always.



Sometimes I find myself sittin' back and reminiscing
Especially when I have to watch other people kissin'


De longe, era uma garota. Como na maioria das histórias. E ela não sabia exatamente o que dizer – como dizer -, que sentia um vazio por dentro, bem no lugar aonde deveria sentir seu coração...


Os olhos ardiam como se estivessem expostos a algum tipo de ácido, e lá estava o nó em sua garganta, prendendo tudo o que sempre costumava esconder.


 - Sinto muito. – Fora a voz. Dele. Solidária.


Quando as mãos dele tocaram seu ombro, ela sentiu uma onda de paz contradizendo a velocidade dos seus batimentos.


- Mione? – Quem ele pensava que era pra tentar fazê-la sorrir, no dia em que ela falsificava “Eu tô bem” pra todos? Nem sempre ele podia ser o herói. Por que a droga da ficha não caía?


(Vamos, Granger. Ele espera uma resposta, qualquer que seja)


- Hm? – É o que ela formula.


Deixar Ronald Weasley nem de longe fora fácil. Fora preciso coragem pra partir o coração de um amigo, antes que o seu coração fosse o próximo. Todo esse tempo... jogado pra longe, como se fosse tempo desperdiçado em uma causa vencida. E era. É. Ela tentou o máximo que pôde, tentou sorrir em vez de desviar o olhar, tentou parecer bem em vez de querer jogar tudo pro alto. (Tentativas inúteis, no fim das contas).


- Quer conversar?


- Não.


- Quer que eu vá embora? – Fora a pergunta dele.


Havia algo de extremamente suave na maneira como ele a entendia, sem que ela precisasse se esforçar pra isso. Mas era uma suavidade falsa (e arrebatadora), que uma vez depois de envolvê-la, tornava-se uma droga letal, visto que todas as coisas insanas tornavam-se também tão suaves, como tocá-lo. Embora nenhum desses pensamentos tivesse intensidade acalentadora de irmãos, eram desejos diferentes... Por que Harry conseguia fazê-los parecerem certos? Seria algum jogo estúpido de Brinque-com-a-sua-melhor-amiga-o-tempo-todo?


Ele deveria ir embora, sem dúvida, talvez fazer as malas e agir como se não a conhecesse, pra um  lugar aonde a ausência fosse um capricho, e assim – quem sabe – ela pudesse esquecê-lo (tentar, na melhor das hipóteses). Mas não, seria injusto com a própria noção de justiça, permitir que essa coisa interferisse em sua amizade, que às vezes era o suficiente para mantê-la (passivamente) sempre no papel secundário.


Ele era um garoto, um idiota, melhor amigo, cego, estúpido, bonzinho demais, entediante para quem o visse superficialmente. É. Harry Potter apesar de todos os prêmios de fibra moral, não era nada...


... Mas mesmo sem ser nada, ele conseguia parecer tudo. E ser. E estar. Em tudo.


- Não. – Ela ouviu sua própria voz (suplicante?)


- Vai dar tudo certo, Mi... – Dissera, puxando-a para um abraço. Do que ele estava falando mesmo? Mas ela retribui ao abraço, sentindo o calor dos seus corpos que não pertenciam a um simples abraço. Será que ele conseguia ouvir seu coração batendo tanto quanto ela imaginava?


Ela o afasta, porque sabe que a proximidade física é uma versão bizarra de tortura, que só a faz ver o quão distantes estão. E desvia o olhar.


- No que está pensando? – Ele pergunta (preocupado).


É tão difícil responder, porque ela teme que as palavras percam o controle lógico e estraguem tudo.


- No que você está pensando? – Hermione devolve, mas logo se arrepende. Se ele tiver um cérebro, talvez se lembre de não falar sobre a sua (estúpida) paixão por Gina.


- Você não está assim pelo Ron, certo?


Ela faz que sim com a cabeça, porque mentir é um esforço inútil.


O moreno desvia o olhar, incomodado.


- Nunca foi pelo Rony, não é? Sempre existiu esse outro cara... Que eu não faço idéia de quem seja. – Pausara, amargo. – Por que nunca me contou?


