Ser uma vadia não resolve



15o capítulo: Ser uma vadia não resolve


 


Se antes ficar com um menino era muito para uma garota de doze anos, hoje a concorrência é tão acirrada que é possível ver menininhas de onze anos disputando a atenção de mais garotos do que dão conta. Não que isso as incomode de alguma forma. Do jeito antigo, deixar alguém com ciúmes, ou só se divertir... Ser uma vadia qualifica uma a cada cinco meninas. Pelo menos setenta por cento delas não resolve os problemas que tinham. Mas a promiscuidade é viciante. E é aí que o problema começa.


 


- O que você está lendo afinal? – Draco perguntou impaciente, puxando o livro da mão de Pansy e o encarando seriamente. Era um título em alemão. Ele traduziu automaticamente – O caminho para você? – perguntou divertido, uma sobrancelha erguida – Que porcaria é essa Pan?


 


- Não enche – ela resmungou, puxando o livro dele e o guardando dentro de sua mochila lilás – Eu gosto de ler romance também, tá?


 


- Alguém morre? – ele perguntou com um suspiro.


 


- Claro – ela riu para ele.


 


- Você não muda nunca? – ele suspirou, balançando a cabeça enquanto levantava da mesa da Sonserina e a encarava – Vamos para a aula?


 


- Ah, que raiva – ela reclamou – O almoço sempre passa tão rápido.


 


- É – Draco concordou. Ele não tinha se dado conta de que os outros três tinha saído até aquele momento, mas isso não importava também.


 


Ele cruzou com Gina e Huxley, se agarrando na porta do salão principal. Ignorando completamente a cena, ou tentando pelo menos, virou-se e sorriu para Pansy. Ela estava ali no momento, e era o que importava.


 


- Pansy... – ele começou – Eu sei que isso é com a sua irmã, mas todos estão começando a falar mal da Lexie.


 


- Por quê? – Pansy estreitou os olhos.


 


- Lexie tem saído com mais meninos que o aceitável – ele explicou rapidamente – Você sabe como as coisas são por aqui. É melhor você conversar com ela.


 


- Alexandra Parkinson – Pansy suspirou irritada – Eu não sei o que fazer com essa garota. Ela esteve fora de órbita nas últimas semanas.


 


- O que você acha que é?


 


- Eu não sei Draco, sinceramente. É como se alguma coisa tivesse magoado Lexie... E ela está tentando lidar com tudo de alguma forma. Eu só não sei como ela está fazendo isso – Pansy olhou Draco – Espero que ela fique bem.


 


- Ela vai – Draco passou o braço sobre o ombro dela – Não se esqueça de que Lexie é uma Parkinson – e ele tinha razão. Derrubada ou não, uma Parkinson continua sendo uma Parkinson. E como todos já sabem, a Branca de Neve Malvada não vai parar até conseguir o que quer.


 


 ***


 


- Você entendeu? – Faith perguntou para Noah, inclinando-se na direção dele – É bem fácil essa parte, é só decorar alguns detalhes e pronto.


 


- Acho que entendi – ele sorriu para ela.


 


Todos os olhares da biblioteca estavam nos dois, sentados naquela mesinha no canto, falando baixinho e trocando sorrisinhos. Noah segurou levemente a mão de Faith, sem falar nada. Ela suspirou e retirou a mão, vendo a confusão se instalar nos olhos dele. Noah não sabia que ela estava com Hayden, então talvez fosse um bom momento para tocar no assunto.


 


- Estou namorando – ela disse para ele, passando a mão no cabelo e achando o comprimento estranho. Ela sentia falta de fazer tranças.


 


- Mesmo? – ele perguntou calmamente, não soando chateado. Só curioso.


 


- Sim – ela sorriu – Com Hayden, da minha casa.


 


- Acho que sei de quem você está falando – ele riu baixinho, e Faith se viu presa no olhar intenso dele, atingido-a e cheio no peito. Seu coração se agitou inesperadamente, dando um pulo quando a mão de Noah pousou novamente em sua mão. Ele começou a mexer o polegar, desenhando pequenos círculos ali.


 


- Você está mesmo entendendo a matéria? – ela perguntou, ainda presa no olhar dele. Por baixo de pergunta veio outra: Você entendeu que eu tenho namorado?


 


- Entendi – Noah respondeu as duas perguntas.


