10- Traições e encontros notur



Capítulo 10 Traições e encontros noturnos.


 


“- Ela vai se ferrar comigo – disse Rachel maleficamente.


- Quem? – Perguntou James. – Kell, você pode me explicar o que está acontecendo?


- James, eu vou fazer uma carnificina!”


X-X


- Como assim carnificina? – Perguntou James seguindo a namorada pelo corredor. – Ei, Kell! Espera! Acho que você será expulsa se fizer uma carnificina!


- Eu estou pouco me ferrando! Desnaturada! Filha de uma égua! Eu vou matá-la e dá-la de comer a um basilisco.


- Hã? De onde você tirou a ideia do basilisco? – Perguntou James correndo atrás de Rachel. A garota corria pelos corredores, e estancou no lugar ao encontrar duas pessoas caminhando ao seu encontro. Seu ódio fervilhou mais ainda. Ela era capaz de matar a garota à sua frente.


- Olá Kell – cumprimentou Letícia ao ver a prima. James viu as mãos de Rachel fecharem-se e o corpo inteiro da garota tremia. Ao repararem naqueles detalhes, Anna e Letícia pararam de andar e recuaram um pouco. – Erh... está tudo bem, prima?


- Sua... sua... – James segurou Rachel pelo ombro, mas aquilo não seria o suficiente. – FALSA HIPÓCRITA, FILHA DE UMA PUTA!


Letícia não pode fazer nada. Quando viu, Rachel já estava a sua frente aplicando-lhe um lindo tapa no rosto. Anna deu um pulo para trás, escapando da mira.


- O que significa isso? – Perguntou Letícia, zonza com o tapa.


- EU VOU TE MATAR, DESGRAÇADA! – Rachel aplicou mais um tapa sobre a prima, puxando-lhe pelos cabelos. James apenas assistia à cena, assustado demais para se mexer.


- O QUE EU FIZ? – Berrou Letícia tentando se separar de Rachel. A segunda a segurava pelos ombros, com uma ira descomunal.


- Você ainda tem coragem de perguntar o que você fez? Você achou que eu e o James não fossemos descobrir? – Rachel apontou para o namorado. Letícia pela primeira vez parecera notar a presença de James no ambiente. Seus olhos se arregalaram e sua boca escancarou-se.


- Eu não fiz nada! Eu juro! Pelo amor de Merlin, me ouve Rachel! – Pediu Letícia, desesperada. Rachel soltou uma gostosa gargalhada.


- Te ouvir? Eu deveria acabar com você! Você extraviou todas as cartas minhas e do James! Isso é coisa que se faça? – Perguntou Rachel sentindo as lágrimas em seus olhos. – Com a própria prima?


- Kell, me ouve! Não fui eu!


- FALSA! – Rachel empurrou Letícia fazendo-a cair no chão. Sentia repulsa pela prima. – Eu confiei em você...


- PÁRA COM ISSO, VOCÊ ESTÁ MALUCA?! – Berrou Anna tentando levantar Letícia do chão, porém a sonserina parecia nervosa demais para receber ajuda.


- Eu maluca? Háhá! Maluca são vocês, por seguirem um grupo de babacas que não fazem nada da vida a não ser estragar a vida dos outros! ADMITA LETÍCIA! Admita que você pegou todas as minhas cartas, se não fez coisa pior!


James não pode acreditar ao ver Letícia romper em lágrimas. Aquilo com toda a certeza não era um sinal de inocência. Até mesmo Anna afastou-se um pouco da garota.


- Eu não queria! – Soluçou Letícia olhando para Rachel. – Por favor, me ouve.


- Quem não quer não faz! Ou você vai me dizer que foi ameaçada de morte se não fizesse isso?!


- Não é isso – Letícia finalmente conseguira levantar. Rachel olhava enojada para a prima. – Por favor, Kell. Se eu não fizesse isso era capaz dela contar e...


- Contar o que? Anda! Conta! Desembucha o que você tanto esconde! – Mandou Rachel desafiando a sonserina. – Eu nunca gostei de você andar com aquele grupinho! Eu nunca entendi o porquê de você andar com eles. Mas agora eu vejo. Você é igual a eles! É uma estudante nata da Durmstrange, que só pensa em ferrar com a vida dos outros. Me diz, o que eu te fiz? O que eu te fiz para você querer que eu e o James não namorássemos?


- Pelo amor de Merlin, Kell! Você não me fez nada – implorou Letícia tentando segurar o braço da prima, porém essa se esquivou. – Eu sempre fui a favor do namoro de vocês! Eu apenas... eu... Kell, eu não posso contar.


Os três presentes no corredor repararam no tom suplicante. Letícia parecia uma menina de dez anos aterrorizada com algum monstro. No caso da garota seu monstro era o passado que guardava.


Rachel olhou para a prima que parecia se desfazer aos poucos. Um pouco do nojo que sentia foi substituído por pena, mas nem aquilo a faria perdoá-la.


- Sinceramente? Eu nunca senti tanto nojo de você – falou a garota cuspindo as palavras. – Eu sempre te protegi nas conversas quando as pessoas te julgavam por andar com o seu grupinho, mas elas estavam certas. Você não merece a compaixão de ninguém, e sim o desprezo.


- Kell, por favor, não fala o que eu já sei – pediu Letícia suplicante. James olhava penalizado para a sonserina. Não iria interferir na conversa das duas.


- Eu tenho vergonha de te ter como prima – soltou Rachel olhando pela última vez para as duas sonserinas, antes de dar as costas e puxar James. Os dois distanciaram-se da cena, até não poderem mais ser vistos.


Anna encarou o que sobrara de Letícia.


- Leeh, vamos? – Perguntou solidária enquanto colocava a mão no ombro da garota. No segundo seguinte, Letícia estava de joelhos no chão, com as mãos no rosto. Errara mais uma vez nas suas escolhas.


