A Elemental do Sol



    – Nott! – disse Harry com uma voz fria e cortante.

    – Sim, milorde... – respondeu o vulto negro, com voz tremula.

    – Já encontraram o Sarcedote dos Antigos? – perguntou
exasperado.

    – Quase milorde, nossas fontes nos informam que existem dois.

    – Dois? Mas sempre existira, somente um.

    – Sim, vossa malevolência, mas parece que são irmãs gêmeos,
que dividiram o poder da leitura das escritas.

    – E aonde estão procurando, me diga! – ordenou rispidamente a
voz fria de Harry.

    – Um está, em algum lugar da China, enquanto o outro esta...

    – Diga!

    – Achamos que está em Hogwarts, milorde – disse fazendo uma
profunda reverência, temendo a ira do Lord.

    – Hogwarts – Harry parecia realmente furioso. Então sua
cicatriz ardeu.




    – Mas que porcaria – ralhou Harry esfregando a testa. Ele
estava todo colado nos lençóis. – O que ele quer dizer com Sacerdote dos
Antigos
? – Harry se levantou e foi dar uma volta, pela noite estrelada. Saiu
pelo Salão comunal. Olhou no relógio e viu que marcavam quatro da manhã. – Ah...
não vou mais dormir.

    Harry foi até o lago e ficou sentando a sua margem, pensando
no que quis dizer o seu sonho. Ele era muito fútil para ser contado a
Dumbledore? Não. Harry iria contar para ele assim que o visse no café da manhã.
Quem era o Sacerdote dos Antigos, que estava em Hogwarts. Bom, quem quer que
fosse tem um irmão gêmeo na China, e este provavelmente corre muito perigo.

    Ficou lá, olhando a aurora.

    – Não sabia que o "Senhor Exibição" gostava de ver o nascer
do sol – disse a voz de Sara, calmamente a suas costas.

    – Tive um sonho – Sara sentou-se ao seu lado. – Não consegui
voltar a dormir.

    – Não limpou sua mente? – perguntou monótona.

    – Esqueci – desculpou-se Harry. – Fui com a cabeça cheia
demais e esqueci.

    – Humpft – Harry olhou para Sara e chegou a perder o fôlego.
Como ela era linda ao sol nascente, sua pele refulgia lindamente e seus olhos
ganhavam a tonalidade do sol.

    – Como você esta... – começou Harry, meio abobado para Sara.
O perfume de Sara invadiu suas narinas e ele ficou mas abobalhado ainda. Ela o
olhou sorrindo – linda.

    – Sou sempre assim, quando o sol nasce – respondeu. – Desde
que nasci.

    – Vejo que não sou o único a guardar segredos, então –
respondeu se concertando, do primeiro choque.

    – É... pode ser... – disse meio triste.

    – O que houve?

    – Nada, como você disse, não é o único que tem segredos
– Harry se lembrou, do que havia prometido a si mesmo. Usaria protego
quando ela o atacasse mentalmente.

    – Quer treinar Oclumância?

    – Não seja bobo. Você nem limpou a sua mente essa noite, vai
perder feio para mim.

    – Mas assim você vê meu sonho e toma suas conclusões – pediu
Harry.

    – Hummm, O.k. – Sara se virou para Harry, tirou a varinha das
vestes de escola, que já usava. – Legilimens!

    Harry, só sentiu o tranco de estar sendo invadido
mentalmente. Sara apenas viu o vulto de Nott e Harry já pode começou a
distinguir a realidade do que era apenas memória. Sendo assim bradou:

    – Protego!

