Capítulo Dois
Capítulo Dois
Aproximei-me de Maya e sentei na cama.
- Vou te contar a história, mas não vou dizer quem é a sua mãe.
- Certo.
- Vai ter que descobrir sozinha.
- Tá bem.
- Vou trocar os nomes e a aparência, como a cor do cabelo, olhos e tudo mais. Ah, e vou trocar alguns fatos também. Só pra ver se você é esperta - tinha lançado um desafio, o que Maya adora.
- Gostei, é tipo uma história de amor com mistério! - ela falou sonhadoramente.
- Está pronta?
- Ainda não.
- Não?
Então ela começou a se remexer como se estivesse procurando algo debaixo do travesseiro. Começou a pegar seus bichinhos de pelúcia e arrumá-los em volta dela, como que para também pudessem ouvir a história. Quando o último bichinho, um coelho com nome de Horácio estava acomodado, ela disse:
- Pode começar!
E lá fui eu:
- Era uma vez, antes do e-mail, do celular e dos reality shows dominarem a TV... Pra ser mais exato...Era 1992 e havia um rapaz chamado Harry James Potter, que morava na cidade de Madison, Wisconsin. Ele era profundamente apaixonado por sua namorada, vamos chamá-la de... Mandy. Eles formavam um par perfeito. Mas para entender como esse rapaz acabou se casando com a sua mãe você tem que saber que ele tinha um sonho imenso e incrivelmente difícil... Ser o Presidente dos Estados Unidos da América!
- Ser Presidente?!- ela falou num tom risonho.
- Pois é, filhinha.
(pessoal a parte em itálico será a da narrativa do Harry, para que vocês não confundam com a parte do Harry e da Maya ok... Afinal as duas partes tem diálogos).
Então, para começar minha jornada na política, decidi aceitar um trabalho em Nova York na campanha de Clinton para Presidente. Quando dei a notícia a Mandy ela ficou arrasada, mas ela o que podia fazer? Estava indo atrás do meu sonho!
- Não entendo por que você tem que trabalhar pro Clinton em Nova York, por que não pode ser aqui, em Madison?- ela perguntou.
- Eles não precisam de mim aqui, precisam em Nova York.
- Precisam dele é?Bom, o Harry é maioral hein Mandy. Não acredito que vai deixá-lo ir-era o meu colega de quarto, Draco Malfoy, falando em tom de gozação - Nunca ouviu falar das mulheres de Nova York?Além de serem gostosas, elas transam no primeiro dia! Eu acho isso ótimo...
Empurrei Draco pra fora do quarto e fechei a porta. Aquilo era uma conversa particular, que já estava bastante ruim sem ele para piorar as coisas.
- E se ele estiver certo?- ela perguntou enquanto sentava na minha cama.
- O Draco nunca tá certo. Ele é um retardado.
- Estou com medo que Nova York mude você Harry...
- Mudar vai ser bom - eu disse com sinceridade.
- E se mudarmos juntos?
- Não dá pra mudarmos juntos, são só dois meses e quando menos esperar eu vou estar de volta. E, olha, temos um plano não é?
Ah, o nosso plano... Casar era o primeiro passo de uma vida inteira juntos.
Draco aparecera novamente, ainda com o sorriso cínico de antes ele falou:
- Outra coisa que eu não acredito é que vai deixar a Mandy aqui comigo aqui, sozinha... Vou te dizer uma coisa, eu sempre fui louco por ela. E olha que sou mau caráter mesmo!
- Se manda Malfoy! - eu esbravejei.
***
Bom, e uma semana depois lá estava eu, de malas prontas. Quando fui me despedir de Mandy ela me entregou um embrulho e disse:
- Quase esqueci, quero que você entregue isso para uma amiga minha, Cho - o embrulho parecia um livro, um caderno talvez...
- Cho?Que nome estranho...
- É, ela é a única pessoa de Nova York que conheço, quero que a visite e entregue isso. Ela estava no meu programa de intercambio em Cambridge.
Então ela lançou um olhar preocupado para mim e falou baixinho:
- Na época do programa todos os caras queriam dormir com ela, você também vai querer, ela é linda...
- Tenta enviar pelo correio, não é melhor assim?- sugeri.
- Não.
- Então, o que tem nessa “encomenda”?
- Algo que eu devia ter entregado a ela há muito tempo. Eu te amo Harry Potter – falou isso e me beijou como se nunca mais fosse me ver.
- Acho que a Mandy daria uma boa mãe...- Maya refletiu – Só não tenho certeza se ela é a minha mãe.
- Por que não?
- Todo mundo sabe que a namorada do começo da história é abandonada – ela parecia estar afirmando uma das leis que regem o Universo – Isso quer dizer que talvez... A Cho seja minha mãe.
Nunca esquecerei o dia em que cheguei à Nova York... Estava na cidade com a qual sempre sonhei, para trabalhar na campanha em que acreditava com todo meu coração. E, além disso, eu tinha certeza de que em apenas algumas horas o gerente da campanha perceberia como eu era brilhante. Então eu estaria escrevendo discursos, criando estratégias... Mas eu estava muito, muito enganado.
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Gente, espero que tenham gostado... Espero que tenha ALGUÉM lendo isso aqui, por que até agora só vi um comentário. Aliás, gostaria de agradecer a Lulu Braga por te comentado e seja bem-vinda. Agradeço também a quem leu, mesmo que não tenham comentado.
Um abraço, e até o próximo!
Comentem!
Priscila Tonks.
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