 


- Vamos estudar – ela sorriu, sentindo os músculos relaxarem enquanto ele soltava sua mão – O sinal para as aulas da tarde já vai bater.


 


- É, vamos estudar – ele se virou para o livro – Sabe Faith – ele a encarou mais uma vez – Eu sou persistente, estudo até conseguir.


 


- Imagino – ela riu, captando as duas frases. Uma, não dita em voz alta, significava que ele não desistiria dela. Nem Faith queria isso.


 


 ***


 


Scarlett riu quando os lábios de Theo passearam por seu pescoço. Ela tinha ficado alguns minutos no salão principal, e decidiu que seria melhor se encontrar com ele do que almoçar. Se divertir com Theodore, na verdade. No jardim, não muito longe deles, a pequena Delilah vendia uma prova para Zacarias Smith, namorado de Luna Lovegood.


 


 ***


 


- Hei Wynter – Blaise a chamou. Wynter parou de andar e o encarou, parado absolutamente lindo ali no meio do corredor – Espera aí.


 


- Oi Blaise – ela sorriu para ele, satisfeita por vê-lo tão frequentemente agora. Uma amizade nova e inesperada estava nascendo entre os dois, e se dependesse dela, viraria namoro em pouco tempo.


 


- Indo para a aula? – ele perguntou casualmente, acompanhando o passo dela.


 


- Herbologia – ela explicou – O sinal não bateu ainda, mas é longe, estão já vou indo.


 


- Eu te acompanho – ele disse firme, não deixando que ela recusasse. Ela também não iria fazer isso de qualquer forma.


 


- Certo – Wynter sorriu, sentindo o perfume de Blaise. Meu Deus! Onde ela estava com a cabeça quando o traiu com o insensível e lindo Ronald Maldito Weasley? Essa pergunta, até hoje, todos se fazem.


 


 ***


 


Hermione entrou correndo pela passagem da Mulher Gorda. O sinal estava quase batendo quando ela lembrou que seu livro de Herbologia estava no quarto. Harry, Rony e Dominique foram indo na frente para pegar um lugar bem longe da professora nas estufas. Ela tinha uma irritante tendência a prestar atenção demais nos alunos que ficavam perto dela.


Ela desceu as escadas quase correndo, olhando o relógio o tempo todo. Hermione odiava com todas as forças se atrasar para a aula. Acreditava que isso era um comportamento imperdoável para os alunos. E se não corresse, isso ia acabar acontecendo em cinco minutos.


 


- Hermione! – ela ouviu alguém chamar quando estava no segundo andar. Parou de andar a se virou para trás.


 


- Oi – resmungou, quando viu Terrence correndo até ela. O cabelo brilhando, parecendo macio e suave. Ela suspirou e mordeu levemente o lábio, tentando ignorar esses pensamentos errados.


 


- Eu vi você vindo para cá – ele explicou, parando do lado dela – Hermione... Eu não suporto mais.


 


- O que? – ela murmurou, encarando-o. Para sua surpresa o rosto dele transmitia uma certa... Dor?!. Ele parecia realmente estar sofrendo com ela e isso a machucou – Que é Terren?


 


- Hermione, eu amo você – ele disse baixinho, lentamente.


 


Hermione suspirou e deixou que os olhos dele a invadissem. E ele o fez. Os olhos fervorosos enquanto percorriam cada pedacinho do rosto dela... Enquanto tentavam captar cada variação de humor.


 


- Ah, Terren – ela suspirou.


 


Quando o sinal bateu, dois minutos depois, os dois estavam envolvidos em um beijo ávido e sem fim. O livro de Herbologia de Hermione escorregou para o chão, indo de encontro a sua bolsa. Para a sorte dos dois, ninguém estava passando por lá naquele momento. Para Hermione, no entanto, aquilo significava mais do que ela queria aceitar. Muito mais.


Significava que agora era tarde demais para voltar atrás.


 


 ***


 


- Acha que algum dia elas vão parar de me lançar esse olhares? – Gina perguntou divertida enquanto apontava Allie e Korah.


 


- Elas só estão curiosas – Huxley disse incomodado, não queria que aquelas duas loucas afastassem Gina dele.


 


Ele passou os braços ao redor dela, protetoramente. Gina fechou os olhos e apoiou a cabeça no ombro dele. Os dois estavam sentados na grama, as costas de Hux apoiadas em uma enorme árvore.


