C.O;
CHAPTER ONE;
A música do despertador não parava de tocar, e mesmo que ela tentasse ignorá-lo colocando travesseiros e cobertores nos ouvidos e cabeça, nada fazia aquele som irritante parar de ecoar em sua cabeça. Oh, linda e doce hora de se levantar.
- Que porra de despertador – a ruiva falou, socando o objeto.
Sentou-se na cama e esfregou os olhos, fazendo o possível pra se manter consciente. Havia esquecido que era hoje o grande dia: iria se ver livre de sua irmã e seus pais pra sempre. O mais legal? As regras estariam longe também; poderia fazer o que quisesse a hora que quisesse. Pelo menos isso valia o esforço de acordar de madrugada, até porque, pra quem chega em casa às sete, sete é madrugada ainda, não?
- Onde eu coloquei a porra do meu short? – se perguntou enquanto escovava os dentes e procurava a peça de roupa no meio da montanha de roupas jogadas no chão.
- Lily – sua mãe apareceu com a mesma cara de sempre na porta – Não demore a se arrumar e – olhou para o chão do quarto – Oh, meu Deus, Lily Evans! Você ainda não arrumou suas coisas? Eu juro que a melhor coisa do mundo vai ser tirar você dessa casa. Você é uma porca, Lily Evans, uma porca! Arrume essa montanha e desça já! – saiu do quarto pisando fundo.
Lily revirou os olhos e trancou a porta, voltando pra perto da pia e terminando seu serviço bucal. Havia decidido que não tomaria um banho àquela hora, pois era cedo demais pra que ela fizesse isso. Qual é, ela não estava nem fedendo também.
Procurou o short por todo o quarto, gritando e xingando coisas, quando finalmente o encontrou, bem embaixo de sua cama, entre o móvel do lado esquerdo. Ela devia ter jogado ele por ali alguma vez. Colocou-o rapidamente, procurando qualquer regata que pudesse usar. Londres estaria em pleno verão, oh, seria ótimo!
Após colocar um sapato de salto vermelho e colocar todas as suas coisas que precisaria dentro de uma mala enorme vermelha e uma mochila, desceu com as coisas mais uma bolsa nas mãos.
- Vai assim? – a mãe perguntou.
- Não. Vou lá em cima me arrumar ainda – revirou os olhos para a mãe pela segunda vez no dia e se jogou no banco traseiro do carro.
- Você precisa aprender modos, Lily. Podia fazer isso com sua irmã, ela é tão...
- Perfeita – completou – É, eu sei, mamãe. Você me diz isso todos os dias desde que eu nasci. Agora liga a porra do carro e me leva pra porra do aeroporto, porque eu não tô afim de chegar atrasada no meu encontro com a liberdade.
Sua mãe suspirou, como quem desiste, e ligou o carro.
Alguns minutos depois e estavam no aeroporto de Roma. A mãe se lembrou de dar todos os recados possíveis para a filha, enquanto a mesma apenas acenava rapidamente com a cabeça, tendo certeza de que a mãe sequer se importava, falava apenas da boca para fora.
Quando o embarque dos passageiros do vôo de Lily foi anunciado, ela se despediu o mais rápido que pôde de sua mãe e entrou porta adentro em direção ao avião que lhe levaria ao que ela sempre quis: estar livre de seus pais e sua irmã - principalmente sua irmã.
Já tinha meia hora de vôo - e ainda faltavam mais três ou quatro horas, pois talvez tivessem que esperar devido ao tráfego aéreo – e Lily já estava de olho no comissário de bordo moreno, cabelos lisos mais ou menos arrumados, rosto típico italiano e um jeito de olhar pra ela que podia, com certeza, matar a própria, caso ela mesma já não fosse mais do que preparada pra qualquer coisa desse tipo.
Ela precisava muito falar com ele. Falar, HAHA.
- Com licença – o chamou assim que ele passou do lado de sua cadeira, após ajudar uma senhora da cadeira da frente – Estou precisando de uma ajuda.
- Sim? – perguntou o mais galanteador que podia com apenas uma palavra.
- Você pode me acompanhar até o banheiro? Eu estou meio tonta, não sei se agüentaria até lá sem cair. Prefiro não arriscar – mordeu o lábio inferior.