X-X


- O que foi aquilo? – Perguntou James quando Rachel parou de andar. A garota colocou a mão no peito, tentando recuperar o ar que parecia não querer entrar em seus pulmões.


- Algo que eu já devia ter feito há muito tempo – disse Rachel tentando conter as novas lágrimas. – Eu não acredito que ela fez isso.


- Nem eu! Eu não estou entendendo nada! Letícia extraviou nossas cartas? Como assim? O que ela ganharia com isso?


- Ela não é mais a mesma, Jay – disse Rachel apoiando-se no peito do namorado. James abraçou-a depositando beijos em seus cabelos. – Ela está andando com um grupinho estranho. Não quer me contar alguma coisa e... ela... ela extraviou as cartas do meu namorado!


Ao dizer aquilo, Rachel sentiu uma onda de tristeza invadir-lhe em cheio. Seus olhos transbordaram todas as lágrimas contidas durante a briga.


- Calma Kell! – Pediu James sem saber o que dizer. Traição de uma própria prima deveria ser horrível.


- Eu senti tanto sua falta – soluçou a garota olhando para a face do namorado. – Tanta, tanta! Você não pode imaginar.


- Eu estou aqui, ok? – Disse James carinhoso, aplicando vários beijos no rosto de Rachel. – Eu senti muita sua falta também.


- Eu pensei... pensei que você não me quisesse mais como namorada – desabafou. James riu com gosto.


- Isso é humanamente impossível, Kell. – Disse divertido. – Eu te amo demais para isso. Me apaixonei perdidamente por minha melhor amiga.


- Eu sei. Ela é boa demais, fazer o que? Consegue ter um maroto na palma da mão – brincou Rachel beijando James em seguida. – Eu nunca irei parar de te escrever. Nunca, nunca, nunca.


- Eu acredito em você – disse James beijando suavemente os lábios da namorada.


X-X


- Olha quem apareceu – brincou Débora ao ver Carlinhos sentado em um banco. – Quem é vivo sempre aparece.


- E quem tem uma namorada ciumenta e possessiva também – brincou Carlinhos abraçando a estudante. – Senti sua falta.


- Eu também – Débora retribuiu ao abraço tão esperado durante todo aquele tempo. – Andou fazendo o que de bom?


- Trabalhando... – suspirou Carlinhos enquanto conduzia Débora pelo povoado. – E você?


- Estudando... e vendo Rachel se matar por não receber uma carta do James. Eu espero que aqueles dois se entendam – a garota olhou sorrindo para o namorado. – Vai dizer que o Jorge não te obrigou a sair?


- Obrigou, e foi um saco – declarou Carlinhos, parecendo inconformado. – Ele me levou para um bar na semana passada.


- Hm... espero que você tenha se comportado – murmurou Débora, mais para si mesma. Carlinhos riu com gosto.


- Me comportei muito bem, obrigada por perguntar. – Falou sorridente. Era bom se encontrar com Débora. Aquela garota o fazia sentir-se completamente diferente, parecia rejuvenescer anos e anos. – Mas e você? Muitos pretendentes?


- Não vou mentir – disse Débora querendo causar ciúmes como Carlinhos havia lhe causado. – Sete garotos me chamaram para ir a Hogsmeade com eles.


- Sete? Hm... – Carlinhos não quis demonstrar nenhum sentimento de insegurança, porém suas orelhas vermelhas o denunciavam. Débora riu com gosto.


- E eu dei um “não” bonito para cada um deles – contou a garota vitoriosa. – Era claro que meu namorado, sendo mais velho e mais gostoso, nunca poderia ser trocado por um mero estudante.


Carlinhos não sabia se ria ou se repreendia Débora por aquela afirmação.


- Você sabe que é livre para decidir ficar com um homem mais novo, se você quiser – lembrou-lhe, aflito com a resposta da garota. Essa apenas bufou contrariada e parou de andar puxando-o pelo braço. Carlinhos observou a face enraivecida de Débora.


- E eu já disse para você parar com isso. Não há outro homem que eu queira a não ser você! Será que é tão difícil assim de entender que você que me faz feliz? Pare de ser pessimista achando que esse namoro não vai dar certo. Eu quero que esse seja o meu mais duradouro namoro. Quero ficar ao seu lado, não tenho planos de me separar de você! Nem quando eu sair da escola, nem quando eu me formar em algum curso.


- Eu vou ficar velho muito mais cedo!


- E eu vou querer te ver envelhecer. Só porque a vida nos fez o favor de colocar o empecilho da idade, não significa que eu vá desistir de você! Carlinhos, se acostume ou não, você é o homem que eu desejo. E pode colocar ambigüidade nisso, porque é isso mesmo!


Carlinhos nunca sentira tanta afeição por ninguém na vida. Aquela simples garota conseguia deixá-lo enciumado e ansioso. Não se lembrava de nenhuma outra adolescente da sua época causar-lhe isso, e tivera um número significado de mulheres que passaram pela sua vida.


- E depois de Hogwarts? O que você pretende fazer? – Perguntou Carlinhos, aflito. – Você quer se formar em que?


- Eu ainda não sei – disse Débora incerta. – Não tenho certeza... ainda. Seria muito legal trabalhar no St. Mungus. Tenho minhas dúvidas, mas nada que você não possa me ajudar.


- Interessante... ter uma curandeira na família – disse Carlinhos com orgulho. – Te ajudarei no que você quiser.


- Eu sabia que podia contar com você – Débora teve que ficar nas pontas dos pés para abraçar Carlinhos. Mesmo o homem não sendo tão alto, ela conseguia ser mais baixinha que ele. Carlinhos correspondeu ao abraço, sentindo a respiração frenética da namorada. Nunca mais ousaria falar sobre término de namoro. Se ela estava tão certa assim de que queria ficar com ele, não seria ele o responsável pela infelicidade dos dois. Curtiria os momentos daquele relacionamento, mesmo com um futuro tão incerto.


