Capítulo 9
Eu e Meu Melhor Amigo
Capítulo 9
- Vamos, vista logo o vestido. Quero ver se tenho que fazer algum ajuste. - se esse fosse o real motivo, ate o teria feito. Mas sempre espere o inesperado de Ginevra Molly Weasley.
Após minha volta ao dormitório, depois da minha fuga, Ginny mudou um pouco sua tática. Agora, ao invés de ficar me enchendo o saco sobre como Harry e eu seremos o casal mais belo do Baile e essas baboseiras, ela só quer me ver dentro do vestido. Estou com tanta vontade quanto ela para ver como fico dentro do maravilhoso vestido, mas não vou dar esse gostinho para a ruiva.
Então, assim se passaram minutos. Ginny me pedindo para experimentar o vestido e eu negando. Acho que acabei ganhando dela pelo cansado e finalmente pude ficar em pais com meu vestido. Vocês devem estar e perguntando onde deve estar Parvarti e Lila, certo? Pois bem, estou em meu quarto de monitora. Quando quero ficar sozinha, esse é o local ideal.
Sozinha em meu quarto, pude admirar melhor o meu novo vestido. Ginny fez um excelente trabalho nele. Claro que o vestido era bonito antes, caso contrário não o teria comprado, mas o conseguiu deixar extremamente belo. Ela retirou as alças e a saia do vestido. Calma,
ela não me deixou só com a parte de cima do vestido, ela deixou o forro da saia. Melhor dizendo, a saia do vestido ficou um pouco transparente, mas nada que deixe minhas pernas à vista de todos.
O tecido do vestido era um tipo diferente de tafetá. Ele não ficava um tom mais escuro de roxo quando a luz batia nele, ficava mais claro. Quem sabe tomava uns tons de branco e azul? Não sei, só sei que Ginny pegou meu vestido roxo e sem graça e o transformou num maravilhoso vestido.
Fiquei admirando minha imagem no espelho. A principio me choquei com o que vi, mas quando notei que a imagem refletida no espelho copiava meus movimentos, notei que era eu quem estava tão bela no vestido. Bem, quem imaginaria que Hermione Jane Granger poderia usar um vestido tão bonito?
Ainda me admirando, ouvi passos vindos do corredor. Pegue meu hobby e coloquei por cima do vestido. Abri a porta do quarto olhei para os lados e não tinha sinal de nenhuma pessoa. Suspirei cansada e voltei ao meu quarto. Vocês não sabem o tamanho do meu susto quando vejo Ginny sentada em minha cama.
- Pega com a boca na botija. – me encarou com um sorriso vitorioso.
Não tinha como negar nada.
- Tudo bem, fiquei muito curiosa para ver como o vestido ficava.
- E o que achou? – essa não era a reação que esperava dela.
- É simplesmente lindo. – um sorriso bobo surgiu em meus lábios.
- Se o Potter não te pegar amanhã. – falou enquanto me rondava. – Pode ter certeza, alguém o fará!
- Acho que devo aceitar isso como elogio, certo? – a ruiva assentiu.
Ficamos quase uma hora discutindo sobre o Baile. Ginny me convenceu para que ela me maquiasse.
- Sei feitiços muito bons...
- Nada pode substituir um bom trabalho manual. – me interrompeu. – Você sabe que sou boa.
Não vou mostrar como ela me convenceu, apenas fiquem sabendo que essa ruiva tem muitas armas por debaixo da manga.
Temas diversos foram discutidos. Como meu cabelo deveria ser, maquiagem, sapatos e até como me comportar. Gina quase me lança uma azaração quando pergunto como deveria agir. Afinal, teria que agir diferente com Harry apenas por ser um Baile?
- Mostre que esta interessada.
- Sinto muito, Ginny. Mas não vou mudar meu jeito de ser apenas por uma noite que pode nem dar certo. – levantei da cama e finalmente retirei o vestido.
- É, você esta certa. Você não pode simplesmente deixar ser a Hermione. – concordou comigo. – Afinal, Harry gosta de você do jeito que é.
E depois de mais algumas discussões, fiquei sozinha e pude me entregar aos baços de Morfeu, ou melhor, tentei. Por Merlin, nunca tive tanta dificuldade em dormir como nessa noite. Nem mesmo em vésperas de provas fiquei assim.
