos.
- Então! – ele disse parecendo um pouco incerto – Será que eu posso segurar a minha afilhada?
- É claro que pode! – disse com um sorriso.
Ele pegou o bebê com todo o cuidado e se sentou na cadeira que ficava perto da cama.
- Ela é bem pesada – comentou com a amiga antes de voltar para a menina – Oi Emília. Eu sou o Rony, seu padrinho. Vou te deixar fazer as coisas divertidas que os seus pais não deixarem.
- Mas nada muito perigoso – a morena completou – Ou ele pode matar a sua mãe do coração.
- Tudo bem, nada muito perigoso – concordou revirando os olhos – Pelo menos, não que ela vá ficar sabendo – disse isso bem baixinho.
Foi nesse momento que Hermione soltou um bocejo.
- Você deve estar querendo descansar – colocou Emília no berço improvisado – Eu vou embora para deixar você dormir em paz.
- Não Rony! – o chamou fazendo com que parece no meio do caminho – Fica aqui comigo até o Harry aparecer.
Hermione foi fechando os olhos lentamente e o ruivo ficou mexendo de leve nos cabelos dela.
- Rony! – o chamou sem abrir os olhos – Por que será que o Harry não apareceu ainda?
- Eu não sei Mione! – suspirou pesadamente antes de responder – Sabe que ele estava em um coquetel. Talvez ele não tenha conseguido sair, ou alguém não deixou.
- Espero que seja isso mesmo – completou – E que ele não demore muito.
- Tenho certeza de que ele não vai demorar – garantiu – Logo ele vai estar aqui com você e a Emília.
Várias horas se passaram e, quando os dois repararam, já estava escuro do lado de fora.
- Eu preciso ir embora Mione! – Rony disse se levantando – Minha mãe gosta de ter toda a família reunida para o jantar e vai ficar brava se eu não chegar logo.
- Certo! – concordou com a cabeça – Não quero te arranjar problemas com a sua mãe. A senhora Weasley com raiva não é uma cena muito legal de se ver.
- Com certeza – deu um beijo no topo da cabeça da morena – Volto aqui amanhã de manhã.
No momento em que o ruivo saiu, o choro de bebê invadiu todo o quarto. Hermione a pegou no colo para pode amamentá-la.
*Fim do Flash Back*
Harry passou todo o caminho até em casa pensado no beijo que tinha dado em Hermione. Ele sabe muito bem isso foi errado, mas, ao mesmo tempo, gostou muito e queria fazer isso novamente. Também espera que a amiga não tenha arranjado muitos problemas com a mãe por causa disso.
Estacionou o carro e entrou em casa. Logo Gina desceu a escada com um enorme sorriso nos lábios.
- Vejo que você esta sozinho – observou – Divertiu-se com a pirralha hoje.
- Sim! - respondeu – Eu me diverti muito com a minha filha hoje.
- Você também deve ter visto a mãe da sua filha hoje – completou dando soltando uma pequena risada – E aposto que estava lá, com ela, até agora.
- Não que isso seja da sua conta! - deu de ombros – Mas eu estava sim.
Foi caminhando em direção ao seu escritório.
- Espera Harry! - a ruiva o chamou – Para onde você está indo?
- Preciso fazer um relatório para entregar para o seu pai na segunda-feira – explicou – E sabe como eu não gosto de trabalhar no domingo.
- Mas você não vai comer nada? - quis saber – Posso te preparar um sanduíche, ou alguma coisa qualquer.
- Não estou com fome – disse simplesmente – Talvez eu coma alguma coisa mais tarde. Não precisa se preocupar com isso.
Harry ficou meia hora olhando para a folha de pergaminho em branco. Não conseguia se concentrar para fazer esse relatório, tinha muita coisa acontecendo na sua cabeça ao mesmo tempo.
Ficou encarando o porta-retrato que ficava em cima da sua mesa. Emi devia estar com dois anos de idade. A menina brincava no balanço e sorria na direção da câmera.
O moreno, então, se lembrou do dia em que a filha nasceu. Ele não assistiu ao momento do parto (e se arrepende disso até hoje), mas o momento mais inesquecível quando teve aquele pequeno bebê em seus braços pela primeira vez.
*Flash Back*
Harry dirigiu o mais rápido possível até o hospital, precisava falar com a amiga e explicar o que tinha acontecido. Quem ela um dia conseguisse perdoá-lo.
Entrou no local e foi diretamente falar com a recepcionista.
- Boa noite! - disse para a mulher – Eu gostaria de saber qual é o quarto de Hermione Granger. Ela fez um parto aqui hoje.
- Hermione Granger – começou a mexer no computador na sua frente – E o senhor é que dela?
- Eu sou o pai da filha dela – respondeu.
- Certo! - concordou voltando a sua procura – Aqui está, quarto 1050.
- Obrigado! - saiu correndo em direção aos elevadores.
Foi nesse momento que encontrou o seu melhor amigo saindo do local.
- Harry! - deu um enorme sorriso ao vê-lo – Que bom que você chegou, a Mione está perguntando por você há horas.
- A Mione está bem? - perguntou isso rapidamente – E a minha filha? Como as duas estão.
