Plano Maléfico.

Entenderam agora porque eu sou um autentico Cabeça de cenoura estúpido?

         - Mas Hermione, você não tem que provar nada a ele! Você já é perfeita assim! – Merlin, eu disse mesmo isso?

         Senti minhas orelhas queimarem.

         - Obrigada, Ron... – falou ela também corando – mas eu quero fazer isso. Mesmo eu não tendo que provar nada, vou esfregar na cara do Malfoy que sou melhor que ele.

         - Você só pode ser louca!

         - Há, me chama de louca num mundo em que pessoas normais constroem bombas atômicas!

         Bufei. Era tão difícil tirar uma ideia da cabeça de Hermione quando ela já tinha colado lá com cola extra forte!

         - Me deixe ir com você então. – falei

         - Não! O Malfoy pode te matar!

         - E pode matar a você também!

         - Além do mais – ela continuou, ignorando o que eu havia falado – ele vai me achar covarde se eu levar alguem para me proteger.

         - Mas tenho certeza de que ele levará o Crabbe ou o Goyle. Ou talvez os dois.

         - Isso só prova que eu sou mais corajosa do que ele.

         - E mais burra também.

         Ela revirou os olhos.

         - Vaai, me deixa ir com você.

         - Não. Agora me deixe estudar em paz. Tenho que aprender o máximo de feitiços possível.

         - Você é impossível.

         - Obrigada, considerarei um elogio.

         Mal-humorado, fui para o meu quarto e deitei em minha cama.

         Eu tinha que bolar algum plano. Eu não podia simplesmente deixar a Hermione ir e morrer por causa do Malfoy. Não, não, não e não.

         Bem, sei que Mione disse que não, mas eu vou mesmo assim. Estarei escondido, pronto para atacar se algo acontecer à Hermione. Eu poderia chamar o Harry para vir comigo. Mas, pensando bem, ele deve estar muito ocupado se exercitando com a minha irmã. Argh. Odeio ter que pensar nisso. É tão... Esquisito e nojento pensar neles dessa forma!

          Mas se exercitando ou não, Harry vai ter que me ajudar. Quem sabe assim ele desgruda da Gina um pouco.

         Peguei aquele troço trouxa – como chama mesmo? Ah é, aparelho telefônico móvel. Bem, pelo menos é o que eu li na caixinha de onde ele veio. Mas os trouxas preferem chamar de celular. É, eles são estranhos.

         Enfim, peguei meu celular e disquei o número do Harry. Ele atendeu após treze toques (sim, eu contei).

         - Fala, Ron!

         - Hey, Harry, tenho um assunto sério para tratar com você.

         - Assunto sério? Aconteceu alguma coisa?

         - Não, mas vai acontecer. É a Hermione. Ela está com uma ideia estúpida na cabeça.

         - Hm, pera ai.

         Como a voz dele ficou mais abafada e distante, imaginei que ele tivesse tapado o lugar onde a gente fala no tal de celular. Com muito esforço, pude ouvir o que ele falava; era com Gina:

         - Amorzinho, agora não! – pausa – eu sei, eu sei! Eu também te quero agora, meu xuxuzinho, mas agora eu tenho que falar com seu irmão! – outra pausa – oown, eu também te amo, bebê. Mas agüenta só um minutinho que eu já vou, tá? – e mais uma pausa – tá, agora tenho que voltar a falar com o Ron. Já volto. Beijinhos na boca! – e em seguida, ele voltou a falar comigo, com a voz totalmente alterada, parecendo mais de macho – e ai, qual é a parada?

         Pisquei. Qual é o problema dele? É assim que ele age quando está com minha irmã? Esse cara é pirado!

         - Qual... é... o... seu... problema...? – perguntei – por que você fala daquele jeito com a Gina? E eu pensando que você preservava sua masculinidade!

         - Olha aqui, quando você tiver alguem que ame de verdade, também agirá assim, tá? – ele se defendeu

         - Acho que não, er. Mas bem, pelo Amor de Merlin, não vamos falar sobre isso. Temos um problema sério.

         - Fala ai! O que a Mione colocou na cabeça dessa vez?

         Eu contei toda a história a ele.

         - Ela só pode estar louca! – exclamou – Draco Malfoy aprendeu Magia das Trevas com Voldemort. É loucura ela desafiá-lo! Nós temos que fazer ela desistir disso!

