Grande, e perigosa idéia
Havia dias que Edwiges saíra com sua carta, porém até agora Harry não tinha recebido notícias suas, nem de Hermione, e nem de Rony...
Ele já estava até acostumado com essa demora, mas isso não o deixava nada satisfeito. Devo estar sendo egoísta – pensou Harry cabisbaixo.
- Egoísta nada - disse a si mesmo, afinal de contas era ele quem estava trancafiado naquela casa, onde ninguém ligava a mínima para o que ele fazia, desde que não o fizesse perto deles (Dos Dursley ) estava ótimo.
Ah, como isso o deixava triste. Ele já não tinha com quem conversar, e agora, nem sua amiga, o mantinha informado das coisas. É, nem minha amiga, pensou, porém seu coração dizia que ela deveria ser mais do que amiga, só que Harry estava tão preocupado com seus pensamentos, que não deu atenção a mais nada...
Harry acordou no outro dia, com um pio forte. Ao abrir os olhos, viu um borrão de sua coruja. Edwiges estava sentada em cima de sua barriga, com um pedaço de pergaminho amarrado em sua pata. Harry esfregou os olhos sonolento, e pôs seus óculos. Tirou o pergaminho e Edwiges deu um pio de satisfação e se acomodou em cima do seu armário.
Harry, muito ansioso, desenrolou o pergaminho, e viu a letra caprichada que ele reconheceu como sendo de Hermione.
“Caro Harry,
Pela primeira vez na vida, sei o que você está sentindo, ou ao menos imagino que saiba. Meus pais foram passar o verão em um cruzeiro para o Caribe que eles ganharam, e eu infelizmente não pude ir junto. Você não sabe como fiquei feliz quando vi Edwiges entrando pela minha janela! Sua carta foi o primeiro contato com alguém do mundo bruxo (tirando o Profeta ) que eu tive desde que voltei de Hogwarts! Desculpe a demora, mas Edwiges resolveu sair para caçar, e voltou somente hoje de manhã.
Confesso que fiquei preocupada ao ler sua carta, você parecia desesperado, e creio que deve estar mesmo! Desculpa não poder te ajudar com seus sonhos, mas o que posso lhe dizer, é que essa é a realidade das coisas, por mais dura que seja, essa é a realidade. É o que diz na profecia não é?! Mas não se preocupe, eu estarei ao seu lado sempre, talvez a minha ajuda não seja lá grande coisa, mais ao menos eu posso tentar! Não é por que você irá sair de Hogwarts esse ano, que você terá que enfrentar Voldemort em seu confronto final agora... Não se preocupe, eu estarei aqui para qualquer coisa, e eu sei que muitos também estão dispostos a lhe ajudar! Não tenha medo de perder aqueles que você ama!
Eu fico realmente grata pela confiança que você deposita em mim, quero dizer que eu confio muito em você também, acho que você me completa entende? Nossa amizade é tudo para mim, gosto muito de você, e também acredito muito em tudo o que você diz!
O máximo que podemos fazer sobre o nosso sentimento de solidão, é mandarmos cartas um ao outro. Talvez eu fale com o Rony. Para nós nos encontrarmos em breve, poderia ser até na Toca.
Estou louca para que as aulas comecem também, e mais ainda estou louca para te ver!
Te adoro e te admiro muito!
Com amor e carinho, Mione!”
Harry teve que ler várias vezes a carta para poder intender bem o que Mione tinha dito. Mione sente... minha falta?! E sem nem pensar no que estava fazendo, começou a pular de alegria. Quando se deu conta de que estava pulando, parou de imediato.
- Ainda bem que ninguém estava me olhando! - falou a si mesmo.
Seus tios haviam saído, foram levar Duda para visitar a tia Guida. Harry desceu as escadas correndo e pegou o telefone. Discou para a casa da Hermione. Ela atendeu:
- Alô?
- Ah... Olá, é a Hermione?
- Sim, quem é?
- Mione, é o Harry, acabei de receber sua carta, juro que eu tive que ler várias vezes para entender bem o que você queria dizer com algumas coisas.
- Hm...É...Desculpa, ficou muito confusa?
- Não, estava ótima, muito obrigado, adorei!
- Ai, Harry, você não sabe como fico feliz em falar com você! Eu não tive notícias de você e nem de ninguém desde que voltamos de Hogwarts...
- Pois é, eu recebi algumas cartas do Rony e do Hagrid, mas só perguntavam como eu estava. Não me contavam nada do que está acontecendo. E quando eu acordei depois daquele pesadelo horrível, pensei em escrever para você! Mas me diga, como você está?
- Eu estou bem, tirando estar sozinha em casa... Harry, onde estão seus tios? Você ficou maluco? Me ligar assim com eles por perto...
- Não, eles não estão em casa! Eles foram levar o Duda na casa da tia Guida...
- Ah... Sei...
- Mione...
- Oi...
- Eu li sua carta, e eu fiquei com muita vontade de te ver! O que você acha de nós irmos ao Beco Diagonal?!
- Como assim?
- É, irmos nos ver no Beco Diagonal...
- Mas Harry, como nós vamos ir para lá? E a Ordem? E as precauções contra o Voldemort?
- Sabe Mione, eu cansei dessa história, nós não podemos deixar de viver nossa vida, só por causa que tem alguém lá fora nos impedindo de fazer o que gostamos. E eu tenho certeza de que se nós permanecemos no mundo dos bruxos, ele não irá poder fazer nada de mal a nós!
- Mas como nós vamos para lá?!
- É muito simples, seus pais não estão em casa não é? Talvez se você ligasse avisando que irá comprar seus materiais, eles não irão se preocupar, irão?
- Claro que não... Mas...
- Aí, - disse Harry, muito ansioso, interrompendo Hermione - nós pegamos o Nôitibus essa noite, e vamos até o Caldeirão furado. Passamos a noite lá, depois podemos caminhar pelo Beco Diagonal, passamos o dia lá, e voltamos no noitibus de amanhã! O que você acha?
- Eu acho que... Bem... acho... Na verdade eu acho tudo isso uma loucura sem tamanho! Nós vamos nos arriscar a tudo isso somente para nos vermos?
- Bom, esse é único jeito que nós temos para abafar um pouco a solidão, sem sairmos do mundo bruxo... E como eu não ando mais saindo de casa nem para caminhar na rua depois daquele ataque dos dementadores, eu não agüento mais ficar em casa...
- Mas e os seus tios?
- Os meus tios? Eles vão ficar até felizes de se verem livres de mim por um dia! Talvez eles demorem para voltar, e nem vão saber que eu sai. Mas todo o caso eu deixo um bilhete para eles. O que você acha?
- Talvez... É, eu concordo com você, ultimamente nós passamos todas as nossas férias trancados em casa por causa do Voldemort, está na hora de sairmos um pouco...
- Então está combinado?
- Sim, está combinado.
- Nós nos encontraremos as oito horas hoje no Caldeirão furado?
- Isso...
- Ok! Então, tchau! Até hoje a noite...
- Tchau, até!
- Beijos...
- Beijos, te adoro!
Harry desligou o telefone muito mais feliz! Ele não sabia muito bem o que estava fazendo, mas de repente ele sentiu uma vontade louca de passar um pouco dos limites. Não estava nem aí para nenhuma Ordem da Fênix, ou qualquer outro adulto lhe dando ordens. Ele queria vê-la, e pronto, estava decidido.
Harry estava muito feliz, afinal de contas ele veria Hermione novamente. E isso mesmo parecendo tão simples, proporcionou a Harry um ótimo humor!
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