Sete.



Sete.


Lições do amor - o amor ensina mais do que se pode esperar.




Caminhava distraidamente pelos corredores, sorrindo orgulhosa com a alta nota que conseguira tirar na aula de literatura daquele dia. Se não fosse pela ajuda de Hermione talvez não tivesse conseguido aquela nota. E parte do mérito devia à amiga. Precisava agradecê-la quando a visse novamente.


Abaixou os olhos para guardar a redação em sua mochila, porém no momento de distração seu corpo colidira com alguém, fazendo com que ela cambaleasse e caísse sentada no chão. Os materiais que antes estavam em suas mãos, agora estavam espalhados por todo o chão. E ela erguera os olhos, pronta para amaldiçoar quem a tivesse derrubado, mesmo que a culpa fosse sua.


Entretanto as palavras se perderam quando fitou o ruivo diante de si. O nervosismo a assombrara, juntamente com a vergonha por estar naquela situação, diante de Rony Weasley. Travava uma batalha com seu próprio corpo para se levantar, mas não conseguia. Ele não a respondia.


- Que droga, você não olha pra onde anda, não? – explodiu o rapaz, pegando a mochila do chão, nem se preocupando com a garota estatelada em sua frente.


Katie o olhou, um pouco aborrecida, mas não esperava mesmo um tratamento muito legal. Visto que poderia ter causado o “acidente” com sua falta de atenção, mas é que estava tão contente pelo A+, que nem notara Rony vindo em sua direção. Por mais que sempre o fizesse.


- Desculpe. Mas se você era o atento aqui deveria ter desviado quando viu que íamos esbarrar um no outro. Portanto se você não desviou é porque não olhava por onde andava também. - retrucou Katie ao se levantar, sem nenhuma ajuda do garoto. Começou a recolher seus materiais espalhados pelo chão.


- Não tenho culpa se você surgiu do nada. – retrucou ele, coçando a nuca. De repente seus argumentos perderam a razão, devido ao que a garota dissera. Abaixou-se e pegou a pasta, caída ao seu lado e entregou a Katie.


- Não costumo ser tão distraída. - mentiu a garota. Na verdade, distrações e desastres eram seu forte. Principalmente quando se tratava de Rony Weasley. - Mas eu fiquei feliz. Consegui tirar um A em literatura pela primeira vez na vida. - se levantou, evitando olhá-lo.


- Eu tirei um D, acho que aquela professora não vai com a minha cara... Nem os livros que ela passa. Mas pelo menos supero Harry nisso. Ainda... – emendou refletindo.


- Acho que terá que se superar mais ainda. Harry está melhorando com o passar do tempo. As aulas que anda tendo com a Mione estão progredindo. - Katie disse, ajeitando sua mochila nos ombros. - Desculpe pela colisão. - redimiu-se ao virar, afastando.


- Por isso, eu disse “ainda”... – o ruivo falou, seguindo-a. Não sabia por que estava de fato fazendo isso, mas sentira vontade. – Vou ficar pra trás daqui a pouco.


Katie cessou seus passos de súbito, olhando confusa para o garoto. Ao acaso fizera algo que o obrigasse a segui-la? Ele sempre ignorou sua existência. Por que fazia isso agora?


- Eu já pedi desculpas. - Katie disse.


- Mas eu não... – Rony falou vermelho. Sem se dar conta deste detalhe. – Quer ir tomar um refrigerante na lanchonete? – indagou, e Katie, quase se engasgara. Não sabia realmente o que estava acontecendo, mas de fato, a mesma sorte que fisgara Hermione, havia fisgado-a também, pelo que tudo indicava.


- Ahn... - as palavras quase não se pronunciaram. Com Hermione não fora difícil acreditar em tal milagre, mas agora seria com ela. - Claro. - concordou aturdida, caminhando com ele para a lanchonete.


Ambos caminharam em silêncio, um “pensando sobre o que o outro estava pensando”. Deveras complexo. Katie, no entanto, estava adorando a atenção recebida, e Rony por outro lado tentava compreender porque a dispensava com ela.


Chegaram à lanchonete, e tudo estava muito vazio, as pessoas aproveitavam para ver os jogos de basquete na quadra. Por isso, puderam escolher uma mesa do agrado dos dois. O esporte não era nada comparado ao futebol, de grande tradição, mas levara muito expectadores.


Katie acomodara-se na mesa, colocando seus pertences sobre ela enquanto Rony buscava os refrigerantes. Estava confusa demais para pensar em algo coerente que justificasse aquela situação. Contudo, sorriu quando Rony voltara para a mesa e lhe entregou seu refrigerante.


