parte O3.






pt O3.


You can't feel anything, That your heart don't want to feel


 


 


 Ainda sustentando o olhar, aproximou-se devagar, o cheiro dele invadindo suas narinas lentamente. Tornou a suspirar profundamente quando ele sentou bem ao seu lado. Aquele silêncio estranho a estava matando, mas não era como se conseguisse pensar em algo para dizer.


 - Então, França, hãn? – ele perguntou de repente, a voz baixa e arrastada.


 Marlene não disse nada. Sentiu os ombros dissiparem da tensão e aquele objetivo de tornar aquela noite perfeita tornar-se mais vívido em sua mente. Sirius deu uma risadinha pelo nariz depois de alguns minutos, abaixando a cabeça para olhar para as próprias mãos:


 - E você nem me disse nada.


 - Isso não iria mudar nada, Six. – ela respondeu, empertigando-se para a ponta do sofá como se fosse sair.


 Ele segurou sua mão, rápido, e entrelaçou seus dedos, acariciando o nó entre o indicador e o dedão. Lene engoliu seco e seu corpo deslizou para trás no sofá no mesmo instante, porque ela não podia evitar o que sentia. Simplesmente não conseguia.


 Sirius ergueu os olhos de suas mãos juntas para os dela:


 - Você quer ir pra lá?


 - Está decidido, Sirius.


 - É estranho, sabe. – ele soltou as mãos dela e passou as suas pelos cabelos, despenteando-os totalmente. – Você esteve sempre aqui.


 Marlene sabia que ele queria dizer alguma coisa mais profunda. Ela sabia, só de olhar nos olhos dele, inquietos e preocupados, aquela testa levemente franzida. Ah, Sirius, como eu posso saber tanto assim de você? Sabia que ele sentia que devia dizer mais, e em algum momento naquela noite antes de ela partir, ele faria isso.


 - Não é como se eu fosse morrer, sabe – ela deu uma risadinha – A França é realmente perto daqui.


 - Você ainda não respondeu minha pergunta, Marlene – ele falou subitamente no final da frase dela – Você quer ir pra França? Longe de todo mundo?


 Os olhos dele faiscavam, implorando por aquela resposta. Devagar, ela levantou-se e ajeitou o cabelo liso demais por causa do feitiço de Lily. E falou sem olhar pra ele:


 - Eu respondi que está decidido, isso deveria significar alguma coisa.


 Antes que ele começasse a falar alguma coisa, o que ele não fez – Sirius era esperto demais para ficar falando sozinho enquanto davam as costas para ele -, Lene voltou para o salão principal, de onde vinha uma música calma e leve. Inspirou o ar antes de descer as escadas, sorrindo para alguém que ela não se lembrava o nome que estava ali perto, e sentiu aquela vontade imensa de viver tomar conta de si novamente. Ah, não, naquela noite não, Sirius.


 



I can't tell you something that aint real


 


 


 A família Black foi embora antes do jantar. Lene percebeu isso porque viu Sirius perambulando entre as mesas elegantemente, como se já estivesse voltando para a própria, parando para conversar com algumas pessoas no caminho com aquele sorriso simpático e fácil. Lily percebeu isso também, e quando foram ao banheiro juntas ela quis saber o que diabos eles haviam feito no saguão, porque James notou o sumiço e é claro que eles estavam juntos.


 - Não fizemos nada, e não vamos fazer – ela confirmou, limpando os dentes com a ponta da língua – Ele só ficou lançando perguntas no ar e perguntando sobre a França, sobre eu querer mesmo mudar pra lá e tudo...


 - Sabe, eu entendo tudo o que está acontecendo e Lene, concordo totalmente que ele é um canalha imbecil que ficou achando que te fazia de boba o ano todo, e você tem mesmo é que ficar longe dele – ela respirou fundo para continuar, e isso fez Lene rir – Enfim, eu estou em dúvida quanto a uma coisa... James me disse que Sirius ficou realmente abalado quando ele contou sobre você mudar pra França e tudo. Abalado do tipo: eu não vou nem aprontar com os sonserinos no último dia de escola, nem sair do dormitório, melhor dormir o dia todo, mesmo.


 - Ele foi almoçar.


 - Que seja. Foi o que James disse. Eu acho que você tinha que saber disso, sabe.


 Lílian havia entrado na frente de Marlene no espelho depois de falar tudo, e retocava o batom quando Lene soltou uma risadinha e disse:


 - Sabe o que eu acho?


 A ruiva ergueu as duas sobrancelhas pelo reflexo.


 - Acho que o James fala demais.