    Harry viu várias pessoas a volta de uma menininha, recém
nascida, analisando a sua marca de nascença em forma de sol. Uma garota com seus
nove anos estava numa casa e brincava com suas coisas bruxas. Com seus dez, se
espichava para ver pela janela de um avião e cantava alegremente. Estava deitada
numa grande cama de uma mansão, aparentemente em outro país, dormindo. Uma
mulher ruiva se aproximou dela, com um sorriso malévolo, num quarto escuro e
cinzento. Tocou a sua marca nas costas e as chamas se espalharam pelo local,
desprendendo-se do corpo jovem de Sara. Harry voltou ao quarto da mansão onde
ela dormia e viu o fogo se alastrando pela realidade, se desprendendo do corpo
da garota, que agora flutuava, como um tocha humana. A porta do quarto foi
aberta e quem quer que tenha entrado, foi queimado vivo por uma onda de calor. O
fogo se espalhou por toda a construção, mas Sara, permaneceu flutuando num mesmo
lugar, sendo lambida pelas chamas, mas intacta. O chão tremia como num
terremoto. Intacta apenas no físico, pois Harry podia sentir de longe a dor de
perda que ela emanava.

    – CHEGAAAA!!! – Harry voltou a realidade e encontrou Sara
deitada na grama com lágrimas aos olhos. Estava realmente má.

    – S-Sara... – gaguejou Harry. – Isso foi igual ao que
aconteceu comigo – disse se lembrando do sonho com o Prof Felix.

    – Não, não foi igual! – disse chorando. Harry a olhou nos
olhos e os dois adquiriram as tonalidades douradas. – Você está despertando algo
que eu queria esquecer – disse se levantando e indo embora. Despertando?
pensou Harry.

    – Sara! – gritou, segurando o braço da garota.

    – Me solte, Potter! – disse rispidamente. Aquilo acertou
Harry como uma facada.

    – O que houve? – perguntou exasperado.

    – Não é da sua conta! – respondeu enraivecida, aproximando-se
de Harry com a mão levantada. Harry nem tentou reagir, mas levou uma bofetada,
extremamente forte, na cara. – Isso é por aquela noite idiota.

    – Sara! – revoltou-se Harry, não entendia nada do que
estava acontecendo. – Pelo menos me explique – ela o olhou com um ar voraz. –
Qual o seu problema?

    – O meu problema! Você acabou de ver o meu problema! – Harry
se lembrou das chamas, lavando a casa onde a garota estava.

    – Quem entrou pela porta? – perguntou calmo. Os olhos de Sara
marejaram mais ainda. Harry pode sentir que ela também possuía poderes, tão
grandes quantos os seus, quando ela fechou o punho e este adquiriu chamas. Ela
era uma Elemental.

    – Fazia tempo que não via mais esses poderes – disse
tristemente, mas a medida se tornando ríspida – Aquele foi um ano difícil. Matei
quase todos naquela casa. Foi minha mãe quem entrou pela porta – Harry arregalou
os olhos e o ar de seus pulmões se esvaiu.

    – Sara... – nunca havia imaginado que ela poderia ter
tido uma lembrança tão ruim. – Desculpe, eu não sabia – Sara o olhou com raiva.
Harry se aproximou dela e pode sentir o fogo, que ela emanava.

    – Se afaste, Potter – ordenou com a voz mais grossa. Harry
sorriu torto. – Não quero mais saber de você na minha frente.

    – Porque? – perguntou exasperado.

    – Não interessa.

    – Como, não interessa? – irritou-se Harry.

    – Cala a boca e nunca mais olha pra minha cara – Harry olhou,
nesse momento, intensamente para os olhos de Sara, que estavam dourados, como
dois sóis. Ela se virou e foi para o castelo. Harry pode sentir o chão tremer, a
raiva da garota.

    Harry não sabia explicar, mas ver Sara pedindo para ele nunca
mais olhar para ela, foi forte. Permaneceu ali, com os pés na água do lago.
Estava tentando entender o que sentia por ela. Porque ela o atingia dessa forma?
Estaria apaixonado? Sim. Estava apaixonado por Sara, mas ela nunca mais queria o
ver, nem pintado. Teria sido por Harry entrar na mente dela? Ou seria por outra
coisa. O que ela queria dizer com que ele despertava poderes nela? Estaria
trazendo a tona, seus poderes elementais? Estaria com medo de atingir mais
pessoas?