- Obrigada. - agradeceu um pouco corada. Tomou um breve gole do conteúdo no copo. - Pensei que iria ver o jogo de basquete.


- Odeio basquete. Eles tiram nossa fama por uns breves momentos. – o rapaz comentou sorrindo de lado. – Já que Harry está com sua amiga, eu resolvi perambular por aí, e... Acabei esbarrando em você.


- Também ando perambulando sozinha por aí desde que eles começaram a namorar. - Katie disse, sorrindo. - Mas estou feliz pela Mione.


- Ele também parece feliz. – contou e bebeu um gole de seu refrigerante, não tendo a mínima idéia do que tornar a falar.


- Eu soube do seu touchdown no último jogo. Parece ter sido incrível. - Katie elogiou. - É uma pena não ter visto, mas pelo que disseram você mandou bem.


- Nem tanto – sorriu prendendo o olhar dela sobre sua boca. Katie nunca a achara tão bem feita e perfeita. -, todos jogamos bem. O técnico não nos deixa ter o gostinho da vitória de forma egoísta. Se vencemos é porque todos deram o máximo de si.


- Faz um pouco de sentido. - a garota murmurou, desviando seu olhar e desejando imensamente que ele não notasse seu constrangimento. - Mas confesso que o time de futebol sempre foi melhor que o de basquete... - mordeu o próprio lábio, repreendendo-se por soltar esse comentário.


Rony sorrira mais, orgulhoso pelo elogio. Deveria estar ficando louco, mas ele fora importante. Deveria estar mesmo assim, porque estava começando a achar os olhos azuis de Katie muito intrigantes, portanto, interessantes. De repente, aas palavras que ouvira de Harry no vestiário dias antes ecoaram em sua mente... Será que elas faziam mesmo sentido?


- Er... Valeu. – agradeceu ao comentário dela. – Vi na sua pasta alguns desenhos, você curte esse lance de arte?


- Bom, é. - Katie confirmou, rindo. Pegou a pasta que continha seus desenhos, abrindo-a. - Sempre fui boa para desenhar. E melhor ainda para criar looks de roupas ou algo parecido. Mas são apenas esboços, coisas de garota de colegial. Nada demais.


Entregou alguns dos desenhos para que Rony olhasse. O garoto observou os desenhos. Alguns rabiscos, nada de concreto. Mas eram suficientes para reconhecer talento naquilo que ela fazia. Uns mostravam idéias de roupas, outros eram desenhos de pessoas, lugares.


- Uau, você é realmente boa nisso! – exclamou encantando pelos desenhos. – Seria bom se investisse no seu talento. A mulher do meu irmão tem uma escola de arte no centro. Já ouviu falar? Ela é francesa...


- Academia Montpellier? Dizem que é uma das melhores do estado. - Katie disse, esboçando um largo sorriso pelo seu entusiasmo. - Também dizem que os professores são realmente franceses e oferecem estágios para alunos excelentes na França e... - calou-se de imediato, suspirando. Havia momentos em que se arrependia por falar demais. - Não quero que pense que estou falando com você por interesse. Eu sabia que Fleur Weasley era a dona da academia, mas nunca tive interesse algum sobre isso. Quero dizer... - ele riu diante a confusão da garota. - É claro que eu tenho interesse, mas jamais usaria você para isso. Entende?


- Eu sei… A maioria das garotas nem liga pra isso. Nem sabem quem Fleur é, muito menos que é minha cunhada. – Rony comentou e riu. – Soube que estão abrindo mais vagas, pois ampliaram o espaço físico, porque não tenta?


- Eu não sei. - murmurou olhando para os seus desenhos. - Quero dizer, eu gosto disso. Mas tenho medo de não ser bom o suficiente. O que eu faço é apenas pra mim. E as roupas eu só criei duas, e ambas foram pra Mione.


- Eu sou leigo no assunto. – falou e riram. – Mas se quiser posso mostrar os seus desenhos para Fleur. Ela e meu irmão irão jantar em casa esta noite. Digo que é de uma amiga muito talentosa, e ela não vai recusar.


- Não. - Katie o olhara, surpresa. - Eu realmente agradeço sua ajuda, mas não quero que faça isso. Quero conseguir por mérito meu, não porque você é cunhado da dona da academia.


- Desculpe... Eu não queria ofendê-la... Eu...


- Você não me ofendeu. - disse, sorrindo sincera para Rony. - Pelo contrário, agradeço o interesse. E os minutos do seu tempo que você desperdiçou comigo. - começou a recolher seus desenhos, guardando-os na pasta.