 Lil riu e deu um soco de brincadeira no braço de Lene enquanto saíam do banheiro. Quase trombaram com Emmeline Vance e mais duas garotas loiras, e depois do susto que fez Marlene levar uma mão ao peito para sentir como estava disparado, ela encontrou o olhar de Emme, meio resignado, e tentou encontrar um significado para aquilo ali. Não era como se estivesse tentando descobrir se Sirius ainda tinha ido atrás dela na noite passada – ela sabia que não, e muito menos nessa noite. Ele não estava atrás de ninguém que não fosse ela. E esse pensamento a atingiu como um caminhão a toda velocidade. Por isso Emmeline a olhava daquela maneira.


 - Não é bonito comer a garota com os olhos – Lily murmurou depois de puxá-la discretamente – Eu sei que ela é uma falsa tranqueira e tudo.


 - Ela é – Lene concordou. Lílian riu baixinho e no mesmo instante Jasper Green surgiu de algum lugar entre os convidados bem arrumados que já começavam a se retirar.


 - Marlene – ele beijou as costas de sua mão, cavalheiro – Você está linda esta noite.


 - Obrigada, Jasper – ela sorriu – Acho que já conhece Lílian...?


 A frase de Lene se perdeu – ela ia completar alguma coisa como a ruiva do tranqueirinha do time – mas a expressão da amiga a fez ficar completamente confusa. Era quase como não, não, não não! Se afaste, se afaste!


 - Conheço, sim – Jas estava falando, parecendo distraído, e cumprimentou a ruiva com um sorriso – Quer dizer, depois de todos os avisos nada amigáveis de James de que se alguém se aproximasse da ruivinha dele...


 Marlene riu acompanhando Jasper, tentando descontrair a expressão de Lil. Mas ela continuou séria e despediu-se rapidamente, andando pra qualquer ponto perto dos professores. Ela seguiu a amiga com o olhar e percebeu o porquê da tensão; Sirius estava sentado em uma cadeira avulsa, encarando Lene e Jasper com aquela expressão de cachorro-que-caiu-da-mudança-e-se-machucou-com-o-tombo ao lado de James, que os fitava impassível, parecendo tão ferido quanto o amigo. Qual é, garotos, não é como se eu estivesse beijando ele ou coisa parecida. Então virou-se para frente e percebeu que Jasper estava perto demais, falando alguma coisa que ela não estava prestando atenção alguma.


 - ... não vou mentir, sabe, fiquei feliz de saber que você realmente percebeu o que estava acontecendo e largado aquele idiota pra trás e...


 Então ela percebeu que ele estava falando de Sirius. E esqueceu que ele estava ali atrás, assim como James e Lily, esperando que ela saísse dali o mais rápido possível, porque sua atenção virou-se bruscamente para as palavras dele. Estava totalmente surpresa que ele estivesse falando daquela maneira de Sirius para ela.


 - ... tudo o que ele fez você passar, sabe, eu nunca faria igual. Marlene... eu só queria uma chance com voc...


 - Jasper! – ela interrompeu, afastando-se de repente com rapidez. Ele a estava encurralando na parede perto do banheiro. – O que quer que você tenha entendido que está acontecendo entre nós, você entendeu errado.


 Ele piscou rapidamente os olhos verdes. Ah, se seu coração não batesse desesperadamente por Sirius e pela revolta que as palavras de Jasper causara, era bem capaz de sair com ele.


 - Mas eu...


 - E, além disso, Sirius não é um idiota. – ela continuou, mais agressiva desta vez; e então concertou, confusa: - Quer dizer, ele é, mas só eu posso falar isso. E eu repetiria o ano inteiro sem mudar nada. Você pode não entender, mas é desse jeito que eu o amo. De qualquer maneira, nós terminamos e eu vou embora e estou tentando esquecê-lo... mas isso não faz dele um idiota. E nem significa que eu vou sair com você.


 Deixando um Jasper muito confuso pra trás com aquele discurso, Marlene seguiu exatamente o lado oposto do qual os seus amigos estavam, e foi atrás de seus pais. Eles estavam esperando para se despedir no saguão, e as mesinhas que foram postas na janta estavam sendo retiradas para o baile.


 - Até amanhã, querida – sua mãe a abraçou com força – Estaremos esperando no Expresso para partir para Manchester.


 - Já empacotamos quase todas as coisas da casa – seu pai beijou sua testa depois de falar isso.


 - Já?! – Lene ficou surpresa – Não íamos para a França somente em novembro?


 - Não te avisamos? Eles adiantaram a data do início do trabalho do seu pai. Aparentemente teremos que estar lá em menos de uma semana.