- Com certeza – esticou a mão para que Lily lhe entregasse a sua e então a acompanhou, aproveitando-se o quanto podia, até o banheiro. Quando chegaram à porta, ela o puxou para dentro do banheiro para mulheres sem que ninguém mais visse.
Deram falta do comissário, mas uns quinze minutos e ele já estava de volta ao posto, fazendo o que devia fazer. Tentou, durante todo o resto de viagem, lançar olhares esperançosos pra Lily, como se esperando que ela o puxasse de novo, mas nada aconteceu. Ela ignorou sua existência, ocupando-se com seu iPod até que alcançassem o destino: Londres.
A ruiva saiu do táxi e deu uma analisada no prédio de fora; parecia de fato um castelo, mas também parecia muito legal. Pegou as malas e foi entrando, indo até o chalé que estava escrito em sua ficha (a ficha que havia recebido no dia anterior). Assim que abriu a porta, já viu outras sete pessoas lá dentro.
Havia três mulheres e quatro homens. Ou, suspeitou de primeira, três homens apenas.
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- Bom dia, meu anjo – a mãe beijou a bochecha do menino que abriu um sorriso pra ela.
- Bom dia, mamãe – sentou-se na cama e esperou o café que receberia ali pela avó.
Como esperado, ela surgiu com uma bandeja enorme com flores, panquecas e suco.
- Vocês não existem – falou enquanto dava uma mordida na panqueca – Isso tá muito bom.
As duas sorriram e trocaram risinhos entre si. Adoravam agradar o menino, afinal, ele era tudo que elas tinham. Esperaram até que ele tivesse comido tudo, e então a avó levou a bandeja, o avisando que era melhor que ele se arrumasse logo, antes que sua irmã acordasse, ou ele não teria mais tanta paz.
Ele foi para o banho, vestindo a roupa que havia escolhido no dia anterior: calça jeans, blusa branca, all star vermelho e seu chapéu cor de palha com uma tira preta no meio. Assim como a avó havia avisado, quando ele saiu do banho sua irmã estava ali, com um sorriso enorme pronta para dar bom dia.
- Minho! – pulou nos braços do irmão.
Minho era um jeito carinho pelo qual Amanda, sua irmã mais nova, sempre o chamou. Era algo como o final do diminutivo de seu nome; ele achava muito fofo.
- Bagunceira! – abraçou a irmã e começou a rodar um pouco com ela – Vou sentir tanto sua falta.
- Eu também – olhou com um bico para ele – Não pode mesmo ficar comigo?
- Eu ficaria se pudesse, acredite – beijou o bico dela – Mas eu vou te escrever sempre, isso eu vou.
- Pra mim, pra vovó e pra mamãe?
- Com certeza – sorriu – Aliás, vamos descer, porque senão aquelas duas me matam – colocou a irmã no chão, beijou sua bochecha e a puxou pela mão para o primeiro andar da casa onde as duas estavam esperando por ele.
Entraram todos na caminhonete e se dirigiram até o ponto aonde o ônibus que ia à Londres passava. As três mulheres ficaram esperando com ele até que o ônibus chegasse, lembrando-o de tudo que ele precisava fazer assim que chegasse e o mandando ter juízo com diversas coisas diferentes.
- Pode deixar, mamãe. Eu te ligo ainda hoje – beijou a bochecha da mãe, já do primeiro degrau do ônibus.
- Eu te amo, Remus John Lupin. Tome cuidado! – gritou enquanto via o garoto ir embora, limpando logo em seguida as lágrimas que caiam de maneira desesperada de seus olhos.
Remus tentou gritar que a amava também, mas o motorista arrancou o ônibus; tinha a cara fechada e não parecia nada feliz de trabalhar, ou existir, ou o que fosse. Remus achou melhor procurar logo um lugar pra se sentar e saiu arrastando a mala até o último lugar que tinha na janela.
Ele chegou inclusive a cochilar e, quando acordou, percebeu que estava a centímetros do lugar onde deveria parar. Deu graças a Deus por ter acordado a tempo e se levantou, preparando-se pra sair assim que o ônibus parasse. Ele estava em frente ao lugar, e de fato parecia um castelo, como havia visto nas fotos que tinha no site da escola na internet.
Andou rapidamente enquanto procurava o chalé cujo número estava anotado na ficha que havia recebido no dia anterior. Logo o achou; era o último, e Remus percebeu que andaria um considerável chão todas as manhãs. Isso é bom, pensou, talvez eu fique com as pernas mais grossas, como mamãe sempre diz. Sorriu pra si com a lembrança e abriu a porta.