Enfim, com uma noite mal dormida, me levantei e tomei um banho revigorante. Desci as escadas e não me surpreende por não encontrar ninguém no Salão Comunal, ainda era seis horas da manhã. Ninguém acorda a essa hora em sábados.
Caminhei calmamente pelos corredores até o Salão Principal. Ainda não estava decorado para o Baile, porque a pressa? Se temos os melhores professores de magia por aqui.
Poucos eram os alunos que já tinham se levantado. A mesa da grifinoria vi apenas alguns alunos do quarto e terceiro ano. Fui até a mesa e comecei a me servir, sem pressa. Comi de tudo um pouco. Cereal, panquecas, ovos, torradas...
Terminado o café da manhã, olhei para meu relógio de pulso. Ainda eram sete horas, nenhum dos meus amigos deveriam estar acordados. Sem nada pra fazer, fui caminhando até o campo de quadribol. Caminho até lá, recordei-me da noite anterior, à noite em que Harry me ensinou a voar. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas como é bom voar.
A poucos metros do campo, notei algumas siluetas voando pelos ares. Qual das casas deveria estar treinando? Imagem o tamanho da minha surpresa quando vi capas vermelhas voando. Não me lembro de nem Rony, Ginny ou Harry terem comentado sobre algum treino a essa hora da manhã.
Sem chamar a atenção de ninguém, fui até as arquibancadas e fiquei olhando o time. Realmente, fazíamos juiz ao titulo de melhor time de quadribol. Dino e Simas estavam ótimos como batedores, Rony não perdia uma única bola, Ginny parecia um hipogrifo voando e atacando e Harry, como sempre, nas alturas atrás daquela pequena bola dourada.
Estava tão entretida com o treino que não percebi quando alguém se aproximou de mim.
- É errado bisbilhotar os outros. – falou próximo ao meu ouvido.
- Mas e quando é o time da sua casa? – sorri, ainda virado para o campo.
- Acho que tudo bem. – ele sorriu, fazendo meus pelos se arrepiassem. – Bom dia, Mi. – sentou-se ao meu lado.
- Bom dia. – sorri ao moreno. – Não me lembro de terem me falado sobre treinar de manhã cedo.
- Decide e última hora. – deu de ombros. – Pedi permissão pra McGonagal e ela concebeu. Ela quer que Grifinoria continue invicta.
- Mas acho que nem todos gostaram da idéia. – cometei olhando a cara de sono de Rony.
- Rony é um preguiçoso. Mas e você? O que faz acordada tão cedo? – virou-se para mim.
- Não consegui dormir.
- Posso saber o motivo? – levantou uma sobrancelha.
- Não. – sorri sapeca.
- Hermione Granger, está escondendo algo de mim.
- Não posso te contar tudo. Porque, se fosse assim, não seriamos mais amigos. – falei séria.
- Por quê? – aquelas íris verdes me encaram.
- Se eu te contasse tudo, teria que te matar. – sorri quebrando aquele clima.
- Não sabia que tinha alma de comediante. – falou irritado.
- Alegre-se Harry. É bom não saber de tudo. – soquei de ombro de leve.
Continuamos a conversar até quando foi possível, pois ele tinha que treinar o time. Ginny e Rony não perderam a chance de me encherem. Ron, como ainda não sabia dos meus sentimos, apenas ficou comentando que estamos muito estranhos. Já Gina, nossa, ela tem os piores olhares que uma pessoa pode ter.
- Você treina esses olhares a noite?
- Como? – me olhou intrigada.
- Esses olhares que você me lança. – rodei os olhos. – Você os treina a noite? – ela riu como resposta. É, acho que ela treina sim.
- Mi, acho que temos assuntos melhores a tratar. – me olhou sínica. – Como, porque o Harry abandou o treino pra ficar conversando com você?
- Faça-me o favor, Gina. – levantei-me e comecei a descer as arquibancadas.
- Não fuja! – correu atrás de mim.
- Não estou fugindo. – virei-me para encará-la.
- Certo. – cruzou os braços. – Vamos, fique mais um pouco. O treino termina daqui alguns minutos; dez no máximo. – sorri e agarrou meu braço, me arrastando para as arquibancadas novamente.