E mesmo não sabendo o que fazer fora da escola, de uma coisa Débora acabara de tomar certeza. Se Carlinhos lhe pedisse em casamento, não hesitaria nem por um momento em aceitar.


X-X


- Você realmente fez aquilo? – Perguntou Anna enquanto Letícia sentava-se em uma cadeira de uma sala de aula vazia. A sonserina ainda parecia em choque.


- Fiz – admitiu com pesar. – E ela está certa. Eu não apenas interditei as cartas... eu as queimei... todas.


- Por... por... Por quê? – Perguntou Anna sem conseguir acreditar naquilo. – O que você ganharia queimando as cartas da sua prima?


Letícia riu sem humor. Com toda a certeza Anna não sabia no que estava se metendo.


- Você tem certeza de que conhece o grupo que ingressou? – Perguntou Letícia fazendo Anna franzir o cenho. – Você não conhece... é óbvio que você não conhece. Lana Miller consegue tudo quando quer.


- Foi ela quem mandou você queimar as cartas? – Perguntou Anna assustada. Letícia fez que sim com a cabeça. – Meu Merlin!


- Foi ela quem me mandou queimar as cartas e ainda assistia a tudo, rindo. – Letícia passou as mãos na cabeça. – Onde foi que você se meteu, Letícia?


- Por que você não negou o pedido? – Perguntou Anna sentando-se em frente à outra sonserina. Letícia encarou perplexa, Anna.


- Querida! Você tinha amigos de verdade, que nunca te obrigariam a fazer nada que você não quisesse. Lana Miller não é amiga de ninguém! Se você acredita que conseguiu achar uma amiga que vá substituir as outras, esqueça! Se enganou completamente. Em apenas alguns dias Lana Miller conseguirá fazer sua cabeça por completo. Você não terá mais volta, e quando perceber estará obedecendo-a. Aquela garota é o demônio! Deve ter aprendido com os melhores.


- Mas... mas... eles pareceram tão amigáveis... – disse em um fiapo de voz. Letícia soltou uma gostosa gargalhada.


- É isso que eles querem que você pense. Fala sério, Anna. Dá para ver que você sente falta dos seus antigos amigos. A briga de vocês foi ridícula! Tão boba e inocente! Você achou que aquilo era importante? Que um simples beijo mudaria tudo na vida de vocês? É óbvio que não. Você não faz ideia de quão bom seus amigos eram para você.


- Mas você também tem amigos... – contra-atacou Anna. Letícia suspirou, cansada.


- Anna, você está tentando arranjar uma desculpa para continuar amiga deles. Eu entendo. Arranje! Pense com você mesma que os outros não merecem sua amizade, que você é superior. Pense o que quiser, que depois de um tempo tudo isso virará apenas arrependimento. Aquele Key não presta. Muito menos a Lana.


- E o Jason? – Perguntou Anna, estranhando a ausência do nome do garoto. Letícia mordeu o lábio inferior, tentando achar uma resposta.


- Eu... eu tenho minhas dúvidas sobre ele. Acho que a vida foi cruel demais com ele. – Abaixou a cabeça, envergonhada. – Ou apenas umas pessoas...


- Alguém magoou o Miller?! Aquele garoto? Que só quer saber de transar com o maior número de garotas de pode? Isso é novidade para mim.


- Para mim também. Fiquei espantada, mas ele mudou muito. Transformou-se em algo que não era. Sinto falta do antigo Jason...


- Queria ter visto o antigo Jason. Aposto que era melhor do que esse.


- Mil vezes melhor. – Letícia suspirou, cansada.


- Não desista de falar com a Rachel – incentivou Anna. Letícia franziu o cenho.


- Você está maluca? Você viu a reação dela!


- Vi. Era apenas uma garota magoada tentando suportar todo o peso jogado contra ela. Sua própria prima lhe traiu, o que você esperava que ela fizesse?


- Exatamente aquilo – concordou Letícia. Anna sorriu, fracamente. Aquela conversa havia sido de imensa ajuda na sua decisão. Levantou-se, estendendo a mão para Letícia:


- Acho... que está na hora de você procurar seus verdadeiros amigos.


- E você? – Perguntou Letícia sem entender. Anna suspirou, resignada.


- Eu só preciso pensar mais um pouco... me dê alguns dias.


X-X


Letícia sabia exatamente o que fazer antes do Natal.


Primeiro: deveria se desculpar com uma pessoa... na realidade há muito tempo deveria ter se desculpado.


Segundo: precisaria arranjar algum meio de fazer as pazes com Rachel, não sabia como.


Terceiro: era necessário fazer aquilo, ela sabia que era necessário. Custaria um alto preço, mas mandar uma carta para eles o mais rápido possível era o certo.


Quarto: estava cansada de esconder seu passado.


Quinto: sentia uma imensa falta do seu namorado.


Era a hora de realmente dar a volta por cima.


X-X


- Sabe o que eu acho? – Perguntou James enquanto passava as mãos no cabelo de Rachel. Os dois haviam decidido não ir ao passeio de Hogsmeade. Estavam apenas conversando na Sala Precisa, sentados em cima de um sofá super confortável.


- Que nós poderíamos ficar aqui para sempre? – Perguntou Rachel suspirando de felicidade. – Acho que é um bom plano.


- É um excelente plano – concordou James colocando Rachel em seu colo e fazendo-a olhar em seus olhos. – Mas acho que antes de nos refugiarmos do mundo exterior, você deveria conversar com a Letícia.


Rachel grunhiu contrariada, enterrando o rosto em uma almofada que estava em seu colo.


- Não começa Jay! Não começa.


- Você sabe que é o certo – murmurou James rindo da reação da namorada. – Pare de ser teimosa. No fundo você quer falar com ela e entender o lado dela. Você viu que ela tem uma razão, nós apenas não sabemos qual é.


