One



So predictable.


Você é tão previsível quanto ao jeito que sorri. Quando ao modo com que passa as mãos pelos cabelos, quando ao brilho do seu olhar que sempre vem quando ouve algo divertido. E eu, particularmente, acredito que seja um dos seus passatempos divertidos. Porque seus olhos chamuscam, vivos, quando me olham.


Você é tão previsível quanto á maneira que fala. Sempre com um sotaque forte, meio italiano, dizendo coisas inapropriadamente divertidas no meio do salão principal, quando está com os seus amigos, e sempre tão galanteador e de sotaque arrastado quando fala com garotas. E você também é previsível em mais um aspecto: chama todas elas pra sair.


Você é tão previsível ao jeito que toca as pessoas. Abraça casualmente os amigos, beija a mão das garotas e toca a minha cintura. Toca a minha cintura de um jeito que imprime marcas de fogo, como tatuagens que ardem em minha pele. E eu desconfio que você saiba, porque gosta de me tocar ali, por mais que eu não goste. Espero que não saiba que seu beijo me causa efeitos ainda piores, parece que estou queimando . Mas é um modo adorável de queimar viva, acredite. Acredite.


Você é tão previsível ao jeito que sussurra. Sempre são impropérios quando perde pontos ou se machuca, sempre são marotagens quando são para Sirius, Pedro ou Remus, sempre são obscenidades ou provocações quando são para as garotas com quem sai ou flerta, e sempre são “te amo’s” quando são pra mim. E eu derreto. Derreto, em um clichê terrível, derreto em seus braços como se não tivesse decoro, pudor ou consciência. Tão previsível.


Você é tão previsível no modo que segura a minha mão e entrelaça nossos dedos. Então me sorri, e previsivelmente eu sorrio de volta e derreto pra você. E você sorri mais, como era previsto, e me dá um beijo no rosto, me falando alguma besteira para que eu ria. E eu previsivelmente sinto meu coração pular no peito. Era previsível que, depois de um ódio tão intenso, esse sentimento não esmaecesse lentamente como eu esperava que fosse. Inegável, irrevogável e previsivelmente, eu estava completamente apaixonada por você e toda sua previsibilidade inútil. E amava cada ponto dela.


Você é tão previsível quando ao modo que faz tudo. Eu poderia ficar imaginando cada próximo passo seu, e acertaria sem hesitar. Venceria todas as apostas bobas. Mas não preciso disso, porque, você sabe, seria romântico demais. E romance sempre foi um clichê terrível, todos são tão... previsíveis. E com você na minha vida eu tenho certeza de que não preciso de mais uma previsibilidade para me ocupar. Você já me deixa ocupada demais. Ocupada demais tentando prever quando vai me beijar da próxima vez, porque essa sempre foi a única coisa que nunca consegui prever em você: seu temperamento tempestuoso.


Mas eu sabia esperar. E, depois de mais alguns anos, tenho certeza que conseguirei te prever inteiro, James Potter. Pode escrever.


Hum, mais uma frase clichê. Acho que também estou me tornando previsível. Viu o que faz comigo?


Fim.

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