- Tenho outra escolha? – comentei quando me encontrava sentada novamente.
Ginny sorriu, subiu em sua vassoura e voltou ao treino. Como a ruiva falou, o treino durou mais uns dez minutos. Não estava com pressa, só não estava tão inquieta que não conseguia ficar parada em um lugar por muito tempo.
Com o final do treino, desce e fui até o campo. Gina, Harry e Rony me cumprimentaram e foram para o vestiário. Minutos seguintes, todo o time já tinha saído. Nos quatro ficamos conversando por um tempo.
- A conversa ´tá muito boa, mas vou atrás da Luna. – Rony falou se afastando de nós.
- Que horas tem? – a ruiva perguntou.
- Dez horas. Por quê?
- Tenho um compromisso. – falou super errada; acho que sei qual é esse compromisso. – Vejo vocês depois. – e saiu correndo para o castelo.
- Também tem que ir a algum lugar? – Harry perguntou.
- Na verdade, - coloquei a mão debaixo do queixo. – tenho sim. Quero ira à biblioteca.
- Tudo bem, vamos. – pegou minha mão e fomos andando em direção ao castelo.
Acho que estou me acostumando com esses toques de pele; não sinto mais uma grande ardência. Mas ainda sinto um nervosismo e um frio na barriga enorme. Fomos conversando até a biblioteca. Passando pelos corredores pude notar que já estava todo decorado e muito bonito por sinal.
Em poucos instantes chegamos à biblioteca. Harry e eu paramos bem enfrente a porte de entrada. Encaramos-nos por uns segundos, até um sorriso maroto surgir no rosto do moreno.
- Acho que eles devem ter uma coisa conosco. – falou olhando para cima.
- Eles quem? – ele apontou para cima e minhas bochechas arderam.
Merlin, será que sentiam quando estávamos por perto? Como assim? Visgos podem perseguir pessoas? Talvez... Não, só sei que isso ´tá ficando estranho.
- O que fazemos? – falei ainda olhando para cima.
- Bem, acho que meio obvio, não? – olhou para mim sorrindo.
- Mas se sairmos, eles vão fica aparecendo sempre, até nos beijarmos.
- Não falei para sairmos. – e antes que tivesse tempo de falar qualquer coisa, senti os lábios dele sobre os meus.
Cisa, será possível que alguém tenha lábios tão macios como os dele? Sei que é apenas um toque de lábios, mas tantas sensações são despertadas com esse simples gesto. De olhos fechados e com os lábios colados, sinto algo molhado tocando meus lábios e percebo que é sua língua. Como reflexo, abro minha boca e deixo que ele comece a explorá-la; faço o mesmo.
Nossas línguas entram em perfeita sincronia. Com o beijo aprofundado, sinto as mãos de Harry passeando por minhas costas. Uma chega até meu pescoço, trazendo-me para mais perto e a outra em minha cintura. Sentindo-me na liberdade de fazer o mesmo, cravo uma em seu cabelo e outra em suas costas, arranhando-as.
Sentindo o ar nos faltar, somos obrigados a nos separar. Ouço um gemido de contradição vindo de mim e outro de Harry, mas tivemos que nos separar. A testa de Harry coloca na minha, ainda estou de olhos fechados. Sinto cada parte de meu corpo queimar, minha barriga, provavelmente, já deve estar um buraco negro.
- Mi, - sinto o hálito quente dele bater contra meu rosto. – eu... Eu.
- Shi. – falei, calando-o. – Sem palavras. – sorri doce para ele. – Agora tenho que ir, mas nos vemos por ai, ou até o Baile. – abracei-o e entrei na biblioteca.
Entrando na biblioteca não pude deixar de contar um sorriso bobo. Nossa, acabei de beijar, beijar pra valer, Harry James Potter, meu melhor amigo, e não fiquei paralitica! Contive-me e sai como uma garota normal, só espero que não tenha acabado com tudo.
Merlin! E se essa não fosse à reação que ele esperava? E se eu o afugentei? Não, não! Virei-me para poder concertar as coisas, mas Harry não estava mais lá. Só o que me restava era esperar.