- E precisamos? Eu posso apenas fingir que ela não é minha prima. É como se ela não existisse mais na minha vida. – Rachel cruzou os braços, como uma criança fazendo birra. – Não vou falar com ela.


- E você conseguiria? Nunca mais falar com a prima que viu crescer? – Perguntou James confuso. – Desculpe, eu não entendo como as pessoas podem pensar em parar de falar com seus familiares.


- Ela... ela quem pediu.


- Não. Ela pediu foi para você ouvi-la. Rachel, oportunidades de brigas nós teremos aos montes em toda a nossa vida, mas oportunidade de termos parentes que nos amam ao nosso lado não cai do céu. Eu gostaria que você conversasse com ela. E eu vejo nos seus olhos que é isso que você quer fazer.


Rachel sentiu a boca tremer segurando o choro. Não era possível que tivesse arranjado um namorado tão perfeito.


- E se quiser chorar, pode chorar. – James sorriu de lado enquanto abraçava com mais força a namorada. – Tem momentos em nossa vida que a única coisa a ser feita é chorar... para depois conseguirmos seguir em frente.


E foi exatamente aquilo que Rachel White se comprometeu em fazer. Primeiro: choraria tudo o que quisesse chorar. Segundo: procuraria a prima para saber o que havia acontecido.


X-X


Um dia depois...


Alexis olhou em volta das Masmorras. Não estava com o menor saco para dormir, e já passava da meia-noite. A falta de sono começava a lhe trazer angústia. No dia seguinte teria aula de poções, e sabia que se dormisse no meio da aula acabaria tirando outra nota abaixo da média. Odiava fazer trabalhos e sempre que a professora pedia um, corria para Rose pedindo-lhe, pelo amor de Merlin, ajuda.


Andou lentamente pelo castelo, observando as estátuas e quadros. Acabara virando colegas dos quadros da escola, e isso poderia ser uma grande vantagem. Sempre que tinha um monitor ou o zelador, os quadros a avisavam.


- Outra noite sem sono? – Perguntou um senhor em um dos quadros pelo qual passara. Alexis sorriu marota, e acenou com a cabeça.


- E pelo visto o senhor também – contra-argumentou. O homem apenas sorriu e voltou a conversar com outro quadro. Alexis seguiu o caminho que estava fazendo. Em alguns minutos chegara à Torre de Astronomia.


Subiu lentamente as escadas. A cada passada seu corpo doía todo. Estava torcendo para que o Quadribol lhe trouxesse mais do que dor, quem sabe um corpo mais saradinho?


Assim que viu-se no alto da Torre, pode ver uma sombra se movimentando em silêncio. Revirou os olhos ao constatar quem era.


- O que você faz aqui? – Perguntou estreitando os olhos para o “ser” há poucos metros dela.


- Caçando borboletas – respondeu Fred chegando mais perto da garota. Alexis bufou, entediada.


- Sempre soube que você tinha um interesse oculto por borboletas, mas nunca pensei que fosse desse jeito – ironizou a garota revirando os olhos. – Achei um Bob Esponja terrestre.


Fred corou, e empertigou.


- Eu sou monitor, respeito colega. Agora, Bruxa do 71 (N/a:  Minha amiga tirou isso de Chaves, coisa que eu nunca vi. Desculpa aí pessoal, mas no me gusta! Hehehe), o que me leva perguntar... O que você está fazendo aqui?


- Eu perguntei primeiro! – Ela respondeu, batendo o pé infantilmente.


- Nada mais justo que você responder primeiro também – Ele disse, cruzando os braços e encostando-se à parede da Torre. – Então, Alexis, com quem você veio namorar aqui hoje?


- Com você – disse Alexis em um sussurro rouco. Aquilo pegou Fred desarmado. O garoto ergueu as sobrancelhas e pigarreou antes de falar:


- C-cc-como?


- Que bonitinho! Ele gagueja diante de uma menina – provocou Alexis rindo marota. – Fala sério, Weasley! Você realmente acha que um dia eu namoraria com você? Hahá! Até Merlin ri dessa loucura.


- Se eu gaguejei, Brown – começou Fred chegando perto da garota. Suas orelhas estavam quentes e seu rosto vermelho. – Foi de medo.


- Uhhh! Medo de mim, Weasleyzinho?


- Medo de você? Há! Poupe-me! Meu único medo é de um dia alguém como você me querer! Imagina, ter uma Brown da vida se declarando diante de todo mundo. Seria um mico imenso.


Alexis sentiu que levara um belo de um fora. Não ia deixar que um garoto estúpido daquele tipo dissesse que causaria vergonha tê-la como namorada.


- Oras, Weasley! Se você me tivesse seria um favor que eu faria a você. Mas também... quem iria querer uma cabeça de cenoura ambulante? Quando se pode ter tantos sonserinos gostosos? Weasley, você não está com nada. Nem sua aparência, nem sua educação e muito menos sua elegância.


Fred sentiu que seria capaz de trucidar aquela garota.


- Muito bem, talvez você tenha razão. Eu posso estar com pouquíssimas garotas afins de mim – Alexis deu um sorriso triunfante. – Mas pelo menos elas prestam e não ficam dando para qualquer um.


Aquilo fora um balde de água fria na sonserina. Todo o orgulho que sentia se esvaía por completo.


- Eu não dou para qualquer um, Weasley.


- Não? Não mais? Ah sim... mudou foi, depois do pequeno incidente? – Perguntou Fred cutucando ainda mais a garota. Alexis sentiu lágrimas de ódio nos olhos.


- Não fale do que você não sabe!


- Não sei do que? Você era tão infeliz ao ponto de necessitar de um homem? Não tinha amor próprio? Por isso agarrava qualquer garoto a sua frente? Pois é, deu naquilo né. Uma gravidez não é surpresa para pessoas como você.


