One



Todos os nomes do amor


Na primeira vez você me chamou de pirralha, e soube que eu não gostei pelo jeito que te bati na frente de todos no expresso de Hogwarts.


Na segunda vez você me chamou de enjoada e eu te joguei no lago. Você bateu na água e se perguntou como eu tinha coragem de agir assim com um Black.


Na terceira vez você me chamou de docinho e eu, com um feitiço, te fiz grudar a língua numa colher no Salão Principal, e você não conseguiu soltá-la até a noite, tendo que cancelar a sua saída com Katie da lufa-lufa.


Na quarta vez, no dia seguinte, você me chamou “ei” e me roubou um beijo profundo, sua mão por cima dos cabelos da minha nuca, me fazendo arrepiar toda. E logo depois saiu gemendo e mancando pelo chute no meio das pernas que eu te dei. Mas, para minha surpresa, você saiu sorrindo por entre os gemidos de dor.


Na quinta vez você me chamou pegando no meu braço na biblioteca, e me perguntou o meu nome enquanto me encurralava contra uma estante, me entorpecendo com o seu charme enquanto eu tentava escapar do seu encanto. Eu corri dali o mais rápido que pude e dormi mal naquela noite, sem conseguir tirar o seu cheiro da minha mente.


Na sexta vez você me chamou de menina e me puxou para um canto, insistindo em saber o meu nome antes da aula da McGonagal. Eu te evitei quando a professora chegou, mas eu vi que não me deixaria sair dali, então te disse a única coisa na qual eu podia pensar olhando nos seus olhos: Gelo.Você só riu.


Na sétima vez você me chamou de Gelo no meio do corredor e eu virei pra você tentando não corar, me perguntando o que estava acontecendo comigo. Você se encostou charmoso na parede e me pediu pra sair com você. Eu te olhei séria e te dei um ultimato: sairia contigo se você parasse de sair com as outras garotas. Você riu e foi embora.


Na oitava vez você me chamou de Marlene e eu me virei na hora, me perguntando quem teria te dito o meu nome de verdade. Você me perguntou indignado por que eu não tinha te dito o meu nome, e eu disse que achava que você não merecia. Foi a primeira vez que eu te vi realmente brabo. Você não falou comigo por uma semana.


Na nona vez você me chamou de Lene, e eu não consegui não sorrir de alívio ao ouvir sua voz, depois daquele gelo todo. Você sorriu de volta e acariciou o meu rosto com as costas da mão, me pedindo pra sair comigo mais uma vez. Eu te perguntei se tinha parado de sair com outras e você me disse que sim. Eu revirei os olhos e joguei um papel amassado na sua cara, jogando lá também o fato de que tinha saído com uma das minhas melhores amigas no dia anterior. Você suspirou.


Na décima vez você me chamou no salão comunal, e garantiu, um mês depois, que tinha se livrado de todas as garotas com que saía, mas eu já não confiava mais em você. Você passou a mão pelos cabelos, nervoso depois de ganhar mais um “não” meu, sentou na poltrona mais próxima, irritado, e me perguntou o que diabos eu estava procurando. Eu sorri e fui para o dormitório.


Na décima primeira vez não foi você que me chamou, e sim Remus, preocupado. Ele me garantiu que você não saía com ninguém há dois meses, que sonhava comigo e que tinha uma foto minha debaixo do travesseiro, como uma garotinha apaixonada. Eu sorri para ele e perguntei onde você estava.


Na décima segunda vez eu não te dei tempo para falar e te beijei profundamente, sentando no seu colo de frente para você em uma poltrona do salão comunal. Você deu um sorriso surpreso e me perguntou o porquê daquilo. Eu disse que você merecia, e sussurrei que estava apaixonada por você havia muito tempo, só precisava da prova de que sentia o mesmo por mim. Você me beijou e disse que ia matar Remus assim que o visse. Logo depois de agradecê-lo.


Na décima terceira vez você me chamou de Lene, e eu me senti a garota mais alegre da Terra te vendo entregar flores e uma aliança para mim em pleno salão principal – aliança essa com o seu nome, claro. Eu te pedi pra você falar as palavras mágicas e você riu enquanto me enlaçava pela cintura e sussurrava o meu apelido preferido no meu ouvido: “meu amor”.  


E era tudo o que eu precisava ouvir pelo resto da minha vida.

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