- Mas... – ele balbuciou tentando tomar a palavra, mas Katie fora rápida demais, e juntara tudo em tempo recorde, saindo a passos largos.


...




O lago da cidade estava silencioso e tranquilo naquela tarde. Um ambiente agradável para o casal que estava sentado em baixo da velha árvore de carvalho. O moreno estava com as costas encostadas ao tronco, enquanto a morena estava entre suas pernas e apoiando-se em seu corpo. Ele sorriu, afagando os cabelos castanhos da namorada. Estavam poucos centímetros mais curto, mas ainda os adorava.


- Seu corte não ficou feio. - comentou enrolando uma mecha castanha nos dedos - Ainda continua linda.


- Tive mesmo muita sorte, mamãe conseguiu cortar só um pouco sem estragar o comprimento. – Hermione falou muito aliviada por isso. – E eu pensando que iria ter que cortar ao estilo Chanel.


- Continuaria linda do mesmo jeito. - Harry disse, beijando-a no topo da cabeça e aspirando o doce perfume que emanava dos cabelos de Hermione, fazendo-o suspirar.


- Só você mesmo para achar isso, mas é o suficiente. – a morena brincou, rindo. Deixando os braços dele a abraçarem mais forte. Poderia ficar assim por toda a vida que não reclamaria.


- Fico contente por ser apenas eu em achar isso. - ela o olhou, confusa. - Sou ciumento. Não divido o que é meu. - sorriu maroto, fazendo-a rir. - Mas eu tenho certeza que não sou o único. Conhece Tyler Gabe do clube de xadrez? Ele sempre teve uma queda por você.


Hermione explodiu numa gargalhada, aquilo realmente fora engraçado.


- Ele não tem uma queda por mim, é míope... Deve ser por isso que confundiu as relações. – disse, e ele beijou-lhe o pescoço.


- Duvido que esse seja o verdadeiro motivo. - sussurrou abafado, distribuindo beijos pelo pescoço alvo da garota. - Pare de pensar que você não é linda.


- Só quero ser linda para você, o resto não me importa. – Hermione declarou, arrepiando ao toque dos lábios dele em sua pele.


Fechou os olhos, sentindo a boca masculina, elevar-se até chegar ao ouvido. Harry mordiscou-lhe o lóbulo, e a morena rira, sentindo cócegas.


- Opa. - Harry afastou sua boca da região, notando a pele arrepiada de Hermione e comentando em tom maroto. - Depois de certo tempo isso deixa de serem cócegas.


- Seu bobo... – ela sussurrou corada. – Vamos conversar então... Er... – só que ele não parara, nem dera tempo para ela inventar um assunto. A boca distribuía beijos por onde passava deixando uma trilha quente. A qual a arrepiava inteiramente.


O moreno sorria com as reações que conseguia despertar em Hermione. Porém aquilo tudo estava começando a tirá-lo do sério. E sentir o doce perfume da namorada e a pele macia o deixava desorientado. Sua mão abandonou a cintura de Hermione, tocando-a no rosto e virando-o para si. Acarinhou a região por um momento, olhando-a nos olhos.


Fora intenso aquele momento, e ele pode perceber os sentimentos dela totalmente expostos naquele par de olhos castanhos que o fitava carinhosamente. Sem delongas, roçou seus lábios aos de Hermione. Dera então início ao beijo, lento e caloroso.


O mesmo sentimento que ela expressara no olhar, demonstrara naquele beijo. Harry podia sentir o coração dela “falar” com o seu, num mesmo tom, numa mesma sincronia. Por mais que seus sentidos estivessem em polvorosa, e suas mãos quisessem explorar a pele macia de Hermione, ele se contivera. Não queria nunca passar dos limites, não os que ainda tinham mesmo demarcações.


A lentidão ficara para trás, e se beijavam com mais intensidade. Céus! Era maravilhoso, Hermione pensou, afundando os dedos nos cabelos negros do namorado. Gostava tanto de senti-los quanto de todo o resto.


Os lábios macios de Hermione eram um deleite para que Harry apreciasse da mais saborosa sensação de paixão que havia ali. E nenhuma garota lhe despertara tal sentimento em apenas um beijo como ela o fazia. E poderia passar horas naquela cantiga suave, pois pareceriam apenas segundos para ele. Suas mãos ocuparam-se em acariciá-la na face, para que não ultrapassasse os limites do respeito para com a morena.


A carícia era lenta também, suave e gentil. E fizera Hermione suspirar outra vez com aquele gesto singelo de Harry para consigo.