A ira de Alexis havia chegado ao auge. Caminhou de encontro ao garoto batendo em todos os lugares do seu corpo que alcançava.


- Que isso?! Pára com isso sua maluca! Saí daqui.


- Seu merdinha, desgraçado! Fica julgando os outros sem conhecer. – A garota mirou no rosto de Fred, aplicando-lhe um soco forte e certeiro.


- PUTA MERDA, MEU OLHO! SUA VADIA! – Fred berrou colocando a mão no olho, ao mesmo tempo em que Alexis sentia a mão latejar de dor.


- Você quebrou minha mão, cabeça de cenoura! Seu bosta!


- E você deu um soco no meu olho.


- Da próxima vez não fala o que não sabe – gritou a garota com vontade de causar mais danos corporais àquele grifinório metido a besta. – Só porque sua família é cheia de heróis não te dá o direito de falar comigo dessa forma.


- Não é porque minha família é cheia de heróis que eu falo com você assim – rugiu Fred passando a mão no olho.


- Ah é? Então o que te leva a pensar que pode me tratar assim? – Perguntou Alexis segurando a mão esquerda que ainda latejava. Por que fora aplicar aquele golpe com a mão esquerda?


- O simples fato de você ter aversão por mim. E porque em nenhum momento você conseguiu conquistar o meu respeito.


- Desculpe, eu não tento conquistar o respeito das pessoas que não possuem o meu.


- Somos dois – disse Fred inconformado por ter apanhado de uma garota.


Os dois se olharam por um tempo, percebendo o estado que estavam.


- Parecemos dois animais – falou Alexis, envergonhada. Fred abaixou a cabeça, ainda com a mão sobre o olho.


- Acho... erh... que devemos ir à enfermaria – concluiu. Alexis concordou com a cabeça.


Ambos saíram lado a lado. Já era tarde, e com toda a certeza levariam uma bronca da enfermeira.


Alexis segurava o pulso. Este estava inchado e roxo. Fred reparou na expressão de dor da garota. Em nenhum momento ela demonstrara sinais de desconforto ou de fragilidade. Aquela garota era mais forte do que qualquer grifinória que havia visto.


- Está doendo? – Perguntou colocando a mão sobre o ombro da sonserina. Alexis ergueu a sobrancelha, franzindo o cenho.


- Não! Está fazendo cócegas – ironizou a garota. Fred murmurou algumas palavras inaudíveis, mas Alexis conseguiu identificar algumas, como: “conversa civilizada” “impossível” “maluca”. Aquilo a fez sentir-se envergonhada. Onde estavam seus modos? O garoto acabara de perguntar se ela estava machucada.


- Desculpe – murmurou em um fiapo de voz.


- Está desculpada – disse Fred suspirando. – Está doendo?


- Sim – declarou a garota. – Bastante.


- Também, foi um belo de um soco. Desnecessário – completou Fred. Alexis bufou, irritada.


- Se você não fosse tão idiota talvez não tivesse necessidade de brigar!


- Já começaram os xingamentos.


Alexis murmurou vários palavrões. Em seguida se recompôs.


- Desculpe Weasley. Mas você desperta o que eu tenho de pior em mim.


- Realmente, andei reparando nisso. Sou o culpado de tudo. – Disse Fred sem deixar de sorrir. Alexis reparou no ato do garoto, e virou para o outro lado.


- Completamente culpado.


- MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – Perguntou a enfermeira quando chegaram à Ala Hospitalar.


- Dois doentes precisando dos seus belos cuidados – disse Fred em uma voz doce e mansa. Alexis não pode deixar de rir.


- Vocês estão malucos? Sabem que horas são? MEU MERLIN! O que aconteceu no seu pulso, querida? E que olho é esse, Weasley? Andou pulando no Lago de novo? Sorte a de vocês de eu estar acordada! Esses alunos, onde vão parar? Não possuem cérebro, impressionante!


- Obrigada pela parte que me toca, senhora Johnson – Fred piscou, divertido. A enfermeira corou e riu do garoto, dando-lhe um tapa no braço. Alexis não entendeu nada.


- O senhor não pára de aprontar, senhor Weasley! Se eu te denunciasse todas as vezes que vem aqui...


- Mas você não faria isso comigo, né senhora Johnson? Não com seu aluno preferido – disse Fred carinhosamente para a senhora que os atendia. Ela era baixinha e tinha os cabelos brancos presos em um coque. Sua face ruborizava com as brincadeiras de Fred.


- Ninguém merece um garoto como você, Fred! Se eu tivesse um filho do seu gênero já teria dado um trato! E não sorria desse jeito mocinho! O trato seria com vara de pau!


Fred soltou um gritinho, depois sorriu para a mulher. Essa, apenas bufou tentando parar de rir com o garoto.


- Vou pegar duas poções. Uma para a sua amiga de pulso inchado e outra para seu olho de panda.


- Obrigada, senhor Johnson – agradeceu Fred marotamente. Alexis observou a cena com grande interesse. Então, o rapaz era capaz de ser educado e até gentil com os outros?! Impressionante.


- Senta aí, que ela já volta – disse Fred indicando a cama que sentara. Alexis sentou-se ao seu lado. Os garotos observavam a mulher remexer em uns frascos. – Ela é a melhor curandeira, sabe? Ela é demais! Rapidinho nossos machucados vão sumir. Já vim em condições piores para cá.


- Parece que você é um freguês assíduo daqui – provocou Alexis. Fred riu com gosto.


- Todas as semanas – concordou o garoto. – Às vezes cinco vezes por semana.


- Meu Merlin, garoto! Você não cansa de aprontar, não?


- Nem sempre eu apronto algo. – Disse Fred recebendo um frasco da enfermeira.


- Aqui está querida – disse a senhora Johnson dando outro frasco para Alexis.


- Obrigada. – Agradeceu Alexis. A enfermeira olhou para os dois jovens e soltou uma risadinha.