    Harry olhou para o horizonte. O sol já não era mais nascente,
se erguia uns palmos da água do lago.

    Medo de atingir mais pessoas, se algo como aquilo voltar a
acontecer? Esta era um resposta provável, mas Harry se via inevitavelmente
atraído por ela. Ela matou a própria mãe, mas sem a total intenção. E quem era a
outra pessoa ruiva? A pessoa que invadiu o sonhos de Sara, como o professor
Felix havia feito.

    Levantou-se e resolveu seguir, para o castelo. Enquanto subia
as escadas estava pensando que Sara possuía os mesmos poderes dele. Talvez
diferentes, pois Harry não controlava o fogo e muito menos conseguia fazer
tremores sísmicos. Resolveu então pegar o livro de seus pais, lá poderia haver
algumas respostas.

    Ao entrar no seu dormitório, notou que os outros ainda nem
haviam acordado, pegou o livro e retornou para o Salão Comunal. Já na capa,
notara algo familiar. Sim claro, aquela era a forma de sua cicatriz, ladeada por
um sol, um sol igual ao de Sara. Ele passou a mão sobre as figuras pensativo.
Abriu-o na primeira página com explicações:



    O Livro dos Elementais

    Bruxos que despertam o seu controle sobre determinadas forças
da natureza, aqui encontram suas respostas.

    Se controlas o Fogo, serás um "Elemental das Chamas".

    Se controlas a Água, serás um "Elemental dos
Geleiras
".

    Se controlas a Terra, serás um "Elemental das
Montanhas
".

    Se controlas o Ar, serás um "Elemental do Tornado".

    Se controlas o Mal, serás temido e reverenciado, pois
terás pequena piedade, grande poder e ambição. Serás um "Elemental das Trevas".

    Se controlas Algo-Que-Ainda-Não-Entendes, serás o
maior de todos, pois és humilde e amável mesmo sendo  de tão grande poder.
Serás um "Elemental da Vida" ou um "Elemental da Luz".

    Existem também, os abençoados de controlarem dois elementos,
podendo assim combiná-los da maneira mais proveitosa. O despertar de dois
poderes é sempre difícil , é o que limita a tu teres sempre menos de três.

    Se controlas o Fogo e a Terra, serás um "Elemental
do Sol
".

    Se controlas o Ar e a Água, serás um "Elemental
das Tempestades
".

    Se controlas o Mal e o Fogo, serás um "Elemental
do Inferno
".

    Se controlas Algo-Que-Ainda-Não-Entendes e a Água,
serás um "Elemental do Elixir".

    As demais combinações existentes, tornariam o uso de dois
poderes distintos, impossível, pois um anularia o outro. O Estudo dos
Elementais, pode variar a dificuldade, de acordo com a afeição de cada um, com
seu elemento.

    A dificuldade de às vezes, em momentos de fúria, controlar
tais poderes, força com que os seus possuidores, muitas vezes, se isolem para
evitar acidentes.



    – Sara é um elemental do Sol – concluiu Harry. –
Claro, ela fez tudo tremer e deu pra sentir o calor de longe. Sem falar na
marquinha de nascença dela – Harry olhou em volta. Foi até o dormitório e pegou
o mapa do maroto, começando a procurá-la. – Humm, torre de astronomia.

    Harry foi o mais rápido que conseguiu. Chegando lá, a ouviu
chorando.

    – Sara – começou calmamente.

    – Eu falei que não queria mais te ver, muito menos te ouvir –
disse secando as lágrimas e se tornando agressiva. Harry subiu até seu patamar e
a olhou nos olhos. Estava acuada num canto, aparentemente com medo dele.

    – Eu sei que você é um Elemental do Sol – disse Harry com
simplicidade.