Só havia uma pessoa lá dentro, e não era uma pessoa qualquer. Era um moreno de olhos azuis maravilhosos que faria qualquer joelho tremer. Ele fumava perto à janela e não viu quando Remie entrou, muito menos viu a cara que o mesmo fez.
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Maldito despertador - pensou ao esmagar o objeto que não parava de apitar. Levantou-se o mais rápido que pôde - o que já era lento demais. Não estava muito acostumado a não poder dormir até as três da tarde, ou até mais. Mas enfim, iria embora dali e talvez aquilo valesse o esforço. Pelo menos estaria livre do peso de cuidar de seu pai. Falando nele, era bom que fosse acordá-lo para avisar que estaria indo em alguns minutos.
- Pai? – chamou pelo homem assim que chegou à sala, mas ninguém respondeu.
Andou mais um pouco e o encontrou dormindo e roncando na poltrona bem em frente a TV. Do seu lado, no chão, havia muitas garrafas de cerveja, todas vazias.
- Que novidade – bufou para si mesmo e começou a chacoalhar o homem que dormia; o mesmo se levantou assustado. – Pai, acorda. Eu vou embora hoje.
- Oh – pareceu de fato acordar – Mas já?
- Vou tomar um banho e tô saindo.
- Meu filho, eu...
- Não precisa fazer nada. Só tô te avisando que eu não vou voltar, então vê se lembra de comprar a comida, antes que você morra – falou e saiu, indo até seu quarto pra poder tomar o banho sagrado de todas as manhãs. Sabia que quando voltasse à sala, seu pai já estaria dormindo outra vez.
Não demorou muito pra que ele estivesse fora dali, sua mochila, maço e óculos nas mãos. Andou rapidamente até o metrô, para que pudesse ir até a outra linha, a qual o levaria até seu destino. Menos do que quinze minutos, inclusive, ele já estava sentado no metrô certo, esperando que a viagem de uma hora passasse e ele chegasse ao local esperado. O metrô parava bem em frente ao lugar, e que lugar, foi o que ele pensou.
- Porra, que lugar – falou pra si mesmo e, sorrindo, entrou pelos portões e passou a procurar o número do chalé que havia em sua ficha, aquela que havia recebido no dia anterior.
Quando abriu a porta não havia ninguém lá dentro, então se sentiu na permissão de acender um cigarro e ficar por ali, na janela. Alguns minutos depois, notou que um outro cara havia chegado. Parecia bem suspeito, mas ele decidiu que não julgaria ninguém pela capa. Às vezes o colega era até legal e, além do mais, dividiria o chalé com aquela pessoa – era bom que pensasse positivo.
- Qual é, sou o Sirius – estendeu a mão para o rapaz.
- Sou Remus – percebeu o sorriso do mesmo e logo tirou suas mãos das dele.
- Então... Legal – sorriu e deu mais uma tragada no cigarro.
Parecia que Remus ia dizer alguma coisa, mas alguém abrindo a porta o impediu. Sirius viu entrar pela porta a mulher mais mal arrumada que já viu em sua vida, mesmo que a mais bonita também. E, ignorando o cabelo armado e o jeito de menino que ela aparentava ter, sorriu maliciosamente, indo cumprimentar a nova colega de quarto.
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- Vou sim, pai – falou com os olhos praticamente fechados, pois estava morrendo de sono.
- Cara, odeio aviões, você sabe. Eu tô cagando de medo, Emmy – ele parecia desesperado.
- Pai, eu vou ficar bem. Eu juro. O avião nem vai cair. E além do mais, você é homem ou é bicha? Tá com medo de um aviãozinho que nem é você que vai entrar? Qual é!
- Tudo bem, você tá certa. Mas se cuida – abraçou a filha mais uma vez e a deixou ir.
Ela foi, ainda dando um último aceno ao pai, direção a seu avião e seu assento. As pessoas olhavam para ela, provavelmente analisando a roupa que ela usava, o que se resumia em um moletom gigante, uma calça jeans surrada e um tênis da Nike qualquer; seu cabelo estava com um coque bem em cima da cabeça, e estava meio sujo, além de bagunçado.
Colocou a mochila no bagageiro e se sentou, colocando os fones no ouvido e já fechando os olhos, pois não via a hora de poder dormir de novo. Eram quatro da manhã, afinal.
