A carta
Como sempre, Harry estava se sentindo sozinho. Ele precisava de alguém. Alguém que ele pudesse confiar. Alguém que não o achava maluco. Alguém que acreditava nele. Alguém que via o que ele via, e também acreditava no que ele acreditava. Alguém como...
Estava sentado à frente da sua mesa-de-cabeceira, com um pergaminho, um tinteiro, e uma pena.
Não sabia o que iria escrever, nem como iria começar. Resolveu começar como todas as suas outras cartas:
- Mas esta não é uma carta qualquer – pensou.
Ficou muito tempo ali, sentado, pensando no que iria escrever. Fez alguns rascunhos. Até que chegou a carta que queria. Leu a carta, uma, duas, três vezes. Achou que estava boa.
“Cara Mione!
Sei que talvez você ache estranho receber uma carta minha, mas eu precisava conversar com alguém que irá me entender. A única pessoa que eu contava o que acontecia de diferente comigo era o Sirius... Mas agora a única pessoa que irá entender a minha situação será você!
Eu o vi novamente, em meus sonhos, mas eu sei que não era realmente um sonho. Era verdade, eu senti, o fim está próximo, este é o meu último ano em Hogwarts, e é chegada a hora da decisão final, entre eu e ele. Não direi o nome dele, pois sabes de quem estou falando.
Ele veio até mim, e simplesmente, me tirou o que eu mais amava: A minha família, mais uma vez eu vi ele fazendo isso, na minha frente. Depois tirou Sirius. Esses já foram tirados de mim uma vez, mas velos sendo tirados de mim novamente, foi muito pior. Ele me tirou Lupin, me tirou Dumbledore, me tirou Hagrid, me tirou você, Rony, Gina, e aos poucos foi acabando comigo, fui morrendo lentamente. Sofrendo de dor, de aflição, de ver eles indo embora, e eu não podendo fazer nada, fiquei desesperando. Parecia tudo muito real, a dor era muito intensa. Acordei de repente com a cicatriz doendo. Ele havia conseguido mais uma vez fazer eu me sentir uma coisa inútil. Eu sei que ele não está usando oclumência, pois eu sentiria, foi apenas um sonho, mas me deixou inquieto.
Eu precisava contar para alguém, a única pessoa que eu pensei que me entenderia foi você! Você me compreende, me deixa seguro, vê as mesmas coisas que eu vejo. Por isso sabia que você iria me entender.
Só precisava desabafar. Se você achar alguma solução para a minha solidão eu lhe agradeceria. Recebo algumas cartas do Rony , e até de Hagrid, mas todas são meio vazias, talvez eu vá para A Toca, daí não me sentirei mais tão sozinho. Estou sentindo sua falta! Estou louco para que as aulas comecem para podermos conversar!
Espero respostas breves!
Com carinho, Harry”.
Sabia que Mione não negaria ajuda a ele, não a ele. Ela conhecia tanto de sua vida, sabia de tantos problemas seus. Não negaria ajuda, não agora.
Edwiges não havia saído aquela noite. Ele tirou a coruja da gaiola, e levou-a até a janela.
- Edwiges, está carta é para Mione, ache ela onde quer que ela esteja. – Ela deu uma leve friccionada em seu braço, para poder levantar vôo. - Estarei lhe esperando aqui quando você voltar.
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