A resposta da carta
Cartas para Julieta – Capítulo 4
Exaustão. Era a palavra que descrevia Ginny Weasley nesses últimos dois dias. Harry havia ido viajar para algum lugar da Itália, nome este que ela não lembrava e nem fazia esforço para lembrar. Estava decepcionada sim com Harry. Mas para não demonstrar isso, resolvera se empenhar na resposta da carta de Claire.
A carta estava boa, mas ainda não conseguira um resultado totalmente satisfatório na sua opinião, entretanto achou melhor colocar a carta na cesta, onde tinha certeza de que seria entregue e deixar por isso mesmo. Conhecia a si mesma bem o suficiente para saber que bom nunca a deixaria satisfeita. Gostava do ótimo. No mínimo. Se possível, maravilhoso, ou perfeito. Mas isso ocuparia mais alguns dias dela e estava ansiosa o suficiente para saber se Claire receberia a carta para esperar mais alguns dias.
CARTAS PARA JULIETA
Cinco dias haviam passado. Cinco. Cinco infernais dias. E absolutamente nada da resposta da carta que Ginny havia mandado para Claire. Começava a perder as esperanças, quando em uma tarde na qual novamente se encontrava sentada na mesa das secretárias de Julieta, ouviu-se um: huhum! urgente ecoando na sala pequena e lotada. Rapidamente todos os pescoços foram virados em direção ao loiro alto, forte com frios olhos azuis que cruzava a sala.
- Com licença senhoras. – Falou ele, revelando uma voz arrastada e grave, que inspirava autoridade. – Quem de vocês escreveu uma carta para a minha avó, Claire Malfoy ? – E levantou a sobrancelha.
Ginny, na mesma hora, pulou agitada da cadeira e, com a voz um timbre mais aguda pela animação:
- Fui eu! Ai meu Mer-Deus! Num acredito que ela recebeu! Achei que já tivesse mudado! – Então ela se deu conta de que o loiro lindo dissera: Claire Malfoy e se interrompeu bruscamente. – Espere. Você disse Malfoy ?
Em resposta, ele lhe deu um sorrisinho de escárnio e agarrou o braço esquerdo dela com força, a puxando para um canto.
- Além de burra é surda agora ? É, eu disse Malfoy. Agora, me diz o que você tem na cabeça. Por que cérebro é que não é. Qual o seu problema ? Faz a minha avó viajar até aqui, colocando esperanças nela, para reencontrar uma pessoa que nem deve lembrar que ela existe ? – Perguntou ele rude, fazendo ela arregalar os olhos em sobressalto.
- Claire está aqui ? Ai meu Deus! - Ela simplesmente ignorou o resto.
- Claro que está! Mas não pensou nem por um segundo na dor que colocará em minha avó se por um acaso esse Lorenzo estiver morto ? Ou casado ? Ou com uma doença em estado terminal?
- Mas...
- Mas... – Imitou ele com uma voz em falsete. – Não tem mas nenhum Weasley.
- Como você sabe quem eu sou ? – Perguntou ela, agora de fato assustada.
- Com esse cabelo ruivo e essa falta de cérebro, num é difícil imaginar.
Então o loiro simplesmente virou as costas e foi embora, deixando Ginny aturdida para trás. Mas ela não ficou assim por muito tempo, logo tratou de segui-lo.
A surpresa dela foi avistar uma senhora com seus longos cabelos brancos e um rosto muito simpático sorrindo para o neto, que sorria de volta. É, o mundo não está totalmente perdido... Ela pegou-se pensando. Até reparar nas roupas de grife da senhora idosa e perceber que pelo porte elegante ela era mesmo uma Malfoy. A não ser pelo fato estranho de uma Malfoy ter algo chamado carinho, no olhar.
- Com licença! – Ginny saiu correndo atrás da senhora e do neto mal encarado. Teve ímpeto de parar subitamente ao ver o olhar de desprezo do Malfoy Junior, mas juntou toda sua coragem de grifinória e continuou. Insistiu para acompanhá-los em sua viagem atrás de Lorenzo. Não desistiu até convencê-los. A senhora Malfoy foi particulamente fácil, mas pelo jeito seu neto era tão cabeça dura irritante quanto o pai e convencê-lo levou um tempo.
CARTAS PARA JULIETA
- Museu do Quadribol ? Tão longe ? Ok querido. Bom, não estarei aqui mesmo, então seria bom se você se divertisse. Cert... – Ginny falava com Harry ao telefone e parou abruptamente de falar quando um Harryziiiinhoooo carregado de sotaque italiano ouviu-se no fundo e Harry desligou com um rápido tchau.