As lágrimas começaram a rolar pelo rosto da garota. O que ela devia dizer? O que poderia dizer? Qual a probabilidade de saírem ambos ilesos? Estava tudo em suas mãos, mas aquilo não era um filme, era a sua vida. E na vida de pessoas normais, coragem é um sentimento pouco disponível. O quê? Não é como se o Potter fosse voar em seus braços. Se ela dissesse, aquelas palavras teriam o efeito devastador que nem mesmo o tempo seria capaz de amenizar. E pra ele okay, havia Gina Weasley, sua fodástica namorada e Ron e... todos os Weasleys e amigos... Mas pra ela, as coisas não seriam tão fáceis.


Harry Potter era tudo...


...E já não sabia ser outra coisa.


- Sei lá, Harry... – Os motivos estavam lá, não estavam? Todos em uma ordem mental: 1. Ele é o seu melhor amigo, 2. Não suportaria viver sem ele, 3. É egoísmo estragar tudo agora.


O olhar dele, no entanto, fora penetrante. Determinado a descobrir qualquer indício da verdade. Passeando nos seus orbes, como se soubesse que era a única pessoa que ela conseguia enxergar, sempre. Se ele a conhecia tão bem, talvez já soubesse, que bem lá no fundo... Ela o amava. Mais que tudo e tão incondicionalmente, que facilmente se via capaz de morrer (e viver) pelo Potter.


Mas as lágrimas ainda caíam, porque era difícil admitir tudo isso pra si mesma. Era o que doía mais.


Ele continuou vendo-a chorar, sentindo-se miserável e impotente. Droga, quem raios era o imbecil que estava mantendo-a tão apaixonada? Nunca a vira tão vulnerável... Nem mesmo na batalha contra Lord Voldemort.


 


Aproximou-se e trouxe-a pra mais perto, envolvendo-a. Ambos fecharam os olhos durante o segundo abraço, como se aquilo fosse o bastante.


Ela estava tão perto. E droga, apaixonada por outro...! Mas podia ser pior, não podia? Esse outro cara podia estar em seu lugar, aproveitando-se do abraço.


Sentiu-se insano com o pensamento. E não soube como, mas sua boca roçou na da Granger, feito um imã em atração, devagar. Explorando com lábios fechados, mas sentindo as respirações ofegarem em conjunto.


Nenhum deles ousou abrir os olhos. Talvez se abrissem, fossem capaz de acordar. E o beijo não seria real.


E naquele momento, quando ele entreabriu os lábios dela e desejou que fosse sua mais vezes do que o tempo fosse capaz de contar, ele se deu conta.


Que ela também o amava. Que isso não era uma realidade recente. Que o namoro dela também não conseguia funcionar. Que pra sempre talvez fosse pouco. Que ela também não conseguia tirá-lo da cabeça, da mesma forma que ele passara noites tentando encontrar mentiras que o convencessem que o melhor era deixá-la seguir o próprio caminho. Que... Droga, ele era a causa de todas aquelas lágrimas e... que aquele era o seu lugar. Com ela, sempre.


--


n/a: São 02:04 da manhã, não sei direito o que me levou a escrever isso. Ouvi uma música da Lily Allen (littlest things) umas... 100 vezes (por aí) e... Me veio isso depois de ler umas fanfics no Fanfiction.net. Sem dúvida, essa fanfic é diferente das outras, ou da maioria, porque eu fiquei com um aperto no coração enquanto digitava e... Sei lá, chorei um pouco. Mas também tava louca pra terminar e sair da fossa, pra poder adiantar uma outra fanfic. Mas eu não me sentia capaz de pensar em qualquer outra coisa, porque esse Harry e essa Mione não saíam da minha cabeça. Totalmente bizarro, eu sei. Espero que gostem, enfim, comentem e votem (por favor!). Sei que é meio tenso, porque as minahs fanfics preferidas normalmente são também as menos notadas. Amo vocês, beijos.

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Comentários (4)

  • Coveiro

    Quero mais

    2014-09-30
  • Brunizinha

    Eu sinceramente acho que merecia um segundo capitulo, já que ela está tão bem escreita, e eu adoraria ver (ler) o que acontece após o beijo....... seria tão lindo neh ? Foda-se a gina, o Rony, todos os Weasley... xD

    2013-01-16
  • Larry Black

    Amei ♥

    2011-09-11
  • Gabbx Potter

    Que fofa  *--*

    2011-05-15
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