- Fica calmo cara! - colocou a mão no ombro dele – As duas estão ótimas. Vai até lá, tenho certeza de que a Mione vai ficar muito feliz em te ver.
- Certo! - concordou com a cabeça – Vou até lá.
No momento em que entrou no quarto, viu que Hermione estava amamentando a filha. A menina estava toda coberta por uma manta rosa e só dava para ver um pedaço da sua testa. A morena estava totalmente concentrada nessa atividade.
- Harry! - depois de alguns minutos em que ele esteve parado na porta, a garota percebeu a sua presença.
- Eu sinto muito Mione! - foi falando enquanto caminhava na direção da amiga – Sei que eu prometi estar aqui com você no momento em que a nossa filha nascesse e não devia ter te deixado na mão.
- Está tudo bem Harry – disse calmamente.
- Eu queria ter saído daquele coquetel no momento em que o Rony me ligou – continuou, como se não tivesse reparado nela – Mas a Gina começou a dizer que estava tudo terminado, depois, começou a me ameaçar e eu não pude fazer mais nada.
- Harry, será que você calar a boca a me ouvir – gritou o mais alto que conseguiu – Eu já disse que está tudo bem. Você não estava aqui quando a Emília nasceu, mas agora está aqui.
- Obrigada Mione, não sabe o que significa para mim – suspirou pesadamente enquanto olhava para o teto.
- Agora você pode parar de se lamentar – ela começou a abotoar a blusa – Acho que tem alguém aqui querendo te conhecer.
Foi então que conseguiu ver o rostinho da filha. Ela estava dormindo tranqüilamente, ignorando totalmente o mundo a sua volta.
- Será que eu posso segurá-la? - quis saber parecendo um pouco incerto.
- Claro que sim! - respondeu com um enorme sorriso – Só precisa tomar cuidado, por que ela acabou de mamar.
- Certo! - esticou os braços, mas depois voltou a posição normal – Será que não tem perigo de deixá-la cair.
- Tenho certeza de que você não vai deixá-la cair – garantiu – Ela é sua filha, vai saber como agir.
Então a segurou no colo. A menina deu um pequeno bocejo e se ajeitou um pouco melhor nos braços do pai.
Harry não pode deixar de se emocionar com aquele pequeno ser. Era a sua filha. Sua e de Hermione.
- Dá para acreditar que nós dois fizemos um outro ser humano? - comentou sem deixar de olhar para Emília.
- Não fala dessa maneira Harry – comentou fazendo uma careta – Você faz isso parecer tão mecânico.
- Até aonde eu me lembro, não foi mecânico – riu levemente, então percebeu que o rosto da amiga tinha ficado vermelho.
Emília abriu os olhos e ficou encarando o pai com seus pequenos olhos verdes.
Foi então que Harry reparou que ela era tudo que importava agora. Não importa o que aconteça, tudo na sua vida seria em função daquele pequeno bebê.
Devolveu a filha para Hermione e se sentou no banco que estava em frente a cama.
- Eu vou terminar tudo com Gina! - ele disse, de repente.
- Como assim Harry? - não estava entendendo nada.
- Eu pedi para Gina adiar a data do casamento, pois eu precisava pensar até o bebê nascer – lembrou – E eu já pensei. Não quero passar o resto da minha vida ao lado da Gina.
- Você tem certeza disso? - quis saber – Você vai mesmo acabar com um namoro de tantos anos por um impulso.
- Não é um impulso Mione – garantiu – A verdade, já estou pensando nisso há algum tempo. Isso tudo só me confirmou algo que eu já sabia.
Os dois ficaram em silêncio por algum tempo. Harry pegou a mão livre da morena e apertou, levemente, os dedos.
- E, agora que eu não estou mais com a Gina – começou – Talvez a gente possa tentar ter alguma coisa.
- Não sei Harry – respondeu afastando a mão.
- Mione. Sei o que você sente por mim e eu, infelizmente, não posso te corresponder da mesma forma – estava bem sério – Mas eu estou disposto a tentar te amar, se você me der essa chance.
- Você não sabe o quanto eu esperei para te ouvir falar isso – suspirou pesadamente – Mas eu não posso te deixar fazer isso só por causa da nossa filha.
- Não estou fazendo isso somente por causa dela – garantiu – Eu quero uma chance de te fazer feliz. Prometo que não vou te magoar de novo.
- Você nunca me magoou Harry – falou – Mas, eu só quero que você me prometa uma coisa. Se você começar a achar que não está dando certo, pode falar comigo e nós dois voltamos a ser amigos sem nenhum ressentimento.
- Eu prometo! - respondeu dando um selinho de leve na morena – Vou falar com a Gina assim que você sair do hospital.
Ele a beijou mais uma vez. Continuaram a conversar até a enfermeira aparecer dizendo que o horário de visitas tinha terminado. Harry foi embora com a promessa de que voltaria no dia seguinte.
*Fim do Flash Back*
Harry suspirou pesadamente com essas lembranças. Aquele dia poderia ter mudado completamente a sua vida.
Hoje as coisas poderiam ser completamente diferentes. Ele poderia estar casado com Hermione e os dois e Emi poderiam ser uma família muito feliz. Talvez até já tivessem dado um irmãozinho para a filha.
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