Os minutos se passaram, e sustentar aquele beijo ficara impossível. Então ambos separaram-se, em busca de ar. Hermione estava corada, e os lábios ainda mais cheios. E ela sentiu-se arrepiar outra vez quando os olhos verdes de Harry a observava com a mesma intensidade que antes do beijo. Os dedos afagaram cada traço delicado de seu rosto, fazendo-o sorrir.


- Você foi à melhor coisa que já me aconteceu. - confessou a voz ainda rouca e ofegante pelo beijo.


- Você também, Harry. Eu o amo muito... – sussurrou, acariciando os dedos que o faziam em seu rosto. – Você é importante demais para mim.


O sorriso nos lábios de Harry aumentara após a declaração de Hermione. E seu coração disparou como nunca tinha feito antes. As palavras agora começavam à fazer sentido em sua mente. E se ela própria lhe dissera isso, porque ele não poderia fazê-lo também?


- Eu também amo você, Mione. - Harry murmurou, olhando-a nos olhos.


...




O caminho em que seguiram para a casa de Hermione fora bastante agradável. Conversaram sobre os assuntos que foram dispensados no lago, devido à troca de beijos e carinhos que persistiram constantemente. Apenas lembrar-se de que logo teriam que se separarem já era algo extremamente desagradável de se pensar. Ambos gostavam da companhia um do outro, ainda mais após a tarde em que passaram juntos.


Entretanto Hermione congelou com a imagem que viu diante de sua casa, cessando seus passos ao lado do moreno. O carro estacionado ali só indicava uma coisa. Seu pai estava ali, e mesmo o braço de Harry em volta de sua cintura não fora suficiente para deixá-la calma diante aquela situação.


O medo apoderou-se de si, tão rapidamente que surpreendera até ela mesma. Engoliu em seco, e o sorriso dos lábios murchara. Sentira um aperto no peito por não estar em casa, e ter deixado Ricky e a mãe sozinhos. No entanto, não poderia imaginar que fossem visitados pelo pai.


Ela virou-se para Harry, que se intrigara com a atitude repentina da namorada.


- Obrigada por me acompanhar até em casa. – falou apreensiva, ao mesmo tempo em que fitava sua casa por sobre os ombros.


- O que foi? - Harry olhava confuso da casa para Hermione. - Aconteceu alguma coisa?


- Não... Não aconteceu nada! – respondeu sem graça. – Eu preciso entrar, te mostro os livros na escola, tudo bem?


- Tubo bem. - ele concordou ainda intrigado pela situação. Todavia, o estado em que Hermione estava não seria bom contrariá-la. - A gente se vê amanhã. - despediu-se a beijando levemente.


- Tchau. – acenou, antes de virar-se e ir quase correndo para dentro de casa.  Nem sequer olhara para trás, não queria ver a curiosidade nos olhos de Harry, a qual não poderia sanar. Não agora...


Quando chegara perto da porta, escutara as vozes alteradas. A voz grave do pai se sobressaia a suave de sua mãe. Fazendo assim a cacofonia de sons imperarem. Estremeceu, ao colocar a mão sobre a maçaneta e girá-la de uma vez. Como imaginou a porta estava aberta.


- Mione. - Richard murmurou, aliviado pela presença da irmã na casa. Aproximou-se entre os gritos e ofensas trocadas pelos pais. - Ainda bem que você chegou. Ele apareceu de surpresa. Ninguém imaginava e...


- Hermione. - a voz de seu pai sobressaíra superior, porém sarcástica. - Isso são horas de chegar em casa? Posso saber onde esteve?


- Fui dar um passeio... Com Katie. – ela respondeu baixando a cabeça. Não suportava olhá-lo nos olhos.


- Ora, cale a boca Alan! Ela não lhe deve nenhuma satisfação. – Susan bradou nervosa. – Agora vá embora daqui, não vou lhe dar mais dinheiro!


- Claro que ela me deve satisfação. - o homem retrucou, igualando seu tom de voz. - Hermione também é minha filha. - aproximou-se da garota, tocando-a no ombro como se fosse aconselhar uma criança. Porém o hálito de bebida alcoólica provocara náusea em Hermione. - Preste atenção, querida. Conheça um rapaz bem rico e case-se com ele. Afinal, você precisa ajudar seu velho pai aqui, não é?


- Afaste-se dela, seu cretino! Suma da minha casa. – Susan protestou, retirando Hermione de perto do pai. A garota chorava em silêncio, apenas notava-se isso, pelas lágrimas que molhavam seu rosto. – Querida... Vá para dentro com seu irmão, eu cuido disso.


Hermione balançou a cabeça negativamente, nunca deixaria sua mãe sozinha com aquele homem outra vez. Ficara imóvel, e firme num canto, com Richard.