- Bom, eu vou deixar os dois a sós. Até mais Fred – disse carinhosamente para Fred. – E vê se não apronta! Foi um prazer conhecer sua namorada. Até logo, senhorita.


- Erh... eu não sou a namorada dele – falou Alexis ruborizada, mas a senhora já havia se recolhido para a própria salinha. Fred ainda sorria divertido. Alexis tomou a poção de um gole só. Tinha um gosto horrível.


- O que faz aqui? Se você não vêm apenas quando apronta? – Perguntou curiosa. Fred apontou para a portinha que a senhora fechara.


- A senhora Johnson é uma pessoa muito amável. Quando vim aqui às primeiras vezes sempre me atendia ralhando comigo por aprontar. Quando vi, já estávamos conversando sobre várias coisas. Teve uma vez que eu realmente me machuquei feio por pular de uma das torres direto para dentro do lago.


- Você é maluco? – Exclamou Alexis, assustada. Fred deu uma gostosa gargalhada.


- Um pouco, mas foi divertido! Fiquei internado durante semanas aqui. De vez em quando ela era minha única companhia. Começou a me contar sobre sua vida e sua família. É uma história bonita a dela.


- Ela parece ter um enorme carinho por você – disse Alexis sorrindo. Fred concordou.


- Ela me trata desde o primeiro ano. Eu era uma peste. Acho que ela gosta de mim...


- Você “acha”?


- Ela deve ver em mim o filho que não pode ter.


- Como assim? – Perguntou Alexis, sem entender. Fred suspirou com um olhar penalizado.


- Ela não conseguiu ter filhos com o marido, e não teve a oportunidade de adotar um. Acho que trabalha em uma enfermaria especialmente para cuidar de crianças. O carinho que ela dá a cada jovem aqui é imenso. E admito que criei uma afeição por ela, e até um respeito. São raros os professores que ganham meu respeito e minha admiração. Mas ela? Ela é demais.


Alexis não soube o que falar, e pelo visto Fred também não sabia mais. Os dois ficaram apenas calados, olhando para os frascos de poções vazios.


- Isso... – começou Alexis olhando para o lado e observando o grifinório. – É muito bonito e louvável de sua parte.


Fred encarou Alexis de volta, percebendo que pela primeira vez seu olhar não era de ódio. E tinha que admitir, ela ficava muito mais bonita.


- Obrigado – murmurou ainda observando a garota. Alexis percebeu a análise que Fred fazia e sentiu-se desconfortável.


- Vamos – levantou-se em um pulo. Fred seguiu o exemplo e saíram da Ala Hospitalar. – Tenho que admitir que esse ambiente é bem melhor do que eu imaginava.


- Como assim? – Perguntou Fred caminhando pelo corredor ao lado de Alexis.


- Eu odiava Ala Hospitalar, mas... depois de hoje... ela pareceu muito mais convidativa.


- Sério? – Perguntou Fred erguendo a sobrancelha. Alexis deu-se conta de como a frase saíra e ficou atrapalhada.


- Quero dizer... a senhora foi super simpática! Eu conheci finalmente uma enfermeira que eu confiasse e tal... quero dizer... erh... você me entendeu.


Fred soltou uma risada divertida.


- É claro que eu te entendi, Brown. Estava apenas brincando com você.


- Tosco – murmurou Alexis, arrancando mais risadas de Fred.


Quando chegaram ao final do corredor, os dois se encararam por alguns minutos.


- Bem... erh... até mais, Weasley – disse Alexis acenando para o grifinório.


- Até mais, Brown – Fred virou-se no corredor oposto e os dois tomaram caminhos diferentes.


Depois de alguns segundos, Alexis olhou para trás observando Fred caminhar para seu dormitório. Virou-se novamente voltando ao próprio caminho. Não tivera tempo de reparar e nem ao menos imaginava que o garoto que tanto desprezava olhara para trás na direção dela.


X-X


- Ei Alvo – chamou Patrícia assim que viu o amigo sair para o jardim, porém esse não a respondeu. – EI AL!


Alvo finalmente virou-se para a amiga. Rose, Patrícia, Scorpius e Daniel conversavam animados embaixo de uma árvore.


- Fala pessoas – Alvo sorriu para os amigos. – Vocês têm ideia de que o primeiro jogo de Quadribol está chegando? Deveriam estar treinando.


- E nós vamos. É semana que vem – lembrou Rose fechando o livro que estivera lendo. – Antes do Natal. Sonserina e Corvinal. Temos plena ciência disso, Alvo Potter. Você não cansa de nos lembrar toda hora.


- Desculpe, acho que estou nervoso – comentou Alvo sentando-se ao lado de Scorpius. Esse deu um tapa no ombro do amigo.


- Relaxa. Você é um ótimo treinador – brincou Scorpius. Alvo bufou enquanto deitava-se na grama.


- Estou um caco – comentou o garoto parecendo ansioso. – Eu estava indo visitar o Hagrid.


- Vamos? – Os olhos de Rose brilharam de expectativa. – Faz muito tempo que eu não o vejo.


- É impossível. Ele é imenso. Como você não o vê? – Perguntou Scorpius fazendo Rose franzir o cenho para o namorado.


- Ele anda meio distante esse ano. Quase não falou conosco. Achei estranho – murmurou a garota.


- Vai ver ele não quer causar mais problemas para a gente – começou Patrícia. Todos olharam sem entender para a garota. – Parece que ele e aquela professora maldita tiveram um pequeno desentendimento. Ele deve estar ciente de que ela também nos odeia.


- Ódio é eufemismo para aquela mulher – disse Alvo com desprezo. – Estou louco para pegá-la e fazer pedacinhos. Transformá-la em um verdadeiro morcego, e não apenas em uma cópia de um.


- Adoro esse lado malvado dele – disse Daniel rindo. – Olha quem vem aí.