         - E você acha que eu já na tentei? Não adianta! Já tentei um trilhão de vezes, e não adiantou porcaria nenhuma. E é por isso que eu vou junto, escondido, é claro, mas pronto para atacar aquele nojento quando precisar. E queria saber se você também não pode ir junto. Sabe, alguem vai ter que distrair o Crabbe ou o Goyle.

         - Iiih, Tenho que capturar ex-comensais da morte que fugiram para a Tchecoslováquia. E vou estar ocupado com isso até sexta! Não vai dar para ir amanhã!

         - E AGORA? A VIDA DE HERMIONE DEPENDE DE NÓS! NÃO POSSO DEIXAR ELA MORRER! ELA É A MULHER DA MINHA VID...

         - Hey, calma! Desse jeito ela vai ouvir que você gosta dela. Vou falar com ela. Quem sabe ela não me ouve?

         - Duvido muito.

         - Vou tentar. Se não, você vai ter que ir sem mim, cara. Ou você poderá chamar alguns aurores...

         - Não, se ficar muita gente escondido a Mione e o Malfoy vão acabar suspeitando.

         - Você é quem sabe... Me desculpa, eu queria mesmo poder ir amanhã. Não quero que a Mione sofra qualquer dano. Queria poder estar lá para protegê-la... Mas quer saber? Eu vou sim. Acho que a Mione é mais importante do que comensais idiotas na Tchecoslováquia.

         - Não! Você vai acabar perdendo o emprego! Além do mais, precisamos acabar logo com os comensais fugitivos. Tipo Draco Malfoy.

         - Mas ela é minha amiga...! Não posso deixar...

         - Calma, relaxa. Eu vou dar um jeito de sairmos todos salvos...

         - Não. Eu vou. Não sei como eu pude negar isso antes. Mas deixe-me falar com ela.

         - Ok...

         Voltei para a sala, onde Hermione ainda estava concentrada no livro idiota.

         - Harry quer falar com você – falei, estendendo o celular á ela.

         Ela desviou os olhos do livro, e depois suspirou.

         - Você contou a ele. – não era uma pergunta, e sim, uma afirmação.

         - Sim – admiti – foi pelo seu bem.

         Hermione suspirou de novo, depois pegou o celular da minha mão.

         - Oi, Harry... Sim, eu sei... Sim, eu vou... Não, não vou mudar de ideia...! Tá, eu sei que vou lidar com magia negra... Eu vou conseguir...! Eu sei que ele morreu por causa do mesmo motivo, mas não será assim comigo...! Harry, quero provar a ele que... Sim, eu sei, o Ron já me disse que não tenho que provar nada a ninguém... Você não é meu pai...! Sou teimosa sim...! Eu sei me cuidar, confie em mim... Esquece, não vou desistir... Desiste... Tá, beijos. – falou ela, e depois me devolveu o celular – ele quer falar com você.

         Eu peguei meu aparelho telefônico móvel, sabendo que quando desligasse, teria de ouvir um monte. Sabe, a cara que Hermione fez ao me passar o celular não era das mais simpáticas...

         - To ouvindo, Harry – falei

         - Tá legal, nós temos que bolar um plano maléfico.

         - Hã, ok?

         - Vai funcionar assim: amanhã, a Hermione vai desaparatar provavelmente entre onze e vinte e onze e vinte e cinco. Você vai contar até vinte e vai desaparatar também. Você terá que descobrir o local exato que ela vai desaparatar, para não correr o risco de vocês se cruzarem. Ela vai se encontrar com o Malfoy, e nós vamos ficar escondidos o tempo todo, e só vamos surgir em apenas três circunstâncias: 1ª, se Hermione ficar ferida – estremeci ao pensar naquilo – 2ª, se ela não conseguir acompanhar o ritmo do Malfoy, e 3ª, se ela tiver problemas com Crabbe e Goyle. Eu vou, mas não garanto que eu vá chegar na hora, pode ser que eu me atrase um pouco.  Mas daí nós lutamos, derrotamos ele, e o prendemos! MUAHAHAHAHA!

         Pisquei.

         - É esse seu plano MALÉFICO?

         - É .-.

         - Hm, ok, e tosco, más é inteligente ao mesmo tempo, e pode ser que dê certo.

         - Falou. Ah, onde que vai ser?

         - Casa dos gritos.

         - Ok, até amanhã então. Qualquer coisa me avisa.

         - Até, valeu cara.

         - Disponha.

         Antes de ele desligar, pude ouvir ele chamar minha irmã com aquela voz tosca e infantil de novo: “Gininhaaaa!”.

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