 


- Você é absurdamente linda – ele murmurou no ouvido dela, passando as pontas dos dedos no contorno do rosto de Gina.


 


- Você também não é nada mal – ela sorriu, os olhos ainda fechados – Já está começando a anoitecer?


 


- Ainda não – ele disse baixinho – Acho que temos mais uma meia hora.


 


- Meia hora – ela suspirou, abrindo os olhos – Qual o nome delas?


 


- Allie e Korah – Huxley falou, lutando contra a vontade de levantar e ir brigar com as duas garotas. Elas não paravam de encarar – São boas amigas. Só.


 


- Sei, sei... – Gina disse descrente, um sorriso se formando em seus lábios – Mas sabe Huxley? Eu realmente não me importo com elas.


 


- Mesmo – os olhos dele brilharam – Nem eu.


 


Gina sorriu quando ele a beijou. As duas meninas levantaram revoltadas. Mais duas que não gostavam de Gina agora. É bom Gina começar a fazer uma lista, para estar preparada quando for conversar com alguém. Porque quanto mais popular ela ficava, mais revoltada as garotas ficavam com ela.


 


 ***


 


Lexie deu um último beijo em Nash e se virou para ir embora. Sabia que ele estava na Corvinal, último ano, que era amigo de Huxley Rowell, a nova escada de Gina Weasley, e que ele gostava de passar o tempo todo beijando ao invés de conversar. Isso foi realmente um alívio.


No dia anterior, quando ficou com Sven, outro amigo de Huxley, ele quis conversar mais do que beijar. Então ela não passou mais de duas horas com ele antes de dispensá-lo. Lexie sempre fez parte do grupo impossível, aquele grupo das meninas tão bonitas que elas podiam se dar ao luxo de escolher qualquer um.


Ela nunca fez isso. Ficou com pouquíssimos meninos, os melhores dos melhores, e nunca protagonizou grandes escândalos como sua irmã mais velha, mas ela sabia que, quando Pansy se formasse, os escândalos ficariam por sua conta e ela então teria que fazer alguma coisa.


Saber que Hayden estava namorando oficialmente Faith, fez com que algo despertasse na cabeça dela. Uma vontade absurda de ficar com todos, de provar tudo... Ser a melhor em ser a pior. Ela estava indo muito bem. Duas semanas e dez meninos depois podia dizer calmamente que estava se divertindo como nunca. Elisha parecia ocupada tentando agarrar Colin Creevey, então ela tinha tempo de sobra pra fazer o que quer que fosse.


 


- Lexie – Pansy a chamou, descendo as escadas correndo – Onde você estava?


 


- Por aí – ela deu de ombros – O que foi?


 


- Eu é que perguntou Alexandra – Pansy a olhou irritada – Que porra é essa que você está fazendo? Ficando com todos esses meninos... Agindo como uma vadia.


 


- Pansy não enche – Lexie reclamou – Eu sei o que estou fazendo.


 


- Não, não sabe Lexie – Pansy suspirou – Não acabe com a sua reputação por causa de um garoto. Não vale a pena.


 


- Não é um garoto – Lexie disse séria.


 


-Claro que é – Pansy riu, achando incrível que sua irmãzinha quisesse enganá-la. Isso era impossível.


 


- E como você sabe? – Lexie a encarou.


 


-Como você acha que eu fiquei depois que Draco terminou comigo? – Pansy perguntou baixinho – Pensa que eu não senti nada? Que meu coração não doeu? Eu sei que você está magoada, só que não vale a pena.


 


- Tudo bem Pansy – Lexie olhou resignada para ela – Você venceu.


 


- Ótimo – Pansy sorriu – Vamos conversar então direito irmãzinha. Qual o problema?


 


 ***


 


Depois do jantar, Gina e Luna se encontraram na saída do salão principal. Já fazia algum tempo desde a última vez em que as duas tinham realmente conversado. Antes, quando Gina não era ninguém e Luna estava solteira, elas tinham tempo de sobra. Mas Gina começou a pular de menino em menino e Luna começou a sair com Zacarias. As agendas ficaram lotadas e tempo livre passou a ser raro. Não que elas não insistissem, aquele momento era resultado disso.


 


- O que tem feito? – Luna perguntou para ela enquanto as duas andavam pelo saguão – Parece que faz um século que não conversamos.


