Too Much Weasley
TOO MUCH WEASLEY:
Show me the Granger Style.
SHIPPER: Rose/Scorpius
GÊNERO: Romance
CLASSIFICAÇÃO: Livre
RESUMO: Scorpius está em detenção, de novo! E pra variar quem tem que aplicá-la é a ruiva Rose Weasley, a mais carrasca e malvada de todos os monitores de Hogwarts. Na tentativa falha de acordar Rose de sua soneca, Scorpius acaba caindo e ambos ficam trocando desavenças e provocações até que um descobre que as coisas nem sempre são como parecem ou dizem ser. Uma fic narrada por Scorpius Malfoy, o queridinho dos fashions!
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Você acha possível, viável, imaginável que alguém como eu – bonito, inteligente e popular – tenha tempo pra se sentir solitário e carente? Bom, aparentemente sim, uma vez que a Sem-Vida-Weasley se acha no direito, não, no dever de me colocar em detenção só porque eu machuquei sem querer – ok, talvez tenha sido proposital – um garoto do segundo ano durante o treino de Quadribol.
E agora aqui estou eu, num final de semana, limpando troféus da Grifinória, que não são poucos, admito. A senhorita Weasley – e todos os outros monitores – gostam de me provocar.
- Pronto, este é o último – eu disse enquanto colocava o troféu de volta à prateleira.
Mas Weasley não respondeu. Girei nos calcanhares para poder enxergar a ruiva sardenta. Esperei que ela estivesse me olhando com uma cara de pittbull raivoso, louca pra agarrar minha perna e destruir meu lindo corpinho. Em resumo: ela me queria o mais longe o possível. Mas fiquei surpreso quando vi que ela cochilava tranquilamente com os pés em cima da mesa do professor. Chamei-a pelo sobrenome duas vezes sem obter resultado. Então decidi que deveria cutuca-la só pra avisar que eu ia voltar pro meu Salão Comunal.
- Weasley? – Chamei de novo. As mãos dela, cruzadas sobre a barriga, mexeram levemente. Perdi a paciência, né... Porque não é meu dever ficar tentando acordar monitor. Por isso gritei: - ROSE!
- AAAAH! – Ela gritou quando acordou. Estava tão assustada quanto os esquilos dos jardins. Ela deu um pulo na cadeira, que a fez tombar para trás, jogando-a diretamente no chão.
Só sai daquele transe quando me dei conta de que aquele barulho tinha sido ela caindo junto com a cadeira. Eu me aproximei mais para tentar ajuda-la.
- Desculpe, Weasley. – Eu pedi enquanto oferecia minha mão para ela. Claro que a ruiva estava atônita, de boca aberta, quando percebeu que eu tinha pedido desculpas voluntariamente, sem pressão alguma e sem estar sob efeito de poções e/ou feitiços.
Eu parei de olhar para sua expressão facial para poder me perder em suas expressões coxais. Claro que ela percebeu, eu não estava sendo nem um pouco discreto. Com a queda a saia pregueada do uniforme tinha levantado mais do que alguns centímetros, me dando visão privilegiada das coxas lisas e pálidas dela. Rapidamente, Rose puxou a saia para baixo enquanto corava. Rosto e cabelos exatamente da mesma cor. Se fosse qualquer outra garota caída ali, eu provavelmente continuaria olhando para suas pernas e até arriscaria subir para o decote. Mas era Rose Weasley ali e eu prezo a minha vida e sanidade.
Peculiarmente Rose não teve um ataque de nervos nem um chilique explosivo. Ela simplesmente pegou a mão que eu ofereci para ajuda-la a levantar e me puxou. Não que ela tenha força o suficiente para conseguir me derrubar, mas digamos que eu dei uma ajudinha à ela. Fingi que tinha batido a costela na cadeira caída e simulei um desmaio depois do gemido falso. A ruiva, que ria descontroladamente da situação, parou de repente quando percebeu que eu estava “inconsciente”.