 - Mas você pode ficar, irmãzinha – Marrie mexeu em seus cabelos carinhosamente – Pode ficar comigo enquanto decide se quer ir para a França ou não. Aposto que não teve muito tempo para pensar, certo?


 - Certo – Lene murmurou meio debilmente enquanto caía em si – Nos vemos amanhã.


 E eles partiram. Entorpecida por aquele pensamento, voltou para o salão principal e ficou mais uma vez surpresa naquela noite. Todas as mesinhas haviam sido retiradas e desaparecido, dando lugar a uma pista de dança enorme e o palco ficou cheio de luzes que piscavam loucamente. A luz ainda não tinha apagado pois vários pais ainda se levantavam para ir embora – e mesmo assim alguns alunos apressados já iam para a pista dançar. Ela estava absolutamente certa sobre uma coisa: aquela noite seria inegavelmente memorável.


 - Marlene, graças a Deus te encontrei! – Dorcas estava subindo as escadas para encontrá-la.


 - Uh, isso soa desespero.


 - Remo me pediu em namoro. – ela contou rapidamente.


 Lene demorou alguns segundos para registrar, mas depois abraçou a amiga com força, segurando-se para não começar a pular com ela enquanto davam gritinhos. Até porque James estava ali no fim da escada chamando-as para a pista, e Remo estava atrás dele com aquele sorriso cúmplice de quem tinha alguma idéia do que estava acontecendo.


 Elas desceram juntas de encontro a eles e se reuniram a Pedro, Lily e Sirius que já estavam em algum lugar no meio da pista, rodeados de muitos estudantes. Parecia que de repente todo mundo havia decidido dançar a música animada. Lene encontrou Lily e a abraçou, contando disfarçadamente em seu ouvido o que acontecera com Jasper. Os olhos verdes da amiga brilharam intensamente quando ela contou o que disse a ele por fim, e Lene revirou os olhos: - Não vai chorar, vai?


 - Isso foi totalmente romântico. – ela respondeu, olhando para cima tentando secar as lágrimas.


 - E Sirius continua sendo um panaca que eu tenho que evitar.


 - É claro.


 Dorcas se juntou a elas e antes que Lene percebesse já estavam embaladas na dança, todas juntas, dançando de uma maneira engraçada/sexy/hábil que as divertia muito. Marlene quase não conseguiu segurar o impulso de gargalhar quando viu James afrouxando a gravata, observando Lílian dançar até o chão com Dorcas. É, a noite de verdade estava começando muito bem.


 No fim das contas, Sirius reagiu muito melhor do que ela pensara quanto aos ciúmes de Jasper – é claro que depois ele a puxou delicadamente pelo braço para o lado, quis saber de tudo e, sabendo que ela estava mentindo quando disse que ele não havia falado nada de mais e nada a ver com ele, fez aquelas chantagens emocionais, aquelas expressões lindas e fofas até que ela soltasse. Por um instante pensou que ele explodiria de fúria, mas então a expressão dele se suavizou e suas mãos voaram quentes para sua cintura. Estavam quase no meio da pista, onde os outros casais já dançavam no ritmo da música lenta que começara a tocar. As luzes ainda estavam acesas quando ele se aproximou e pediu com um sussurro:


 - Dança comigo.


 Marlene sentiu o corpo estremecer por causa daquela proximidade absurda. Qual é, já estavam meio que dançando, não estavam? Ah, Sirius, olha o que você faz com as minhas pernas, elas viraram gelatinas. Ela assentiu devagar enquanto suspirava pesadamente. A testa de Sirius colou na sua e ele fechou os olhos.


 - Ao contrário de você, eu teria mudado as coisas se pudesse voltar no começo do ano – ele começou a dizer – Eu mudaria tudo por você.


 Marlene continuou em silêncio, e não conseguiu conter que seus olhos se fechassem suavemente, a testa se franzindo contra a dele. Uma mão de Sirius subiu pela sua costela enquanto ele a girava docemente para uma parte mais afastada entre os outros, e ela estrategicamente fingiu não perceber isso. Fazia parte do plano da noite perfeita.


 Uma mão de Sirius subiu para o seu rosto e o polegar acariciou levemente sua bochecha, enquanto os outros dedos se perdiam em sua nuca. Os olhos dele estavam abertos agora, brilhantes como diamante. Foi impossível evitar o arrepio na espinha enquanto erguia a mão para pousar sobre a dele em seu rosto. Porque aquilo era bom, bom demais.


 Ah, céus, como pensara que sua noite poderia ser memorável sem aquilo?