Sentei em algum lugar próximo a uma janela, peguei qualquer livro e comecei a lê-lo. Acho que o livro falava sobre alguma coisa sobre animais, pássaros... Não sei, só sei que segundos depois uma fecha o livro e chama minha atenção. Não era quem esperava.
- Meus parabéns, Granger. – me laçou aquele seu típico sorriso sínico.
- Posso saber pelo que, Chang?
- Finalmente deixou de ser BV. – sentou-se a cadeira ao meu lado. – Vi o que aconteceu agora a pouco. Pena que a única forma que você tem de beijar alguém é por um visgo.
- Fala à garota que chora quando beija. – não podia deixar essa chance passar. – Se bem me lembro, você estava chorando quando Harry a beijou pela primeira vez, debaixo de um visgo.
- As circunstancias eram outras. – defendeu-se.
- Ah, claro que eram! Sua amiga tinha nos traído. – levantei-me, mas a outra agarrou meu braço.
- Sente-se Granger, ainda não acabamos. – voltei ao meu lugar. – Fique sabendo que não vai ter meu Harry tão fácil.
- Como assim seu Harry? – ri. – Da ultima vez que constei, ele não tinha dona.
- Não me provoque. Não sabe do que sou capaz. – soltou.
- Já você sabe do que sou capaz. – dessa vez levantei-me e sai, deixando-a irada.
Bem, acho que isso foi revigorante. Precisa despejar minhas angustias em alguém e pra alguma coisa a Chang serviu.
Caminhei pelo castelo sem rumo, ou melhor, até chegar a Sala Comunal. Não esperava encontrar ninguém por lá, mas enganei. Justo a pessoa que mais procurava, encontrava-se naquela sala. O nervosismo tomou conta de mim, mas tinha que ter coragem. Afinal, prometi a mim mesma que, mesmo que nada desse certo, tentaria de tudo para continuar com a amizade de Harry.
- Oi. – falei sentando-me ao seu lado no sofá.
- Oi.
- Algum problema? – ele negou com a cabeça. – Eu sei que não é um bom momento, mas preciso ti perguntar. Porque se você ainda for meu par para o Baile, não vou precisar sair correndo atrás de alguém. – ele soltou um sorriso fraco. Melhor do que nada.
- Mione, ainda com você pro Baile. Não vai ser por um acidente que você vai ter que encontrar outra companhia. Afinal, onde você vau encontrar um garoto tão bonito, bom dançarino e boa companhia como eu, em tão pouco tempo?
- Como sempre, modesto. – sorrimos. – Ainda bem, por que não estava a fim de ter que contar pra McGonagall que ela teria que encontrar outro casal.
- Ainda bem mesmo.
Nos dois ficamos conversando por toda à tarde, mas uma frase que ele dissera não saia da minha cabeça. “Não vai ser por um acidente...”. Ele acha que aquele beijo foi um acidente. Bem, eu sabia que as coisas poderiam tomar esse rumo. Sabia que tinha cinqüenta por cento de tê-lo para mim e cinqüenta por cento de não. Mas mesmo sabendo disso, não conseguia apagar aquela pequena chama que de tempos em tempos brilhava com mais forca.
Bem, à tarde que passei com Harry não poderia ser melhor. Conversamos, brincamos, discutimos até ficarmos cansados. Mesmo sabendo que ele não queria nada mais sério comigo, não podia deixar de gostar de passar meu tempo com ele. Harry é meu melhor amigo, a pessoa que mais confio. Nunca vou trocá-lo por ninguém.
Horas se passaram e quando chegou às cinco da tarde tivemos que nos separar. Afinal, garotas demoram a ficarem prontas. Despedi-me de Harry e fui para meu quarto de monitora, esperei por Ginny por alguns minutos.
- Esta pronta para a nova você? – perguntou sorridente quando entrou no quarto.
- Claro. – dei de ombros.
- O que foi?
- Bem, você sabe que disse que mesmo que essa minha tentativa de conquistar Harry não desse em nada, continuaria e a ser sua melhor amiga, certo? – ela concordou. – Pois é, hoje mais cedo nos deparamos com um visgo e... – minhas bochechas ficaram vermelhas e Gina soltou um grito alegre.
- Não me diga que vocês se beijaram! – assenti. – Então, isso quer dizer que... – meu semblante triste não foi à resposta que ela esperava. – O que aconteceu?