- Malfoy? – Ela chamou e cutucou meu ombro simultaneamente. – Malfoy? Ai meu Merlin, espero que você não esteja brincando comigo, se não eu te mato!
- De novo? – Eu perguntei abrindo apenas um olho. – Já não basta ter estraçalhado minhas costelas com a cadeira?
- Falando assim até parece que eu peguei a cadeira e te espanquei.
- Foi quase isso! Vou sair por aí espalhando pra todo mundo que a monitora da Grifinória é uma maníaca assassina.
- Você não faria isso. – Ela disse, erguendo uma de suas sobrancelhas vermelhas e cruzando os braços.
- Lógico que faria! Até parece que você não me conhece, Weasley. – Eu brinquei enquanto me acomodava ao chão.
- Conheço melhor do que você mesmo. – Ela também se endireitou e empinou o nariz. – Você é só o popularzinho da Sonserina: arrogante, egoísta e narcisista. Você nunca não está nem aí para o que os outros pensam.
As palavras de Rose saíram ardidas de sua garganta e feriram meu orgulho de Malfoy. Encarei-a com tristeza... Aqueles olhos azuis-marinhos que mais pareciam o oceano num dia nublado sempre passavam essa calma completamente atípica de Rose Weasley. O fato é que os olhos dela eram capazes de enganar qualquer pessoa, inclusive ela mesma.
- Você ainda tem muito que aprender a meu respeito, Weasley – eu disse, agora abandonando o deboche e encarando fixamente as sardas em suas bochechas.
- Ah, claro! – Ela riu discretamente e com o sarcasmo à tona. Parece que não tinha percebido que suas palavras realmente tinham me machucado e que eu já havia parado de brincar. – Você não passa desse rostinho bonito.
Ela brincou com uma mecha da minha franja, jogando para trás e descobrindo meus olhos. Seu sorriso foi sumindo aos poucos conforme ela passava mais tempo encarando meus olhos cinza. A cadeira que antes estava debaixo de mim, agora estava bem longe de nós. Rose estava sentada sobre os joelhos enquanto eu estava deitado perto de suas pernas. Não estávamos mais provocando um ao outro.
- Você já pode ir pro Salão Comunal agora, Malfoy. – Ela disse virando a cabeça para não ter mais que ficar me encarando. Senti que ela tentava se esquivar dali, mesmo que não quisesse.
- Você quer que eu vá? – Perguntei enquanto eu me sentava para enxerga-la melhor.
Vi o peito de Rose arfar por debaixo da camisa branca com o brasão vermelho e dourado. Eu a tinha pego de surpresa com aquela pergunta e usaria isso como vantagem. Queria obriga-la a ter alguma reação. Fingi ter tomado seu silêncio como consentimento e me levantei para ir embora. Rose ficou lá, sentada, fitando o chão. Parece que a famosa falta de iniciativa dos Weasley era mais real do que eu achava.
- Até mais, Weasley. – Eu disse enquanto caminhava até a porta.
Eu já estava com o pé para fora e achava que Rose ficaria sentada no chão até amanhã quando senti mãos finas e delicadas segurarem meu braço. Coloquei meu melhor sorriso de vitorioso antes de me virar para encará-la. Dei de cara com dois orbes azuis e um sorriso de canto.
- Já estava começando a achar que essa história de os Weasley serem covardes fosse verdade. – Eu disse enquanto descia minhas mãos para a sua cintura.
- Hum, - ela sorriu, colocando seus braços finos e pálidos sobre meus ombros. – É que eu tenho muito dos Granger no meu sangue.
Seu sorriso passou do discreto e infantil à la Rose Weasley para o maroto de seu primo James. Retribui aquele sorriso dando uma risada discreta e diminuindo a distância entre nós encostando seus lábios vermelhos e quentes nos meus frios e pálidos.
Rose não é uma sonserina popular, ou uma loira bronzeada. Ela era minha ruiva de olhos azuis, com sardas nas bochechas e o sorriso mais encantador e perfeito do mundo.
E é isso que as grifinórias têm que as sonserinas nem sonham em conseguir.
THE END!
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