    – Ótimo, agora vai saber porque não quero que você fique
perto de mim – concluiu.

    – Na verdade, ainda não entendo.

    – Não é óbvio? O que você viu na minha cabeça, não lhe deu
uma amostra?

    – Você tem medo de machucar mais pessoas? – Sara fez um
muxoxo e se virou para o parapeito.

    – Pra você, foi fácil o despertar – disse desabafando.
– Eu vi no jornal, mas duvidei que pudesse ser algo parecido com que havia
acontecido comigo, na verdade duvidei que você, fosse um elemental. O meu
despertar foi violento, matei cinco pessoas e dez elfos domésticos – disse dando
um chute na mureta. Aquilo deveria ter sido difícil, realmente. – Meu pai, não
queria que eu soubesse que a culpa foi minha, mas eu sei que foi.

    – Eu não acho que seja sua culpa – contrapôs Harry.

    – Acha, é? – disse com as chamas agora nascendo em
torno do corpo.

    – Você se lembra do sonho que teve? Antes de tudo acontecer?

    – Nem sei porque falo disso com você – começou a se
enraivecer. – Nunca falei com ninguém. Meu pai nunca toca nesse assunto.

    – Você fala disso, comigo, por que precisa desabafar e
precisa entender que a culpa não foi sua.

    – Como pode ter certeza que a culpa não foi minha? –
exasperou-se com as chamas, já se desprendendo do corpo, ainda mais. Parecia uma
fogueira humana e Harry podia sentir o calor – Eu que tenho esses poderes
idiotas! Quem mais poderia ter sido?

    – Eu sei. Entendeu? – Harry não gostava muito da animosidade
da garota. – Também passei pelo que você passou. Eu sei que você não pode
controlar o que acontece, quando você tem esse sonho – Sara o olhou raivosa. Ela
achava que havia sofrido mil vezes mais que ele, apenas pelo que aconteceu e
isso o irritava.

    – Você está fazendo tudo voltar a tona. Assim vai ser pior! –
disse com veemência. Harry se aproximou dela, não se importando com as chamas. –
O que pretende? Virar torrada?

    – Não vou virar torrada – disse sério. – Você pode controlar
os seus poderes, não precisa se isolar.

    – Pra você é fácil falar – disse superior. – O pouco poder
que tem, não mata nem moscas – Harry notara que ela era realmente poderosa, mas
sabia que não ficava atrás. Sendo assim, sem se importar com as chamas vivas e
laranjas, que ela desprendia, se aproximou, conjurando uma aura azulada.

    – Quer medir poderes? – Sara o olhava inquieta. Abriu
ligeiramente os olhos, para a imprudência do garoto.

    – Saia de perto de mim – ordenou, mas Harry não deu nem bola.
Os poderes agora se chovam, mas nada acontecia. Os dois ainda se sentiam
normais. Harry se aproximou e ficou bem em frente a Sara. Ela levantou a cabeça
e o olhou espantada nos olhos.

    – Não me assusto, com um pouquinho de fogo – disse
desdenhoso. – E ainda não me esqueci do tapa que levei lá em baixo.

    – Você é maluco – ralhou. – Estaria morto se não fosse...
Porque fez isso?

    – Não sei por que, mas me importo com você – respondeu com
simplicidade. Sara o olhou e pensou. Ela não fora a única a sofrer, ele também
já havia passado por poucas e boas. Mas ao lembrar-se da própria mãe que tentara
ajudá-la, no próprio inferno, Sara teve um aperto no coração. Harry vendo o
brilho triste, nos olhos da garota a sua frente, segurou o impulso de beijá-la.

    Inesperadamente Sara o abraçou e chorou em seu ombro. Harry
não podendo evitar a apertou contra si. Também sentiu seu rosto se contrair de
dor, ao lembrar-se de todos os que partiram de tudo o que sofreram. Sem notar a
aura que envolvia os dois, se fundiu e depois desapareceu.