 Então as luzes se apagaram, e foi a deixa perfeita. Não houve um sorriso malicioso brincando nos lábios dele, nem frase alguma, irônica demais ou romântica demais. Foi apenas aqueles olhos azuis sobre os seus, profundos demais, enquanto ele a puxava pela cintura para si e colava seus corpos.


 E aproximava os seus lábios dos dele.


 Marlene pôde sentir aquela eletricidade habitual antes de seus lábios se selarem completamente um no outro, primeiro aproximando-os, e depois ela percorreu seu corpo todo como uma corrente mais intensa. A mão de Sirius em sua nuca puxou-a delicadamente para aprofundar o beijo e a de Lene que não segurava a dele abraçou-o por dentro do paletó, sentindo a pele quente sob a camisa fina.


 


Running back through the fire


 


 Sirius suspirou no meio do beijo e puxou Lene ainda para mais perto, fazendo com que ela sentisse as pernas frágeis e molengas. Aquela intensidade era incrível. Estavam se beijando há meio minuto e ela já sentia aquele impulso que ele estava segurando de tornar as coisas muito mais quentes ali.


 Mas isso não aconteceria, não por enquanto. Ela afastou-se devagar, sentindo o próprio corpo pedir por mais e mais, controlando aquele desejo devasso e mordendo o lábio inferior dele suavemente para finalizar. E encontrou seus olhos, mais profundos do que antes, com aquele desejo ridiculamente reprimido. Ela pensou em alguma coisa para dizer, mas tudo soava clichê demais, então apenas afastou-se totalmente – sem notar resistência alguma da parte dele, o que ela tomou como respeito – e sustentou aquele olhar um último segundo antes de dar as costas e voltar para a pista, que tocava as últimas notas daquela balada de amor que eles haviam começado a dançar.


 E sim, ela aproveitou a noite com seus amigos, e até mesmo com Sirius. Ele incrivelmente não sumiu nenhuma vez – mesmo que ela se martirizasse por prestar atenção nisso, ela prestou – e nem deu em cima de outra garota que não fosse ela, nem mesmo quando ficaram de fogo com o whisky na festa pós-baile. Na verdade eles até se beijaram novamente, com mais desespero e menos consciência em um dos cantos escuros do salão comunal enquanto todo mundo dançava na pista improvisada, mas não passou disso. Ela se afastou do corpo dele devagar, quase gemendo de dor da separação física, e sorriu torto com malícia para ele enquanto andava de costas para o meio das pessoas. Em segundos ele havia voltado para o seu lado com mais uma dose de whisky e de olhares provocantes acompanhados de danças com toques sensuais.


 Remo e Dorcas estavam tão lindos juntos, mais lindos do que sempre haviam sido. Ela nem conseguia comentar sobre Lílian e James, depois que voltaram de algum lugar fora do salão, ela com um anel de brilhantes a mais em uma das mãos, e um brilho estonteantemente maior no olhar. Pedro às vezes desaparecia e voltava preocupado, mas isso não tinha a menor importância para ela. Porque a noite foi mesmo memorável.


 Mesmo quando eles foram todos juntos para os jardins, com as luzes do salão comunal se apagando e o sol começando a clarear o céu, trechinhos azuis marinho no meio da escuridão. Mesmo quando Sirius a abraçou por trás e cheirou seu cabelo enquanto ela se encaixava em seus braços perfeitamente. Mesmo quando ele desceu o nariz pelo seu pescoço e murmurou “eu te amo” baixinho em seu ouvido, sem esperar nada. Ela apenas sabia disso. Ele não estava esperando um “eu te amo” de volta, nem que ela se derretesse em seus braços ali mesmo e dissesse que ficaria na Inglaterra, sim, por ele. Porque Sirius conhecia Marlene e sabia que isso não ia acontecer.


 Mesmo quando voltaram para o dormitório com os pés descalços e as sandálias enroscadas nos dedos e choraram juntas mais uma vez. Dentro de poucas horas ela iria embora. Para a França.


 


 When there's nothing left to say


 


 


 - Você prometeu que não iria chorar hoje, Lílian – ela repetiu enquanto puxava os malões para fora do trem.


 - Eu sei, mas não é assim tão fácil – a ruiva resmungou atrás dela – Você jura que vai me escrever todos os dias?


 - Assim você acaba com meus dedos, foguinho – brincou a outra, tentando fazê-la rir – Você sabe que eu vou escrever.


 - E pra mim também – Dorcas interveio, saltando para a estação antes das duas.