 


- Nada demais – Gina suspirou – É só que... Hux quer ficar comigo o tempo todo. Ele não me deixa em paz.


 


- E isso te tira do sério – Luna riu – Acho que sei por que você tem se sentido assim. Gina, se você não o ama... Porque estão juntos?


 


- É complicado – ela lançou um sorriso sem graça para Luna – Mais complicado do que você pode imaginar.


 


- Não deveria ser – Luna deu de ombros – Desde quando você é tão popular assim, hein Gininha? – ela sorriu – As pessoas só sabem falar de você agora.


 


- Eu sei – Gina suspirou – Isso é irritante.


 


- E você gosta.


 


Gina olhou séria para Luna. Ela a entendia perfeitamente, como se não fosse preciso dizer nada. Isso devia ser porque as duas eram grandes amigas praticamente desde o dia em que nasceram.


 


- Muito – Gina assumiu – Isso é errado?


 


- Claro que não – Luna sorriu – Olha, tenho que ir... Conversamos amanhã?


 


- Antes do café – Gina concordou.


 


Ela acenou para Luna e voltou os olhos para o salão principal. Draco saiu de lá sozinho. Eles cruzaram o olhar, a assustadora intensidade de Draco fez com que os pelos da nuca dela se arrepiassem no mesmo instante. Ele foi na frente, passando pela porta do salão e indo para os jardins. Gina o seguiu.


O vento gelado dos jardins e as sombras a assustaram pela primeira vez na vida. Gina desde criança vagava sozinha pela escola, e mesmo no último mês, quando espionou o time da Sonserina, ela passava mais tempo da madrugada andando do que dormindo. Mas agora, aquele vento gelado, e o sombrio vazio dos jardins, lhe deram uma impressão ruim.


Ela puxou a varinha e acendeu, iluminando a trilha para o campo de quadribol. De alguma forma, sabia que ele estaria lá.


 


- Você demorou – Draco disse quando Gina apareceu.


 


- E você me assustou – ela colocou a mão no peito, encarando-o. Ele tinha saído do meio de um monte de árvores - O campo está tão escuro – Gina murmurou, olhando o imenso vazio na frente deles.


 


- Então, você quer me falar alguma coisa? – ele perguntou com a sobrancelha erguida. Gina sorriu quando o encarou – Porque me seguiu?


 


- Não seja estúpido – ela revirou os olhos – Nós dois sabemos muito bem que você me chamou aqui.


 


- E como foi que eu te chamei? – ele perguntou enquanto se aproximava dela, sentindo o perfume leve e delicioso que o cabelo dela emanava – Será que eu falei com você? Ou foi só porque olhei você?


 


- Você olhou para mim – ela fechou os olhos e murmurou – E eu realmente não sei porque isso me importa agora... Mas você me chamou. Então aqui estou eu.


 


- Sabe o que é Weasley... – ele falou baixinho no ouvido dela – Eu demorei para sair do salão comunal porque sabia que você estaria sozinha... Porque eu queria poder fazer isso – ele deu um beijo no pescoço dela – E isso – outro beijo, dessa vez no rosto – E isso – Draco segurou o queixo dela com uma das mãos e a beijou na boca.


 


Gina perdeu momentaneamente o equilíbrio, e foi obrigada a se segurar nos ombros dele. Draco passou os braços nas costas dela, abraçando-a com força. Corpos colados, mentes ligadas. Draco a beijou com força e Gina retribuiu na mesma intensidade. Os pés dela mal tocavam o chão. Mas então quem estava ali atrás, segurando uma câmera na mão? Nenhum deles percebeu, além de mim, que uma foto tinha acabado de ser tirada. Uma foto dos dois.


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Nota Autora: Demorei, eu sei, não fiquem bravas. Posto o outro ainda essa semana. Estou morta de sono e cheia de coisas da facul. Adorei todos os coments e leitoras novas, se nao fosse por vcs eu nem me animaria a entrar aki de madrugada numa quarta-feira.


Espero q gostem do cap e nao deixem de comentar.


 


Pequeno spoiler - Essas fotos vão dar um problemaaaaaaaaaaa... Mas bem lá pra frente.


Nota da Beta: Ooook... estou me preparando pra ter um AVC(?)... essas cenas D/G’s estão demais e não faço a mínima de quem esteja tirando as fotos... tá, tenho idéia de quem seja, mas tenho umas 4 suposições diferentes x_x’...


=P

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