- Olá professor Neville – Neville sorriu para os alunos. Embora fosse amigo dos pais de Alvo e Rose, não se aproximara muito dos seus filhos. Talvez porque sempre estivesse ocupado em tentar se soltar de alguma planta possivelmente assassina. Era raro encontrá-lo à toa no castelo.


- Olá crianças – Neville parecia aflito e ao mesmo tempo contente.


- Está indo a algum lugar, professor? – Perguntou Rose tentando esconder a curiosidade. Scorpius sorriu cúmplice junto à namorada. Neville não pareceu perceber as segundas intenções dos alunos, apenas retribuiu ao sorriso.


- Estava indo ao encontro do professor Simas. – Sussurrou. Alvo franziu o cenho.


- Os senhores eram amigos, não é? – Perguntou. Neville fez que sim. – E ambos estudaram com meu pai?


- Ah sim. Éramos do mesmo dormitório – falou Neville gentilmente.


- O senhor fez parte da Armada de Dumbledore, não é professor? – Neville corou com a pergunta de Alvo.


- Onde você ouviu isso, garoto?


- Meu pai me contou.


- Ah sim... claro. Eu deveria saber – disse Neville distraído. – Sim, foram ótimos tempos aqueles com a Armada.


- Professor, o que você acha da nova professora de Hogwarts? – Perguntou Patrícia. Neville crispou os lábios, e estava prestes a responder quando outro professor apareceu.


- Aí está você – Simas sorriu para o velho amigo. – Pensei que tivesse se perdido no meio do caminho.


- Eu já estava indo – Neville possuía um tom de desculpas na voz. Simas olhou para o grupinho embaixo da árvore e sorriu calorosamente.


- Olá garotos.


- Oi – responderam os cinco juntos.


- Vamos, Neville?


- Sim, claro. Até mais meninos. – Neville se despediu dos outros e rumou para dentro do castelo com Simas Finnigan.


- Eu daria de tudo para saber o que eles conversarão – comentou Alvo suspirando. – Odeio esses adultos tapados que não nos deixam participar de nada.


- Realmente, seu pai é um saco – falou Daniel provocando Alvo. Esse apenas deu de ombros.


- Nesse aspecto é sim. Eles parecem esquecer que já tiveram nossa idade e também quiseram participar dos grupos.


- É... adultos têm memórias curtas e seletivas – concordou Rose sabiamente. Scorpius levantou-se animado.


- Que tal visitarmos um meio gigante que deve estar louco para nos contar tudo? – Perguntou ingênuo. – Esse ano não fomos uma sequer vez a casa dele.


- No primeiro, segundo e terceiro ano nós praticamente morávamos lá – disse Paaty. – Estou com saudades daquele tempo.


- Eu também. Era tudo muito mais simples – Alvo passou a mão no cabelo enquanto se encaminhavam para a casa do amigo. Ao baterem na porta ouviram a voz de Rúbeo Hagrid:


- JÁ VAI, JÁ VAI. – Berrou o meio gigante. A porta se escancarou revelando o homem, que sorriu animado para as pessoas paradas na soleira de sua porta. – Entrem logo, está com uma cara horrível de que vai chover.


Os cinco entraram e ocuparam lugares na mesa de Hagrid.


- Alguém quer chá? – Perguntou Hagrid colocando uma grande chaleira na lareira. – Vai sair fresquinho. Faz tempo que não os vejo.


- Pois é, a coisa anda meio agitada. Você também esteve um bocado de tempo fora da escola, né? – Perguntou Rose. Hagrid apenas murmurou palavras inaudíveis.


- Ah! Qual foi, fala onde você esteve – pediu Alvo juntando as mãos – Será segredo, não saíra daqui.


Rúbeo Hagrid olhou bem para os garotos e bufou contrariado.


- Nem adianta! Já caí nessa conversa dos seus pais e só acontecia besteira depois.


- Ah... vamos Hagrid, por favor – pediu Paaty olhando com carinha de cachorro para o meio gigante. Sabia do coração fraco do amigo.


- Não adianta me olhar assim, senhorita.


- Droga – murmurou a garota derrotada. Finalmente o chá ficara pronto. Hagrid serviu aos garotos, sentando-se em seguida em sua enorme cadeira.


- Tudo bem, você não pode nos contar o que andou aprontando, mas ao menos nos conte as fofocas da escola – pediu Alvo sorrindo maroto. – Vamos, eu sei que você está louco para fazer fofoca sobre aquela maldita professora.


A face de Rúbeo ficou escarlate. O meio gigante se mexeu desconfortavelmente.


- Bem... acho que uma fofoca não fará nenhum mal...


X-X


Jason Miller acabara de ter uma aula extremamente chata de Feitiços. Conseguira se livrar de sua irmã e do tal de Jacob Key. O garoto se mostrava cada vez mais chato na concepção de Jason. O que sua irmã via naquele garoto fútil e sem nenhum papo?


Bom... ela via um escravo, era claro. E ela adorava os escravos dela.


Fazia algum tempo desde que notara a ausência de Letícia do grupo, junto com o desaparecimento de Anna. Aquilo era estranho, e ao mesmo tempo reconfortante. Pelo menos elas duas poderiam ter colocado a cabeça no lugar. A pequena Anna não sabia no que estava se metendo. Pelo menos Letícia estava ciente de tudo.


Virou no corredor, bocejando enquanto erguia os braços. Ao abrir os olhos reparou que uma garota o encarava do outro lado do corredor. Sorriu de lado encaminhando-se para a menina.


- Já estava me perguntando onde a senhorita estava – começou irônico -, fiquei super preocupado.


Letícia não respondeu ao garoto. Apenas encarou-o com urgência. Jason franziu o cenho tentando entender o que Letícia queria. Ela parecia nervosa e crispava os lábios a todo o momento.