O homem que se sentou ao seu lado não deixou de analisá-la durante grande parte da viagem, e chegou a inclusive achar um desperdício. Ela era uma mulher linda, mas parecia mais um menino desarrumado; ainda assim, seu rosto, enquanto dormia, era tão angelical quanto podia ser.
Emmeline acordou algumas horas depois, com o moço que estava sentado do seu lado lhe avisando que haviam chegado. Ela se levantou o mais rápido que pôde e pegou sua mochila, saindo do avião. Percebeu que não havia quase mais ninguém dentro dele. Saiu do aeroporto e pegou um táxi para o endereço que precisava, e chegando lá analisou a entrada do local. Parecia um castelo, o que não lhe agradou tanto assim. Nunca foi muito fã de castelos.
Deu de ombros e decidiu procurar pelo número de seu chalé. Parecia ser o mais longe, o que a animou um pouco. Vou poder correr todos os dias, indo até o local das salas e voltando pro chalé, pensou.
Abriu a porta do chalé, assim que estava em frente a ela, e viu que havia duas pessoas lá dentro; dois homens. Um deles, inclusive, veio cumprimentá-la, com um algum tipo de sorriso como quem espera ganhar alguma coisa. Idiota, ela pensou.
- Prazer – ele disse, beijando sua mão – Sou Sirius Black.
- Certo, certo – retirou sua mão rapidamente dali – Sou Emmeline. E você? – perguntou pro outro menino que parecia apenas viajar em alguma coisa, talvez o moreno.
- Remus. Remus Lupin – balançou a própria cabeça.
Ela deu um sorriso; havia achado os dois realmente esquisitos. Mas poderia ignorá-los, de qualquer forma. Afinal, colegas de quarto é uma expressão completamente oposta a amigos. Sentou-se no sofá que havia ali e, como se Deus estivesse intervindo por ela, antes que Sirius tentasse iniciar qualquer assunto, a porta se abriu e uma morena baixa muito magra entrou com um sorriso tímido.
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- Bom dia, Marie – a morena falou para a gata – Não é um dia lindo? Vou pra faculdade! – gritou e colocou rapidamente o roupão branco de seda, descendo escadas de mármore em seguida.
Apareceu com a casa na cozinha e cumprimentou a cozinheira, perguntando o que teriam de café; ela não lhe respondeu, apenas avisou que seus pais estavam no escritório esperando por ela. Foi, então, feliz da vida atrás de seus pais, mas assim que viu a expressão que os dois mantinham, seu humor foi controlado.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou cautelosa.
- Nada que você deva se preocupar – a mãe tentou sorrir, mas parecia forçado demais – Bom dia, meu anjo. Já sabe que horas são? O trem parte em menos de duas horas, é melhor que você tome seu banho e se arrume, pois assim que terminamos o café, sairemos.
- Sim, mamãe – ela disse e saiu, sem dizer ou receber palavra alguma de seu pai, que parecia concentrado em um papel que tinha nas mãos.
Subiu para o quarto tão rápido quanto desceu, e entrou no banho rapidamente. A roupa que usaria na viagem já havia sido escolhida dias antes com suas amigas, então se arrumar não levaria tanto tempo assim, contanto que ela tomasse o banho sem enrolar, como costumava fazer.
E ela conseguiu. Em quinze minutos já estava com a roupa e os sapatos, descendo novamente as escadas de mármore e indo à sala de jantar, onde teriam o café da manhã. Já estava tudo servido e seus pais já estavam sentados na mesa, apenas a esperando pra que pudessem comer.
Comeram silenciosamente, como sempre faziam, e vinte minutos depois todos haviam acabado.
- Dorcas, você tem dez minutos pra descer, está bem? – a mãe avisou.
- Sim – a menina subiu para o quarto pela segunda vez no dia.
Passou uma maquiagem discreta que combinasse com a calça jeans skinning clara e a blusa de renda rosa salmão que vestia. Estava calçando sua sandália de dedo preferida, e mesmo que estivesse baixinha, estava se sentindo bem. Inclusive, se olhou mais uma vez no espelho antes de pegar a bolsa Louis Vuitton, colocar os óculos Dolce&Gabanna e descer.