- Após o beijo, me comportei de uma maneira tão normal que acho que acabei por assustar Harry e quando cheguei ao salão comunal a algumas atrás, me encontrei com ele e... – engoli um lagrima que teimava em cair. – Harry falou que o beijo foi um acidente. – soltei um sorriso triste.
- Mas como? Encontrei-me com vocês pelo castelo e eram todos sorrisos.
- Como disse, ainda sou a melhor amiga dele, não sou sua namorada.
O silencio tomou conta do cômodo. Gina deveria estar procurando palavras de consolo, mas não precisava disso. Sabia das conseqüências e tenho que conviver com elas.
- Agora, sim, temos um motivo para você ir ao Baile. – soltou sorridente.
- Perdão? – olhei-a assustada.
- Vamos mostrar ao Sr.Potter o que esta perdendo. – sentou-me em frente à penteadeira. – Hermione Jane Granger, olhe-se para esse espelho e guarde sua imagem. Pois daqui a algumas horas você ficara tão bela, que nem você mesma se reconhecera. – aquelas foram às melhores coisas que alguém poderia ter me falado.
Olhei para minha imagem, tinha os olhos tristes. Mas deixei que as palavras de Gina me dominassem e meu semblante saiu de melancólico para sorridente.
- Posso ter perdido a batalha, mas não a guerra, certo?
- É assim a que se fala garota. – virou-me de costa para o espelho. – Agora, vamos ao que realmente importa. – fechei meus olhos e deixe que Ginny me transformasse nessa tal bela garota.
Puxões, pincelados, arranhões e reclamações. Cera, pinça, gel, grampos, batom, sombra, pó... Esse foi a resumo das três horas que sofri com Ginny. Nunca pensei que teria que sofrer tanto para ir para guerra.
- Pode se olhar no espelho agora. – a ruiva falou com um sorriso nos lábios.
E assim o fiz. Fiquei de frente para o espelho de olhos fechados, tinha medo do que poderia ver.
- Abra os olhos! – com aquele tom gentil de ameaça, abri meus olhos.
Encarei meus olhos no espelho. Tudo bem, vamos dar uma olhada. Expandi minha visão e um enorme sorriso surgiu em meus lábios. Estava linda, minha pele estava uniformizada, meus olhos com pouco maquiagem, mas lindos. Meus lábios pareciam muito convidativos com aquele tom de rosa. Meus cachos estavam presos em um coque frouxo e algumas mexas soltas. Tudo em mim estava harmonioso.
- Uau! – foram as únicas palavras que consegue falar.
- Eu sei, eu sei. – Ginny falou sentando na cama. – Pode começar os elogios. – joguei uma almofada nela.
- Detesto ter que admitir, mas você fez um ótimo trabalho.
- Que nada. Quando a tela é bonita, só precisamos das cores certas. – piscou para mim.
- Obrigada. – abracei-a. – Vai ao Baile? Com Draco?
- Acha mesmo que vou aparecer em público com Draco ao meu lado? Rony mato nos dois. – rimos. – Não, não vou. Vou ter meu Baile Particular.
- Boa sorte.
- Eu quem ti desejo boa sorte, você vai mostrar a Harry o que ele está perdendo! – abraçou-me. – Agora se vista. Já são sete e meia; você combinou com Harry sete horas e tem que estar em frente ao Salão Principal as oito. – despedimo-nos e fui me vestir.
Tomei todo o cuidado ao vestir o vestido e ainda maior cuidado quando tive que me sentar para calçar as sandálias. Dei mais uma olhada no espelho para ver se tudo estava em ordem; olhei para o relógio, ainda tinha quinze minutos. Ótimo! Sai do quarto e comecei a descer as escadas. Quando conseguia ver o salão, estiquei meu pescoço para ver se conseguia achar Harry, mas nenhum sinal dele. Será que ele estaria me esperando em frente ao Salão Principal? Agora faltava só mais um degrau, respirei fundo e comecei a andar em direção a saída, mas sinto meu braço ser puxado.
- Onde pensa que vai sozinha? – um sorriso surgiu em meus lábios quando ouvi aquela voz.
- Pensei que já tinha descido. – abracei-o. – Vamos, se não McGonagall nos mata. – vire-me, mas ainda senti meu braço sendo puxado. – Algo de errado? – ele negou. – Então, o que é?