- Jason, nós precisamos conversar.


X-X


N/a: Háaaaaaa! Volteeeei! E voltei com tudo! Fiz esse capítulo em apenas dois dias – na realidade em uma noite e uma tarde inteira. Hauhauhauhau. Sentia falta de escrever Green’s. *-* Já estou com várias ideias na cabeça para colocar em prática e mal posso esperar. Serão vários capítulos, não consegui fazer metade do que eu queria nesse. Mas já estava com vinte páginas, por isso achei melhor parar por aqui. Sacaram? :) Oi pessoal! Desculpem. Hoje foi minha última prova do vestibular, estou completamente livre (por enquanto). Sei lá o que acontecerá, né? Senti muuuuuuuita saudade dos meus leitores, que por um acaso, sumiram. Gente, alguém ainda lê a Fic? Porque, sinceramente, eu penso que as pessoas desistiram de acompanhar a Fic. Eu espero no mínimo uns dez comentários por capítulo, e nem isso eu consigo. É meio... broxante.  Hauhauhau O que eu quis dizer é que isso acaba com a criatividade do autor. Nós não somos nada sem nossos leitores, e isso é a mais pura verdade. :( Voltei pra ficar, marcar território! Hehehe Espero que meus leitores também voltem...


Agradecimentos:


Tamara J. PotterFicou sumida mesmo, né senhorita? Hehehe Tudo bem, voltou. Está perdoada! A Alexis e o Fred ainda tem muuuuito o que rolar. Muita água vai rolar pra esses dois. E o Jason realmente é tudo de bom :) Obrigada por voltar. Beijos.


Elise Oliveira Schweig.Oláaa! Você é minha fã? *o* Haaa! Que honra e responsabilidade! Hauhauhuahua Bom... Jason e Rox realmente vai ter o que rolar no próximo capítulo ;X Mas deixa quieto... Não posso contar muito não. A Anna vai voltar, algum dia... o.õ espero que em breve. Não se sabe.... Obrigada por comentar. Beijos.


Natáliia PeronicoFred cara de pau? Hauhauhua Ainda não viu nada ;)


Jujuba MarangonObrigada pelos elogios, e que bom que você gostou da atualização. Eu tento fazer o possível para vocês se surpreenderem, claro que coloco clichê... mais vai lá! Hashuashuas Beijoos.


Luh_CullenOi Luh! Desculpe a demora! Eu nem respondi à sua mensagem. Irei responder agora então, me adiciona no MSN se tiver qualquer dúvida com imagens: [email protected] É só falar de que site é, ou só me lembrar: é a Luh da FEB. Pronto! Te ajudarei com prazer :) E eu amo atiçar a curiosidade dos leitores. Hehehe Besos.


LarissaMinha irmã já viu os recados e ficou toda prosa! Huashuashu Tensa a parada entre Alexis e Fred, não? Bem... eu realmente pensei em um climinha entre o Alvo e a Alexis, mas acho que não tem nada a ver não. Talvez isso desperte o ciúmes do Fred. É uma boa hipótese! E a Lanna realmente é uma vaca manipuladora filha da égua! Huashuashuas A Domi precisa de um gênio forte. Vamos ver quem será? ;p Beijos.


Júlia GriebelerJUUUUUUU! :) Olá minha amiga foda! Bom, eu também fiquei aliviada de não deixar nada de mal acontecer com meu querido Ted. O Simas vai dar pro gasto! Hehehe O James e a Rachel nunca terminariam. E bem... o Jason realmente está mudando, e a Domi bem... ela nem tanto. Hsuauhashu Vou anotar o que você me pediu para colocar nos capítulos. Beijos amiga.


Tháa_Vecchi  - Vou fazer o possível para não te decepcionar. Hehehe Pelo visto temos uma Team JasonXDominique. :) huasuhashuashuas


Quézia – Anotei seus pedidos da Anna e do Alvo. E desculpe a demora, mas eu nunca abandonaria Green’s. Jamais! Beijooos


Mimi PotterQue bom que você gostou. :) Beijos.


Carol Potter CullenNão me mata não! Além de terminar a Fic eu tenho toda uma vida pela frente! Uashusa Não se preocupe, eu posso garantir uma coisa: a Anna e o Alvo vão voltar a se falar. Só isso que eu posso garantir. Uashusahuas Beijooooos


Roxanne MalfoyO.O Pelo visto a Fic te viciou mesmo. Desculpe a demora com os capítulos, mas agora estou de férias, E NINGUÉM ME PARA MINHA IRMÃ! Uashusauhas Desculpe mesmo. Beijos.


Waal PompeoJá te darei AQUELA cena. Espera um pouco. Hehehe E sim, o Simas apareceu. :) Beijoos.


laura black lestrangeO Alvo finalmente voltará a vida normal de criança retardada dele. Hasuas A Domi é doida. E a Alexis... eu sempre gostei um pouco dela, mas estou gostando cada vez mais. A Sonserina realmente é um time pra ganhar, fatãoooo. Você vem pro Rio nas férias? Epaaaa! Boa diversão! Eu pretendo me divertir também no Rio :) Quem sabe a gente não se esbarre? Uashhuashuas Beijoooos.


sinhaEu sou má, eu sei :) Mas espero que tenha gostado do capítulo. Agora que estou de férias farei o possível para postar mais rápido. Beeem mais rápido. E aí? Gostou da new? Hehe Beijos


Ray_MalfoyAdorei suas dicas. Rox dando uns pegas em outro certamente despertará a ira de Jason Miller. E a Domi está necessitada de um garoto com rédeas firmes, isso sim. Ashuuash O Alvo cogitou a ideia de ser embrulhado e doado a você depois que a Anna deu um fora nele. Uhashusa O que você acha? Beijooos.


E um beijo a todas as outras que comentaram nos outros capítulos. Comentem gente!!!!!


Beijos,


Ciça ;*****

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