Não demorou muito e Dorcas estava se despedindo dos pais; entrou rapidamente no Eurotúnel, que foi o meio de transporte escolhido por ela, e se sentou, pegando o notebook branco da Apple e o ligando, pondo-se a fazer o que quer que fosse.
O tempo que ela esteve lá passou até rápido. Não o bastante pra ela não notar, mas o suficiente pra ela não perder o bom humor, já que detestava esperar e, qualquer tipo de demora destruía seu humor em segundos.
Com menos de minutos após ter saído do Eurotúnel, Dorcas conseguiu um táxi. Passou o endereço para o taxista e esperou, enquanto olhava a cidade, que chegassem ao destino. Seu sorriso aumentou consideravelmente quando pararam em frente ao enorme castelo. Ela teve certeza de que nada poderia ser mais perfeito do que aquilo.
Pegou suas malas, deu o dinheiro o taxista e entrou pelo lugar. Achou que, mesmo que quisesse passar na recepção, era melhor deixar suas malas no chalé antes. Procurou a ficha que havia recebido com o número e então olhou no mapa do local onde estaria seu chalé. Percebeu que ele era o último, o que significaria uma longa (ou não tão longa assim) caminhada. Isso não era nada legal na visão de Dorcas, mas não se deixou abater por isso e se pôs a caminhar direção ao chalé o mais rápido que era capaz.
Não devia ter trazido tanta coisa, pensou ela, Podia ter deixado pra comprar aqui. E finalizando esse pensamento, passou a mão nos cabelos, fazendo um coque rápido com eles, devido ao cansaço que sentia de ter andado o pouco que andou; alguns passos pra frente, estava encarando o local onde ficaria pelos próximos quatro ou cinco anos.
Abriu a porta sem pensar duas vezes, sequer imaginando que teria pessoas ali. Mas tinha. Ela se assustou com a presença deles, mas ainda assim não voltou: entrou com as malas dentro do chalé. As pessoas que ali estavam, abriram os olhos consideravelmente quando viram a bagagem que Dorcas trazia consigo.
- Bastante coisa, não? – um menino dos cabelos castanhos claro perguntou.
- Eu preciso de bastante coisa – ela respondeu sorrindo – Prazer, eu sou Dorcas.
- Prazer – ele sorriu também – Sou Remus, aquele é o Si...
- Não! – o moreno passou rapidamente na frente de Remus e beijou de maneira delicada a mão de Dorcas – Eu sou Sirius Black, ao seu inteiro dispor.
Ela não soube o que fazer, então apenas continuou sorrindo, mas teve certeza de que havia certo rubor em suas bochechas. Pôde ver também a loira encostada no canto revirando os olhos.
- Você é? – perguntou para ela.
- Emmeline – respondeu indiferente, e Dorcas achou melhor não perguntar mais nada.
Minutos depois, enquanto juntava suas coisas em um canto, entrou um menino que imediatamente Dorcas achou fofo – ainda que sua aparência fosse engraçada. Mas que pena, ele parecia estar completamente fora de si.
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- Qual é, Pet! Logo cedo? – o rapaz fez graça.
- Pois é, man. Eu vou embora hoje, sabe como é – sorriu e colocou as mãos no bolso do moletom.
Fazia bastante frio; não tanto assim, mas o suficiente pra que Peter dissesse bastante. Ele era bastante friorento, de fato.
- Não tá atrasado pro seu vôo não? – o cara perguntou enquanto procurava o que o menino queria.
- Sei lá, acho que só um pouco – deu de ombros – Achou aí?
O cara fez um sinal para que ele esperasse e logo apareceu com um saco.
- Sinta-se à vontade pra fazer isso aqui – foi saindo – Eu preciso ir pegar umas encomendas, mas eu já volto.
Peter apenas balançou a cabeça e voltou sua atenção para o saco cheio de cigarrinhos de maconha já prontos. Ele adorava aquele cara, adorava muito.
Decidiu que fumaria um só e sairia correndo para o aeroporto, pois precisava urgentemente chegar lá. Não podia abrir mão de sua liberdade... podia? Lembrou de seus pais mais uma vez; nem quiseram sair da cama pra se despedir. Idiotas infelizes – pensou.
Alguns minutos após umas complicações e Peter estava dentro do avião que o levaria até Londres. Sabia de um fornecedor que o estaria esperando assim que chegasse, então não teria problema algum. Até porque, um cigarro de maconha não é o suficiente, e hoje era um dia difícil. Procurou seu assento e se deitou ali, adormecendo após um tempo.