- Você está linda. – falou após uma longa pausa. – Muito linda, Mione. – sorriu.
- Obrigada. – baixei a vista e senti seus dedos debaixo de meu queixo, levantado minha cabeça.
- Não fique envergonhada. – sorri e ele tomou meus braços. – Agora, vamos. – e saímos pelo buraco do quadro.
O numero de alunos andando pelos corredores não mudou, mas seus trajes, sim. Todas as garotas estavam com vestidos longos, uns muito bonitos, outros, nem tanto. Todos os garotos estavam com smokings. Acho que todos os homens deveriam usar todos os dias smoking, afinal, todos eles ficam muito mais charmosos. Principalmente meu acompanhante. Meu Merlin, como um ser pode ser tão perfeito?
A cada passo que dávamos podíamos ouvir as conversas vindas do Salão Principal. Harry e eu caminhávamos lado a lado, mas quando nos encontrávamos bem próximos do Salão, o moreno passou seu braço ao redor de minha cintura. Um gesto comum, mas que naquele contexto poderia ter várias interpretações.
- Ainda bem que já chegaram! – Rony soltou assim que nos avistou.
- O que houve, Ron? – perguntei.
- McGonagall aconteceu. – pude ver isso com meus próprios olhos. A professora estava soltando fogo pela boca. – Ela esta louca atrás de vocês, vão logo! Antes que ela mate alguém. – e nos empurrou em direção a McGonagall.
- Graças a Morgana, vocês chegaram! – não nos deu tempo de falar nada, saiu nos empurrando para nossos lugares. – Permaneçam aqui até chamá-los. – apenas concordamos com as cabeças.
- Tem noção de quanto tempo vamos ter que ficar aqui? – perguntei depois de um tempo.
- A menor idéia. – olhou para seus pés. – Espero que comece logo, não gosto dessa sensação.
- Qual sensação?
- Ansiedade. Frio na barriga. Medo de estragar tudo.
- Calma, Harry! – sorri abraçando-o pelos ombros. – Você não vai estragar tudo. Lembre-se, seu para é Hermione Granger.
- Se você achou que isso iria me aliviar, enganou-se. – sorriu torto.
- Por quê? – o olhei intrigada. – Sempre achei que transmitisse confiança.
- Normalmente, sim. Mas não hoje, não agora. – continuei a olhá-lo intrigada. – Caso não reparou, ninguém tira o olho de você.
- Bobagem. – dei de ombros, mas minhas bochechas enrubesceram. – Deve ter alguém mais interessante que eu por aqui.
- Fale isso pra enorme quantidade de garotos que estão nos olhando agora. – sussurrou em meu ouvido.
Quando Harry falou isso, não contive o riso. Mas passando meu olhar pelos rostos masculinos que ali se encontravam, não pude deixar de enrubescer. Porque todos olhavam para mim e comentavam algo? Será que estou feia? Algo de errado comigo?
- Tem algo de errado comigo? – perguntei angustiada para Harry.
- Muito pelo contrario. – sorri.
- Porque estão todos me encarando? – escondi minha face no peito do moreno, o local mais seguro e aconchegante que conhecia.
- Diga-me que não sabe. – o encarei. – Você deve, não, você é a garota mais bela do Baile.
- Duvido, deve haver alguém mais bonito. Não estou essas coisas todas. – Harry soltou o ar cansado.
- Quantas vezes tenho que lhe falar que é linda? Você é linda todos os dias e hoje, esta maravilhosa. E sorte, ou azar, o meu por ser seu par.
- Azar?
- Acho que vou ter que desviar de algumas azarações durante a noite. – sorrimos.
- Você esta me elogiando e elogiando, e até agora não falei nada sobre você. – falei depois um tempo.
- Sou todo ouvidos. – colocou seu queixo sobre minha cabeça; ainda estava com rosto em seu peito.
- Deveria usar smoking sempre. – ele me perguntou por quê. – Você fica extremamente charmoso em um. – essa foi uma das poucas vezes que vi Harry ficar envergonhado. – Não acredito! – coloquei minhas mãos sobre meus lábios. – Deixei Harry James Potter envergonhado.