    – Calma – disse Harry. – Nós vamos passar por isso.

    – Desculpe... – disse triste. – Só penso em mim mesma.

    – E ai? Vai ao baile comigo, agora? Eu atravessei as chamas
para te dar esse abraço, valeu? – Sara riu.

    – Não sei.

    – Mais persuasão, então... – disse Harry, fingindo-se
aborrecido. Então ele olhou para os lados e pensou na coisa mais romântica
possível. Então viu um canteiro de rosas e fechou os olhos, se afastando de
Sara, estendendo a mão, ao mesmo tempo que uma rosa de gelo, era formada, com
uma névoa circulante. Sara soltou um gritinho abafado e pegou a peça delicada.
Harry sorriu. – Consegui?

    – Ta quase – disse sorrindo. Harry pegou a varinha e
apontou-a para a rosa e murmurou um feitiço anti-descongelamento.

    – Humpft. Quer que eu me humilhe, é?

    – Não precisa. Eu vou com você ao baile – Harry sorriu
abertamente, Sara fez o mesmo. Quando Harry se aproximou mais para beijá-la,
Sara murmurou. – Estamos atrasados, para feitiços – Harry encolheu os ombros,
mas antes roubou um selinho de Sara.

    – Vamos então – disse indo a frente, para evitar a ira da
garota. Sara ficou parada, enquanto Harry fugia. Ela deu uma ultima olhada na
rosa de gelo em sua mão.

    – Será... – pensou. – Não ele não consegue fazer uma
Rosa-de-gelo-eterna, consegue? – colocou contra o sol, atirou umas chamas e ela
nem derretia. – Nossa! Que lindo! – depois disso, Sara foi para os dormitórios
deixar a rosa. Passou pelo Salão comunal e viu que Harry, já se envolvia numa
conversa com Rony, que estava sentado na mesa do café da grifinória.

    – O quê? Você conseguiu? – indagava Rony incrédulo.
Sara riu e continuo indo para os dormitórios, com a rosa a mão, que era muito
olhada, pelas pessoas que passavam. Ao entrar no dormitório notou que as garotas
estavam apenas se arrumando. "Harry caiu direitinho, na história de começar
feitiços... nem temos feitiços agora" Sara riu, novamente. Nem acreditava que
reviveu a morte da própria mãe, pela manhã. Agora não tratava mais como
"assassinato" da própria mãe e sim como "morte", era realmente muito mais fácil.
Harry a ajudou.

    – Porque tão feliz? – perguntou Parvati.

    – Harry... – disse despreocupada, se aproximando da sua mesa
de cabeceira e conjurando um vaso de cristal, para colocar a bela flor.

    – O que tem o Harr.. – começou Hermione mas então ela olhou a
flor cristalina, que Sara fitava com carinho. – Foi ele quem fez?

    – Foi... – disse sonhadora.

    – Ele consegue fazer isso, e nunca nos disse? – perguntou
exasperada. Sara continuou quieta, olhando para a rosa. Harry era realmente
especial. Mesmo que tivesse invadido a sua mente, foi bom que tenha feito.

    – O que é isso, Hermione? – perguntou Lilá, apontando
para a rosa.

    – Uma Rosa-de-Gelo-Eterna – Lilá e Parvati fizeram "Ohhhhh!"
de compreensão. – Sara, você ta gamadinha nele agora, não é? – Sara nem
respondeu, ainda estava pensando e olhando para a rosa. – É.

    As quatro, desceram as escadarias, e sentaram-se em frente a
Rony e Harry, que exibia uma cara falsamente brava, para Sara.

    – O que foi? – perguntou ela sorrindo.

    – Tsk, Tsk... Aula de Feitiços – disse balançando a cabeça.
Sara riu baixinho.