- Tá legal, preciso de um táxi – falou pra si mesmo enquanto olhava de um canto para outro.
Chamou um táxi qualquer e passou o endereço. Parou em uma esquina, procurou pelo cara cujo nome estava anotado em um papelzinho branco meio amassado e pegou sua encomenda com ele; agora sim a coisa estava começando a melhorar. Pagou e pediu as informações que precisava: pra qual lado ele virava pra chegar na escola.
- Direita. Certo – confirmou e depois agradeceu o fornecedor, virando-se na direção que ele informara.
Não precisou sequer procurar; havia um castelo enorme e chalés ao fundo, um do lado do outro. Aquilo tudo devia dar bastantes quarteirões no total; não era uma propriedade pequena.
Pegou o número do chalé que ficaria na ficha que havia recebido e se pôs a procurá-lo. Enquanto isso fumava um dos cigarros de maconha e, assim que acabou com ele, chegou ao chalé certo. Acho que isso é bem longe... Se é que eu lembro do caminho. Melhor repetir ele depois – pensou.
Abriu a porta devagar, até porque, fazia tudo de maneira devagar. Olhou para as pessoas que estavam ali e entrou, sempre vagarosamente. Percebeu que havia uma morena bonitinha, mas, por Deus, ela era muito magra! Ele sempre gostou de mulheres mais cheias; aquela ali com certeza não era uma opção. Sentou-se numa poltrona qualquer, fechando os olhos e pensando na vida. Alguns minutos depois, ouviu alguém falar alguma coisa, e percebeu que o moreno dos olhos azuis estava cumprimentando uma morena que havia acabado de chegar.
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- Bom dia, papai – a morena sorriu, esfregando os olhos.
O pai que antes tocava Dust In The Wind, parou e sorriu para a filha, abrindo os braços pra que ela fosse abraçá-lo.
- Bom dia, meu anjo. Preparada para o grande dia?
- Não sei – pareceu insegura.
Mas estava de fato insegura; era assustador a idéia de deixar o conforto de sua casa e de seus pais pra ir para um lugar estranho. Mas faria aquilo, lógico. Precisava doar ao mundo seu talento – isso era óbvio.
- Eu vou fazer só umas contas aqui. Você sabe, o teorema – piscou para a filha – Tocar sempre me ajuda. Vai lá dar bom dia pra sua mãe e tomar o café da manhã. Eu apareço em minutos.
- Sim senhor – foi pulando como uma criança até a cozinha, onde a mãe com certeza estaria - fazendo ovos mexidos e bacon.
E de fato, lá estava ela. Fazendo ovos mexidos e bacon.
- Bom dia, mamãe – se sentou no banco da cozinha.
- Bom dia, meu amor – deu um beijo na bochecha da filha e voltou para os ovos. – Preparada para o grande dia?
- Acabaram de me perguntar isso, sabe? – sorriu.
- Imagino. E o que você respondeu?
- Que eu não sei – deu de ombros – Sabe como eu sou. Me sinto meio insegura, mesmo sabendo que eu preciso fazer isso, e mesmo querendo fazer isso.
- Vai dar tudo certo, pimentinha – colocou o prato com comida para a morena e logo se sentou ao seu lado.
Elas ficaram conversando mais alguns minutos, até que a mãe disse que precisava lavar a louça e pediu para a filha que subisse e tomasse banho, se arrumando pra que pudessem sair. A mesma obedeceu prontamente; em alguns minutos já estava no banho, e alguns outros depois estava pronta, usando sua saia de cintura alta comprida preta com cerejas, sua blusa branca de alça e seu all star preto de cano médio.
Pegou o violino, o livro sobre Física que tanto amava, seu quadro pequeno que usava pra contas e a foto de seus pais com Stephen Hawking e sorriu para o quarto, como se estivesse se despedindo. Com certeza sentiria falta daquele lugar; seu quarto era o seu espaço preferido, fosse pra pensar, fosse para o que fosse.
- Vamos? – o pai perguntou, da maneira mais alegre que conseguiu.
Era triste saber que sua filha estava indo embora, mas era bom saber que ela iria se tornar uma grande física logo em breve; e inclusive, era seu trabalho cuidar pra que ela se sentisse bem com a mudança. Estava bem enternecido, além de tudo, pela cara de sofrimento que a filha fazia.
