Flashback.



Flashback contado por mim, o Cabeça de cenoura estúpido, on


        Lá estava eu, o Cabeça de cenoura estúpido, indo para o pequeno apartamento trouxa que fazia duas semanas, eu estava tendo que dividir com Hermione (ela estava precisando de um lugar temporário para ficar, até ela conseguir dinheiro o suficiente para comprar um para ela). Não que eu me importasse com isso – na verdade fui eu quem a convidei para vir – mas é que às vezes é difícil de me controlar perto dela. Quando a vejo de camisola, dá vontade de ir até ela, agarrá-la, e beijá-la até que ficássemos sem fôlego. Mas infelizmente, tenho reprimido essa vontade há anos, talvez desde que eu a conheci. Acho que eu deveria ganhar um troféu por isso. Sabe, não é todo homem que consegue controlar uma vontade dessas por tanto tempo.


         Mas bem, voltando ao que eu estava falando, lá estava eu indo para o apartamento, com uma ideia estúpida na cabeça.


         Chegando lá, encontrei Hermione no sofá, lendo um livro – para variar. Ela estava linda. Com um shorts jeans, uma camiseta, os cabelos estavam presos num coque frouxo, e estava sentada de pernas de índio. Tá, eu sei, não é grande coisa, mas para mim, ela estava simplesmente perfeita.


         - Hey! – exclamei


         - Ho! – exclamou ela de volta, e depois sorriu para mim – e ai?


         - Vamos para Hogsmeade?


         - Para que?


         - Sei lá. Sair um pouco. Ir ao Três Vassouras.


         - Aah, não sei Ron... Tenho tanta coisa para fazer...


         - Vamos! Vai ser divertido! Como nos velhos tempos!


         - Velhos tempos? – repetiu ela, não convencida ainda.


         - É! Como quando nós íamos junto com o Harry, ele acabava se encontrando com a Gina, os dois começavam a se beijar, eu começava a xingar, e a Gina me chamava de Cabeça de cenoura estúpido! – falei, acho que com uma empolgação ridiculamente exagerada. Por que eu tinha que ser tão bobo na frente de Hermione? E o pior: por que eu tinha que dar como exemplo dos velhos tempos aquele fato? Talvez Gina tivesse razão. Eu sou mesmo um Cabeça de cenoura estúpido. Bem, por isso que eu tenho me auto-apelidado disso.


         - Ah, o Harry e a Gina vão?


         - Er, não. Quer dizer, eu convidei eles, mas estavam muito ocupados... Hã... Se exercitando... – eu não podia falar para ela que minha irmã e nosso melhor amigo estavam fazendo coisas naquele exato momento. Acho que nem eu precisava ter sabido disso.


         - Se exercitando? Você tem cert... Aah, entendi. – falou ela quando me viu corar e dar um sorriso amarelo – aah, Ron, mas ainda não sei. Tem tanta coisa do Ministério para fazer!


         - Por favooor!


         Hermione olhou para mim, depois para o relógio, e de volta para mim.


         - Tá legal. Talvez tenha um tempinho.


         Dez minutos depois, desaparatamos em Hogsmeade, e enquanto estávamos a caminho do Três Vassouras, acabamos cruzando com Draco Malfoy, seguido por Crabbe e Goyle. Agora, a pergunta é: mas que diabos ele estava fazendo em Hogsmeade? Pensei que ele freqüentasse lugares frios, sombrios e tenebrosos, já que ele é do mal. Sei que comensais da morte estão quase em extinção, mas não sei por que ele estava num lugar onde pessoas felizes e saltitantes freqüentam – tá, não é pra tanto.


         - Ora, ora, ora, mas se não é a Granger-sangue-ruim e o Pobretão Weasley!


         - Cale a boca, Malfoy – falei


         - Weasley, você não tem moral para me mandar calar a boca.


         - Nós salvamos a sua vida durante a guerra, Malfoy. Podia ao menos nos agradecer. – falou Hermione


         - Agradecer? Não me faça rir, Granger! Por que eu agradeceria para uma sangue ruim metida à inteligente como você?


         - Sou mais inteligente do que muita gente aqui – ela olhou para Crabbe e Goyle – e talvez, mais do que você. Se dei duro em Hogwarts, não foi a toa.


         - Acontece que suas magiquinhas não são nada perto do que eu sei fazer. Magia muito poderosa.


         - O amor sempre vence o ódio. – ela falou trincando os dentes, fazendo Malfoy rir.


         - Que profunda essa frase, Granger. Pena que na realidade não seja assim.


         - Foi assim quando Harry venceu Voldemort! Ou quando Lílian Potter se sacrificou pelo filho, impedindo Voldemort de continuar matando!


         - Histórias, Granger, histórias!


         Eles se encararam por longos segundos.


         - Mione, vamos embora. – eu sussurrava – não vale a pena... – mas claro que não estava adiantando nada. Eu deveria ter insistido mais. Eu sou uma anta.


         - Vamos ver quem é mais forte! – falou ele – que tal um duelo? Amanhã, onze e meia da noite, na Casa dos Gritos?


         Era nessa hora que eu deveria realmente intervir e falar alguma coisa, mas não me veio nada na cabeça. E claro que eu não esperava que Hermione fosse concordar.


         - Feito – falou ela


         - Aproveite as ultimas horas de sua vida do lado do seu namoradinho, Granger. – falou Malfoy olhando para mim, e em seguida deu meia volta e desapareceu.


         - HERMIONE, VOCÊ PIROU? – berrei – VOCÊ VAI MORRER!


         - Nós vamos para o Tres Vassouras ou não? – perguntou ela me ignorando


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