- Muito engraçada você. – não retruquei, pois McGonagall reapareceu e começou a dar ordem para nos. – Me prometa algo.
- O que? – estávamos a poucos passos de entrar no Salão.
- Não me troque por nenhum outro garoto. – olhou no fundo dos meus olhos.
- Nunca. – sentia-me afogar naquele mar verde. – E peso o mesmo a você. – dei um leve soca em seu ombro.
- Impossível, você é insubstituível carinho. – paralisei. Essa foi a primeira vez que Harry me chamou desse apelido.
Se o burburio já era grande antes dos portões estavam fechados, abertos quase não se dava para escutar os pensamentos. Os alunos que quiseram participar do Baile já se encontravam dentro do Salão e formavam um enorme corredor.
A mão de Harry apertou a minha e, então, começamos a andar. Pensei que nunca fossemos atravessar aquele corredor; tantos eram os olhares e comentários que só fazia o percurso ser maior ainda. Faltava pouco para soltar um grito de socorro, mas, por sorte, em instantes depois me encontrava no centro do Salão.
Sabe aquela sensação de estar sendo observada e saber que, ao mínimo deslize, todos irão rir da sua cara? Pois é, era, exatamente, assim que estava me sentido naquele momento. Mas, no momento que senti as mãos de Harry, tudo mudou. O nervosismo passou e tudo tendeu a melhorar, ainda mais, quando o moreno sussurrou em meu ouvido.
- Vai dar tudo certo. Afinal, somos Harry Potter e Hermione Granger. – sorri com seu comentário.
Antes de começarmos a dana; reverenciamos-nos para nossos pares, nos posicionamos e, ai sim, começar a dançar. Como em toda valsa, a música era calma, assim como a dança. Ao passo que Harry e eu nos afastamos do centro para os outros casais, podemos vislumbrar Rony e Luna. A loira estava linda com aquele vestido azul claro.
A dança, quando ensaiávamos, parecia uma eternidade, mas, naquele momento, passou como em um piscar de olhos. Terminado meu dever com a professora McGonagall, nos reverenciamos novamente a nossos pares e os quatro, Rony, Luna, Harry e eu, para uma mesa no canto.
- Finalmente acabou. – o ruivo soltou quando nos sentamos.
- Graças! – concordei com ele. – Sem mais ensaios à noite.
- Até que gostava dos ensaios. – todos olhamos indignados para a loira. – Tirando a parte da McGonagall, claro.
Ficamos sentados e conversando durante, acho que, duas músicas; momento que Luna tirou Rony para dançar, sob protestos, claro. Ficamos Harry e eu, sentados e nos encarando. Bem, até quando não agüentava mais ficar sentada.
- Harry, vamos dançar. – falei, não perguntei.
- Fazer o que. – dei de ombros. – Prometi que seria seu par durante toda a noite. – sorriu maroto, pegou minha mãe e fomos para o centro.
I'm very sure, this never happened to me before
I met you and now I'm sure
This never happened before
Como a melodia era calma, depositei minha cabeça no ombro do moreno e ele colocou suas mãos em minha cintura.
Now I see, this is the way it's supposed to be
I met you and now I see
This is the way it should be
This is the way it should be, for lovers
They shouldn't go it alone
It's not so good when your on your own
- Bem, a música esta certa. – ergui meu olhar dando por entender que queria saber o porquê. – Isso nunca aconteceu comigo antes e é assim que se deve ser. – sorri com o comentário.
So come to me, now we can be what we want to be
I love you and now I see
This is the way it should be
This is the way it should be
Com aquele comentário, fiquei mais atenta a letra da música. A música basicamente falava que esse era o momento certo, que era assim que deveria ser para... apaixonados. Não quanto ao plural, mas no singular... A letra esta certíssima.
This is the way it should be, for lovers
They shouldn't go it alone
It's not so good when your on your own
Já não sabia se estava acordada ou não. Com aquela música calma, fechei meus olhos e fiquei sendo guiado por Harry. Ainda com a cabeça no ombro de moreno, pude ficar inalando aquele cheiro que tanto gostava; aquele cheiro tão Harry.