- Olha como fala comigo sua incompetente. - Alan sibilou entre dentes ao segurar Susan pelo pulso com força. - Mal teve condições para sustentar nosso casamento, acha que pode me botar pra fora dessa casa?


- Você já não mora mais aqui, nem tem seu lugar cativo, Alan! – exclamou firmemente, e ele fizera mais pressão sobre seu pulso. - Me solta!


O homem rira seus olhos não tinham foco, e apenas mostravam toda uma crueldade para ser manifestada. Então, Alan, empurrou violentamente a ex-mulher contra o sofá. Ela caíra nele, assustada, assim como os filhos que presenciavam tudo. O homem sorrira mais uma vez, e apertou com ganas o pescoço feminino.


- Pare... Por favor... – ela murmurou.


Hermione deixou Richard onde estavam, e correu para junto da mãe, tentando socorrê-la. No entanto, ao chegar mais perto, com a intenção clara de tirar o pai da posição de atacante, ele impulsionara a perna prendendo Susan, e com um das mãos livres, açoitara o rosto da filha.


Richard olhou para os lados, desesperado em busca de uma solução. Precisava não apenas salvar a mãe, como também a irmã que sofrera com as consequências do alcoolismo do pai. Fitou um vaso sobre a mesa, era a única opção que tinha. Chegara o momento de assumir seu papel de o único homem da casa, mesmo com a pouca idade que tinha.


Pegou o vaso e caminhou até o pai, acertando-o na cabeça. Alan soltou um grito de dor, soltando Susan e levando as mãos a cabeça, cambaleante. Um pouco de sangue escorreu por sua testa. E mesmo com a cabeça latejando de dor, reunira forças para olhar com uma raiva excessiva para o filho. Aproximou-se no intuito de atacá-lo, porém Richard fora esperto ao pegar um caco do vaso.


- Não se aproxime. - esbravejou firme, mas tremia de medo por dentro. Abraçou a irmã, que cobria a bofetada que recebeu com uma das mãos.


- Quê isso? Vai matar seu próprio pai, vai Rick? - perguntou o mais velho com ironia.


- Se for preciso para proteger a mamãe e a Mione de você, sim. Não queremos você aqui mais. Será que não entendeu? - disse agora com raiva. - Vai embora.


Alan desfez o sorriso nos lábios, irritado pela nova atitude do filho. Assentiu com um breve aceno de cabeça. Não que tivesse medo do filho, afinal seu tamanho era quase o triplo de Richard. Mas não queria mais problemas com a polícia. Então, com um último olhar de ameaça sobre a família, Alan deixou a casa.


- Mãe, tudo bem? - Richard perguntou para Susan, que estava ofegante ao sofá.


- Está sim, meu amor. – ela falou respirando pesadamente depois que o homem a soltara. Tivera tanto medo, que ainda não tinha noção de que Alan tinha ido embora.


Das piores coisas que fizera na vida, casar-se com ele fora a primeira delas. No entanto, sua raiva suavizava um pouquinho quando pensava que fora ele que lhe dera seus filhos... Parou de pensar apenas em si mesma, e aproximou-se dos dois. Pareciam mesmo indefesos. Duas crianças, que eram maduras demais, entretanto precisavam dela agora. Os abraçou forte, e permitiu-se chorar.


Richard, assim como Hermione, correspondeu ao abraço e acolhera ao choro da mãe. Suspiraram, aliviados por aqueles minutos de pesadelo terem acabado. Foram anos convivendo com aquilo, até Susan ter coragem em expulsar o marido de casa. Mas isso não fora suficiente para que ele os deixasse em paz.


Hermione mordeu o lábio, reprimindo o choro e ignorando sua face que ainda latejava constantemente pela bofetada que recebeu do pai. Não poderia chorar, agora que sua mãe precisava de apoio e consolo.





N/A: Mais uma atualização após o recesso da Floreios.

Capítulo emocionante esse sete, não é?
E garantimos que a fic vai ficar mais emocionante ainda.
Estamos aproximando ao auge da fic. Mas não vamos entrar em detalhes, porque isso é spoiler.
E pra vocês saberem o que vai acontecer é só comentando pra podermos postar os capítulos pra vocês.

Só pra dar um gostinho na boca...
Hoje terminamos de escrever o capítulo 18.
E vocês ainda estão no sétimo.
Tsc Tsc Tsc.
Que coisa feia. kkkk

Já falamos. Quanto mais comentários, mais rápido os capítulos chegam.

Beijo das autoras.



28/07/2010.

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