 Havia um clima estranho no ar. Algo com que eles não estavam familiarizados e que Marlene teria preferido nunca estar. Era uma despedida certa, um fim de algo intenso que se aproximava cada vez mais.


 Quando as três estavam na plataforma já prontas para partirem para suas famílias, elas se abraçaram fortemente, juntas e depois separadas. Marlene mal teve tempo de respirar ao se separar de Dorcas, porque um corpo forte a abraçou, esmagando seus pulmões e tirando seus pés do chão. Lene riu e afagou os cabelos muito bagunçados perto do seu rosto.


 - Hei, Jimmie. – murmurou perto do ouvido dele – Cuida bem dessa ruiva, ok? Eu quero ser a madrinha de pelo menos um dos filhos.


 - Cuidar dela é o que eu faço de melhor, Lene – ele respondeu, divertido – E você também se cuida lá com todos aqueles franceses, ok? Não quero saber de noivado nenhum sem meu consentimento.


 Marlene deu uma risada alta e o abraçou mais uma vez, mais rápido agora. Remo veio em seguida e ela também avisou que ele cuidasse de Dorcas e que queria ser madrinha de pelo menos um dos filhos, e ele fez aquela careta de quem não vai ter filhos num raio de futuro muito grande. E ela sabia que ele falava sério sobre levar Dorcas para passear em Paris qualquer dia desses que não fosse lua cheia. Para Pedro, Marlene disse que parasse de comer e focasse as energias em qualquer coisa produtiva. Ela soube que ele não entendeu quando ele deu uma risada e falou “Pode deixar, Lene...”


 Então ele tocou seu cotovelo e a puxou.


 


 It's like chasing the very last train, When it's too late


 


 - Não vai dizer adeus, vai? – ele perguntou, já a puxando pela cintura para um abraço.


 - Vamos deixar isso em aberto – respondeu junto do cabelo dele.


 Sirius apertou o abraço e ela fechou os olhos, extasiada. Completamente nas nuvens.


 - Se cuida, Marlene – ele falou ao se afastar.


 Ela sorriu e ficou na ponta dos lábios para selar os seus com os dele rapidamente, e se afastar, ainda sorrindo.


 - Se cuida você, Six – murmurou, e então bagunçou os cabelos dele.


 E enfim se afastou, virando-se para todos de uma vez só.


 - Então... é isso. – ela falou, encolhendo os ombros ligeiramente.


 E deu as costas, arrastando o malão atrás de si andando com segurança até onde sua irmã a esperava com um olhar preocupado.


 Ela não diria adeus.


 Porque, quem sabe, ela decidisse algum dia voltar para seus amigos. Voltar para seu amor.


 Mas essa já era outra história.


 


 


 


 


 


 


 


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n.a: ah, eu tenho que admitir uma coisa aqui. eu estava morrendo de medo de publicar isso porque ela não tem um final feliz como as minhas outras e isso tipo poderia bloquear a minha imaginação para finais felizes (eu sou paranóica a esse ponto, fato). mas eu li e reli e pensei que sei lá, não poderia guardar só pra mim. já estava escrito mesmo :) enfim, eu ainda não sei no que isso vai dar, bloqueio ou não - eu sinceramente espero que gostem e comentem, porque no final das contas foi muito especial escrevê-la. vaaamos um por um:
MMcKmeu, eu fico tãaao feliz quando recebo um comentário seeu, sério! :D me deixam super pra ciima. tomara que você saia escrevendo SM por aí porque pode ter certeza que eu vou ler e ler e ler! nem desse shipper eu gosto, como diriam HAHA e o seu comentário NÃO FOI TOSCO coisíssimaa nenhuma, ok? tomara que goste do final! beijo.
Gaby Black: ieei :D obrigada pelas capas LIIINDAS (uma para cada parte, YES!), e obrigada por comentaar também! tomara que goste desse!
carol_14: :D obrigada pelo comentário, tomara que goste ! ;D
Sophie P. Black: entãaaao, veio em partes! não capítulos. não tenho idéia quando eu vou postar outra fic que tenha capítulos e tudo, do jeito qeu as coisas estãao. maas enfim, obrigada, tomara que goste!
Nina Black.: essa música não é demais? nossa, quando eu li a letra dela pensei, isso tem que dar em alguma coisa. hahaha e deu nisso! tomara que goste ;D
MayBlack: wowo :D e aqui está tudo! hahaha espero que goste!
Chel Prongs, Dine Black, eugênio: lindos! obrigada, hueshahiesahesuaihesa. tomara que gostem dela inteira também!
well, that's it, the end. beijos!

Nah Black.

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