I'm very sure, this never happened to me before
I met you and now I'm sure
This never happened before (This never happened before)
This never happened before (This never happened before)
This never happened before (This never happened before)
This never happened before
O que era para ser apenas uma dança, acabou por se estender por várias e várias, sempre com ritmos variados. Acho que Harry não estava acostumado a me ver “requebrando”, mas o que poderia fazer se, a cada música, exigia um tipo de movimento diferente?
Somente quando estávamos exaltos foi que resolvemos sentar. Nunca pensei que Harry soubesse dançar tanto, tudo bem, ele não dança essas coisas todas... Mas dança melhor do que alguns garotos que, tive o desprazer, de ver dançar.
- Onde será que Rony e Luna devem estar? – perguntei quando sentamos.
- Com certeza, não estão dançando. – falou com um sorriso zombeteiro.
- Que tal um pouco de ponche? – perguntou depois de um tempo.
- Claro. – falei fazendo menção de me levantar, mas ele me interrompeu.
- Nada disso, sou seu par. – sorri. – Fique aqui enquanto eu pego ponche pra gente. – piscou e saiu em direção à mesa de comes e bebes.
Já assistiram a aqueles filmes americanos clássicos? Sobre a garota que realiza seu sonho de ir com o garoto que gosto ao Baile? Bem, posso dizer que me sinto do mesmo modo. A principio, pensei que tudo iria ser um completo constrangimentos e erro, mas tudo esta indo tão bem. Se essa noite não der em nada, posso me considerar realizada. Estou com meu melhor amigo, Ginny fez um vestido fabuloso e tudo esta perfeito.
Passaram-se minutos e nada de Harry aparecer, passei os olhos pelo Salão e não consegui encontrá-lo. Levantei-me e fui em sua busca. Esbarrei-me com Parvarti e Lilá, mas elas nada sabiam sobre Harry. Enfiando-me mais pelas pessoas encontrei Rony, perguntei se tinha visto o moreno e falou que o viu sair do Salão.
- Ele estava conversando com o Cowling e depois saiu com um copo de ponche. – agradeci e sai a passos largos do Salão.
Esbarrei em algumas pessoas, mas, finalmente sai. Olhei para a esquerda, nada; para direita e nada. Tomei o caminho para as escadas. Pensei que fosse demorar a encontrá-lo, engano meio. Encontrei-o no primeiro corredor; encostado a parede e aos beijos com alguma garota.
Lágrimas começaram a rolar pelos meus olhos e, quando resolvi sair dali, eles se separaram. No mesmo instante Harry se afasta da tal garota e percebei que estava ali, presenciando tudo.
- Hermione? – Olhando para mim confuso.
Engoli as lagrimas.
- Espero não estar atrapalhando nada. – sorri fraco e vi que a tal garota era a Chang. – Vou sair para ficarem mais à-vontade. – e sem nem esperar por alguma resposta de Harry ou de Cho, sai dali.
Tudo bem que tinha me conformado com que, talvez, essa noite não desse em nada. Mas ver Harry aos beijos com outra garota... Se fosse apenas outra garota, mas era a Cho Chang! Esperava tudo de Harry, menos que tivesse uma recaída.
Tentei correr o máximo que o salto permitia, esbarrava em alguns alunos, mas não liguei. Andei sem saber para onde meus pés me levavam, só soube quando senti o vento frio da noite e grama molhada batendo em meus pés. Estava no lago.
Caminhei mais um pouco e sentei em um tronco caído próximo a água. Não tenha derramado nenhuma lagrima... Até agora. Assim que me encontrava sozinha derramei-me em lagrimas.
- Uma boa maneira de terminar a noite, não? – comentei comigo mesma em voz alta.
- Depende, você acha que acabou?
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Versão "2.0" dei só uma ajeitadinha em uma frase, pra dar cabimento ao próximo cap ;D
"Enfiando-me mais pelas pessoas encontrei Rony, perguntei se tinha visto o moreno e falou que o viu sair do Salão.
- Ele estava conversando com o Cowling e depois saiu com um copo de ponche. – agradeci e sai a passos largos do Salão." - Essa parta aqui ;D
N/A: Lixo, lixo, lixo, lixo, lixo, lixo...
Esse foi um dos piores caps que já escrevi! Não tem nada!
Se alguém, realmente, tiver gostado... Me avisa certo?
Só pra não perder o costume: COMENTEM!
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