Ginny deu um longo suspiro e voltou a olhar a estrada do banco traseiro do carro esporte italiano em que estava, junto com os Malfoys.
Claire olhava atentamente o mapa em busca da cidade mais próxima que iriam procurar por Lorenzo, com a ajuda de Ginny. Haviam parado em um hotel trouxa para se prepararem para o começo da viagem. As duas haviam achado vários Lorenzos espalhados pela Itália, então organizavam no mapa as cidades que viriam primeiro. Ou pelo menos tentavam. De fato seria mais fácil se não tivesse um loiro, de roupão branco, reclamão do lado delas. Até que Claire se encheu e mandou ele dar um mergulho.
“Pelo jeito é uma cobra aquática” Pensou Ginny segurando o riso, até olhar o caminho que Draco havia feito até a piscina, onde o encontrara só com uma sunga (preta) prestes a mergulhar. Abismada com a beleza quase albina dele, não conseguiu desviar o olhar, o que fez com que Claire percebesse.
- Draco é um rapaz muito bonito. Igualzinho o avô. Frio e arrogante, mas que com a garota certa, tem um coração quente e apaixonado. – E olhou Ginny sugestivamente.
- Éeeee... – Falou ela meio abismada.
Os três saíram do hotel no dia seguinte e depois de algumas horas, a primeira casa de Lorenzo foi encontrada. Só que ao contrário do que se esperava, dela saiu um velho gordo e reclamão, chamado Lorenzo. Não era o Lorenzo certo. E os mesmo aconteceu nas próximas cinco casas até que em uma, em vez de aparecer o velho, apareceu um lindo rapaz jovem que afirmou saber onde esse Lorenzo morava. Os guiou de moto até um local amplo, onde os três deixaram o carro e subiram o morro.
Era um cemitério. E aparentemente, tinha gente viva lá. Draco e Ginny foram ver quem era. Claire esperou e esperou, até que os dois gritaram o mesmo feitiço ao mesmo tempo e desceram o morro correndo com as varinhas nas mãos, carregando Claire com eles. Ao chegarem no fim do morro, aparataram juntos, mas o tornozelo de Ginny foi agarrado por um dos comensais.
Desaparataram em outro cemitério. Só que frio e os com os túmulos cobertos de musgo. O Comensal tinha um dente faltando e cara de bêbado. Estava com a varinha na mão. Só que aparentemente, só havia ele lá. “Essa é nossa chance de sair” Pensou Ginny e com um gesto rápido e certeiro, acertou o comensal bem... lá. Nas partes onde não bate sol. Quando o comensal caiu no chão gritando e urrando de dor, os três foram de volta para o local onde haviam deixado o carro.
Quando dirigiam para o próximo local em que encontrariam o outro Lorenzo, já que não tinha Lorenzo vivo nenhum naquele local, Claire exclamou:
- Puxa Ginny, estou impressionada! – Falou ela com algo estranho na voz. Orgulho ? Será ?
- Ah, não foi nada. Ainda bem que ele era um homem, senão não teria sido tão fácil... – Respondeu humildemente.
- Como aprendeu isso ? – Continuou Claire ignorando a parte “humilde” de Ginny.
- É que eu tenho seis irmãos mais velhos, de modo que estou acostumada a surrar homens...
E Claire riu. Ao contrário de Draco, que exclamou algo como: “Família de coelhos imprestável”, fazendo Claire rir ainda mais e Ginny ficar com um pouco de raiva, mas se acalmar depois que a senhora falou:
- É só inveja querida. Não se preocupe. – E Draco bufou ainda mais. Dessa vez Ginny riu.
Estranhamente, ela se sentia bem ao lado dos dois. Principalmente de Claire, já que Draco não facilitava muito, mas mesmo assim. Não se sentia assim desde o casamento de Gui, quando seu irmão preferido a abandonou pela Fleuma.
CARTAS PARA JULIETA
Os três pararam novamente no hotel trouxa para descansar e resolveram andar por lá, antes de escurecer.
Gina e Claire andavam lado a lado conversando sobre Lorenzo.
- Você acha que ele era sua alma gêmea ? – Pergunto Gina, com interesse.
Draco, que andava na frente, se voltou abruptamente.
- A Alma gêmea dela era meu avô, e este já morreu. – Lançou um olhar fulminante para Gina, até que o olhar se transformou em preocupado e saiu correndo para amparar a avó que caia.
CARTAS PARA JULIETA
N/A: Comentem!
Beijos
Gabi W. Malfoy
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