Escolha



No dia seguinte à conversa com Remo Lilly encontrou um envelope vermelho preso com fita adesiva nas cortinas de seu quarto.


Ela se levantou correndo para ver o envelope. Quando abriu tinha uma fita vermelha, com a ponta cortada em um formato de um coração, com um pequeno adesivo colado na ponta, que diz “a gêmea a espera ansiosamente” Lilly entendeu rapidamente o bilhete. Mas era tremenda covardia de alguém fazê-la revisitar aquele lugar. Ela jogou o envelope de qualquer jeito em cima da cama e foi tomar um banho.


Depois de um farto café-da-manhã ela voltou ao seu quarto para pegar seus materiais de escola. Nesse momento ela percebeu outro envelope, deixado em cima de sua cama, junto com um buquê de lírios. A janela aberta balançava a cortina. Ela abriu o envelope, que tinha outra carta “As flores são de outra pessoa, mas me mandaram entregar pra você. Definitivamente você cometeria um grande erro em não seguir o envelope vermelho. Não importa quem foi, mas você poderia consertar o maior erro da sua vida.


R.”


Ok, porque raios o mundo voltou a escrever cartas? Viva os e-mails. Pelo menos eles têm remetente. Lilly estava desolada. Devia seguir seu coração e ir atrás de uma fita vermelha que com certeza estaria na casa do James ou fingir que nada aconteceu e ir pra escola?


Era uma decisão difícil. Mas era necessária. Ela ainda amava James, realmente. Mas ele já estava distante, e agora queria que ela fosse a casa dele. Ela não sabia o que ele queria ou o que encontraria lá. Por mais errado que ela pensasse que fosse os argumentos iam clareando na cabeça da garota;


Ele não me quer – pensou ela – mas então porque ele me pede pra ir lá? Será que ele quer voltar comigo? Mesmo depois daquela carta totalmente bruta? Mas será que se a gente voltar vai ser tudo como antes? Como um belo conto de fadas?


Lilly tinha milhares de perguntas diferentes na cabeça. O celular tocou, acordando a garota que estava imersa em seus próprios pensamentos. Era Alice.


- Alô? – disse a garota do outro lado da linha, com a voz embargada


- Alice? Tudo bem? – perguntou Lilly preocupada


- Tudo bem? – perguntou a garota irônica – me diga você. Eu não terminei com meu namorado nem não falei nada com as meninas que eu achava que eram minhas melhores amigas.


- Desculpa Alice – choramingou Lilly – é porque tem sido muito difícil. Nessa semana o Remo veio falar comigo, e ele disse que o James está extremamente devastado com o fim do relacionamento


- É a mais pura verdade – confirmou Alice – eu nunca o vi tão triste. Ela não fala direito, só fica no quarto. Eu tenho ido bastante lá. Mas não adianta muito; ele não fala com ninguém.


- Então quer dizer que ele você via visitar não é? – Lilly perguntou desaforada – Mas alguém veio aqui ver se a Lilly tava viva? Se ela tava bem?


- Sim – interrompeu Alice - todo mundo já foi aí. Eu, a Marlene, o Sirius, até o Peter. Mas o monstro da sua irmã não deixa ninguém entrar.


- Como é? – perguntou Lilly – quer dizer que a Petúnia não deixa vocês entrarem?


- Ela diz que você está muito triste e prefere ficar sozinha. O Lupin só entrou porque ele a paquerou - Alice riu - o Sirius também tentou, mas com ele ela foi mais atirada.


- Amiga, por favor, vem me socorrer. Eu preciso muito, mas muito mesmo de alguém aqui – suplicou Lilly.


Alice desligou o telefone. Lilly sentou-se no sofá, segurando os dois envelopes e as flores.


Cinco minutos depois a campainha tocou. Lilly abriu a porta. Abraçou Alice e chorou no ombro da amiga. Lilly arrastou a outra para o sofá e lhe mostrou tudo. A garota leu tudo calmamente. Ela ficava mais surpresa a cada linha.


- Então, o que você acha que eu devo fazer? – perguntou Lilly indecisa


- Questionário – disse Alice e aconchegando no sofá – você ainda gosta dele?


- Sim – respondeu Lilly prontamente


- Você acha que ele ainda gosta de você? – perguntou Alice pensativa


- Não sei – assumiu a ruiva – acho que ele se magoou muito com a carta


- Você quer que vocês voltem a namorar – perguntou à garota, ignorando o comentário


- Sim, muito – os olhos de Lilly brilharam


- Você acha que ainda tem jeito de vocês ficarem juntos?


- Sim. Acho que com esforço de nós dois dá certo.


- Então o que você ainda está fazendo aqui? – brincou Alice sorrindo


- E a escola? – perguntou Lilly


- Ta brincando né? – perguntou Alice incrédula – você ta a um fio de perder o homem da sua vida e ta pensando na escola?

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