    – Ei, amanhã, vamos comprar nossas vestes para o baile em
Hogsmead? – perguntou Rony.

    – É, provável, Roniquito – respondeu Hermione.

    – Ah... eu não preciso comprar, é só pegar com os meus
irmãos... – disse se lembrando das vestes que eles haviam comprado. – A
propósito, eles abriram uma filial em Hogsmead. Disseram que assim, estavam mais
próximos da clientela.

    – Espertos – concordou Harry. – Ninguém esqueceu, o que eles
fizeram ano passado.

    – É – disse Hermione, mas não concordando com a atitude.

    – A propósito, a Umbridge, está enfrentando um inquérito,
pelos dementadores que ela mandou atrás de você – Harry riu.

    – Harry, por favor... recomeça a AD! – disse uma garota do
quarto ano da Lufa-Lufa – Aquele francês idiota é um monstro.

    – É, Harry, recomeça, uma alinha por semana, não é nada... –
ajudou Hermione.

    – Enhec recomheca AT, raky – disse Rony de boca cheia de ovo.

    – Quê? – perguntou Harry.

    – Recomeça AD, Harry.

    – Mas não precisa...

    – Agente podia fazer um torneio – disse Dino, que adorava uma
briga. – AD's versus Croissant's (aquele pãosinho frânces).

    – Quê? – perguntaram os que não conviveram com trouxas,
embora Harry e Hermione se virassem de rir.

    – Croissant, é uma especiaria dos franceses trouxas – alguns
entenderam e riram. – Mas é uma boa, Harry. Iria ficar a escola inteira, contra
os sonserinos. E ajudaria no espírito de equipe.

    – Não sei... tenho medo do que aquele cara pode ensinar para
as cobras. E se eles começarem a usar maldições imperdoáveis, no meio do duelo?

    – Dumbledore, nunca deixaria... Além do que, agente organiza
um torneio. Não vai ser oficializado que é AD contra Croissant's, mas um torneio
inter casas. Entendem?

    – É uma boa idéia – concordou Neville. Luna estava ao seu
lado e balançou positivamente a cabeça.

    – Gostei – disse Hermione cautelosa. – Os sonserinos, andam
azarando muita gente. Eu to cansada de dar detenção pra eles.

    – Sem falar nas detenções daquele trio – disse Rony coçando a
cabeça. – Joy, Jan e Joe. Que trigêmeos infernais. Todos da Grifinória. Primeiro
ano. Estão substituindo os gêmeos Weasley. Agora são os Trigêmeos Langdon. Acho
que dei umas dez detenções para eles, nessa primeira semana.

    – Ótimo, já sei com quem deixar o legado maroto – disse Harry
rindo, tirando o mapa do maroto do bolso e mostrando para Rony e Hermione, que
riram.

    – Afinal, o que é isso, Harry? – perguntou Sara.

    – Uma coisa que meu pai fez – Harry se levantou e deu a volta
na mesa, sentando-se ao lado de Sara. Olhou para todos os lados e pegou a
varinha. – Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

    – Nossa! – apavorou-se a garota. – Foi assim que me
achou?

    – É. Tenho que te contar as histórias dos marotos, é incrível
– disse embolsando o mapa. – Te falo amanhã em Hogsmead, o que acha?

    – Ora... que suborno, hein?

    – O mundo é dos espertos.

    – Não dá, tenho que comprar a minha roupa, e você, não
vai vê-la antes da hora – Rony riu. Harry se desapontou. Hermione perguntou:

    – Já tem par para o baile, Sara?

    – Já... – disse dando um meio sorriso para Harry, que agora
fazia cara de coitado, enquanto se afastava.

    – Ah! Legal... É o Harry, né?

    – É... ele me convenceu.

    – Nem imagino como.

    – Que bom – Sara preferia ficar com a sua verdade, entre ela
e Harry e ele entendeu, pois entreouvira a conversa. Ele apenas assentiu com a
cabeça.

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