Hackney, Londres 2010.
Hackney, Londres 2010.
O dia estava ensolarado, clima quente, sendo quebrado por brisas frescas que anunciavam a mudança breve de temperatura. Havia um número considerável de pessoas nas ruas, mas isso não tornava o lugar menos perigoso.
Hackney situado ao nordeste do centro de Londres tinha fama, pelos freqüentes assaltos.
Numa dessas ruas de Hackney, uma jovem aparentando vinte e poucos anos de idade, alta, magra, com cabelos castanhos amarrados num coque, trajando roupas de ginástica, estava próximo a uma loja de antiguidades, aguardando pacientemente.
Edrea sabia sobre o perigo de estar ali, mas sempre fora atraída por aventura, mesmo que isso pudesse custar à vida. Mas o que levava ela ali eram seus encontros secretos com seu amante, mesmo sentindo que seria a última devida o fato de seu noivo estar desconfiado.
Já fazia uma hora que esperava Albert, aquilo só estava deixando tensa, não havia pensado no que dizer para pôr fim aquela situação. Estava perdida em seus pensamentos, quando sentiu, que alguém se aproximava, mas quando foi olhar para a pessoa, Houve um disparo.
Ao lado do corpo, o fantasma da jovem observava tudo sem entender nada.
Nunca se imaginou se vir ali, totalmente exposta, seu lindo rosto desfigurado pelo tiro. Era frustrante.
Observou o misterioso homem, seu rosto estava coberto por uma touca de lã preta, era alto, magro e seus olhos negros estavam amostra. O homem aproxima do seu corpo, abaixa e retira seu relógio de ouro do pulso, vasculha seus bolsos. Logo em seguida se afasta, guarda o relógio, olha para os lados e deixa o local correndo. A última coisa que Edrea vê, antes de sumir numa luz dourada, é os vários policiais chegando ao local, para começar a procura de pistas sobre a recente morte.
Depois do impacto de sua morte, e atravessar a luz dourada, ela se depara com um local frio, com rochas, como se formassem um muro protegendo o lugar, havia buracos onde saíam labaredas de fogo, era única iluminação que havia, alguns espíritos vagavam sem rumo, como se aguardassem algo, aquilo a deixava assustada. Ainda observando, vê próximo uma pedreira, um lago. Com medo do que pudesse lhe acontecer, resolveu se aproximar da água, no momento seguinte surge um espírito perto dela, uma alma jovem, se fosse viva não passaria dos treze anos, seu brilho era diferente, seu olhar era frio. Resolveu arriscar, “o que poderia lhe acontecer, morrer?!”, pensou.
_ Que lugar é este? , mesmo com medo, estava decidida a questionar sua morte, afinal era jovem, tinha um futuro pela frente, sua vida não poderia valer apenas um relógio, um insignificante ouro falso. Saber onde estava já era um começo...
_Oi pra você também, meu nome é Holly, mesmo mortos ainda mantemos nossa educação, isso se chama dharma, tudo que aprendemos de bom na vida, vira um bônus na próxima. Sou a guardiã do Limbo, não se preocupe você está entre o inferno, o céu e o mundo dos Mortos. As almas ficam aqui esperando a decisão suprema.
Edrea estava pasma, pela primeira vez não sabia o que dizer, o que não passou despercebido pela guardiã que não esperou ela falar, continuou...
_Algumas almas ganharam outra chance, mas claro que pra isso há um preço alto a se pagar. Que muitas vezes se parece com uma benção que ao decorrer do caminho se revela uma grande maldição.
Realmente aquilo tudo para Edrea era loucura, “julgamento”, “segunda chance?!”, se ainda pudesse respirar, com certeza, passaria mal, sentiu que estava encrencada, morrera porque esperava seu amante num lugar perigoso, não era a primeira vez que traiu seu noivo, e também não seria a última. Nunca deu esmola a ninguém, era vaidosa, egoísta e tudo que com certeza não merecia nem destaque. Iria passar por um julgamento para talvez voltar a sua vida, era melhor ir se acostumando ao calor, com certeza o guardião dos infernos já havia reservado seu chicote de três pontas.
Interrompendo os pensamentos de Edrea, a guardiã se aproximou mais e como num sussurro...
_Quem sabe você seja uma daquelas raras exceções que acorrem por aqui, mas não se esqueça que o preço é alto, e nada vai ser como se espera...
Antes que ela pudesse lhe perguntar sobre o que acabara de ouvir, a guardiã some como fumaça.
Não sabendo ao certo o que esperar o que realmente fazer, se ajoelhou próximo a água, passou a fitar sua imagem, que o lago refletia. Por questões de segundos viu sua vida passar como um filme. Sua família, amigos e seu tão querido afilhado. Parecia surreal, um sentimento de angústia tomou conta, não queria estar morta, desejou que pudesse voltar, desejou sua vida, implorou por um milagre. O que se seguiu foi rápido, um feixe de luz do fundo do lago, algo crescente que acabou envolvendo Edrea, ela nunca havia sentido tão plena, sua alma foi sugada pela água escura.
***
N/A: Então já havia postado o capítulo com o título de Roubando vidas, mas ainda estava em dúvidas, fiz algumas mudanças então está aí galera, por favor, minha primeira vez escrevendo fics... dá uma chance !!! Reclame detone, mas com moderação e respeitando meus parentes próximos. Preciso urgente de uma beta... desde que repasse o capítulo no mesmo dia que eu enviar ...questões de tempo. Quem quiser fazer parte desta loucura entre em contato.
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