- Vamos – soltou um suspiro, dando uma última olhada pela casa.
Complicado? Bastante. Não queria deixar, principalmente, os pais.
Alguns minutos e estavam na estação de metrô certa. Tentaram não chorar enquanto se despediam, mas era algo complicado – principalmente para a mãe.
- Marlene, por favor, mande notícias sempre que puder – a mãe pediu.
O marido a abraçava, tentando fazer com que ela se acalmasse pra não implorar à filha que ficasse ou coisa assim. Sabia que Marlene com certeza ficaria caso a mãe fizesse uma cena.
- Tudo bem, mamãe, eu prometo – deu um sorriso triste, pegou a mala e as coisas e entrou no metrô, dando um último aceno a seus pais antes de sumir de vista.
Marlene detestava metrôs – ou pelo menos aquele tipo de metrô que ia por cima e não por baixo da terra. Preferia muito mais trens, mas não havia conseguido comprar a passagem de trem no dia anterior, então acabou ficando com o metrô mesmo. Procurou a ficha na mochila, deixando-a em algum lugar de fácil acesso pra que pudesse pegar assim que chegasse ao destino.
Ela sabia que não demoraria, pois morava bem perto do lugar, no fim das contas.
E de fato, não demorou. Estava ali, de frente para o colégio que mais parecia um grande castelo. Sabia que os chalés estavam mais pra trás e que o castelo enorme que via não era nem um por cento da propriedade. Tentou sorrir, mas estava nervosa demais pra isso. Ainda assim, por dentro sabia que havia gostado da primeira aparência do local; adorava castelos.
Pegou rapidamente a ficha e começou a andar por entre os chalés, procurando seu número. Percebeu que um moreno de óculos a perseguia – ou pelo menos parecia perseguição aquilo. Andou o mais rápido que conseguiu, nervosa por ele talvez ser uma pessoa esquisita, ou um daqueles barras pesada que seu pai havia lhe falado que existem em faculdades no geral. E logo que achou seu chalé entrou e rapidamente fechou a porta, notando que um moreno com perfil dos caras que seu pai narrou vinha cumprimentá-la, beijando sua mão.
- Prazer, meu nome é Sirius Black – ele não tirava os olhos dos seus.
Marlene enrubesceu e puxou rapidamente a mão – ao mesmo tempo em que sentia nojo por não saber quem era o homem na sua frente. Não demorou a perceber que o moreno de óculos não a perseguia: era do mesmo chalé que ela. Descobriu isso porque segundos depois ele abriu a porta, esbarrando-a na menina e pedindo desculpas educadamente pelo incidente.
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- James Potter! – ouviu a empregada lhe chamar – Já está mais do que na hora de se levantar. Seus avós estão lhe esperando para o café, o senhor está parcialmente atrasado.
- Me desculpe, Anna. Eu vou descer em minutos – sorriu para a mulher e procurou a roupa que usaria na viagem.
Uma gravata marrom, uma blusa social branca de mangas curtas, um colete verde de tricô, uma calça jeans e um tênis da Nike branco com símbolo marrom – isso tudo mais os óculos, claro. Estava perfeito, ou pelo menos a avó acharia isso. A opinião dela era a que mais importava, pois ela sempre o fazia ser um homem elegante, e ele gostava disso.
Saiu do banho minutos depois e desceu para o café que estava posto na mesa. O sorriso de orgulho de sua avó o fez se sentir bem imediatamente.
- Você está lindo, meu querido – beijou-o na bochecha – Bom dia.
- Bom dia, vovó – sorriu pra ela – A senhora também está, mas isso não é novidade.
Ela deu uma risadinha e bateu de leve em seu braço; seu neto era perfeito. Seu avô apareceu segundos depois, com a ficha nas mãos, cumprimentando o neto e se sentando do lado de sua mulher.
- Fui pegar sua ficha, aqui está – entregou para o menino.
O mesmo a colocou no canto da mesa para que pudessem comer. Normalmente os cafés demoravam meia hora naquela casa, mas hoje se apressaram um pouco, pois James estava realmente atrasado.
- Muito cuidado, meu filho – a avó o lembrou – Não deixe ninguém corromper você.
Já estavam do lado de fora; James entrava na limusine que o levaria para a faculdade, e os avós estavam na porta se despedindo.
- Jamais, vovó – sorriu para ela e fechou a porta, ainda dando um último adeus pela janela aberta do carro.
Quando viraram a esquina James fechou a janela e pegou o livro que estava lendo; teria pelo menos meia hora de viagem ainda pela frente.
Devido a um engarrafamento, demoraram um pouco mais do que o previsto para chegar ao colégio, mas sem de fato atrasar o menino. Ele pegou suas coisas e saiu, agradecendo mais uma vez ao seu motorista e fechando o livro, pegando também a ficha para que pudesse descobrir qual o número de seu chalé. Provavelmente um dos últimos, pensou.
Percebeu, depois de um tempo, que uma morena de saia preta estava indo pelo mesmo caminho. Ela parecia ser uma pessoa até diferente das que ele esperava que existissem ali; carregava um violino e algo que James jurou ser um quadro de cálculos. Pareceu também bem bonita quando virou rapidamente o rosto pra trás, mas incrivelmente, estava assustada – e parecia ser com a presença de James.
Logo ela começou a correr, e ele se pôs a andar um pouco mais rápido, não entendendo aquilo. Ela entrou no último chalé e fechou a porta, quase na cara dele, e quando ele olhou para o número e confirmou com a ficha em suas mãos, percebeu que era o seu chalé também. Riu um pouco e abriu a porta, notando que ela havia esbarrado de leve na menina; pediu desculpas imediatamente.
Entrou e cumprimentou educadamente todas as pessoas que vieram se apresentar. Estava pensando em iniciar uma conversa com a morena que parecia inteligente, quando a porta se abriu e, pelo que pôde deduzir, a última pessoa entrou: uma ruiva, muito bonita. Mas com certeza, uma beleza muito vulgar. James não aprovava – não mesmo.
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N/Evams: AAAAAAAAAAAAAAAAH TO TÃO ANIMADA TÃO ANIMADA TÃO ANIMADA PRA ESSA FIC *-*
O bonito foi o nascimento espontâneo dela, IEOHWOAHEOAIWHEOIAWHEOA posso dizer sem nenhum exagero que assisti ela nascendo no meio do bacalhau *-* (e ta, amei a Lily vadia gatinha do funk e a Marlene nerd com síndrome do pânico, amo esses acertos, amo tudo que você escreve Nom-Nom, desgraça – e foto com o Stephen Hawking, GASTOU EM HEWAHEOIAHWEOAHEO *Stephen, GOSTOOOSO*) o Remie Gay Pride ta me seduzindo muito, e a Emmy toda bronca macho-girl IDEM :9 e o James e o Sirius, SÃO O JAMES E O SIRIUS NÉ :999 meu Deus, ta muito gozante, vou esperar toda semana pelo capítulo gozando litros (não que vá ser necessário esperar porque você escreve mais rápido que uma coelha no cio Nom-Nom, pra sorte da nação)
E o título não podia ser mais apropriado *-* (hey, what’s the big idea? YO MIKA! *DIVO*)
Então, adeus (deliciosos) leitores não tão afortunados quanto eu (hihi), e dica, vivam suas vidas até o amor ser encontrado porque ELE VAI DERRUBAR VOCÊS
E autora TE AMO PRA SEMPRE OIQ
N/MMcK: OOOOOOI PESSOAS, desculpa a demorinha pra postar o capítulo um, eu que sou lerda mesmo. Mas o dois já tá quase pronto e logo eu posto ele, ok? Antes de mais nada, Evams, não sei se deu pra notar, mas a Marlene fodona é totalmente baseada em você (oi pai-teorema, oi pimentinha), HAHAHA E bom, a Evams já não é baseada em ninguém né fiu ;* ENFIM HUAHUAHUA eu tô gostando bastante de escrever essa fanfic, porque sei lá, foi mesmo uma idéia espontanea que veio doooo nada e tals. O capítulo um é o maior também, caso vocês queiram saber. Os outros diminuem um pouco (:
Bom, é isso. Beijócas e tals. E claaaro, queria agradecer aos meus queridos (e deliciosos) Gê, Fê, Ultraviolet, Vanessa, Mih, Michelle, Bárbara e Sofia. Muito obrigado por estarem comentando, isso com certeza é um incentivo! Continuem então, HEHEHE /eu super ridícula/ Beijócas pra vocês, muito juízo viu galerinha QQQN, logo eu vejo vocês de novo!
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